Scielo RSS <![CDATA[Psicologia Clínica]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=0103-566520250001&lang=pt vol. 37 num. lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org <![CDATA[A ESCRITA DE AUTISTAS E DE SEUS PAIS A PARTIR DA PSICANÁLISE]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652025000100200&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt RESUMO Este artigo aborda a escrita autobiográfica de autistas e de pais de autistas, para levantar a questão acerca do que eles podem ensinar sobre o autismo e os efeitos da escrita na subjetividade dessas pessoas. Sua fundamentação teórica é a psicanálise de orientação lacaniana, que consiste em identificar, por meio do texto testemunhal, como o sujeito reflete e transmite o que vive. A partir dessa perspectiva, busca-se, sobretudo, o potencial da escrita sobre si e suas implicações para o sujeito, não desvinculado da realidade social, ainda que com dificuldades de nela se inserir. Apesar de sua relação particular com a linguagem, incluindo os autistas que não falam, têm havido variados testemunhos daqueles que se expressam pela escrita, evidenciando a absoluta singularidade autística ao indicar o trabalho que o sujeito realiza para encontrar soluções para seu mal-estar e seus sintomas. Por sua vez, muitos familiares têm encontrado na escrita um recurso que propicia a invenção de uma condição de pais frente ao real do autismo.<hr/>ABSTRACT This article discusses the autobiographical writing of autistic people and parents of autistic people, in order to raise the question about what they can teach about autism and the effects of writing on the subjectivity of these people. Its theoretical foundation is Lacanian psychoanalysis, which consists in identifying, through testimonial texts, how the subject reflects and transmits what they live. From this perspective, we seek mostly the potential of writing about oneself and its implications for the subject, undetached from social reality, though with difficulty in inserting themselves into it. In spite of their particular relationship with language, including autistics who do not speak, there have been several testimonials of those who express themselves through writing, evidencing the absolute autistic singularity as they indicate the work the subject does to find solutions for their uneasiness and symptoms. In turn, many family members have found writing as a resource that enables the invention of a parental condition in the face of the real of autism.<hr/>RESUMEN Este artículo aborda la escritura autobiográfica de autistas y padres de autistas, para plantear la cuestión de lo que ellos pueden enseñar sobre el autismo y los efectos de la escritura en la subjetividad de estas personas. Su base teórica es el psicoanálisis lacaniano, que consiste en identificar, a través del texto testimonial, cómo el sujeto refleja y transmite lo que vive. Desde esta perspectiva, buscamos, sobre todo, el potencial de la escritura sobre uno mismo y sus implicaciones para el sujeto, no desvinculado de la realidad social, aunque con dificultades para encajarse en ella. A pesar de su particular relación con el lenguaje, incluyendo a los autistas que no hablan, han sido varios los testimonios de quienes se expresan a través de la escritura, mostrando la absoluta singularidad autística al indicar el trabajo que realiza el sujeto para encontrar soluciones a sus malestares y síntomas. A su vez, muchos familiares han encontrado en la escritura un recurso que les permite inventar una condición parental frente a lo real del autismo. <![CDATA[PERFIL DE CONTROLE INIBITÓRIO EM GRUPOS CLÍNICOS E CONTROLE: UM ESTUDO PRELIMINAR DOS PARADIGMAS STROOP E GO/NO-GO]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652025000100400&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt ABSTRACT The assessment of inhibitory control, notably through the Stroop and Go/No-Go paradigms, is crucial for understanding the cognitive, behavioral, and emotional profiles of children and adolescents. This study, involving 82 participants predominantly from an outpatient child and adolescent psychiatric clinic, aims to analyze the variability of inhibitory control between clinical and control groups. Participants were categorized into three groups: (1) Autism Spectrum Disorder (ASD); (2) Intellectual and Developmental Disabilities (IDD); and (3) typically developing (control group). No differences were identified between the ASD and control groups in the Stroop task, but discrepancies were observed between the ASD and IDD groups in the first card of the Stroop task (p=.016). In the Go/No-Go task, differences emerged between the ASD and control groups, while no distinction was found between the ASD and IDD groups. When comparing the effect of sociodemographic variables (sex and age group) on performance across the three groups, only the diagnostic group composed of both clinical groups showed a significant effect (F=15.2692, p&lt;.001). The results underscore the importance of considering task-specific demands when assessing inhibitory control, showing varying levels of demand with clinical implications, especially for autism.<hr/>RESUMO A avaliação do controle inibitório, especialmente através dos paradigmas Stroop e Go/No-Go, é crucial para compreender os perfis cognitivos, comportamentais e emocionais de crianças e adolescentes. Este estudo, envolvendo 82 participantes predominantemente de uma clínica ambulatorial de psiquiatria infantil e adolescente, tenciona analisar a variabilidade do controle inibitório entre grupos clínicos e de controle. Os participantes foram categorizados em três grupos: (1) Transtorno do Espectro Autista (TEA); (2) Transtorno do Desenvolvimento Intelectual (TDI); e (3) desenvolvimento típico (grupo de controle). Nenhuma diferença foi identificada entre os grupos TEA e controle na tarefa Stroop, mas foram observadas discrepâncias entre os grupos TEA e TDI na primeira cartela da tarefa Stroop (p=0,016). Na tarefa Go/No-Go, surgiram diferenças entre os grupos TEA e controle, enquanto nenhuma distinção foi encontrada entre os grupos TEA e TDI. Ao comparar o efeito das variáveis sociodemográficas (sexo e faixa etária) no desempenho dos três grupos, apenas o grupo diagnóstico composto pelos dois grupos clínicos mostrou um efeito significativo (F=15,2692, p&lt;0,001). Os resultados ressaltam a importância de considerar as demandas específicas das tarefas ao avaliar o controle inibitório, mostrando níveis variados de demanda com implicações clínicas, especialmente no autismo.<hr/>RESUMEN La evaluación del control inhibitorio, especialmente a través de los paradigmas Stroop y Go/No-Go, es crucial para comprender el perfil cognitivo, conductual y emocional de niños y adolescentes. Este estudio, que involucra a 82 participantes atendidos principalmente en una clínica psiquiátrica infantojuvenil, tiene como objetivo analizar la variabilidad del control inhibitorio entre grupos clínicos y un control. Los participantes se dividieron en tres grupos: (1) Trastorno del Espectro Autista (TEA); (2) Discapacidad Intelectual y del Desarrollo (DID); y (3) desarrollo típico (grupo control). Al contrastar el rendimiento en los paradigmas, no se encontraron diferencias entre el TEA y el control en la tarea Stroop, pero sí diferencias entre TEA y DID en la primera etapa del Stroop (p=0,016). En la tarea Go/No-Go, surgieron diferencias entre TEA y el grupo control, mientras que no hubo distinción entre TEA y DID. Al comparar el efecto de variables sociodemográficas (sexo y edad) sobre el rendimiento de los grupos, solo el grupo diagnóstico, compuesto por los grupos clínicos, mostró un efecto significativo (F=15,2692, p&lt;0,001). Estos resultados subrayan la importancia de considerar las tareas específicas al evaluar el control inhibitorio, mostrando diferentes niveles de demanda con implicaciones clínicas, especialmente en el autismo. <![CDATA[TECNOESTRESSE EM PSICÓLOGOS CLÍNICOS QUE REALIZAM ATENDIMENTO ONLINE]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652025000100401&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt ABSTRACT This study had two objectives: to identify the predictive power of psychosocial factors at work on the dimensions of technostress, and to examine whether job satisfaction plays a mediating role between work demands and technostress dimensions among 146 clinical psychologists who provided online care. The instruments employed were the Technostress Scale (RED/TIC), the Copenhagen Psychosocial Questionnaire (COPSOQ I), medium version, and a sociodemographic and functional data questionnaire. The results of a linear regression analysis showed that the dimensions of technostress were explained by variables such as Demands (quantitative, cognitive, affective), Stress (behavioral, somatic, cognitive), Vitality, Development at work, Meaning of work, and Job satisfaction. Furthermore, Job satisfaction was found to mediate the relationship between Demands (quantitative and cognitive) and the dimensions of Disbelief and Anxiety.<hr/>RESUMO Este estudo teve dois objetivos: o primeiro foi identificar o poder preditivo dos fatores psicossociais no trabalho sobre as dimensões do tecnoestresse; e o segundo, verificar se a satisfação no trabalho funciona como variável mediadora entre as demandas de trabalho e as dimensões do tecnoestresse em 146 psicólogos clínicos que realizavam atendimentos online. Como instrumentos de pesquisa, foram utilizados a Escala de Tecnoestresse (RED/TIC), o Copenhagen Psychosocial Questionnaire (COPSOQ I), versão média, e um questionário de dados sociodemográficos e funcionais. Os resultados obtidos por meio de análise de regressão linear mostraram que as dimensões do tecnoestresse foram explicadas pelas variáveis Demandas (quantitativas, cognitivas, afetivas), Estresse (comportamental, somático, cognitivo), Vitalidade, Desenvolvimento no trabalho e Satisfação no trabalho. A Satisfação no trabalho funcionou como mediadora entre as Demandas (quantitativas e cognitivas) e as dimensões de Descrença e Ansiedade.<hr/>RESUMEN Este estudio tuvo dos objetivos: el primero, identificar el poder predictivo de los factores psicosociales en el trabajo sobre las dimensiones del tecnoestrés; el segundo, verificar si la satisfacción laboral actúa como variable mediadora entre las demandas laborales y las dimensiones del tecnoestrés en 146 psicólogos clínicos que trabajan en línea. Como instrumentos de investigación se utilizaron la Escala de Tecnoestrés (RED/TIC), el Cuestionario Psicosocial de Copenhague (COPSOQ I), versión media, y un cuestionario de datos sociodemográficos y funcionales. Los resultados obtenidos mediante análisis de regresión lineal identificaron que las dimensiones del tecnoestrés fueron explicadas por las variables Exigencias (cuantitativas, cognitivas y afectivas), Estrés (conductual, somático y cognitivo), Vitalidad, Desarrollo en el trabajo y Satisfacción laboral. La Satisfacción laboral actuó como mediadora entre las Exigencias (cuantitativas y cognitivas) y las dimensiones de Incredulidad y Ansiedad. <![CDATA[‘EU QUERO VIVER E SER ALEGRE COMO ANTES!’: UMA COMPREENSÃO HUMANISTA-FENOMENOLÓGICA DA DEPRESSIVIDADE DE ANTÔNIO]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652025000100500&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt RESUMO Este artigo tem como objetivo compreender, sob um viés humanista-fenomenológico, a experiência de depressividade vivida por um paciente acompanhado em psicoterapia. Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo estudo de caso, com um homem acompanhado numa clínica-escola de psicologia durante seis meses. Foram utilizadas como ferramentas de coleta de dados as transcrições das sessões e as versões de sentido feitas pelo psicoterapeuta. Utilizamos a análise fenomenológica crítica para compreender os significados da experiência de Antônio. A partir da análise de dados, três tópicos de discussão foram definidos: a experiência da corporeidade; o sofrimento e a depressividade vivida; e, por último, o significado do mundo vivido (Lebenswelt) por meio da compreensão empática no processo psicoterapêutico. Concluímos que a psicoterapia ajudou Antônio a conhecer a si mesmo, bem como a sua própria experiência de depressividade, entrelaçada com o mundo, com sua história e seus múltiplos contornos, revelando um modo particular de funcionamento.<hr/>ABSTRACT This article aims to understand, from a humanist-phenomenological perspective, the experience of depression lived by a patient accompanied in psychotherapy. This is a qualitative study, of the case study type, with a man accompanied in a psychology school clinic for six months. Transcriptions of sessions and versions of meaning provided by the psychotherapist were used as data collection tools. We used critical phenomenological analysis to understand the meanings of Antônio’s experience. Based on data analysis, three topics of discussion were defined: the experience of corporeity; the suffering and depression experienced; and, finally, the meaning of the lived world (Lebenswelt) through empathic understanding in the psychotherapeutic process. We conclude that psychotherapy helped Antônio to know himself, as well as his own experience of depression, intertwined with the world, with its history and its multiple contours, revealing a particular way of functioning.<hr/>RESUMEN Este artículo tiene como objetivo comprender, bajo un sesgo humanista-fenomenológico, la experiencia de depresión vivida por un paciente seguido en psicoterapia. Se trata de un estudio cualitativo, del tipo estudio de caso, con un hombre acompañado en una escuela-clínica de psicología durante seis meses. Las transcripciones de las sesiones y las versiones de significado realizadas por el psicoterapeuta se utilizaron como herramientas de recolección de datos. Utilizamos el análisis fenomenológico crítico para comprender los significados de la experiencia de Antônio. A partir del análisis de los datos, se definieron tres temas de discusión: la experiencia de la corporeidad; el sufrimiento y la depresión vividos; y, finalmente, el significado del mundo vivido (Lebenswelt) a través de la comprensión empática en el proceso psicoterapéutico. Concluimos que la psicoterapia ayudó a Antônio a conocerse a sí mismo, así como su propia experiencia de depresión, entrelazada con el mundo, con su historia y sus múltiples contornos, revelando una forma particular de funcionar.