Scielo RSS <![CDATA[Jornal de Psicanálise]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=0103-583520080001&lang=pt vol. 41 num. 74 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352008000100001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>A análise do analista</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352008000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>A análise didática</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352008000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>A análise didática</b>: <b>uma análise interminável?</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352008000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente artigo discute problemas clínicos relativos à prática da análise didática. Resultam estes do fato de que a psicanálise, um processo que envolve alguém em posição de analisando e outro em posição de analista, torna-se aqui complicada pelo fato de o analisando ser ao mesmo tempo aluno do instituto e postulante a tornar-se membro da Sociedade em que o analista, como didata, ocupa uma posição hierárquica bem estabelecida. O autor argumenta que isto pode afetar negativamente o processo analítico. Além do que, terminada a análise, ambos vão conviver por um tempo indefinido naquela instituição - ao contrário do que ocorre em uma análise -, e prolongamentos transferenciais inanalisáveis poderão contribuir fortemente para a constituição de um sistema de redes de poder, marcadas por uma influência abusiva do ex-analista. Mesmo mantido esse sistema, a instituição deve se interrogar constantemente sobre seus efeitos colaterais e considerar tal modalidade de análise na perspectiva da natureza dos processos analíticos e não numa aplicação não-modulada, burocrática, do regulamento.<hr/>In this paper the author discusses the clinical problems involved in training analysis. They result from the fact that psychoanalysis, a process which implicates in one person in the analysand’s position and another in the analyst’s position, becomes complex in this situation by the fact that the patient is at the same time a student in the Institute and a postulant to become a member of the Society in which the analyst, as training analyst, occupies a well established hierarchical position. The author believes this may affect the analytic process negatively. Another factor is that at the end of analysis, they will meet each other for an undetermined space of time in the same institution - as opposed to what occurs in an analysis - and prolonged unanalyzed transferences may strongly contribute to the constitution of a network of power, marked by the abusive influence of the ex-analyst. Even if this system is maintained, the institution should interrogate itself constantly about these side effects and consider this modality of analysis in the perspective of the nature of the analytic process instead of a bureaucratic and not modulated application of regulations.<hr/>En este artículo el autor discute los problemas clínicos involucrados en la práctica del análisis didáctico. Los mismos surgen como consecuencia del psicoanálisis tornarse un proceso engorroso al envolver a alguien en posición de analista y otro en posición de analizando siendo éste, al mismo tiempo, alumno del Instituto y postulante a formar parte de los miembros de la Sociedad en que el analista, como analista didáctico, ocupa una posición jerárquica bien establecida. El autor argumenta que dicha situación puede afectar negativamente el proceso analítico. Además de que, una vez terminado el análisis, ambos van a convivir durante un tiempo indefinido en la misma institución - al contrario de lo que ocurriría en una análisis que está en curso - y prolongaciones transferenciales inanalizables podrán contribuir intensivamente para la constitución de un sistema de redes de poder, marcadas por una influencia abusiva del ex-analista. Manteniendo de todos modos este sistema, la institución se debe cuestionar constantemente al respecto de tales efectos colaterales y considerar esta aplicación no modulada y burocrática del reglamento. <![CDATA[<b>Análise didática</b>: <b>uma história feita de críticas</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352008000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A visão que temos de nossas teorias, práticas e instituições costuma ser a de que estas decorrem exclusiva ou principalmente de reflexões ou descobertas. No caso das regras que norteiam a formação, porém - como, aliás, no estabelecimento das teorias dominantes e das práticas clínicas usuais -, os jogos de força entre correntes e grupos psicanalíticos desempenham um papel destacado. A regulamentação da análise didática, em especial, é menos o produto de uma ampla discussão entre os analistas que o resultado da complexa história de nosso movimento. Por tal razão, provavelmente, grande parte dos escritos mais notáveis sobre o assunto possuem um inequívoco tom crítico. No presente artigo, o autor procura rastrear algumas das linhas mestras dessa história e dessas críticas. Dentro do quadro de uma revisão histórica, avaliam-se certos problemas implicados na organização institucional da análise didática e busca-se compreender o motivo da ambigüidade central: aquilo que mais se critica é o que mais se pratica.<hr/>We usually regard our theories, clinical practice and institutions as mainly or exclusively being brought up by discoveries or abstract considerations. Nevertheless, as far as the training requirements - but also dominant theories and clinical practice - are concerned, they are determined by the political interplay between psychoanalytical groups as well. Regulations concerning training analysis are particularly the conjunctural effect of complex historical trends in our international movement, rather than the sensible result of worldwide discussions on this topic. This is probably why most of the relevant papers published on this matter have an unmistakably critical tone. In this paper, the author tries to follow the main streams of this history and criticism. Within this historical framework, he tries to evaluate the central ambiguity involved in the issue of training-analysis regulations: when practical matters are discussed on an idealistic ethical basis, we usually end up by doing precisely what we criticize the most.<hr/>El punto de vista que tenemos de nuestras teorías, prácticas e instituciones suele ser el de que éstas surgen exclusiva o principalmente de reflexiones o descubrimientos. En el caso de las reglas que guían la formación, a pesar de - como en el establecimiento de las teorías predominantes y de las prácticas clínicas usuales - los juegos de fuerza entre corrientes y grupos psicoanalíticos despliegan un rol sobresaliente. La reglamentación del análisis didáctico, en especial, más que el resultado de una compleja historia de nuestro movimiento, es el producto de una amplia discusión entre los analistas. Por tal motivo, probablemente, gran parte de los escritos más notables sobre el tema poseen una inequívoca tonalidad crítica. Dentro del contexto de una revisión histórica, se evalúan ciertos problemas implicados en la organización institucional del análisis didáctico y se busca comprender el motivo de la ambigüedad central: aquello que más se critica es lo que más se practica. <![CDATA[<b>Relações entre a análise de formação e o instituto</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352008000100006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A análise didática é diferente da comum, que exige liberdade para a recíproca escolha de ambos os participantes, seu início e término. Na didática, o candidato é previamente selecionado e deve escolher entre os didatas, até o extremo de ser às vezes levado a interromper uma análise para retomá-la com outro didata. Postula-se a necessidade de que o Instituto se dedique a ensinar psicanálise e avaliar de forma mais rigorosa sua docência e deixe a análise a critério do analista e do candidato, abolindo-se a classe dos didatas. A serviço da instituição e tendo seu poder ostentado pelos didatas, interessa à análise didática assim se manter. Com sua idealização, identificação narcísica mútua e seu caráter de fetiche, cumpre ela a tarefa de manter os standards mínimos com mais exatidão, o que a torna mais conservadora e, paradoxalmente, transgressora, uma vez que é a que mais preserva a psicanálise de possíveis inovações. Isso à custa dos candidatos, que devem cercear sua escolha e sua liberdade, submetendo-se à instituição através de seu representante, o analista didata, que também deve fazer o mesmo.<hr/>Training analysis is different from a personal analysis since it demands freedom from both participants to initiate and finish it and to choose each other. In training analysis, the candidate is previously selected by other persons and must choose among training analysts leading to the interruption of an analysis in order to initiate other one with the training analyst. It is postulated that the Institute’s should dedicate itself to the teaching of psychoanalysis and to rigorous evaluation of its teaching members, while analysis should be left for the analysts and candidates criteria, thus abolishing training analysis. In the service of the Institute and the ostensible power of the training analysts, training analysis maintains itself inaltered. With its idealizations, mutual narcissistic identifications and its characteristic fetish, it fulfills its aims of maintaining the minimum standards with more precision becoming very conservative and, paradoxically transgressing, since it preserves psychoanalysis from any possible innovation. All this at the expense of the candidates who must restrict their choices and freedom, submitting to the institution by means of their representative, the training analyst, who shall also do the same.<hr/>El análisis didáctico es diferente del común que exige libertad para la recíproca elección de ambos participantes, su inicio y término. En el didáctico, el candidato es previamente seleccionado por otras personas y debe elegir entre los didactas, llegando al extremo de, a veces, interrumpir un análisis para reiniciarlo con otro didacta. Se plantea la necesidad de que el Instituto se dedique a enseñar psicoanálisis y a evaluar de forma más rigurosa su docencia y deje el análisis al criterio de analistas y candidatos, aboliendo desde luego, la clase de los didactas. Se señala que el análisis didáctico está al servicio de la institución cuyo poder lo ostentan los didactas y que ella está interesada en mantenerse tal como está. El análisis didáctico con su idealización, identificación narcisista mutua y su carácter de fetiche, cumple en ser aquel que mantiene los standards mínimos con más exactitud, lo que lo hace más conservador y, paradojalmente, trasgresor. Así es el que preserva más el psicoanálisis de posibles innovaciones. Lo anterior es a costa de los candidatos que deben recortar su diversidad, su libertad y someterse a la institución, lo que se hace a través de su representante, el analista didacta, que también debe hacer lo mismo. <![CDATA[<b>Pensando a análise didática enquanto fetiche e formação ideológica</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352008000100007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo é basicamente um comentário ao de Mario Gomberoff, também publicado neste número do Jornal de Psicanálise. Ele aborda a interferência da Instituição na análise pessoal dos candidatos e suas conseqüências deletérias, basicamente a manutenção de uma análise que, em sua essência, está em oposição à própria natureza do processo psicanalítico. O aspecto ”didático” torna-se a questão básica, em vez de enfocar-se à análise da transferência. A análise didática, nesse contexto, adquire o significado de um fetiche e de uma formação ideológica. Ela é, portanto, um sintoma baseado no mecanismo da recusa. Uma de suas conseqüências é a esterilização da criatividade e o congelamento, numa repetição constante da relação analista didata-candidato.<hr/>This paper basically comments on Mario Gomberoff’s contribution published in this number. It discusses the interference of the Institution in the personal analysis of candidates and the deleterious consequences, namely the maintenance of an analysis that is, in its essence, in opposition to the very nature of the psychoanalytic process. The “training” aspect becomes the main issue in detriment of focusing analysis of the transference. In this context, training analysis acquires the meaning of a fetish and of ideological formation, thus becoming a symptom supported by disavowal. The consequences are the sterilization of creativity and the freezing of the relationship between training analyst and candidate in a constant repetition.<hr/>Este trabajo es, básicamente, un comentario al de Mario Gomberoff, también publicado en este Jornal de Psicanálise. Dicho trabajo aborda la interferencia de la Institución en el análisis personal de los candidatos y sus consecuencias deletéreas, sobre todo, el mantenimiento de un análisis que en su esencia está en oposición a la propia naturaleza del proceso psicoanalítico. El aspecto “didáctico” pasa a ser la cuestión básica en lugar de ser enfocado el análisis de la transferencia. El análisis didáctico, dentro de este contexto, adquiere el significado de un fetiche y de una formación ideológica. De este modo, ella es un síntoma basado en el mecanismo de recusa. Una de sus consecuencias es la esterilización de la creatividad y el congelamiento, en una repetición constante, de la relación analista didacta-candidato. <![CDATA[<b>A análise dos analistas</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352008000100008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A análise do analista precisa qualificá-lo para suportar a experiência da análise vetorizada pela transferência e seu manejo. O desejo de analista é a função lógica e ética que capacita um analista. Esse desejo ao avesso da demanda e do gozo é produzido na análise do analista. Um longo tempo de rodeios e desvios é necessário para extrair da lógica do sujeito a ética de sua solidão e da sustentação de seu estilo que se tornam operadores da experiência de psicanálise com outros.<hr/>The analysis of the psychoanalyst must qualified him to sustain the experience of psychoanalysis orientated to the transference and its maneuver. The desire of the analyst is a logical and ethical function witch habilitates the psychoanalyst. This desire is the opposite of the demand and jouissance and is produced in the analysis of the psychoanalyst. A long time turn and deviance is necessary to extract from the logic of the subject, the ethics of his loneliness, and the handling of his style, witch turns into operators of the psychoanalytical with others.<hr/>El análisis del analista necesita calificarlo para suportar la experiencia del análisis vectorizada por la transferencia y su manejo. El deseo del analista y la función lógica y ética que capacita un analista. Ese deseo al revés de la demanda y del gozo es producido en el análisis del analista. Un largo tiempo de rodeos y desvíos es necesario para extraer de la lógica del sujeto la ética de su soledad y de la sustentación de su estilo que se tornan operadores de la experiencia de psicoanálisis con otros. <![CDATA[<b>Formação do analista</b>: <b>um impasse necessário</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352008000100009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O artigo levanta questões concernentes à formação psicanalítica, dado que, nesta disciplina, a subjetividade está plenamente envolvida e não deve ser neutralizada. O único caminho para a vivência dos processos inconscientes em si e nos outros é a análise pessoal. A formação psicanalítica pede uma análise pessoal aprofundada: meta alcançada ante uma real necessidade de tratamento e nunca como um protocolo institucional.<hr/>This paper deals with the complexities concerning psycho-analytical training, since in this area, as opposed to others, subjectivity is entirely involved and cannot be neutralized. The only way one becomes sensitive to unconscious processes in oneself and others is through one’s own analysis. Analytical training thus requires the experience of deep analysis, which, on the other hand, is only fully achieved when based on one’s true need of analysis, and never as an institutional requirement.<hr/>Este artículo teje consideraciones a respecto de la formación psicoanalítica, dado que en esta disciplina la subjetividad está totalmente comprometida en el proceso y no debe ser neutralizada. El único camino para la vivencia de los procesos inconscientes, en uno mismo y en los otros, es el análisis personal. La formación psicoanalítica exige un análisis personal profundo que sólo es alcanzado mediante una real necesidad de tratamiento y nunca como protocolo institucional. <![CDATA[<b>Refletindo sobre uma dificuldade</b>: <b>a de se aprofundar nas questões levantadas pela análise didática</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352008000100010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Texto opinativo-reflexivo, marcadamente pessoal, situado no contexto do debate atual sobre a formação analítica. A partir de fatos ocorridos na vida societária, a autora observou a dificuldade de a análise didática ser discutida de forma profunda. Isso a levou a reler artigos dedicados ao tema e a constatar que a dificuldade observada na Sociedade na qual se filia é, na realidade, mais ampla, sendo relatada por uma quantidade de artigos críticos, provindos de todos os lugares em que a IPA atua. Trata-se de uma dificuldade que dura já 60 anos e abrange toda a instituição psicanalítica. O interesse em colocar em evidência a situação e adentrar-se um pouco nela foi o motor deste texto. A autora não acredita que a existência da análise didática, na forma em que ela se apresenta atualmente na SBPSP, seja útil para o desenvolvimento da Psicanálise ou para a Sociedade de São Paulo.<hr/>This is a reflective-opinionative text. It is a personal approach, situated on the context of the current debate on the analytical formation. From facts of her own member life, the author observed a great difficulty to deepen the discussion on training analysis. This challenge drove her to re-read articles on the subject and made her realize that the difficulty observed in the Psychoanalysis Society of São Paulo it is actually broader, being reported by a profusion of reviews coming from several places were the IPA exists, and lasting for 60 years. The generating motor of the text was the interest to bring this situation to evidence. The author believes that the training analysis in the patterns it is structured today by the SBPSP, it is not useful to the development of the Psychoanalysis and neither of the B. P. Society of São Paulo.<hr/>Se trata de un texto opinativo y reflexivo, de carácter personal, situado en el contexto del debate actual sobre la formación analítica. A partir de los hechos vividos por la autora en su experiencia institucional, constató la gran dificultad de discutir con profundidad el tema del análisis didáctico. Esto la llevó a releer algunos artículos dedicados al tema y verificar que la dificultad observada en la sociedad a la cual pertenece en la realidad es mucho más amplia siendo relatada en una grande cantidad de artículos, provenientes de todos los lugares donde existe el IPA. Esta dificultad de toda la institución psicoanalítica ya dura 60 años. El interés en colocar en evidencia esta situación y en profundizarse en ella fue el motor del presente texto. La autora no cree que la existencia del análisis didáctico, en los moldes actualmente presentes en SBPSP, sea útil al desarrollo del Psicoanálisis y tampoco al de la Sociedade Brasileña de Psicoanalisis de São Paulo. <![CDATA[<b>Considerações sobre a possibilidade de que a análise didática possa ter resultados patogênicos</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352008000100011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo pretende tecer reflexões acerca da análise didática, com a ressalva de que ficará restrito à sua possível iatrogenia e patogenia no analista em formação. Assim, o autor destaca alguns pontos que julga básicos, entre eles, a enorme influência de um permanente “superego analítico”, o qual resulta dos mandamentos forjados pela IPA, desde sua criação até os dias atuais. Daí pode decorrer uma transgeracionalidade, ou seja, aludidos mandamentos (ou “recomendações”, como alguns preferem dizer) permanecem em sucessivas gerações de novos psicanalistas, tanto no que elas têm de positivo, quanto de negativo, sendo estas últimas as únicas salientadas no presente artigo. Imbuído do mesmo espírito, o autor tece reflexões acerca da supervisão curricular do candidato, assim como ressalta a relevância da pessoa real do analista.<hr/>This paper intends to reflect on training analysis, but it will limit itself to the pathological aspects of the candidate’s psychoanalytical education. The author emphasizes some basic aspects: first, the important influence of a permanent “psychoanalytical superego” within IPA’s commandments, from its origins until today. The greatest consequence of this is the installation of a trans-generational influence, that is, the mentioned commandments forged by IPA persist in successive generations of new psychoanalysts, in the positive and the negative aspects, and the latter are emphasized in this paper. The author also makes reflections on the candidate’s supervision, and points out the importance of the real person of the psychoanalyst.<hr/>Este trabajo pretende hacer reflexiones al respecto del análisis didáctico, únicamente restrictas para sus aspectos patogénicos en la formación del candidato para devenir psicoanalista. De este modo, el autor enfatiza algunos de los mencionados aspectos, como: “el superyó psicoanalítico” con sus mandamientos, desde su orígenes hasta la actualidad. La mayor consecuencia de eso es la instalación de una transgeneracionalidad, o sea, los mencionados mandamientos forjados por la IPA que persisten en las sucesivas generaciones de nuevos psicoanalistas, tanto en sus aspectos positivos como en los negativos, siendo estos últimos los que ocupan el presente artículo. El autor también hace reflexiones acerca de la figura del Supervisor del candidato, así como también enfatiza la importancia de la “persona real del analista”. <![CDATA[<b>Formação psicanalítica</b>: <b>algumas reflexões sobre a análise didática</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352008000100012&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Empreende aqui a autora um exame da formação psicanalítica oferecida pelo Instituto de Psicanálise da SBPSP nos últimos trinta anos. Para isso, retoma questões ligadas à análise didática e expõe algumas idéias e posicionamentos, que visam esclarecer o ponto de vista adotado, enfatizando a importância da análise de formação. O presente trabalho não pretende constituir um levantamento em relação ao posicionamento de outros autores, refletindo apenas uma reflexão da autora.<hr/>The author brings up some ideas and personal reflections about the psychoanalytic education as offered in the Institute of Psychoanalysis (SBPSP) for the last thirty years, reviewing mainly the issues related to training analysis. Some of the author’s ideas and positions are exposed, aiming to clarify the adopted point of view, which emphasizes the importance of training analysis. The paper has no intention of responding to positions other authors have risen, constituting only the author’s reflections.<hr/>La autora presenta algunas ideas y reflexiones personales en relación a la formación psicoanalítica ofrecida en el Instituto de psicoanálisis de la SBPSP en los últimos treinta años, retomando principalmente cuestiones relacionadas al análisis didáctico. Algunas ideas y posiciones de la autora son propuestas para esclarecer el punto de vista adoptado, en relación a la importancia del análisis didáctico. El texto presentado no tiene la intención de ser una colección de propuestas de colegas y de otros autores, sino, nada más que una reflexión personal de la autora. <![CDATA[<b>A análise do analista</b>: <b>análise didática, reanálise, auto-análise</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352008000100013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Postula o autor a necessidade do desenvolvimento de instrumentos teóricos, metodológicos e técnicos, a par de recursos psíquicos, através da análise pessoal do analista, que permitam o enfrentamento dos problemas que a prática analítica atual requer. Sustenta ele que, se a análise didática é substantiva à pessoa do analista, é também transcendente para a instituição psicanalítica: em relação à idéia de formação permanente do analista, da relação entre analista e instituição, e de cada um de seus membros com a análise, com a própria análise, ou com as sucessivas reanálises. A análise (e o fim da análise) envolve identificações e impõe a necessidade de desidentificações libertadoras. Incumbirá ao analista didata desmontar essa transferência idealizada, narcisista, amparada pelas exigências e as idealizações que a própria instituição puder promover. O autor sustenta que um objetivo fundamental da análise do analista é promover nele uma capacidade de auto-análise, da qual possa dispor a serviço de sua tarefa clínica e de sua reflexão íntima. Mediante a auto-análise, o analista terá que discriminar entre aquilo que surge de sua resposta transferencial a uma característica do paciente e a contratransferência, que surge como a capacidade para pensar aquilo não pensado pelo paciente. Trata-se, em suma, de deslindes necessários para ensejar a construção do novo, do inédito na história da relação analítica e na memória do processo de análise.<hr/>The author proposes that training analysis is necessary to face the demands of today’s clinical practice, since it enables the analyst to develop theoretical, methodological and technical instruments, besides psychic resources. He maintains that if training analysis pertains to the person of the analyst, it also transcends to the psychoanalytic institution; in relation to the idea of permanent development of the analyst, of his relationship with the institution, and of each of its members with analysis, his own, or successive re-analyses. Analysis (and the termination of analysis), involves identifications, and imposes necessary liberating de-identifications. It is the training analyst’s duty to dismantle this idealized and narcissistic transference, sustained by the demands and idealizations that the very institution may promote. The author sustains that a fundamental aim of the analyst’s analysis is to develop his capacity for self-analysis which he can make use of, in service of his clinical practice and of his intimate reflections. Through self-analysis the analyst may discriminate between that which occurs due to a response to the patient’s characteristic transference, and that which is a counter transference response that emerges as a capacity to think what is unthinkable to the patient. It is a necessary boundary for the possibility of the construction of something new and fresh in the history of the psychoanalytical relationship, and in the memory of the analytical process.<hr/>El autor plantea la necesidad de desarrollar instrumentos teóricos, metodológicos, técnicos, y aún recursos psíquicos, a través del análisis personal del analista, que permitan enfrentar las problemáticas que plantea la práctica analítica actual. El autor sostiene que, si bien el análisis del analista es sustantivo a la persona del analista, es además trascendente para la institución psicoanalítica; en relación con la idea de formación permanente del analista, de la relación entre analistas en la institución, y de cada uno de sus miembros con el análisis, con el propio análisis, o con los sucesivos reanálisis. El análisis (y el fin de análisis) involucra identificaciones, e impone la necesidad de des-identificaciones liberadoras. Será una tarea del analista didacta desmontar esa transferencia idealizada, narcisista, amparada por las exigencias y las idealizaciones que la misma institución pudiera promover. El autor sostiene que un objetivo fundamental del análisis del analista es el de promover en él una capacidad de autoanálisis de la que pueda disponer al servicio de su propia tarea clínica, y de su reflexión íntima. Mediante el autoanálisis el analista tendrá que discriminar entre aquello que surge de su respuesta transferencial a una característica del paciente, y esa contratransferencia que surge como la capacidad para pensar aquello no pensado por el paciente, de otorgar representación a lo no representado por él. Se trata, en suma, de deslindes necesarios para la posibilidad de la construcción de eso nuevo, inédito, que puede generarse en la historia de la relación analítica, y en la memoria del proceso de análisis. <![CDATA[<b>A família institucional e a fantasmática do analista</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352008000100014&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O autor propõe a existência de intensa interação entre as duas famílias do analista: a histórica, da infância, e a institucional, de sua formação. Para ele, ambas intervêm no trabalho do analista com seu paciente, no plano da fantasia interior, em grau diferente, segundo os diversos momentos de trabalho. Mostra-se que o elemento comum à experiência infantil e a analítica é a imensa oportunidade de profunda introjeção. No percurso do jovem psicanalista, há momentos introjetivos decisivos, que vão fundar e constituir as bases culturais, teóricas e clínicas do seu “Eu de trabalho”.<hr/>The author proposes the existence of intense interaction between the analyst’s two families, the historical one of his infancy, and the institutional one, of his psychoanalytic education. In his opinion, they both step in the analyst’s work with his patient, on the level of his inner fantasy, and in different degrees according to the diverse moments of the work. He points out that the common element between the infantile experience and the analytic one is the enormous opportunity of profound introjection. There are important moments that favor introjection in the young analyst’s course, which establish and constitute the cultural, theoretical and clinical foundations of his Working Self.<hr/>El autor propone la existencia de una intensa interacción entre ambas familias del analista, la de la infancia - histórica - y la de su formación - institucional. Para el autor, ambas intervienen en el trabajo del analista con su paciente, en el plano de la fantasía interior, en diferentes grados, según los diversos momentos del trabajo. También muestra que el elemento común a la experiencia infantil y analítica es la enorme oportunidad de profunda introyección. En el decorrer del joven psicoanalista existen importantes momentos introyectivos, que fundan y constituyen las bases culturales, teóricas y clínicas de su “yo de trabajo”. <![CDATA[<b>A respeito da análise didática</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352008000100015&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Trata-se aqui dos efeitos das identificações imaginárias e da psicologia das massas nas instituições psicanalíticas, sua relação com o processo de transmissão e a possibilidade do fim da análise do analista. Correlacionando-os com suas experiências pessoais, o autor igualmente enfoca as implicações e desdobramentos dos atuais modelos de formação.<hr/>This paper is a warning about the effects of imaginary identifications and of group psychology in psychoanalytic institutions, and its relations with the process of transmission and termination of analysis. It deals with models of education and its implications. Personal experiences are reported.<hr/>Se trata de advertir acerca del efecto de las identificaciones imaginarias y de la psicologia de las masas en las instituciones psicoanalíticas, y su relación con el proceso de transmisión. Su relación con el fin de análisis del analista. Los modelos de formación y sus implicancias. Experiências personales. <![CDATA[<b>Psicanálise hoje</b>: <b>minha experiência de quarenta anos como psicanalista</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352008000100016&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Neste texto, autor enfoca sua experiência de vida, forma de trabalho e sustentos fundamentais resultantes de seus quarenta anos no fazer analítico. Salienta que seus pacientes, fontes de conhecimento notável, possibilitaram a constituição de sua teoria pessoal, o que, em conjunto com sua própria análise, permitiu-lhe dar conta da subjetividade, distintividade e unicidade de cada vínculo. A pessoa vai além do diagnóstico: sua história, sua ideologia inconsciente permitem também descobrir que respondemos em formas diferentes, reconhecendo a existência de elementos comuns. Sua técnica não se sustenta em nenhum esquema, além daquele sintetizado dialeticamente no seu inconsciente. Não escolhe se vai interpretar o impulso, o desejo, a defesa ou o afeto: deixa que sua seleção integral faça frente a cada momento e a cada tempo. A interpretação é uma tentativa de compreensão da mutualidade dos inconscientes (interpretação mutuativa). Deve ser acompanhada de uma autenticidade consciente e inconsciente da parte do analista e de uma humanidade profundamente arraigada. Sem uma genuína, íntima e profunda relação entre psicanalista e paciente, o tratamento não será efetivo. Outro aspecto de sua técnica constitui o que ele denomina de Tânatos terapêutico. Nossa atividade não é exclusivamente erótica ou libidinal, inclui a utilização criativa da agressão. Todas as essenciais, sutis, contínuas, finas e duais experiências vão estruturando a indiscutível lei da mãe, transcendente em âmbito tanto físico-corporal, mental, psíquico, espiritual e afetivo quanto ético.<hr/>In this paper, the author presents his vital experience, his treatment approach and fundamental pillars, resulting from forty years of clinical practice. He emphasizes that his patients are a source of remarkable knowledge that allowed him to constitute personal theories. This, together with his personal analysis, allowed him to take notice of the subjectivity, distinctivity and uniqueness of each bond. The person is more than the diagnosis; his history, his unconscious ideology allows us to discover that we respond in different ways, recognizing the existence of common elements. His technique is not based in any scheme, other than that which was dialectically synthesized in his unconsciousness. He does not choose whether he will interpret the impulse, desire, defense or affect; his integral selection will do the best of each moment at each time. Interpretation is a tentative comprehension of the mutuality of the unconscious minds involved (mutuative interpretation). It should be accompanied by a conscious and unconscious authenticity by the analyst and his humanity should be deeply rooted. Without a genuine, intimate and profound relationship between analyst and patient, treatment will not be effective. Another aspect of his technique is was the author refers to as therapeutic Thanatos. Our activity is not exclusively erotic or libidinal, it includes the creative utilization of aggression. All essential, subtle, continuous, fine and dual experiences progressively structure the indisputable maternal law, transcendent in the physical, mental, psychic, spiritual, emotional, and also ethic levels.<hr/>En este trabajo el autor muestra su experiencia vital, forma de trabajo y sustentos fundamentales, resultado de sus cuarenta años en el quehacer analítico. Destaca que sus pacientes son una fuente de conocimiento notable que le permitieron constituir su teoría personal. Esto, junto a su propio análisis, le propició el hecho de darse cuenta de la subjetividad, distintividad y unicidad de cada vínculo. La persona va más allá del diagnóstico; su historia, su ideología inconsciente permite también descubrir que respondemos en formas diferentes, reconociendo la existencia de elementos comunes. Su técnica no se sustenta en ningún esquema, aparte del que está sintetizado dialécticamente en su inconsciente. No elije si va a interpretar el impulso, el deseo, la defensa o el afecto; deja que su selección integral haga frente a cada momento y a cada tiempo. La interpretación es un intento de comprensión de la mutualidad de los inconscientes (interpretación mutuativa). Debe ir acompañada de una autenticidad consciente e inconsciente de parte del analista y su humanidad profundamente arraigada. Sin una genuina, íntima y profunda relación entre el psicoanalista y el paciente el tratamiento no será efectivo. Otro aspecto de su técnica lo constituye lo que denomina Tánatos terapéutico. Nuestra actividad no es exclusivamente erótica o libidinal, conlleva la utilización creativa de la agresión. Todas las esenciales, sutiles, continuas, finas y duales experiencias van estructurando la indiscutible ley de la madre, trascendente tanto a nivel físico corporal, mental, psíquico, espiritual, afectivo como ético. <![CDATA[<b>Psicanálise</b>: <b>aspectos de uma crise anunciada</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352008000100017&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Neste artigo, a autora apresenta uma pesquisa realizada sobre a crise da psicanálise, seu sintoma epidérmico - a diminuição do número de pacientes, em especial dos que aceitam submeter-se à clínica-padrão - e sua manifestação mais profunda e subjetiva: a clínica atual apresenta características diferentes das de outrora. Essa mudança, porém, é percebida sem contornos definidos. Assemelha-se a um fantasma que incomoda e assusta, porque ameaça a viabilidade profissional dos psicanalistas e de sua identidade.<hr/>In this paper, the author presents a research study about the crisis of psychoanalysis, in both its epidermic symptoms - fewer patients, especially the ones willing to go through the standard clinical approach - and its deeper and more subjective manifestation - the current clinic presents different characteristics than before. However, this change is perceived in a blurred way. It resembles a ghost that bothers and scares, because it threatens the professional viability of psychoanalysts and also their identity.<hr/>En este artículo la autora presenta una investigación sobre la crisis del psicoanálisis, su síntoma epidérmico - la disminución del número de pacientes, especialmente de los que aceptan someterse a la clínica-padrón - y su manifestación más profunda y subjetiva: la clínica actual presenta características diferentes de las de otrora. Este cambio, sin embargo, es percibido sin contornos definidos. Se asemeja a un fantasma que incomoda y asusta, porque amenaza la viabilidad profesional de los psicoanalistas y su identidad. <![CDATA[<b>O principal instrumento de trabalho do analista</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352008000100018&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O autor expõe aos novos membros do Instituto da SBPSP a idéia de que a personalidade do analista é o seu principal instrumento de trabalho. Tal “instrumento” se organiza em torno da sensibilidade/disponibilidade para o contato com o paciente e uma tolerância para com o desconhecido, o não-sabido. Nessa perspectiva, o elemento central da formação analítica é a análise pessoal daquele que pretende vir a ser psicanalista. Além disso, mais do que simplesmente participar de cursos e supervisões, é importante que a pessoa se integre a uma rede de relações que fazem parte da vida institucional. Esse envolvimento tem a ver com duas disposições emocionais: paixão (no sentido que Bion lhe dá) e amor à verdade. Trata-se de um compromisso ético para quem pretende se familiarizar com o Método psicanalítico.<hr/>In this paper, presented to the new members of the Institute of Psychoanalysis of the Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo as the magna class of the 2008, the author offers the idea that the psychoanalyst’s main instrument of work is his/her personality. This “instrument” is based on the analyst’s sensibility, i.e. his/her availability to contact with the patient, and his/her capacity to tolerate the unknown. In this perspective, the analysis of the psychoanalyst is the central element of the analytical training. Besides participating in the seminars and supervisions, it is especially important that the candidate integrates into the network that is part of the institutional life. This interaction and involvement relates to two emotional dispositions: passion (in Bion’s sense) and love of truth. This means an ethical commitment for those who intend to get acquainted with the psychoanalytic method.<hr/>El autor expone a los nuevos miembros del Instituto de la SBPSP la idea de que la personalidad del analista es su principal instrumento de trabajo. Este “instrumento” se organiza en torno de la sensibilidad/disponibilidad para el contacto con el paciente y una tolerancia para con lo desconocido o no sabido. Desde esa perspectiva, el elemento central de la formación analítica es el análisis personal de aquel que pretender devenir psicoanalista. Por otro lado, además de simplemente participar de cursos y supervisiones, es importante que la persona se integre a una red de relaciones que forman parte de la vida institucional. Ese envolvimiento tiene que ver con dos disposiciones emocionales: pasión (en el sentido que le otorga Bion) y amor a la verdad. Se trata de un compromiso ético para quien pretende familiarizarse con el Método Psicoanalítico.