Scielo RSS <![CDATA[Estudos de Psicanálise]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=0100-343720170002&lang=pt vol. num. 48 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372017000200001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>Psicanálise contra o fascismo</b>: <b>Do mito da Torre de Babel à diferença entre Real, Simbólico e Imaginário</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372017000200002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O que é fascismo? Seria apenas um regime político ou igualmente uma forma de pensar (de pesar o mundo), uma posição psíquica? Em que a psicanálise vai contra o fascismo? Como o mito da Torre de Babel nos ajuda a pensar a diferença entre Real, Simbólico e Imaginário e combater todo totalitarismo?<hr/>What is Fascism? Was it just a political regime or a way of thinking (of weighing the world), a psychic position? In what psychoanalysis goes against fascism? How does the myth of the Tower of Babel help us to think the difference between Real, Symbolic and Imaginary and to combat all totalitarianism? <![CDATA[<b>Assim caminhou a humanidade</b>: <b>A cultura da imagem e a subjetividade hoje</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372017000200003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Esse texto traz um resumo da história do CBP, desde sua fundação em 1956, sua renomeação em 1971, sua atuação no cenário psicanalítico até os dias atuais, levantando os temas abordados em Congressos e Jornadas. Em seguida, faço uma apresentação dos temas que serão trabalhados, com maior profundidade, nas mesas temáticas do XXII Congresso do Círculo Brasileiro de Psicanálise, em Salvador, Bahia.<hr/>The text summarizes the history of CBP, since its foundation in 1956, up to its renomination in 1971 and its presence at the psychoanalytic scene till the current days. It also raises the subjects discussed in former Congresses and conferences. Then the author speaks about the themes that will be worked more deeply at the thematic tables of the XXII Congress of Circulo Brasileiro de Psicanálise, in Salvador, Bahia. <![CDATA[<b>Raízes da violência no Brasil</b>: <b>impasses e possibilidades</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372017000200004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Atualmente a violência aparece de várias formas no Brasil. Rapidamente o Brasil passou de um país agrícola para industrializado, o que resultou em amplo êxodo rural e explosão demográfica nas grandes cidades. O Brasil enfrenta hoje uma enorme disparidade social e econômica, acrescida de uma corrupção endêmica do governo, além do nepotismo e falta de planejamento social. As raízes de tal violência podem ser encontradas na herança arcaica, que tem formado a identidade brasileira desde nossos primeiros dias. O interesse dos colonizadores de então era extrair riquezas, sem considerar o estabelecimento da nação. Essa exploração foi sempre feita pela força e pela violência através do trabalho escravo dos índios nativos e dos negros importados da África. Como um estado, o Brasil ficou exposto à lei do pai primevo e à ausência de um pai simbólico, que poderia garantir a seu povo uma identidade mais estável, a qual apenas a lei paterna pode conceder. Será possível reformular a herança arcaica, reconstruindo a imagem do pai que falta, sem recorrer a um falso salvador da pátria? Será possível construir uma sociedade mais igualitária, que possa propiciar condições verdadeiras de cidadania, a fim de tornar cada cidadão, na medida do possível, o protagonista de sua própria história?<hr/>Nowadays, violence appears in various forms in Brazil. From an agricultural country, Brazil became rapidly industrialized, which resulted in large rural exodus and explosion of population density in major cities. Brazil faces today a great social and economic disparity, added to endemic corruption of government, nepotism and lack of social planning. The roots of such violence can be found in our archaic heritage that has been forming Brazilian identity since its early days. The interest of former colonizers was to extract wealth, without regarding the establishment of a nation. This exploitation has been always done by force and violence, with the slave labor of native Indians and imported black people. As a state Brazil was exposed to the primal father’s law, and to the absence of a symbolic father, who could have provided his people with a more stable identity, only given by the paternal law. Is it possible to reframe archaic heritage, rebuilding the missing father image without resorting to a false savior of the fatherland? Is it possible to construct a more equitable society that could propitiate true conditions of citizenship in order to make every citizen, to the extent possible, the protagonist of his own history? <![CDATA[<b>Violência e terror nas redes sociais</b>: <b>considerações sobre cultura, desamparo e narcisismo</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372017000200005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo traz reflexões sobre a violência, o terror e o terrorismo nas redes sociais. Vivemos numa dimensão em que realidade e virtualidade se confundem, dormimos e acordamos plugados numa atmosfera de contato imediato. O fascínio pelo encontro a qualquer minuto nos coloca frente à onipotência de pensamento, como Freud (1905) já anunciava. É certo que a sociedade virtual reflete o que a sociedade real representa. Quando o terror e o terrorismo assolam o mundo, vemos o mesmo acontecer nas redes sociais: o real e o virtual se espelham. A história do Eu repete a história da espécie, e todo organismo vivo traz em seu bojo a sua própria destruição. O terrorismo se caracteriza pelo modo de coagir, ameaçar ou influenciar outras pessoas, mais precisamente pela imposição do uso sistemático do terror. O efeito disso é o surgimento de um estado de medo nas pessoas e na população afetada. Muitas vezes, observa-se uma perda parcial do teste de realidade. O encontro com o outro nos remete à diferença, à castração, logo à agressividade, pois não há satisfação substitutiva que repare nosso narcisismo abandonado. Todo contexto social - independentemente do modo de produção - pode criar situações que levam a uma ruptura do laço social produzindo violência. Seja no mundo real, seja no mundo virtual, não escapamos do sofrimento psíquico, que nos confronta com a castração e com o desamparo.<hr/>This article reflects on violence, terror and terrorism in social networks. We live in a dimension in which reality and virtuality are confused, we sleep and wake up plugged in an atmosphere of immediate contact. The fascination with encounter at any minute puts us before the omnipotence of thought, as Freud (1905) already announced. It is certain that the virtual society reflects what the real society represents. When terror and terrorism plague the world, we see the same thing happen in social networks, the real and the virtual mirror. The story of the Self repeats the history of the species, and every living organism brings its own destruction to its bosom. Terrorism is characterized by the way it coerces, threatens or influences other people, more precisely by imposing the systematic use of terror. The effect of this is the emergence of a state of fear in the affected people and population. Often, a partial loss of reality test is observed. The encounter with the other reminds us of the difference between castration and aggressiveness, since there is no substitutive satisfaction that repairs our abandoned narcissism. Any social context - independent of the mode of production - can create situations that lead to a rupture of the social bond producing violence. Whether in the real or virtual world, we do not escape the psychic suffering that confronts us with castration and helplessness. <![CDATA[<b>Jovens em tempos de cólera</b>: <b>descaminhos do afeto</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372017000200006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A partir de situações clínicas em psicanálise e acontecimentos noticiados na mídia, a autora propõe uma reflexão sobre a atualidade, na qual tem sido constante a violência entre os jovens no espaço por onde transitam em seu cotidiano.<hr/>From psychoanalytical clinical situation and media reported events, the author suggests reflections about the present, when violence amongst youngsters has been ceaselessly, and occurs at places of daily transit. <![CDATA[<b>Esconderijos e medos</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372017000200007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este estudo aborda temas relacionados com a angústia de separação - a intrusão, o negativo e a pulsão de morte na presença do medo. O medo provoca engano e mentira, leva a esconderijos psíquicos nos quais predominam a compulsão à repetição e a transgressão. O medo obstaculiza o vínculo com o outro, com a vida e interroga o setting analítico.<hr/>This study deals with themes related to separation anxiety - intrusion, the negative, and death instinct in the presence of fear. Fear causes deceit and lies, leads to psychological hiding places in which compulsion to repetition and transgression prevail. Fear hinders a bond with the other, with life, and questions the analytical setting. <![CDATA[<b>Liberdade absoluta e individualismo na loucura moderna</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372017000200008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este trabalho tem como propósito apresentar a relação entre os processos sócio-históricos e a fórmula geral da loucura desenvolvida por Lacan. Essa articulação será indagada a partir da noção de liberdade, utilizando principalmente a filosofia hegeliana e as contribuições de Charles Taylor.<hr/>The purpose of this paper is to present the relation between the socio-historical processes and the general formula of the madness developed by Lacan. This articulation will be asked from the notion of freedom, using mainly the Hegelian philosophy and the contributions of Charles Taylor. <![CDATA[<b>Sobre o futuro da psicanálise no mundo das coisas</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372017000200009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este trabalho discute sobre o futuro da psicanálise. Enfatiza a imprevisibilidade e o caráter histórico de nossas ações. No mundo narcísico atual, o ser humano é comumente tratado como uma coisa. A sobrevivência do sujeito, numa perspectiva psicanalítica, fica ameaçada. Cabe ao psicanalista construir o que fará no futuro.<hr/>This paper discusses the future of psychoanalysis. It emphasizes the unpredictability and the historical character of our actions. The human being is usually treated as a thing in the current narcissistic world. In a psychoanalytic perspective, the survival of the subject is threatened. It is up to the psychoanalyst to build what he will do in the future. <![CDATA[<b>O que a psicanálise tem a dizer sobre política?</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372017000200010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A autora argumenta que a experiência psicanalítica determina um campo que influi nos outros campos da cultura e com eles se articula. O discurso da psicanálise é uma das quatro modalidades dos discursos radicais propostos por Lacan para matematizar a experiência psicanalítica, determinando seu próprio campo. O campo da política, assim como o da arte e outros, não está excluído de uma leitura e uma interferência fundada no saber da psicanálise desde sua origem, no texto freudiano, essencialmente político.<hr/>The author argues that psychoanalytic experience determines a field that influences and articulates with other fields of culture. The psychoanalytic discourse is one of the four modalities of the radical discourses proposed by Lacan to mathematize the psychoanalytic experience, determining its own field. The field of politics, like that of art and others, is not excluded from a reading and an interference, based on the knowledge of psychoanalysis since its origin, in the essentially political Freudian text. <![CDATA[<b>A psicanálise e o mal-estar na contemporaneidade</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372017000200011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O trabalho se propõe a discutir como a psicanálise conceitua desde Freud o mal-estar na civilização, analisar o mal-estar contemporâneo com a ferramenta dos discursos em Lacan e refletir sobre o que esperar da psicanálise diante do mal-estar na contemporaneidade. Considera-se que ao psicanalista cabe acolher o mal-estar, mas ele não pode sonhar em suprimi-lo. A psicanálise vai em busca do resgate do sujeito, do que o causa e o constitui. Conclui-se que, numa cultura capitalista, encontra-se em contrapartida a proposta psicanalítica, que continua apostando na recuperação do laço do ser falante com a palavra em sua dimensão discursiva. Nesse sentido, é preciso que cada um invente a sua arte de viver.<hr/>The paper proposes to discuss how psychoanalysis conceptualizes since Freud the malaise in civilization; to analyze contemporary malaise with the tool of discourses in Lacan and to reflect on what to expect from psychoanalysis in the face of discontent in contemporary times. It is considered that the psychoanalyst should accept the malaise, but he can not dream of suppressing it. Psychoanalysis goes in search of the subject's rescue, of what causes and constitutes it. It is concluded that in a capitalist culture, the psychoanalytic proposal is in counterpart, which continues to bet on the recovery of the bond of the speaking being with the word in its discursive dimension. In this sense, each one must invent his art of living. <![CDATA[<b>Transexualidades</b>: <b>desafio à psicanálise do século XXI</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372017000200012&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt As transexualidades como desafio à psicanálise do século XXI. Conceituação e diferenças entre: identidade de gênero, expressão de gênero, escolha objetal e investimento genital. A patologização das transexualidades a partir da maioria das explicações que utilizam as noções de estrutura: neurótica, psicótica ou perversa. Uma compreensão não patologizante a partir da denegação. Construção do núcleo de identidade de gênero a partir: da feminilidade primária, da identificação feminina primária, do complexo edípico e do investimento genital. Construção do corpo pela linguagem. A pulsão invocante enquanto libidinizadora do corpo do bebê. Um exemplo através da voz e do olhar da mãe juntos com o brincar com as mãos e os pés do bebê.<hr/>Transexualities as a challenge to twenty-century psychoanalysis. Conceptualization differences between gender identity, gender expression, object choice and genital investment. Transexualities pathologization throught most explanations using structural concepts of neurosis, psychosis or pervertion. A non pathologizing understanding through denegation. Construction of core gender indentity from: primary feminility, primary femine identification, edipian complex and genital investiment. Body’s construction through language. Invocatory drive libidinizing the baby’s body. An example through the mother’s voice and gaze combined play with the child’s hands and feet. <![CDATA[<b>Se fazer homem e se fazer mulher</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372017000200013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Para tratar de sexualidade, gênero e identidade, o autor considera o que se desenvolve na prática de uma análise em intensão e seu efeito na cena social. A revolução que Freud produziu não foi revelar um pansexualismo no humano, como muitas vezes se fala. Assim como Lacan, ele mostrou que, diferentemente do que acontece aos animais, a sexualidade que contempla o ‘ser-de-linguagem-e-de-sexo’ é precoce e não guarda nenhuma harmonia entre o homem e a mulher, determinando que não se nasce Homem ou Mulher. A partir dos anos 1970, Lacan propõe desenvolvimentos que aborda a partir de questões que serão respondidas ao longo do texto, tais como: Como se constitui a condição sexuada do ‘ser-de-linguagem-e-de-sexo’? Como esse ‘ser-de-linguagem-e-de sexo’ pode se fazer Homem ou se fazer Mulher? Do que se goza, nesses desencontros sexuais?<hr/>To deal with Sexuality, gender and identity, the author considers what happens in the practice of an Analysis in Intent and its effect on the social scene. The revolution that Freud produced was not to reveal a pansexualism in the human, as is often said. Like Lacan, he showed that, unlike what happens to animals, the sexuality that contemplates the being-of-language-and-of-sex is precocious and does not keep any harmony between Man and Woman determining that one is not born Man or Woman. From the seventies, Lacan proposes developments that the author approaches from questions that will be answered throughout the text, such as: How does the sex-condition of being-of-language-and-of-sex constitute? How can this being-of-language-and-of-sex become a Man or become a Woman? What do someone enjoy in these sexual mismatches? <![CDATA[<b>Psicanálise, sexo e gênero</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372017000200014&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Segundo um autor, para se retomar, na atualidade, a dimensão da ruptura freudiana é necessário fazer um retorno a Freud em Freud. Isto é, uma releitura do texto freudiano para evitar atribuir a Freud coisas que ele não disse. A partir daí, e apoiado sobretudo nas teorias de gênero e a teoria Queer, procurar compreender as novas possibilidades de subjetivação e de construções identitárias, quando as referências do feminino passaram a ser apresentadas a partir de outros parâmetros. Avaliar também as mudanças nas formas discursivas do masculino e do feminino que nos obrigam a reavaliar certos pressupostos psicanalíticos tais como as construções identitárias, o binômio fálico-castrado a chamada “escolha sexual”, abrindo novas possibilidades de diversidades e de singularidades.<hr/>According to one author, in order to go back to the dimension of the Freudian rupture it is necessary to make a return to Freud in Freud. That is, a re-reading of Freudian text to avoid attributing to Freud things that he did not say. From then on and based mainly on theories of gender and the Queer Theory, we try to understand the new possibilities of subjectivation, and constructions of identity, when the references of the feminine began to be presented from other parameters. We also evaluate the changes in the masculine and feminine discursive forms that force us to reevaluating certain psychoanalytic assumptions such as identity constructions, the phallic-castrated binomial called “sexual choice,” opening up new possibilities for diversity and singularities. <![CDATA[<b>Considerações iniciais sobre a melancolia</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372017000200015&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O interesse em estudar a melancolia se justifica pela crença de que ela carrega um enigma, que nos coloca diante de sujeitos que parecem trazer as chaves para os mistérios da existência. Esse enigma se estende, não se restringe aos impasses clínicos, às dúvidas quanto a estrutura psíquica por detrás de um discurso, às perguntas quanto ao que fazer quando as queixas são escassas, e uma história de dor e de perda é contada num tom de indiferença. Enigma compartilhado entre os campos das artes, cultura, filosofia, ciência e psicanálise. Há uma relação entre os modos de saber desenvolvidos pela ciência moderna e o aparecimento de subjetividades marcadas por fortes traços depressivos? O que a psicanálise tem a dizer nesse início de pesquisa a respeito do que hoje nomeamos depressão? Esses são os pontos de partida deste trabalho.<hr/>The interest in studying melancholy is justified by the belief that it carries an enigma, which puts us in front of subjects who seem to bring the keys to the mysteries of existence. The enigma that extends, not limited to clinical impasses, doubts about the psychic structure behind a speech, questions about what to do when complaints are scarce and a history of pain and loss is told in a tone of indifference. Enigma shared between the fields of arts, culture, philosophy, science and psychoanalysis. Is there a relation between the modes of knowledge developed by modern science and the appearance of subjectivities marked by strong depressive features? What does Psychoanalysis have to say in this early research about what we current call depression? These are the starting points for this work. <![CDATA[<b>Psicopatia, violência e crueldade</b>: <b>agressores sexuais sádicos e sistemáticos</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372017000200016&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Entender o desejo expresso no comportamento dos agressores sexuais sádicos sistemáticos ou hiperviolentos não é tarefa fácil, especialmente quando adentramos na seara dos homicídios, em que a violência e a crueldade se fazem ver tão cruamente entrelaçadas em sua relação com a sexualidade e a morte. A experiência psicanalítica é convocada a se ocupar do que fundamenta ou origina o sofrimento e a dinâmica das ações humanas, a qual é sempre de cunho abstrato e subjetivo. Nessa vertente do pensamento e para além da ânsia de encontrar respostas aos interrogantes da vida, mergulhamos no mundo dos psicopatas criminosos sexuais com a intenção de compreender: por que não lograram êxito na missão de cumprir sua inserção no processo civilizatório? Por que existem falhas na montagem do supereu, na construção de sua personalidade, na composição de sua psicossexualidade? Por que se aprisionam num universo de violência e crueldade em relação a suas fantasias sexuais, em que a hostilidade e o sadismo fiam e tecem as linhas de um gozo mórbido? Psicopatas, homicidas sexuais: crime, violência e crueldade. Adentremos!<hr/>Understanding the desire expressed in the behavior of systematic or hyperviolent sadistic sexual aggressors is not an easy task, especially as we enter the area of homicides, where violence and cruelty become intertwined in their relationship to sexuality and death. The psychoanalytic experienceis called upon to deal with what underlies or gives rise to the suffering and the dynamics of human actions, which is always abstract and subjective. In this line of thought, and in addition to the eagerness to find answers to the questions of life, we immerse ourselves in the world of sex criminal psychopaths with the intention of understanding: why they did not succeed in their mission to fulfill their insertion in the civilizing process? Why are there failures in the assembly of the superego, in the construction of its personality, in the composition of its psychosexuality? Why are you imprisoned in a universe of violence and cruelty in relation to your sexual fantasies, where hostility and sadism spin and weave the lines of a morbid enjoyment? Psychopaths, sexual homicides: crime, violence and cruelty. Let’s look closer! <![CDATA[<b>O totem da deusa razão e o tabu do imperativo categórico</b>: <b>reflexões sobre ética e psicanálise na modernidade e na pós-modernidade</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372017000200017&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Através de uma interpretação possível do mito presente em Totem e tabu, de Freud ([1913] 2006) sobre a origem da lei, buscamos um olhar psicanalítico; assim, afastamo-nos de uma discussão étnico-historiográfica. De tal perspectiva, propomos uma construção que busca relacionar as características do totemismo antigo àquelas do mito da deusa razão dos iluministas. Da mesma forma, seguindo as trilhas de Freud, tecemos uma analogia entre o tabu a partir do totemismo, bem como o imperativo categórico kantiano a partir da ideia de razão iluminista. Se considerarmos o significante “razão” no contexto de Iluminismo, esse “totem” não existiria mais em nossa temporalidade pós-moderna, logo a lei do “nosso imperativo categórico”, citando o próprio Freud (1913), não possuiria mais sentido na atualidade. Estaríamos numa sociedade sem lei, no sentido psicanalítico? Alguns podem afirmar que sim. Porém, ao considerarmos o pensamento freudiano como maior herdeiro do Romantismo alemão do que do Iluminismo e do Positivismo, entendemos a noção de lei em Freud como um devir histórico-pessoal. Se, e somente se, isso for possível, nosso totem da deusa razão seria também um fluir histórico-pessoal: uma razão interpretativa. Assim, o saber psicanalítico, ou melhor, a vivência ou a experiência da psicanálise poderia se apresentar como um caminho possível para o homem diante do abismo de uma sociedade cujos totens e leis já não permanecem, mas são mutáveis. Isso nos permitiu um diálogo entre ética e psicanálise, tanto por argumentos psicanalíticos como por filosóficos.<hr/>Through a possible interpretation of the present myth in Freud’s Totem and Taboo (1913) about the origin of the law, we aim to find a psychoanalytic overview, thus moving away from an ethnic-historiographic discussion. From that perspective, we propose a construction that intends to relate the ancient totemism characteriscs to those of the myth of the goddess of reason. The same way, we make an analogy between the taboo from the toteism and Kantian categorical imperative - based on the idea of reason of the Enlightenment. If we consider the sign “reason” during the Enlightenment, this “totem” would not exist in our postmodern time anymore. Thus the law of “our categorical imperative” (FREUD, 1913) would not make any sense nowadays. Would we be in a society with no law in psychoanalytical sense? Some would believe so. But we consider that the Freudian thought was more influenced by the german Romantism than by the Enlightement and Positivism, so we understand the notion of law in Freud’s work as a historical and personal becoming. If, and only if, this may be possíble, our totem of the goddess reason would also be a historical and personal flow: an interpretative reason. Therefore, the psychoanalytical knowledge, or rather, the experience of Psychoanalysis could be seen as a possible way of life for the human being, who is befor the abyss in a society in which totems and laws are so mutable. That enabled us to create a dialogue between Ethics and Psychoanalysis, using both psychoanalytical and philosophical arguments. <![CDATA[<b>Lou Andreas-Salomé</b>: <b>o que você tem a nos dizer?</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372017000200018&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt No presente artigo a autora abarca a vida e a produção psicanalítica de Lou Andreas-Salomé. Suas teorias sobre processo analítico, narcisismo, feminino, amor e erotismo, arte, religião e analidade são abordados realizando links com a vida da psicanalista.<hr/>The author describes the life and psychoanalytical production of Lou Andreas-Salomé. Her theories concerning the psychoanalytical process, narcissism, femininity, love and erotism, art, religion and anality. Her ideas are approached through links to her life as a psychoanalyst.