Scielo RSS <![CDATA[Reverso]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=0102-739520040001&lang=en vol. 26 num. 51 lang. en <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952004000100001&lng=en&nrm=iso&tlng=en <![CDATA[<b>Tempo do ser-vil - O complexo de Pancrácio</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952004000100002&lng=en&nrm=iso&tlng=en Enfatiza a relação entre perversão e cultura, através do aspecto servil. Usa-se o conto de Machado de Assis sobre o fim da escravidão no Brasil como exemplo de servilismo, chamado por Machado e pelo autor de O complexo de Pancrácio.<hr/>This paper emphasizes the relation between perversion and culture seen from a servitude aspect. I have used a story of Machado de Assis, who is one of the most important Brazilian writers, about the end of slavery, as an example of servitude in Brazil. I have called this story the Pancrácio Complex. <![CDATA[<b>Perversão: uma clínica possível</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952004000100003&lng=en&nrm=iso&tlng=en A clínica da perversão apresenta inúmeras dificuldades à psicanálise, seja pelas características próprias da estrutura perversa, fundada no mecanismo da recusa da castração, seja pela ineficácia da neutralidade e associação livre neste trabalho. Revendo a literatura existente e recorrendo à própria experiência clínica, os autores propõem uma estratégia diferente para o manejo da transferência, buscando viabilizar o trabalho clínico e uma saída para a posição paralisante de moralista e/ou voyeur na qual o analista é colocado pelo perverso a fim de desestabilizar o processo analítico. Propondo uma posição alternativa ao "semblant" de "sujeito-suposto-saber", os autores apostam numa possível clínica da perversão, podendo daí advir um sujeito menos cativo de sua cena fantasmática.<hr/>Clinical work with perverse patients presents numerous difficulties to psychoanalysis, be that due to the characteristics typical of the perverse structure, which is founded on the mechanism of disavowal, or be that due to the inefficiency of neutrality and free association in this kind of practice. A study of existent literature on the subject and a thorough examination of their own clinical findings led the authors to propose a different form of strategy for dealing with transference that would make clinical work with these patients plausible and indicate options for the paralyzing position which is imposed on the analyst by the perverse patient in order to derange the analytic process. By proposing an alternative for the "semblance subject-supposed knowledge", the authors defend the idea that clinical work with perverse patients is possible, resulting in a subject less captive of the phantasmagoric scene. <![CDATA[<b>Contratransferência, perversão e o analista in-paciente</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952004000100004&lng=en&nrm=iso&tlng=en A partir do conceito de contratransferência, investiga-se a hipótese de que atuações perversas dirigidas ao inconsciente do analisando possam partir de analistas estruturalmente neuróticos ou perversos. Para elas se propõe o termo acting-in.<hr/>From the concept of countertransference, a hypothesis is investigated: that perverse acting outs directed towards the patient's unconscious may come from analysts, both structuraly neurotic or perverse. The term "acting in" is proposed for them. <![CDATA[<b>Perversão - estrutura ou montagem?</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952004000100005&lng=en&nrm=iso&tlng=en Perseguiu-se o objetivo de compreender a perversão, ampliando seus efeitos na clínica, delimitando alguns conceitos. Privilegiou-se um eixo didático a fim de organizar as múltiplas faces levantadas: estrutura ou montagem?<hr/>The objective pursed was to understand Perversion, enlarging its effects in the clinic, delimiting some concepts. It has privileged a didactic axis in order to establish the multiple faces studied: structure or organization? <![CDATA[<b>Perversão - pulsão, objeto e gozo</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952004000100006&lng=en&nrm=iso&tlng=en A maneira como a pulsão é vivida singularmente pelo sujeito aponta as diferentes estruturas clínicas: neurose, psicose e perversão. O perverso, em seu agir, é comandado pelo imperativo categórico do gozo: vive para o gozo, para apoderar-se dele, organizá-lo e prorrogá-lo. O desejo, na perversão, não surge como uma pergunta pelo desejo do Outro, como na neurose. Ele se faz presente como uma resposta dura e inflexível, sob a forma de vontade de gozo. E a questão do real de gozo em análise? Como o analista escutaria o perverso?<hr/>The way the pulsion (Triebe) is lived in a singular manner identifies the different clinical structures: neurosis, psychosis and perversion. The perverse in his act is determined by the imperative categorical "jouissance": lives for the "jouissance", to take its possession to organize it and to prolong it (to extend it). The desire, in the perversion, doesn't emerge as question about the desire of the Other as in the neurosis. It makes its presence as a hard and inflexible response under the form of will of "jouissance". What about the real of "jouissance" in psychoanalysis? How would the analyst listen to the perverse? <![CDATA[<b>Uma possível articulação entre neurose traumática e atuações pedofílicas</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952004000100007&lng=en&nrm=iso&tlng=en A maneira como a pulsão é vivida singularmente pelo sujeito aponta as diferentes estruturas clínicas: neurose, psicose e perversão. O perverso, em seu agir, é comandado pelo imperativo categórico do gozo: vive para o gozo, para apoderar-se dele, organizá-lo e prorrogá-lo. O desejo, na perversão, não surge como uma pergunta pelo desejo do Outro, como na neurose. Ele se faz presente como uma resposta dura e inflexível, sob a forma de vontade de gozo. E a questão do real de gozo em análise? Como o analista escutaria o perverso?<hr/>The way the pulsion (Triebe) is lived in a singular manner identifies the different clinical structures: neurosis, psychosis and perversion. The perverse in his act is determined by the imperative categorical "jouissance": lives for the "jouissance", to take its possession to organize it and to prolong it (to extend it). The desire, in the perversion, doesn't emerge as question about the desire of the Other as in the neurosis. It makes its presence as a hard and inflexible response under the form of will of "jouissance". What about the real of "jouissance" in psychoanalysis? How would the analyst listen to the perverse? <![CDATA[<b>Trauma, perversão e laço conjugal</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952004000100008&lng=en&nrm=iso&tlng=en Questiona-se a incidência dos fenômenos ditos perversos na clínica das relações amorosas. Tentou-se diferenciar quando esses fenômenos se dão a partir de uma organização perversa ou quando são apenas uma forma de jogo erótico entre o casal. Discute-se, também, uma certa "verdade" em psicanálise segundo a qual o perverso não faz análise: ora, é o perverso que não é analisável ou é o analista que não suporta escutar o perverso? Pode o referencial teórico do analista não lhe dar subsídios teóricos para sustentar essa escuta? Formula-se a hipótese de que a perversão é uma tentativa, sempre frustrada e por isto indefinidamente repetida, de elaboração de um trauma em que o perverso, identificado com o agente traumático, toca em um ponto igualmente traumático de seu parceiro, transformando-o em objeto de gozo.<hr/>It questions the incidence of the phenomenon called perverse in the clinic of relationships. It intends to distinguish when these phenomenons occur from a perverse organization or when they are only a kind of erotic game between the couple. It is argued, also, a certain "truth" in psychoanalysis according to which the perverse can not be analyzed: is the perverse that can not be analyzed or is the analyst who does not bear listening to him? Are the theoretical references of the analyst enough to support and maintain this listening? The text builds the hypothesis the perversion would be an attempt, always frustrated and thus indefinitely repeated, of trauma's elaboration in which the perverse, identified with the traumatic agent, touches in a point equally traumatic of his partner, turning the partner in an object of enjoyment. <![CDATA[<b>A perversão sob a ótica da Medicina Legal</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952004000100009&lng=en&nrm=iso&tlng=en Caracteriza-se a abordagem da Medicina Legal sobre a perversão e o seu embate com a psicanálise, descrevendo questões envolvidas neste conflito. Fez-se uma pesquisa bibliográfica no banco de dados da MEDLINE usando o termo perversão combinado com os seguintes termos: psiquiatria forense, psicanálise, parafilias e transtornos sexuais, sem limite de datas. Independentemente da linha de investigação, boa parte dos estudos mostra que a visão da Medicina Legal sobre a perversão é circunscrita estritamente à esfera sexual. É o resultado de um processo histórico polêmico e cheio de moralismo acerca da sexualidade. A psicanálise vem questionar essa visão reducionista, mostrando-se um instrumento de especial importância na caracterização da perversão enquanto uma conjuntura estrutural do ser humano. Apesar da ampliação da abrangência conceitual do termo perversão ao longo da história, para a Medicina Legal a perversão adquire o caráter puramente sexual, caracterizando a chamada perversão sexual sob o ponto de vista jurídico. Tal posição insiste em deixar de fora do debate a psicanálise e as verdadeiras questões éticas envolvidas.<hr/>Perversion from the medical-legal perspective The present paper looks to characterize the approach of Medical Law to perversion and its clashes with psychoanalysis, describing the important issues involved in this conflict. A bibliographic search was carried out in the database of MEDLINE employing the term perversion combined with the follo-wing: forensic psychiatry, psychoanalysis, paraphilias and sexual disturbances; no date limit was used. Independent of the line of investigation, a significant number of studies show that the Medical-Legal view of perversion is restricted to the area of sex. This is the result of a controversial historical process replete with moralism with respect to sexuality. Psychoanalysis questions this reductionist view, offering itself as instrument of especial importance in the characterization of perversion as a complex of structures in human beings. In spite of enlarging the conceptual reach of the term perversion throughout history, to Medical Law perversion has a purely sexual nature, characterizing the so-called perversion as sexual, from the legal point of view. Such a position insists in leaving psychoanalysis and the true ethical questions involved out of the debate. <![CDATA[<b>"Père-version" </b> <b>Perversão, perversões… "Père-version", pères-versions... </b><b>Versões do pai</b><b><a href="#2">1</a></b><a name=1></a>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952004000100010&lng=en&nrm=iso&tlng=en "Père-version" fala das diferentes versões do Pai, apontando para o lugar da estrutura. A perversão é uma das versões do Pai, tanto quanto a neurose e a psicose. São diferentes respostas da relação inconsciente do sujeito ao Pai, este representante mestre da ordem simbólica, S1, o Um, cujo desejo tem valor de Lei. A resposta estruturada como uma neurose tem como característica principal colocar questões referentes ao desejo do Outro - aos efeitos da castração e da dívida simbólica. No caso da perversão, as questões estão relacionadas ao falo e ao gozo. No caso da psicose, as questões estão relacionadas, principalmente, ao corpo e ao narcisismo primário.<hr/>"Père-version" states the different versions of the father, pointing to the place of the structure. Perversion is one of the versions of the father, as much as neurosis and psychosis are. They are different responses of the unconscious relation of the subject to the Father. The Father is the master representative of the symbolic order, S1 the One, whose desire has value of law. The response structured as a neurosis, has as a main characteristic to put questions regarding the desire of the Other, and also the effects of castration and of the symbolic debt. In the case of perversion, the questions regard the phallus and jouissance. In the case of psychosis the questions regard, mainly, the body and the primary narcissism. <![CDATA[<b>Lucas. </b><b>O dar-se a ver e a constituição do sujeito</b>: <strong>Primeira parte</strong>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952004000100011&lng=en&nrm=iso&tlng=en Uma criança diante do analista apresenta o fundamento estrutural da divisão do sujeito, pelo fato da linguagem e pelo fato da pulsão sexual. A verdadeira natureza do sujeito do inconsciente é a divisão entre o que ele sabe de si e o que ele é. O que o analista faz com isto? Até onde ele pode ir, tendo diante de si um ser que se "dá a ver", sem mesmo perceber, "vendo-se"? Até onde o analista pode ver? Todo este percurso vai no sentido de estudarmos como se constitui um sujeito perverso, segundo a definição de perversão como renegação.<hr/>A child in front of the analyst presents the division of the subject's (individual) structural foundation through the fact of language and sexual drive. The true nature of the unconscious self (sujet du inconscient) is the division between his self-knowledge and what he actually is. What does the analyst do with this? How far can the analyst go having in front of him a sight-giving being, without even noticing, "self- seeing"? How far can see the analyst? All this parcours goes in the sense of allowing us to study how is constituted a perverse human being, according to the definition of perversion as re-denial. <![CDATA[<strong>Lucas. </strong><strong>O dar-se a ver e a constituição do sujeito</strong>: <strong>Segunda parte</strong>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952004000100012&lng=en&nrm=iso&tlng=en Partindo de um fragmento de sessão da análise de uma criança levanta-se as seguintes questões: constituição do sujeito, estrutura, alienação-separação, função do analista, intervenção do analista na análise de criança. O caso clínico foi apresentado no Grupo de Estudos "Psicanálise com Crianças e Adolescentes" por Selma Gonçalves Mendes, e as reflexões do grupo resultaram neste texto, em que a autora traz a seguinte questão: "O que uma criança encontra, quando encontra um analista?".<hr/>Starting from a fragment of a session of a child analysis to raise the following questions: subject constitution, structure, alienation-separation, analyst function and analyst intervention in child analysis.The clinic case was presented by Selma Gonçalves Mendes in the Study Group "Children and teenagers psychoanalysis" and the reflexions of the group resulted in the present text where the author brings the following question: what does a child find when it finds an analyst? <![CDATA[<b>Perversão e infância e adolescência</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952004000100013&lng=en&nrm=iso&tlng=en Através de percurso em Freud e Lacan o grupo interroga a perversão na infância, passando pelo polimorfirmo perverso na sexualidade infantil, acirrada com a visão da diferença anatômica entre os sexos, que faz a criança criar teorias sexuais e fantasias. A mãe fálica e o fetiche são soluções imaginárias concernentes aos complexos de Édipo e de castração. A perversão é uma posição particular diante do Édipo, com uma falha na simbolização da lei: o desmentido. A sexualidade precisa de um segundo tempo lógico separado pelo período de latência, para confirmar em ato uma posição de gozo fixada que a adolescência franqueia. Distingue-se o traço perverso e a estrutura perversa levando-se em conta que, no caso da Psicanálise com criança, se deve descolá-la do fantasma familiar e ajudá-la na construção do seu próprio fantasma.<hr/>By going through the works of Freud and Lacan, the authors research perversion in childhood, going through the perverse polymorphism of the infant sexuality, increased with the view of the anatomic difference of the sexes, that leads the child to created sexual theories and fantasies. The phallic mother and the fetish are imaginary solutions with a straight relation of the Oedipal and castration complexes. Perversion is a particular position in face of the Oedipus, with a flaw in the symbolization of the law, the denial. Sexuality needs a second logic time, separated by the latency period, to confirm in act a fixed position of jouissance (enjoyment) that adolescence enhances. The distinction between a perverse trace and a perverse structure is established, taking in account that, in case of child analysis, the analyst is supposed to free the child from the family fantasy and help him/her to build his/her own fantasy. <![CDATA[<b>Condenação, Desmentido, Divisão - o não-querer-saber sobre a perversão</b><b><a href="#2">1</a></b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952004000100014&lng=en&nrm=iso&tlng=en A despeito das novas contribuições sobre a sexualidade e a perversão, trazidas pela teoria freudiana, uma parte representativa dos analistas ainda continua apegada a atitudes de condenação e preconceito no que tange ao campo da perversão. Com isso, contradizem os pressupostos freudianos sobre os quais, eles próprios, afirmam se ancorar. Nem mesmo o "retorno a Freud", proposto por Lacan, foi suficiente para desfazer esse equívoco.<hr/>Despite the new contributions about sexuality and perversion of Freudian theory, a representative portion of psychoanalysts continues attached to attitudes of condemnation and prejudice about the field of perversion. In this way, it contradicts the Freudian statements that it declares anchor. Not even "return to Freud" proposed by Lacan is enough to dissipate this misunderstanding. <![CDATA[<b>E se já for hora do deserto reverdejar?</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952004000100015&lng=en&nrm=iso&tlng=en A despeito das novas contribuições sobre a sexualidade e a perversão, trazidas pela teoria freudiana, uma parte representativa dos analistas ainda continua apegada a atitudes de condenação e preconceito no que tange ao campo da perversão. Com isso, contradizem os pressupostos freudianos sobre os quais, eles próprios, afirmam se ancorar. Nem mesmo o "retorno a Freud", proposto por Lacan, foi suficiente para desfazer esse equívoco.<hr/>Despite the new contributions about sexuality and perversion of Freudian theory, a representative portion of psychoanalysts continues attached to attitudes of condemnation and prejudice about the field of perversion. In this way, it contradicts the Freudian statements that it declares anchor. Not even "return to Freud" proposed by Lacan is enough to dissipate this misunderstanding.