Scielo RSS <![CDATA[Estudos de Psicanálise]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=0100-343720210002&lang=pt vol. num. 56 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372021000200001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>Reflexões pandêmicas sobre a transmissão da psicanálise e os riscos do uso excessivo do <i>on-line</i></b>: <b>uma visão psicanalítica</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372021000200002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O on-line como imperioso devido à pandemia e suas vantagens. Em oposto a suposta facilidade da transmissão on-line da psicanálise, que tende a vendê-la, empobrecê-la sem ser de fato psicanálise. Falta de espaços físicos para convivência social comprometendo o tripé: análise pessoal/supervisão/teoria. A possível falha na formação de vínculos sociais entre: os membros mais recentes e os mais antigos, entre colegas nas aulas de formação, entre supervisores e supervisionados (análise quarta). O excesso da imagem nas redes sociais e teleconferências acentuando a violência. Linguagem e imagem: denotação versus conotação (linguística), representação da coisa versus representação da palavra (Freud), pensamento concreto versus pensamento abstrato (psiquiatria), imaginário versus simbólico (Lacan), imagem muro versus imagem furo (Tania Rivera). Imagem apenas da face e ombros e sua associação com objetos parciais. Fragmentação da imagem do grupo em imagens individuais<hr/>The online as imperative due to the pandemic and its advantages. On the contrary, the supposed facilitation of online transmission makes it be sold impoverished and without actually being psychoanalysis. Lack of physical spaces and social coexistence compromising the tripod: personal analysis/supervision/theory. The possible failure to form social bonds between: the most recent and the oldest members, between colleagues in training classes, between supervisors and supervisees (fourth analysis). The excesses of the image on social networks and teleconferences accentuating violence. Language and image: denotation versus connotation (linguistics), representation of the thing versus representation of the word (Freud), concrete thought versus abstract thought (psychiatry), imaginary versus symbolic (Lacan), wall image versus hole image (Tania Rivera). Image only of the face and shoulders and their association with partial objects. Fragmentation of the group image into individual images. <![CDATA[<b>Sofrimentos psíquicos em tempos de pandemia</b>: <b>da infância à velhice</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372021000200003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este ensaio contempla parte do conteúdo abordado no Ciclo de Estudos Psicanalíticos do Rio Grande do Sul (CPRS), que objetiva proporcionar aos profissionais da saúde e da educação alguns fundamentos acerca dos processos psíquicos da infância à velhice, bem como os estados e sintomas que têm demandado escuta e intervenção em tempos de pandemia. Realizamos uma retomada histórica do autismo na psicanálise, das conflitivas da adolescência, dos sofrimentos da vida adulta e dos processos de envelhecimento<hr/>This essay presents part of the content covered in the Psychoanalytic Studies of Rio Grande do Sul Meetings (freely translated from Ciclo de Estudos Psicanalíticos do Rio Grande do Sul CPRS), which aims to provide health and education professionals with some fundamentals about the psychic processes from childhood to old age, as well as states and symptoms that have demanded listening and intervention in times of a pandemic. We revisit the historical approaches to autism in Psychoanalysis, the conflicts of adolescence, the sufferings of adult life, and the aging processes <![CDATA[<b>Clínica psicanalítica <i>on-line</i></b>: <b>articulações com a ficção</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372021000200004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A história contada no seriado O gambito da rainha, imersa no desamparo, no luto e na dor psíquica é o tema deste texto que aponta para algumas reflexões baseadas na literatura psicanalítica de Freud, Green, Ogden, Bowlby, Klein e Winnicott. O trabalho se propõe a abordar questões sobre morte, adoção, narcisismo e superação das dificuldades vivenciadas pela protagonista do seriado para uma reflexão e associação com os momentos da realidade atual, vivenciados pela condição humana, especialmente nestes tempos de pandemia<hr/>The story told in the TV series "The Queen's Gambit", immersed in helplessness, mourning and psychic pain is the theme of this text, which points to some reflections based on the psychoanalytic literature of Freud, Green, Ogden, Bowlby, Klein and Winnicott. The work proposes to address issues about death, adoption, narcissism and overcoming difficulties experienced by the protagonist of the TV series, to reflect on and associate them with moments of current reality, experienced by the human condition, especially in these pandemic times <![CDATA[<b>O medo sem face na pandemia da covid-19</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372021000200005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O medo é uma emoção não patológica, universal, própria dos seres mais elevados da escala animal. Tem sua origem na angústia e no desamparo. É caracterizado, diferentemente da angústia, como tendo um objeto identificável. Na pandemia da covid-19, seu causador, o coronavírus, não é facilmente verificável, o que tornou o medo muito mais próximo da angústia. Todos os outros seres humanos são vistos como possíveis portadores do mal, o que nos faz vulneráveis ao contato humano, em todas as situações<hr/>Fear is a non-pathological, universal emotion, typical of the highest beings of the animal scale. It has its origin in anguish and helplessness. It is characterized, unlike anxiety, as having an identifiable object. In the covid 19 pandemic, its cause, the corona virus, is not easily verifiable, which made fear much closer to anguish. All other human beings are seen as possible carriers of illness, which makes us vulnerable to human contact in all situations <![CDATA[<b>Uma vida paralela na UTI</b>: <b>a escuta psicanalítica do paciente pós-covid 19</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372021000200006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Trazemos fragmentos clínicos autorizados de um paciente em pós-covid, que relatou sua experiência nomeada por ele de "vida paralela" durante o tempo em que ficou entubado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes com covid-19, o chamado "covidário". Os relatos seriam delírios, fantasias, devaneios? Como sobreviver a 3 meses de hospitalização: 45 dias de UTI e quase 30 dias entubado? Ainda com poucas respostas e muitas perguntas, contamos com as contribuições da psicanálise na escuta clínica para reconstruir a história particular de cada um diante dos destroços deixados até agora pela pandemia e seus efeitos psíquicos. Na e pela transferência, foi possível sair do estado de angústia e desamparo, e atribuir um sentido ao que foi vivido e revivido na UTI<hr/>We are here surviving with many scratches, reverberating the horror still in the memory of the skin. The covid-19 pandemic has summoned us and still summons us to each wave of variants of the coronavirus, to the variations of feelings that throw us into helplessness, anguish and fear. We all seem to be identified with this sequence of anguished expectations in the face of the traumatic reality we are going through. Still with few answers and many questions, we continue and count on the contributions of psychoanalysis in its clinical listening to reconstruct the particular history of each one in the face of the wreckage left so far by the pandemic and its psychic effects. And how to survive 3 months of hospitalization, with 45 days in the ICU and almost 30 days intubated? We will bring authorized clinical fragments of a post-covid patient who reported his experience that he called "parallel life" during the time he was intubated in the Intensive Care Unit (ICU) for patients with Covid 19, the so-called "covidário". Were the reports delusions, fantasies, daydreams? In and through the transference, it was possible to leave the state of anguish and helplessness and assign meaning to what was experienced and relived in the ICU <![CDATA[<b>Breve revisão das "Recomendações aos médicos que exercem a psicanálise" (Freud, 1912) em tempos pandêmicos</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372021000200007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Surpreendidos pela chegada da pandemia de covid-19 em março de 2020 e com a súbita necessidade da adaptação da técnica psicanalítica para atendimento on-line, nos vimos diante do fenômeno com a tarefa de revisar as recomendações para dar conta do trabalho nesta forma contemporânea e de urgência. Revisar o papel do analista como opaco, refletindo como espelho o sofrimento dos pacientes, sua atenção flutuante e o estabelecimento do setting possível se colocou desafiador mais intensamente. Como recriar o método psicanalítico? O presente trabalho busca pensar tais questões com o intuito de levantar aprendizagens da experiência em tempos de turbulência em toda a técnica até então estabelecida<hr/>Surprised with oncoming of the covid-19 Pandemic in March 2020 and sudden required to adapt the Psychoanalytic technique for online service, we have found ourselves faced with the phenomenon with task to revise the recommendations to handle the work in this contemporary way and of urgency. Reviewing the analyst's role as opaque, reflecting as a mirror patients' suffering, and their oscillating attention and the establishment of the possible setting, became more intensely challenging. How to recreate the Psychoanalytic method? The present work is looking for such questions in order to raise experiences learning in terms of uncertainty in whole technique established so far. <![CDATA[<b>Reflexões sobre o lugar da supervisão na psicanálise</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372021000200008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Neste texto, reflito sobre a função da supervisão na clínica psicanalítica, considerada um dos pilares da formação e transmissão da psicanálise, que envolve estudo teórico, análise pessoal e prática supervisionada, assim estabelecido desde a primeira geração de psicanalistas. Fundamento minhas reflexões na concepção da supervisão como um lugar do terceiro, o analista-supervisor, que intervém nos impasses oriundos da clínica do analista supervisionado. Assim, a busca pela interlocução do tratamento clínico na prática supervisionada deve proporcionar ao analista do tratamento subsídios para melhor analisar suas identificações transferenciais e contratransferenciais, a fim de refinar sua escuta do caso. Por isso, a posição do supervisor não deve ser a de um controlador superegoico, mas receptivo às demandas do analista-supervisionado<hr/>In this text, I reflect on the role of supervision in the psychoanalytic clinic, considered as one of the pillars of the formation and transmission of psychoanalysis, which involves theoretical study, personal analysis and supervised practice, thus established since the first generation of psychoanalysts. I base my reflections on the conception of supervision as a place for the third party, the analyst-supervisor, who intervenes in the impasses arising from the supervised analyst's clinic. Thus, the search for the interlocution of clinical treatment in supervised practice should provide the treatment analyst with subsidies to better analyze their transferential and counter transferential identifications, in order to refine their listening to the case. Therefore, the supervisor's position should not be that of a superegoic controller, but rather one of receptivity to the supervised-analyst's demands <![CDATA[<b>Sobre a vida e a morte m tempos de pandemia</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372021000200009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente trabalho tem por objetivo discutir questões do humano desde o surgimento da pandemia de coronavírus, fazer algumas relações com outras pestes que assolaram a humanidade e encontrar questões que perpassam algumas delas. São discutidos os comportamentos, as condutas e alguns pensamentos que motivam, movem e conduzem a pessoa e os que a cercam, bem como a necessária convivência com o outro, o isolamento que se opõe à excessiva exposição virtual. A um tempo, o medo da morte e o seu desejo. Os impulsos que levam o sujeito a se preservar, a expor a si mesmo e aos outros. A sensação de finitude, o respirar mortífero e a experiência fálica de tomar a vacina, de incorporar a proteção contra o vírus por meio de um vírus inativado. Injetar a morte (vírus morto) para ganhar a vida<hr/>This paper aims to discuss human issues since the emergence of the coronavirus pandemic, make some connections with other pandemics that have plagued humanity, and find issues that permeate some of them. We will discuss the behaviors, conducts, and some thoughts that motivate, move, and lead the person and those around him/her, the necessary coexistence with the other, the isolation that opposes the enormous virtual exposure. At the same time, the fear of death and the desire for it. The impulses that lead the subject to preserve himself, to expose himself and others. The feeling of finitude, the deadly breath, and the phallic experience of taking the vaccine, of incorporating protection against the virus by means of an inactivated virus. Injecting death (the dead virus) to gain life <![CDATA[<b>A máscara como indumentária e metáfora de um tempo</b>: <b>novos possíveis e impossíveis</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372021000200010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente ensaio se propõe a pensar sobre o analista, a clínica e a instituição psicanalítica, configurados a partir da realidade imposta pelo contexto da pandemia SARS-CoV-2, em que a sociedade buscou e implementou estratégias e alternativas de solução frente ao imenso desafio que se estabeleceu. O ser humano se afirma e se subjetiva diante de obstáculos que são parte da existência. Em um contexto em que a máscara, além de profunda metáfora, tornou-se indumentária necessária e vital, impõe-se o pensar sobre o ser analista, o fazer clínico e o sentido da instituição psicanalítica. Em um cenário de pandemia, não se pode deixar cair a máscara, ainda que, analiticamente, seja saudável que ela possa cair. Freud e autores contemporâneos dão-nos suporte teórico<hr/>The present essay proposes a reflection about the analyst, the clinic, and the psychoanalytic institution, configured from the reality imposed by the context of the SARS-CoV-2 pandemic, in which society sought and implemented strategies and alternative solutions in the face of the immense challenge that emerged. The human being asserts and subjectifies themselves in the face of obstacles that are part of existence. In addition to being a profound metaphor, the mask has become a vital piece of clothing, which leads to the imperative of thinking about being an analyst, the clinical practice, and the meaning of the psychoanalytic institution. In a pandemic scenario, you can't drop the mask, even though, analytically, the possibility of it falling off is healthy. Freud and contemporary authors give us theoretical support <![CDATA[<b>Ecos da pandemia</b>: <b>o que se faz trauma e o que se faz com ele?</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372021000200011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo se propõe a elucidar o que faz com que um acontecimento se constitua um trauma psíquico para uma pessoa e outro acontecimento não, e o que determina sua superação. Trouxemos, da vida de Freud, momentos traumáticos e vimos nele posições psíquicas diferentes em cada experiência. Em sua teoria, assim como nos ensinamentos de Lacan, buscamos alicerces que nos conduziram a compreender o trauma como uma atualização das primeiras marcas psíquicas no acontecimento atual. O traumático da sexualidade e da linguagem, na singularidade do ser humano, nos levou a considerar o desempenho das pulsões sexual e de morte, em que o sujeito poderá sofrer a estagnação do desamparo primordial, a morte, ou um empuxo à palavra, à vida. E ao final, o espaço analítico, presencial ou virtual, sustentado pela transferência, vem propiciar ao sujeito em sofrimento a nomeação da sua dor, do seu trauma, podendo, quem sabe, superá-lo<hr/>This article aims to elucidate what causes an event to constitute a psychic trauma for one person and not for others, and what determines its overcoming. We considered traumatic moments experienced by Freud and we witnessed different psychic positions in every experience. In his theory, as in Lacan's teachings, wehave sought for theoretical foundations that have led us to understand trauma as an update of first-time psychic marks that are re-signified in the current event. The traumaticityof sexuality and language, in the singularity of the human being, have led us to consider the performance of the sexual and death drive, in which the subject may suffer the stagnation of primordial helplessness, death, or a thrust to the word, to life. And in the end, the analytical space, be it face-to-face or virtual, supported by transference, provides the subject in suffering with recognition and a name for his pain, his trauma, and who knows, the possibilityto overcome it <![CDATA[<b>Harmonização orofacial e covid-19</b>: <b>a experiência estética e o desamparo psíquico na interlocução entre odontologia e psicanálise</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372021000200012&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente trabalho tem por objetivo propor uma interlocução entre odontologia e psicanálise tendo como objeto de estudo o procedimento estético de harmonização orofacial e suas ressonâncias psíquicas. Diante do momento pandêmico atual e do aumento da procura pelo procedimento, fazemos uma reflexão sobre as situações em que a harmonização orofacial comparece como tentativa de "solução" frente a questões decorrentes de sofrimentos psíquicos e sintomas contemporâneos. Entre a indicação clínica e a busca pela imagem simétrica idealizada, percorremos um caminho teórico-clínico entre o olhar do cirurgião-dentista e a escuta do psicanalista, a fim de possibilitar ao sujeito que procura o procedimento estético uma vivência genuína de sua experiência<hr/>The present work aims to propose a dialogue between Dentistry and Psychoanalysis having as object of study the aesthetic procedure of orofacial harmonization and its psychic resonances. In view of the current pandemic moment and the increase in demand for the procedure, a reflection will be made in situations in which orofacial harmonization may appear as an attempt to "solution" in the face of issues arising from psychological suffering and contemporary symptoms. Between the clinical indication and the search for the idealized symmetrical image, a theoretical/clinical path will be covered, between the dentist's look and the psychoanalyst's listening in order to enable the subject who seeks the aesthetic procedure, a genuine experience of his experience <![CDATA[<b>Corpos que falam</b>: <b>escutando desamparos indizíveis</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372021000200013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Freud já nos dizia que o ego é antes de tudo um ego corporal. Ferenczi, por sua vez, apontou que o organismo começa a pensar quando o psiquismo falha. Partindo dessa premissa, o artigo pondera sobre as tentativas do soma em se fazer ouvir, quando o indivíduo recorre ao corpo para comunicar suas dores indizíveis. De acordo com McDougall, o corpo-teatro-psicossomático atua como reflexo de uma representação sem palavras, como se o indivíduo fosse um ator desprovido de texto para a sua representação. Com base nesses e em outros referenciais teóricos (tais quais Balint, Fontes, Green, Khan, Kristeva e Winnicott) o trabalho apresenta fragmentos clínicos que buscam refletir sobre a importância de o analista se deixar levar pela comunicação sensorial, não verbal, para ter acesso à vida psíquica do paciente<hr/>Freud told us that the ego is above all a bodily ego. Ferenczi told us that the organism begins to think when the psyche fails. Based on this premisse, the article ponders the attempts of soma to be listened, when the individual resorts to the body to communicate its unspeakable pains. According to McDougall, the body-theater-psychosomatic acts as a reflection of a wordless representation, as if the individual were an actor devoid of text for his representation. With those theoretical bases and other ones bases (such as: Balint, Fontes, Green, Khan, Kristeva and Winnicott) this paper presents clinical fragments in order to reflect on the importance of the analyst to be guided by sensorial, non-verbal communication, to get access of the psychic life of the patient <![CDATA[<b>Os IDOSos e os idoSOS na pandemia</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372021000200014&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Embora a pandemia tenha afetado toda a população mundial nas várias faixas etárias, foram, sem dúvida alguma, os idosos, os mais prejudicados nessa situação. Além de serem alvo das maiores complicações da doença, sofreram importantes danos na sua vida emocional. afetiva e social. Analisar esses aspetos em sua repercussão sobre os idosos é o escopo desse trabalho<hr/>Although the pandemic has affected the entire world population in different age groups, it was undoubtedly the elderly who were most affected in this situation. In addition to being the target of the greatest complications of the disease, they suffered significant damage to their emotional life. affective and social. Analyzing these aspects in their impact on the elderly is the scope of this work <![CDATA[<b>Fundamentalismos</b>: <b>uma esquizofrenia histórico-social a partir de uma leitura de "Psicologia das massas e a análise do ego" (1921)</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372021000200015&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O trabalho visa abordar o fenômeno dos fundamentalismos contemporâneos dentro de uma leitura da Psicologia das massas e análise do eu (FREUD, 1921). A partir do processo de identificação das massas apontado por Freud no texto, pensamos que certos tipos de comportamentos identificatórios parecem criar um caminho para que um grupo, ao lutar por um ideal ou crença, negam a realidade externa na qual esse mesmo ideal ou crença é forjado. Ou ainda, parece que as identificações inconscientes ganham força no grupo de modo que tal conjunto de pessoas regride e fixa-se à fase oral, através da onipotência infantil e da voracidade, uma espécie de delírio onírico e consequente negação da castração. Sua majestade, o nós<hr/>This paper aims to approach the phenomenon of contemporary fundamentalisms according to Freud's book "Group Psychology and the Analysis of the Ego" (FREUD, 1921). Based on the mass identification process pointed out by Freud, we think that certain types of identificatory behaviors seem to create a path in which a group, when fighting for an ideal or belief, denies the external reality. But it is the external reality where this same ideal or belief was forged. Or yet, it seems that the unconscious identifications gain strength in the group in such a way that that group of people regresses and fixates in the oral phase, through the child omnipotence and voracity, a kind of dream delirium and consequent denial of castration. Your majesty, the us <![CDATA[<b>Teoria e técnica psicanalítica em tempos de pandemia</b>: <b>as dificuldades vivenciadas na prática da clínica <i>on-line</i></b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372021000200016&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A teoria psicanalítica mostra-se sempre muito complexa. São muitas as suas peculiaridades e, por causa do seu vasto desenvolvimento, algumas dúvidas podem aparecer. Em um momento de pandemia como o vivido atualmente, muitos desafios surgiram, por isso pensar sobre essa relação entre teoria e prática se faz tão importante. Sendo assim, o presente trabalho tem por objetivo refletir acerca das dificuldades que muitos profissionais apresentaram durante esse período quanto à aplicação das técnicas psicanalíticas em suas atividades diárias no consultório no enquadre on-line, destacando a importância da proposição de Freud sobre o tripé da psicanálise<hr/>Psychoanalytic theory is always very complex. There are many peculiarities and, due to its vast development, many doubts may arise during clinical practice. At a time of pandemic like the one we are currently experiencing, many challenges have arisen and, therefore, thinking about this relationship between theory and practice is so important. Therefore, this paper aims to reflect on the difficulties that many professionals presented during this period in relation to the application of psychoanalytic techniques in their daily activities in the office, at this time in an online framework, highlighting the importance of Freud's proposition about the tripod of psychoanalysis <![CDATA[<b>Diversidade de tipos psicol?gicos</b>: <b>mito ou realidade nas organizaš§es contemporÔneas?</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372021000200017&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Criatividade, diversidade e inovašNo sNo continuamente apontadas como atributos centrais de diferenciašNo e obtenšNo de vantagens comparativas Ós organizaš§es do competitivo mundo contemporÔneo dos neg?cios. Tal premissa tem induzido in?meras organizaš§es adotar processos internos direcionados Ó maior inclusNo de minorias sociol?gicas, bem como ao desenvolvimento de polÝticas e prßticas que favorešam a gestNo da diferenša e da diversidade. Nesse contexto, este artigo tem como objetivo investigar a amostra de 7.924 profissionais indicados por suas organizaš§es para participašNo em programas de educašNo executiva promovidos por reconhecida escola de neg?cios brasileiros, os quais foram submetidos, no perÝodo de 2010 a 2016, ao MBTI, instrumento desenvolvido a partir dos tipos psicol?gicos de Jung, para a mensurašNo de preferrncias psicol?gicas individuais. A expectativa consistia em verificar, ao longo do perÝodo investigado, maior diversidade de perfis, com ampliašNo da presenša da funšNo psÝquica IntuišNo, como dominante ou auxiliar nos tipos psicol?gicos investigados. Os resultados, todavia, apontam para elevada preponderÔncia das preferrncias Pensamento e SensašNo, tendo os perfis IntuišNo e PercepšNo, comumente relacionados Ó criatividade e inovašNo, apresentado as mais baixas incidrncias, ao longo da sÚrie hist?rica investigada<hr/>Creativity, diversity and innovation are continuously pointed out as central attributes of differentiation and achievement of comparative advantages for organizations in the competitive contemporary business world. This premise has oriented innumerous organizations to the induction of internal processes aimed at greater inclusion of sociological minorities, as well as the development of policies and practices that favor the management of difference and the resulting diversity. In this context, this article aims to investigate a sample of 7,924 professionals appointed by their organizations to participate in executive education programs promoted by renowned Brazilian business schools, which were subjected, in the period from 2010 to 2016, to the MBTI, an instrument developed from Jung's psychological types, to measure individual psychological preferences. The expectation was to verify, throughout the period investigated, a greater diversity of profiles, with increased presence of the psychic function Intuition, as dominant or auxiliary in the psychological types investigated. The results, however, point to a high preponderance of the preferences Thought and Sensation, with the profiles Intuition and Perception, commonly related to creativity and innovation, presenting the lowest incidences throughout the historical series investigated <![CDATA[<b>Complexos de Édipo e de castração</b>: <b>dispositivos heteronormativos? Subversividades e conservadorismos na psicanálise</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372021000200018&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Freud criticou normas sociais, sobretudo no âmbito moral sexual. Certos conceitos freudianos, subversivos à época de sua elaboração, são ainda atualmente utilizáveis em críticas à normatividade chamada por Butler (1990), décadas mais tarde, de matriz heterossexual. Mas, não problematizando alguns enunciados, Freud reduziu a subversividade de alguns de seus construtos teóricos. Neste artigo, foram analisadas duas obras de Freud, uma de 1924 e outra de 1925, a fim de discutir enunciados relativos à conceituação dos complexos de Édipo e de castração, e com o objetivo de investigar se esses conceitos atuam como dispositivos heteronormativos. Embora a consideração de Freud como um autor diretamente essencializador do gênero consista em atitude anacronística, seus conceitos dos complexos teriam sido essencializados e uma recente mobilização acrítica de alguns de seus enunciados contribuiria para a heteronormatividade<hr/>Freud criticized social norms, especially in the sexual moral sphere. Certain subversive Freudian concepts are still usable today in criticisms of the normativity named by Butler (1990), decades later, heterosexual matrix. But, not problematizing some of his statements, Freud reduced the subversiveness of some of his concepts. In this article, two Freudian works were analysed, one from 1924 and the other from 1925, discussing Freud's statements related to the conceptualization of the Oedipus and castration complexes, in order to investigate whether these concepts act as heteronormative devices. Although the consideration of Freud as someone who directly essentialized the gender consists of an anachronism, his concepts of complexes would have been essentialized and, then, a recent uncritical mobilization of certain Freudian statements would contribute to the heteronormativity <![CDATA[<b>A língua não coincide conosco</b>: <b>elementos de indeterminação</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372021000200019&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo propõe o exercício de aproximação entre psicanálise, história e linguagem. O ato de contar algum tipo de história e as paráfrases da vida cotidiana fazem parte de construções na análise - operadores pelos quais o analista poderá levantar a história de vida do analisante. A história de vida de cada um é escrita a partir de elementos de indeterminação, ou seja, é a experiência da palavra conhecida e de que se está privado, o desamparo diante do que é contraído, a mudez no retorno de campos de guerra, o testemunho da ausência, e elementos que provém de resíduos. Em outras palavras, a história de vida não coincide conosco, de modo que podemos conhecer o seu abandono na experiência de análise<hr/>This article proposes an exercise of approximation between psychoanalysis, history and language. The act of telling some kind of story, and the paraphrases of everyday life, are part of constructions in analysis - operators through which the psychoanalyst can survey the patient's life story. The life story of each one is written from elements of indeterminacy, that is, it is the experience of the known word and the word of which one is deprived, the helplessness in the face of what is contracted, the muteness in the return of war camps, the evidence of the absence, and elements that come from residues. In other words, the life story does not coincide with us, so that we can know its abandonment in the experience of analysis <![CDATA[<b>Solidão</b>: <b>caríssima, quem és tu?</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372021000200020&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Neste texto a autora discorre sobre o sentimento de solidão sob determinados ângulos, primeiro com Sigmund Freud e depois com a escola inglesa; o processo analítico sob o ponto de vista do analista e do analisando. Faz uma articulação com a arte e a sociedade atual, levantando hipóteses sobre a construção de conceitos menos pejorativos e patológicos para a solidão. Nesse percurso, a autora vai utilizar da exposição de experiências e vivências em que a solidão foi vivenciada como enriquecedora<hr/>In this text, the author discusses the feeling of loneliness from certain angles, first with Sigmund Freud and later choosing the English school; the analytical process from the point of view of the analyst and the analysand. It makes an articulation with art and current society, raising hypotheses about the construction of less pejorative and pathological concepts for loneliness. In this path, the author will use the exposition of experiences and experiences where loneliness was experienced as enriching