Scielo RSS <![CDATA[Tempo psicanalitico]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=0101-483820230001&lang=pt vol. 55 num. 1 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org <![CDATA[<b>O feminino <i>na</i> fantasia</b>: <b>entre a dialética do desejo em Lacan e a <i>fantasia social</i> em Zizek</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382023000100001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Partindo do perceptível conflito entre as determinações fantasísticas do social, referentes ao feminino e o desejo da mulher enquanto sujeito, que chega à clínica materializado em um profundo sofrimento psíquico do qual ela parece incapaz de atravessar, questionamos: quais seriam os elementos da cena social atramados na fantasia social que apontam para o que consideramos representações do feminino? Assim, objetivamos articular o grafo do desejo em Lacan com a noção de fantasia social em Zizek para tentar responder o que haveria de feminino na fantasia, ou seja, como a dialética do desejo e a noção de fantasia social podem ajudar a compreender as construções fantasísticas do feminino. Para tanto, lançamos mão de uma investigação teórica com enfoque no texto lacaniano Subversão do sujeito e dialética do desejo no inconsciente freudiano (1960) e no texto de Slavoj Zizek Eles não sabem o que fazem - o sublime objeto da ideologia (1992), sem desconsiderar, contudo, comentadores de ambos os teóricos mencionados. Nessa perspectiva, este estudo desenvolveu a articulação dos conceitos - fantasia, desejo, feminino e fantasia social - procurando se organizar a partir de três questões: 1) De que forma as elaborações de Zizek sobre ideologia como fantasia social auxilia a compreender a dialética do desejo em Lacan?; 2) De que forma o desejo do Outro, enquanto social, resta na fantasia do sujeito, de modo a responder pela articulação fundamental entre a demanda e o desejo?; 3) Sob qual razão os elementos conjunturais são tomados na perspectiva estrutural que compõe o que entendemos por feminino na fantasia? Tomando por base a assertiva de que a sociedade não existe por si mesma, o feminino na fantasia poderia sustentar a própria fantasia de uma ordem social, ao cumprir a função de tamponar os hiatos deixados pela dissimetria entre o sujeito e o social.<hr/>Starting from the perceptible conflict between the fantastical determinations of the social referring to the feminine and the woman's desire as a subject who arrives at the clinic materialized in a deep psychic suffering that she seems unable to go through, we question: what would be the elements of the social scene strung in fantasy that point to what we consider representations of the feminine? Thus, we aim to articulate the graph of desire in Lacan with the notion of social fantasy in Zizek to try to answer what would be feminine in fantasy, that is, how the dialectic of desire and the notion of social fantasy can help us to understand the constructions feminine fantasies. For that, we make use of a theoretical investigation focusing on the Lacanian text Subversion of the subject and the dialectic of desire in the Freudian unconscious (1960) and on the text of Slavoj Zizek They do not know what they do - the sublime object of ideology (1992), without disregard, however, commentators of both theorists mentioned. In this perspective, this study developed the articulation of the concepts - fantasy, desire, feminine and social fantasy - seeking to organize itself from three questions: 1) How do Zizek's elaborations on ideology as social fantasy help us to understand the dialectic of the desire in Lacan?; 2) How does the Other's desire, as a social one, remain in the subject's fantasy, in order to respond to the fundamental articulation between demand and desire?; 3) Under what reason are the conjunctural elements taken in the structural perspective that compose what we understand by feminine in fantasy? Based on the assertion that society does not exist by itself, the feminine in fantasy could sustain the fantasy of a social order, by fulfilling the function of plugging the holes left by the dissymmetry between the subject and the social.<hr/>Partiendo del perceptible conflicto entre las determinaciones fantásticas de lo social referente a lo femenino y el deseo de la mujer como sujeto que llega a la clínica materializado en un profundo sufrimiento psíquico que parece incapaz de atravesar, nos cuestionamos: ¿cuáles serían los elementos de la escena social ensartadas en la fantasía que apuntan a lo que consideramos representaciones de lo femenino? Así, pretendemos articular el grafo del deseo en Lacan con la noción de fantasía social en Zizek para tratar de responder qué sería femenino en la fantasía, es decir, cómo la dialéctica del deseo y la noción de fantasía social pueden ayudarnos a comprender las construcciones fantasías femeninas. Para ello, nos valemos de una investigación teórica centrada en el texto lacaniano Subversión del sujeto y la dialéctica del deseo en el inconsciente freudiano (1960) y en el texto de Slavoj Zizek No saben lo que hacen - el objeto sublime de la ideología (1992), sin menospreciar, sin embargo, los comentadores de ambos teóricos mencionados. En esta perspectiva, este estudio desarrolló la articulación de los conceptos - fantasía, deseo, femenino y fantasía social- buscando organizarse a partir de tres interrogantes: 1) ¿De qué manera las elaboraciones de Zizek sobre la ideología como fantasía social nos ayudan a comprender la dialéctica del deseo? en Lacan?; 2) ¿Cómo el deseo del Otro, como social, permanece en la fantasía del sujeto, para responder a la articulación fundamental entre demanda y deseo?; 3) ¿Bajo qué razón se toman los elementos coyunturales en la perspectiva estructural que componen lo que entendemos por femenino en la fantasía? Partiendo de la afirmación de que la sociedad no existe por sí mismo, lo femenino en la fantasía podría sustentar la fantasía de un orden social, cumpliendo la función de tapar los agujeros dejados por la disimetría entre el sujeto y lo social. <![CDATA[<b>Entre encontros faltosos e excessivos</b>: <b>laços amorosos e uso de tecnologias para pensar o sujeito</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382023000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A cada dia, o mundo tem se virtualizado mais. Não só estabelecemos laços por intermédio da virtualidade, mas tentamos também estabelecer laços com esses pequenos objetos da tecnociência: os gadgets. Partindo disso, este artigo tem como objetivo explorar o laço social que há entre os sujeitos e seus objetos de consumo, como podemos perceber no filme her, no qual um homem se apaixona pela voz de um sistema operacional. Para tanto, utilizamos a teoria dos discursos de Lacan, que nos ajudou a trabalhar questões do sujeito e do laço social a partir do uso da tecnologia e reconhecendo nela algo do sujeito e também do laço, bem como pensar seus limites e possibilidades aí postos.<hr/>Each day, the world has been more virtualized. We not only stablish bonds by virtuality, but we also try to stablish bonds with these small techno science's objects: the gadgets. Based on this, this article aims to explore the social bond that there is between the subjects and their consumption objects, as we can notice on her movie, in which a man falls in love for an operational system's voice. To do so, we use Lacan's speeches theory which helped us to work on the subject's questions and the social bond from the use of technology and recognizing in it something from the subject and the bond itself, as well as think about its limits and possibilities at this point.<hr/>Chaque jour, le monde est devenu plus virtualisé. Non seulement nous établissons des liens grâce à la virtualité, mais nous essayons également d'établir des liens avec ces petits objets de la technoscience: les gadgets. Partant de là, cet article vise à explorer le lien social qui existe entre les sujets et leurs objets de consommation, comme on peut le voir dans le film her, dans lequel un homme tombe amoureux de la voix d'un système d'exploitation. Pour ce faire, nous avons utilisé la théorie des discours de Lacan qui nous a aidés à travailler sur les questions du sujet et du lien social à partir de l'utilisation de la technologie et à y reconnaître quelque chose du sujet et aussi du lien, ainsi qu'à réfléchir à ses limites et possibilités. <![CDATA[<b>Mapas da psicanálise contemporânea</b>: <b>a linguagem em André Green e Thomas Ogden</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382023000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O artigo traça uma espécie de mapa que visa contemplar a questão da linguagem no pensamento de André Green e Thomas Ogden. O objetivo é apresentar diferentes formas de conceber a linguagem em sua articulação com a situação analítica, assinalando a importância de discussão dessa temática. A questão da linguagem na obra de André Green tem um lugar central: a partir de um diálogo com a semiótica de Pierce e uma determinada concepção de terceiridade, Green enfatiza sua função de simbolização. Ogden, por sua vez, em consonância com outra noção terceiridade, destaca o aspecto expressivo da linguagem que não se restringe ao símbolo, delineando seu uso na situação analítica. Estas duas concepções comportam pontos de encontros e desencontros, englobando diferentes noções de terceiridade e perspectivas clínicas - menos do que eleger um caminho, o objetivo é fazer um diálogo entre as teorias sobre a linguagem desses dois nomes importantes da psicanálise contemporânea.<hr/>The article draws a kind of map that seeks to contemplate the issue of language in the thinking of André Green and Thomas Ogden. The objective is to present diverse ways of conceiving language in its articulation with the analytical situation, pointing out the importance of discussing this theme. The issue of language in André Green's work has a main place: based on a dialogue with Pierce's semiotics and a certain concept of thirdness, Green emphasizes the function of symbolizing. Ogden, in turn, in line with his notion of thirdness, highlights the expressive aspect of the language that is not restricted to the symbol, emphasizing its use in the analytical situation. These two conceptions contain points of encounters and disagreements, encompassing different notions of thirdness and clinical perspectives - the objective is to make a dialogue between the theories about the language of these two important names of contemporary psychoanalysis.<hr/>El artículo traza una especie de mapa que busca contemplar la cuestión del lenguaje en el pensamiento de André Green y Thomas Ogden. El objetivo es presentar diferentes formas de concebir el lenguaje en su articulación con la situación analítica, señalando la importancia de discutir este tema. El tema del lenguaje en la obra de André Green tiene un hogar central: a partir de un diálogo con la semiótica de Pierce y un cierto concepto de terceridad, Green enfatiza la función de simbolizar del lenguaje. Ogden, a su vez, en línea con su noción de terceridad, resalta el aspecto expresivo del lenguaje que no se restringe al símbolo, enfatizando su uso en la situación analítica. Estas dos concepciones contienen puntos de encuentro y desacuerdo, abarcando diferentes nociones de terceridad y perspectivas clínicas; menos que elegir un camino, el objetivo es dialogar entre las teorías sobre el lenguaje de estos dos nombres importantes en el psicoanálisis contemporáneo. <![CDATA[<b>Esboços para uma teoria do sujeito</b>: <b>com Badiou e a psicanálise</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382023000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Partindo-se do pressuposto de que, com Descartes, a questão que subjaz na constituição da modernidade é o que seria o sujeito, este texto se propõe a explorar desdobramentos sobre essa questão tendo como referência teorizações de Alain Badiou e algumas concepções básicas que aprendemos a ler na psicanálise. Ele procura demonstrar os impasses que encontramos ao tentarmos estabelecer formalizações sobre o sujeito, impasses esses que estariam na constituição do homem moderno. Trabalha também interseções e implicações dessas formalizações paradoxais com conceitos igualmente caros à psicanálise, como os de sintoma, corpo e verdade, assim como ressonâncias que poderíamos desdobrar entre a tipologia formal do sujeito proposta por Badiou e formalizações sobre esse tema que poderíamos depreender da leitura das obras de Freud e Lacan.<hr/>Based on the assumption that with Descartes the question that underlies the constitution of modernity is what the subject would be, this text proposes to explore developments on this issue with Alain Badiou's theorizations as a reference and some basic concepts that we learn to read in psychoanalysis. He tries to demonstrate the impasses that we find when we try to establish formalizations about the subject, impasses that would be in the constitution of modern humans. It also works on the intersections and implications of these paradoxical formalizations with concepts equally dear to psychoanalysis such as symptom, body, and truth, as well as resonances that we could unfold between the formal typology of the subject proposed by Badiou and formalizations on this theme that we could infer from reading the works by Freud and Lacan.<hr/>Sur la base de l'hypothèse que, avec Descartes, la question qui sous-tend la constitution de la modernité est ce qui serait le sujet, ce texte propose d'explorer les développements sur cette question ayant pour référence des théorisations d'Alain Badiou et quelques concepts de base que nous apprenons à lire en psychanalyse. Il essaie de démontrer les impasses que nous trouvons lorsque nous essayons d'établir des formalisations sur le sujet, des impasses qui seraient dans la constitution de l'homme moderne. Il travaille également sur les intersections et implications de ces formalisations paradoxales avec des concepts tout aussi chers à la psychanalyse, tels que les symptômes, le corps et la vérité, ainsi que les résonances que nous pourrions déployer entre la typologie formelle du sujet proposée par Badiou et les formalisations sur ce thème que nous pourrions déduire de la lecture des travaux de Freud et de Lacan. <![CDATA[<b>Psicanálise, processos grupais e autismo</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382023000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O objetivo deste artigo é levantar aspectos das concepções psicanalíticas acerca de grupos e discussões teóricas e técnicas acerca da proposição de grupos com crianças autistas em instituições. Ao longo do trabalho discutimos sobre o processo de formação dos grupos; os pressupostos teóricos grupais cunhados por René Kaës e a possibilidade de grupos com objetos mediadores. Ao final, apresentamos uma breve análise acerca da realidade grupal e dos grupos com objetos mediadores com crianças autistas em um CAPSi. Compreendemos que esta especificidade de atuação ainda é incipiente, necessitando de mais estudos. No entanto, enxergamos potencialidades na proposta de intervenção grupal para trabalhar diversas demandas como dificuldades na capacidade associativa, na percepção de si e do outro, na interação, entre outras que comumente estão presentes nos quadros de autismo. Em nossa pesquisa, os resultados apontam que houve evolução positiva em todas as crianças participantes.<hr/>The aim of this article is to raise aspects of psychoanalytic conceptions about groups and theoretical and technical discussions about the proposition of groups with autistic children in institutions. Throughout the work, we discussed the group formation process; the group theoretical assumptions coined by René Kaës and the possibility of groups with mediating objects. At the end, we present a brief analysis of the group reality and groups with mediating objects with autistic children in a CAPSi. We understand that this specificity of action is still incipient, requiring further studies. However, we see potential in the proposal of group intervention to work on various demands such as difficulties in associative capacity, in the perception of oneself and the other, in interaction, among others that are commonly present in autism. In our research, the results show that there was a positive evolution in all participating children.<hr/>El objetivo de este artículo es plantear aspectos de las concepciones psicoanalíticas sobre grupos y discusiones teóricas y técnicas sobre la proposición de grupos con niños autistas en instituciones. A lo largo del trabajo, discutimos el proceso de formación del grupo; los supuestos teóricos grupales acuñados por René Kaës y la posibilidad de grupos con objetos mediadores. Al final, presentamos un breve análisis de la realidad grupal y grupos con objetos mediadores con niños autistas en un CAPSi. Entendemos que esta especificidad de acción aún es incipiente, requiriendo más estudios. Sin embargo, vemos potencial en la propuesta de intervención grupal para trabajar sobre diversas demandas como las dificultades en la capacidad asociativa, en la percepción de sí mismo y del otro, en la interacción, entre otras que están comúnmente presentes en el autismo. En nuestra investigación, los resultados muestran que hubo una evolución positiva en todos los niños participantes. <![CDATA[<b>Bergson e a clínica psicanalítica</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382023000100006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente artigo procura conjugar aspectos da filosofia bergsoniana com determinantes fundamentais do pensamento analítico, avaliando assim o benefício clínico e ético de suas interações. Para tanto, fará a investigação incidir, especialmente, sobre as noções de "impulso vital" e de "pulsão". O retorno a si, a multiplicidade virtual, os atos livres, a decifração pragmática da força, são temas que se interpenetram de tal modo nas duas experiências do pensamento, que suas intersecções geram - assim o pretendemos - abordagens mais nuançadas dos problemas analíticos, compreendendo uma retomada essencial da perspectiva ética, não mais situada a propósito do inconsciente, mas constituindo o seu plano<hr/>This paper combines aspects of Bergsonian philosophy with fundamental determinants of analytical thinking, thus evaluating the clinical and ethical benefits of their interactions. To do so, the investigation will focus, especially, on the notions of "vital impulse" and "drive". The return to oneself, the virtual multiplicity, the free acts, the pragmatic deciphering of force, are themes that interpenetrate themselves in such a way in the two experiences of thought, that their intersections generate - as intended - more nuanced approaches to analytical problems, involving an essential resumption of the ethical perspective, no longer situated in relation to the unconscious, but constituting its plan<hr/>Este artículo busca combinar aspectos de la filosofía bergsoniana con determinantes fundamentales del pensamiento analítico, evaluando así los beneficios clínicos y éticos de sus interacciones. Por tanto, la investigación se centrará en las nociones de "impulso vital" y "pulsión". El retorno a uno mismo, la multiplicidad virtual, los actos libres, el desciframiento pragmático de la fuerza, son temas que se interpenetran de tal manera en las dos experiencias de pensamiento, que sus intersecciones generan - como pretendo - aproximaciones más matizadas a problemas analíticos, involucrando una reanudación esencial de la perspectiva ética, que ya no se sitúa en relación con el inconsciente, sino que constituye su plan. <![CDATA[<b>Uma nova voz, um novo olhar</b>: <b>armadilhas da formação humorística</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382023000100007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O estudo sobre os tipos de comicidade, em especial o humor, preocupou os românticos e influenciou os estudos no começo do século XX. Freud, influenciado por esse contexto tanto quanto o influenciando, escreveu duas obras que tratam do assunto. Neste artigo, o tema humor leva a algumas discussões: o riso humorístico como o emolduramento do afeto e o efeito da fala afável do supereu para essa formação. Entender a plástica representada pelo riso humorístico leva a considerar que esse processo reúne duas possibilidades de armadilha, que podem se constituir tanto por via da pulsão invocante quanto da escópica. A primeira, pela fala afável e consolatória do supereu, parece funcionar como um doma-voz; a sonoridade dessa fala oferta um novo lugar que não apenas o do imperativo mortífero. A segunda armadilha seria o riso humorístico, o qual se pode pensar como um doma-olhar. O riso contido que emoldura a sensação de travessura frente ao risco enfrentado, mesmo sabendo-se que esse desafio persiste para fora de sua borda, o que avizinha as lágrimas. Para pensar os efeitos das características estéticas e artísticas do humor, dois episódios da obra Dom Quixote de la Mancha são tomados como ilustração. Os trechos do romance ajudam a pensar como o riso, pela sua expressão imagética e sonora, pode emoldurar os afetos ou trans-bordar em excesso. Essa compreensão estética ajuda a situar o seu alcance, que tanto pode ser o compartilhamento do prazer ou a reafirmação solitária do gozo. Assim, o sorriso humorístico pode funcionar como uma armadilha para o afeto, emoldurando-o de modo a revelar, contidamente, que aquilo que aterroriza pode ser enfrentado, mesmo que não seja aniquilado; o resto é excesso. Portanto, mesmo que de forma arriscada, o humor é capaz de construir o discurso da falta que remete o sujeito ao seu desejo.<hr/>The study about the types of comicality, and in special the humor, worried the romantics and had an influence on the studies in the beginning of the XX century. Freud, influenced and influencing this context, writes two works that treat about this thematic. In this paper, the theme humor goes to some discussions: the humoristic laugh like the framing of the affection and the effect of the affable speech of the Superego for this formation. When the plastic represented by the humoristic laugh is understood, it takes into consideration that this process gathers two possibilities of a trap, both can be constituted either as by the invoking drive or as the scopic drive. The first, by the affable and consolatory speech of the superego, that seems to work as a voice-tamer, the sonority of this speak offers a new place that is not only the deadly imperative. The second trap would be the humoristic laugh, which can be thought as a look-tamer. The contained laugh that frames the sensation of the mockery play in front the risk confronted, even knowing that this challenge persists for out of your edge, which can be approached to tears. To think the effects of the artistic and esthetic characteristics of the humor, two episodes of the work Dom Quixote de La Mancha are taken as illustration. The parts of the romance help to think how the laugh, through the imagistic and sonorous expression, can frame the affections or overflow in excess. This esthetic comprehension helps to situate your reach, that either can be the share of the pleasure or the lonely reaffirmation of the jouissance. Thereby, the humoristic smile can work as a trap for the affection, frames it reveling, retracted, that what terrifies can be faced, even that's not annihilated; the rest is excess. Therefore, even in a risky way, the humor is capable of constructing the utterance of the loss, that remits the subject to their desire.<hr/>L'étude des types de comique, et plus particulièrement de l'humour, intéressa les romantiques et influença les recherches du début du XXème siècle. Freud, influencé et s'inscrivant dans ce contexte, écrivit deux ouvrages qui abordent cette thématique. Dans cet article, ce thème est discuté de la façon suivante: le rire lié à l'humour permettrait le bordage d'un risque, effet de la parole consolatrice du Surmoi. Appréhender la plasticité impliquée par le rire humoristique conduit à considérer que le processus humoristique convoque deux possibilités de pièges pouvant se manifester aussi bien par l'intermédiaire de la pulsion invocante que de la pulsion scopique. Premièrement, par la parole douce et consolatrice le Surmoi se constituerait comme dompte-voix. La sonorité de cette parole offre un nouvel espace au-delà de l'impératif mortifère. Le second piège serait le rire humoristique pouvant être compris comme dompte-regard. Le rire limite la sentiment désagréable face au danger, même s'il reste évident que le problème persiste hors de l'espace dessiné par l'humour ce qui peut conduire aux larmes mêlées au rire. Pour penser les effets esthétiques et artistiques de l'humour deux épisodes de l'oeuvre Don Quichotte de la Mancha sont utilisés. Les parties du roman permettent de penser comment le rire, dans sa dimension imageante et sonore peut encadrer les affects ou dé-border excessivement. Cette compréhension esthétique aide à situer sa portée: partage de plaisir autant que réaffirmation solitaire de la jouissance. Ainsi, l'humour peut fonctionner comme piège pour l'affect en l'encadrant, révélant par là-même qu'il est possible de faire face à ce qui terrifie même s'il ne peut être annihilé; reste en excès. Par conséquent, même d'une manière non dépourvue de risques, l'humour est capable de construire le discours de l'absence renvoyant le sujet à son désir. <![CDATA[<b>Ferenczi e a mutualidade expressiva</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382023000100008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O propósito deste artigo é apresentar uma nova "terminologia" que organize, torne inteligível e lance luz sobre algumas experiências clínicas empreendidas por Sándor Ferenczi quando do tratamento de sujeitos com histórico de trauma. Propomos designar, sob o termo "mutualidade expressiva", o gesto do analista de se permitir expressar o impacto dos afetos que lhe são provocados pelas expressões emocionais do analisando, produzindo repercussões profundas neste último. A mutualidade expressiva coloca em relevo três pontos trabalhados por Ferenczi, e que serão discutidos ao longo deste artigo: i) a construção da confiança e o remanejamento da dinâmica da clivagem; ii) o desenvolvimento do afeto que foi interrompido quando do desmentido; iii) a reconsideração crítica da postura técnica de neutralidade e indiferença do analista.<hr/>The purpose of this article is to present a new "terminology" that organizes, makes intelligible and sheds light on some clinical experiences undertaken by Sándor Ferenczi when treating individuals with a history of trauma. We propose to designate, under the term "expressive mutuality", the analyst's gesture of allowing himself to express the impact of the affects that are provoked by the patient's emotional expressions, producing profound repercussions in the latter. The expressive mutuality highlights three points worked on by Ferenczi, which will be discussed throughout this article: i) the construction of trust and the reorganization of the dynamics of the splitting; ii) the development of the affect that was interrupted when denied; iii) the critical reconsideration of the analyst's technical principle of neutrality.<hr/>Le but de cet article est de présenter une nouvelle «terminologie» qui organise, rend intelligible et met en lumière certaines expériences cliniques entreprises par Sándor Ferenczi lors du traitement de sujets ayant des antécédents de traumatisme. Nous proposons de désigner, sous le terme de «mutualité expressive», le geste de l'analyste de se permettre d'exprimer l'impact des affects provoquées par les expressions émotionnelles de l'analysant, produisant chez celui-ci de profondes répercussions. La mutualité expressive met en évidence trois points travaillés par Ferenczi, qui seront abordés tout au long de cet article: i) la construction de la confiance et la réorganisation de la dynamique du clivage; ii) le développement de l'affect qui a été interrompue lorsque refusée; iii) le réexamen critique de la position technique de neutralité et d'indifférence de l'analyste. <![CDATA[<b>Contribuições psicanalíticas a uma revisão narrativa da depressão infantil</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382023000100009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A depressão é um problema de saúde pública que pode ter afetado cerca de trezentos milhões de pessoas no mundo em 2018, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A literatura científica aponta que as alterações do humor que configuram esse transtorno podem ocorrer em qualquer faixa etária, sendo os estudos sobre sua ocorrência na infância ainda considerados escassos, com necessidade de maior aprofundamento. Diante desse panorama, realizou-se uma revisão narrativa da produção científica sobre o tema da depressão infantil, com posterior categorização e análise de conteúdo temática das publicações encontradas. Destaca-se a depressão infantil como um transtorno que exige atenção, em especial no que tange aos critérios diagnósticos, às propostas de tratamento e ao risco de adequação destes aos ideais de infância de nossa época. Os resultados foram debatidos à luz do referencial conceitual da psicanálise, sugerindo a articulação entre saberes diversos e seus possíveis encontros discursivos.<hr/>Depression is a public health problem, according to data from the World Health Organization (WHO) that may have affected nearly three hundred million people in the World in 2018. The mood changes that configure this disorder can occur in any age group, as the scientific literature points out. Studies on its occurrence in childhood are still considered scarce, with the need for further research. In view of this panorama, the article presents a narrative review of the scientific production on the theme of childhood depression, with subsequent categorization and analysis of thematic content of the publications found. Childhood depression stands out as a disorder that requires attention, especially regarding diagnostic criteria, as well as treatment proposals and the risk of adapting them to the ideals of childhood in our time. The results were discussed in the light of the conceptual reference of psychoanalysis, suggesting the articulation between diverse knowledge and its possible discursive meetings.<hr/>La depresión es un problema de salud pública que puede haber afectado a casi trescientos millones de personas en todo el mundo en 2018, según datos de la Organización Mundial de la Salud (OMS). La literatura científica señala que los cambios de humor que configuran este trastorno pueden ocurrir en cualquier grupo de edad, y los estudios sobre su aparición en la infancia aún se consideran escasos, siendo necesarios más estudios. Ante este panorama, se realizó una revisión narrativa de la producción científica sobre el tema de la depresión infantil, con posterior categorización y análisis de contenido temático de las publicaciones encontradas. La depresión infantil se destaca como un trastorno que requiere atención, especialmente en lo que respecta a los criterios diagnósticos, las propuestas de tratamiento y el riesgo de adaptarlos a los ideales infantiles de nuestro tiempo. Los resultados se debatieron a la luz del marco conceptual del psicoanálisis, sugiriendo la articulación entre saberes distintos y sus posibles encuentros discursivos. <![CDATA[<b>Sonhos possíveis e a relação transferencial</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382023000100010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Ogden (2010a) apresenta-nos uma teoria da clínica em que o sonhar é tomado como função de elaboração inconsciente, sendo a incapacidade do sujeito de "sonhar sua experiência emocional" um indicador de sofrimento psíquico. Tendo essa ideia como referência, assim como a teorização de Bion sobre a função alfa e o pensamento-sonho, falaremos no presente trabalho sobre o comprometimento da capacidade de sonhar e seus ecos para o psiquismo do sujeito. Com a apresentação de um caso clínico traremos ainda uma discussão sobre o mecanismo da identificação projetiva e seu valor de comunicação em análise.<hr/>Ogden (2010a) presents us with a theory of the clinic in which dreaming is taken as a function of unconscious elaboration, being the subject's inability to "dream his emotional experience" an indicator of psychological suffering. Taking this idea as a reference, as well as Bion's theorization about the alpha function and dream thoughts, in this work we will approach the compromise of the ability to dream and its echoes to the subject's psyche. We will present a clinical case and we will also discuss the mechanism of projective identification and its value of communication in analytical treatment.<hr/>Ogden (2010a) nous présente une théorie de la clinique dans laquelle le rêve est pris en fonction de l'élaboration inconsciente, et l'incapacité du sujet à «rêver son expérience émotionnelle» étant un indicateur de la souffrance psychique. Prenant cette idée comme référence, ainsi que la théorisation de Bion sur la fonction alpha et la pensée du rêve, nous parlerons dans le présent travail de l'incapacité de rêver et de ses échos à la psyché du sujet. Avec la présentation d'un cas clinique, nous aborderons également le mécanisme d'identification projective et sa valeur de communication en cours d'analyse. <![CDATA[<b>Psicanálise e gêneros</b>: <b>reflexões sobre as produções psicanalíticas entre as décadas de 1980-1990</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382023000100011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo tem o objetivo de investigar publicações psicanalíticas em diálogo com o tema dos gêneros. Isso porque percebemos que houve um aumento significativo dessas produções nos principais periódicos do mundo a partir do início dos anos 2000. Partimos da hipótese de que as teorias feministas podem ter convocado a Psicanálise a responder as críticas que recebeu nas décadas anteriores. Baseamos nossa pesquisa na metodologia conhecida como historiografia psicanalítica e procedemos com o recorte temporal correspondente aos anos de 1986 a 1997, uma vez que esse período se referiu às primeiras publicações psicanalíticas identificadas nesse aumento de produções já mencionado, mas que ainda não versaram diretamente a um diálogo mais profundamente político.<hr/>This article aims to investigate psychoanalytical publications in dialogue with the theme of genres. We realize that there has been a significant increase in these productions in the main journals since the early 2000s. The hypothesis that feminist theories may have called Psychoanalysis to respond to the criticisms it received in previous decades. We base our research on the methodology known as psychoanalytic historiography and proceed with the time frame corresponding to the years 1986 to 1997, since this period referred to the first psychoanalytical publications identified in this increase in production already mentioned, but which have not yet directly addressed a more deeply political dialogue.<hr/>Este artículo tiene como objetivo investigar publicaciones psicoanalíticas en diálogo con el tema de los géneros. Nos damos cuenta de que ha habido un aumento significativo en estas producciones en las principales revistas desde principios de la década de 2000. La hipótesis de que las teorías feministas pueden haber llamado al psicoanálisis para responder a las críticas que recibió en décadas anteriores. Basamos nuestra investigación en la metodología conocida como historiografía psicoanalítica y procedemos con el marco de tiempo correspondiente a los años 1986 a 1997, ya que este período se refirió a las primeras publicaciones psicoanalíticas identificadas en este aumento de producción ya mencionadas, pero que aún no se han abordado directamente Un diálogo político más profundo. <![CDATA[<b>Psicanálise e educação</b>: <b>o que pode o analista na escola em tempos de desempenho?</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382023000100012&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo investiga o que pode o analista na instituição escolar frente ao discurso exigente de disciplina e desempenho dos alunos. Utilizamos como métodos a pesquisa bibliográfica, as pesquisas em três sites de sistemas de ensino e a recordação dos fragmentos da escuta pontual no cotidiano escolar. Fizemos um breve histórico da inserção da escola no Brasil e entendemos que os significantes disciplina e desempenho, apesar da marcante inserção do método construtivista nas escolas, possuem raízes fortificadas pelo ensino tradicional. Ao percorrer os sites, foi possível identificar o maciço investimento de recursos no material didático como promotor do sucesso do aluno. Desse modo, as apostilas são apresentadas aos alunos como o recurso primordial para o sucesso, e o professor, como ferramenta de mediação, necessário para o ingresso do aluno na universidade. Fundamentados na Psicanálise, compreendemos que a eficácia do método de ensino não depende exclusivamente do uso correto das apostilas, mas sim da subjetividade do aluno. Na tentativa de responder às demandas escolares pautadas pela ideologia social atual, que destaca o desempenho como um novo mandato do sucesso profissional, o aluno entra em conflito com a sua construção subjetiva. Sendo assim, o psicanalista irá lidar com as marcas advindas desse imperativo ideológico escolar e social de desempenho para o sujeito. Concluiu-se que, além dos alunos, o professor, também, é disciplinado pelo método de ensino e, dessa forma, reduzido à condição de reprodutor dos conteúdos presentes nas apostilas. O psicanalista tem uma função importante na desalienação das relações que permeiam o dia a dia escolar e que interferem tanto no funcionamento institucional quanto no mau desempenho do aluno e, também, no sofrimento psíquico de alunos e educadores.<hr/>This scientific article investigates what the psychoanalyst can do in a school in order to help with the big demand of discipline and performance from the students. As a research method we used the bibliographical survey, research in three education system websites and the memory from listening the students in the everyday school environment. We made a brief history of the school's insertion in Brazil, and we understood that the discipline and performance, although there is a constructivist method inserted at the schools, has deep roots in the traditional way of teaching. Looking through websites, it was possible to identify a massive resource investment in the educational material as a developer of the student's success. This way, the student's book is presented as a primary source for the success and the teacher is a mediation tool, necessary for the entrance of the student in the university. Based on the Psychoanalysis, we comprehend that the efficiency of the teaching method does not depend only on the correct use of the books, but in the student's subjectivity. In the attempt of answering the school's demands based on the current social ideology, which highlights the performance as a new professional success' mandate, the student gets in a conflict with their subjective construction. Therefore, the psychoanalyst will deal with the consequences of this imperative ideological academic and social from the performance of the subject. In conclusion, besides the students, the teacher is also disciplined by the education method and, this way, is reduced to the condition of reproducer of contents that are on the books. The psychoanalyst has an important function in the desalination of the relations in the school's daily routine that interferes so much in the school functioning and also in the student's performance in addition to the psychological distress of the students and of the educators.<hr/>Este artículo investiga lo que el psicoanalista puede hacer en la institución escolar frente a un discurso que exige disciplina y desempeño estudiantil. Utilizamos la investigación bibliográfica, la investigación en tres sitios de sistemas de enseñanza y recuerdos de los fragmentos de la escucha puntual en la rutina escolar, como métodos. Hicimos una breve historia de la inserción de la escuela en Brasil y entendemos que los significantes disciplina y desempeño, a pesar de la marcada inserción del método constructivista en las escuelas, tienen raíces fortalecidas por la enseñanza tradicional. Al navegar por los sitios, fue posible identificar la inversión masiva de recursos en material didáctico como promotor del éxito estudiantil. De esta manera, los materiales se presentan a los estudiantes como el principal recurso para el éxito académico y el profesor, como una necesaria herramienta de mediación para que el estudiante ingrese a la universidad. Basado en la psicoanálisis, entendemos que la efectividad del método de enseñanza no depende exclusivamente del uso correcto de los materiales, sino de la subjetividad del estudiante. Al intentar responder a las demandas escolares guiadas por la ideología social actual, que destaca el desempeño como un nuevo mandato para el éxito profesional, el estudiante entra en conflicto con su construcción subjetiva. Así que, el psicoanalista se ocupará de las marcas derivadas del imperativo ideológico escolar y social de desempeño para el sujeto. Se concluye que, además de los estudiantes, el profesor también es disciplinado por el método de enseñanza y, por lo tanto, reducido a la condición de reproductor de los contenidos presentes en los materiales. El psicoanalista tiene un papel importante en la desalienación de las relaciones que impregnan el día a día escolar y que interfieren tanto en el funcionamiento institucional, como en el bajo rendimiento del estudiante y, también, en el sufrimiento psicológico de los estudiantes y educadores. <![CDATA[<b>Uma nova reviravolta</b>: <b>trabalho, mercado e socialização em Freud</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382023000100013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Pese a las críticas más férreas y actuales por parte de muchas de las disciplinas psi al psicoanálisis insisto en que Freud no está superado. En este artículo intento una aproximación subversiva a la lectura de Freud focalizándola en sus desarrollos respecto del trabajo y la pulsión. Matizando un recorrido puntual por algunos de sus escritos propiamente psicoanalíticos intento rescatar la importancia del concepto de trabajo en la obra de Freud para poder delimitar la necesidad no sólo de un retorno a Freud sino de una lectura económica más allá de la conocida tópica freudiana. Es decir, el concepto de trabajo y de fuerza se encuentran en muchos de los escritos centrales del pensamiento freudiano y por eso es posible hacer una nueva relación entre Freud y Marx. El recorrido por el pensamiento freudiano retoma postulados referentes al trabajo de sueño y de chiste mediante los mecanismos de condensación y desplazamiento y, ulteriormente, recupera la relación entre fuerza y pulsión para poder matizar una respuesta radical desde el pensamiento freudiano a los embates del sistema capitalista. Para esto a lo largo del escrito abordo la noción de socialización a modo de bisagra que permite hilvanar la noción de trabajo en Freud.<hr/>Beyond the strongest and most current criticism from many of the psi disciplines to psychoanalysis, I insist that Freud is not overcome. In this article, I try a subversive approach to Freud's work focusing on his developments regarding work and drive. By clarifying a timely tour of his proper psychoanalytic writings, I tried to rescue the importance of the concept of work in Freud's work in order to delimit the need not only for a return to Freud but for an economic reading beyond the well-known Freudian topic. That is, the concept of work and strength are found in many of the central writings of Freudian thought and that is why it is possible to make a new relationship between Freud and Marx. In this sense, Freudian thought takes up postulates referring to dream and joke, work through the mechanisms of condensation and displacement, and recovers the relationship between force and drive to qualify a radical response from Freudian thought to the onslaught of the capitalist system. For this purpose, across this paper, I try to articulate the notion of socialization as a hinge that allows us to combine with Freud's work concept.<hr/>Apesar das críticas mais ferozes e atuais da psicanálise por muitas das disciplinas psi, insisto que Freud não é superado. Neste artigo, tento uma abordagem subversiva da leitura de Freud, concentrando-se em seus desenvolvimentos em relação ao trabalho e à pulsão. Ao qualificar um tour preciso de seus escritos propriamente psicanalíticos, tento resgatar a importância do conceito de trabalho na obra de Freud, a fim de delimitar a necessidade não apenas de um retorno a Freud, mas de uma leitura econômica além do conhecido tema freudiano. Ou seja, o conceito de trabalho e força são encontrados em muitos dos escritos centrais do pensamento freudiano é por isso que é possível estabelecer uma relação entre Freud e Marx. A jornada pelo pensamento freudiano retoma postulados referentes ao trabalho dos sonhos e chiste através dos mecanismos de condensação e deslocamento e, posteriormente, recupera a relação entre força e pulsão, a fim de qualificar uma resposta radical do pensamento freudiano aos embates do sistema capitalista. Para isso, ao longo da redação, trato da noção de socialização como uma dobradiça que nos permite unir a noção de trabalho em Freud.