Scielo RSS <![CDATA[Cadernos de psicanálise (Rio de Janeiro)]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=1413-629520170002&lang=pt vol. 39 num. 37 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org <![CDATA[<b>O campo dos afetos</b>: <b>fontes de sofrimento, fontes de econhecimento. </b><b>Dimensões pessoais e coletivas</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952017000200001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo introduz uma reflexão sobre como os afetos, emoções e sentimentos encontram-se atrelados a fenômenos intersubjetivos e trans-subjetivos apontando para o fato de que eles podem, não apenas influenciar, mas dar forma à estrutura social em diferentes dimensões. Desta forma, explora, na interface da psicanálise, da sociologia e da filosofia, a influência dos afetos na determinação de formas e fontes de sofrimento pessoal e social no mundo contemporâneo. Além disso, aponta para as possíveis formas e fontes de reconhecimento disponíveis na atualidade, buscando envolver o psicanalista em um compromisso ético, como 'agente de cuidado', onde o reconhecimento da alteridade seja fomentado.<hr/>This article introduces a reflection on how affections, emotions and feelings are linked to intersubjective and trans-subjective phenomena, pointing to the fact that they can not only influence, but also shape the social structures in different dimensions. It explores, in the interface of psychoanalysis, sociology and philosophy the influence of affections in the determination of forms and sources of personal and social suffering in contemporaneity. In addition, it highlights the possible forms and sources of recognition available today, seeking to involve the psychoanalyst in an ethical commitment as a caretaker, through which the recognition of otherness can be promoted. <![CDATA[<b>Depressão na atualidade</b>: <b><i>estrutura psíquica</i></b><b> ou <i>metáfora do psiquismo</i>? Um diálogo entre Maria Rita Kehl e Pierre Fédida</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952017000200002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Da loucura genial dos filósofos antigos à ação da bílis negra, da influência astral de Saturno à acédia cristã, da criação à inibição, a melancolia sempre foi um tema que instigou a curiosidade investigativa do homem. Assim, acontece com sua sucedânea, a depressão, hoje bastante presente nos mais diferentes discursos. Este artigo, longe da pretensão de definir um significado à depressão, busca manter vivo o debate, ao pensá-la como um fenômeno complexo e desvelador das subjetivações contemporâneas. Dessa forma, pretende-se costurar um diálogo entre os autores: Maria Rita Kehl e Pierre Fédida, que dedicaram seus estudos à depressão, movimentando o pensamento psicanalítico.<hr/>From the brilliant madness of the ancient philosophers to the action of black bile, from the astral influence of Saturn to the Christian acedia, from the creation to the inhibition, melancholy has been a subject which, since antiquity, instigated man's investigative curiosity. The same happens now with its successor, depression, very present nowadays in the most different discourses. This paper, far from the pretension of defining a meaning to depression, seeks to keep the debate alive by thinking it as a complex phenomenon that reveals the contemporary subjectivations. So, it is intended here to sew a dialogue between the authors Maria Rita Kehl and Pierre Fédida, who dedicated their studies to depression, agitating the psychoanalytic thought. <![CDATA[<b>Do "reconhecimento identitário" em Axel Honneth à "despossessão de si" de Judith Butler</b>: <b>subsídios para pensar a dimensão política da psicanálise</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952017000200003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este trabalho busca extrair do campo psicanalítico, a sua dimensão política. Isto é feito a partir, especialmente, dos argumentos de dois filósofos de referência nos debates contemporâneos sobre o tema: Axel Honneth e Judith Butler. Ele se engaja, também, mais diretamente com a literatura psicanalítica e as repercussões do debate no Brasil. Tendo a psicanálise como eixo norteador e frente à aspiração de novas formas mais horizontalizadas de fazer política hoje, o texto procura subsídios, mais especificamente, na noção de "reconhecimento identitário", do primeiro teórico, e na de "despossessão de si", da segunda pensadora.<hr/>This paper aims to bring out of the psychoanalytic field its political dimension. This is done considering especially the arguments of two central philosophers that take part in contemporary debates on the theme: Axel Honneth and Judith Butler. It also engages more directly with the psychoanalytic literature and the repercussions of the debate in Brazil. Having psychoanalysis as a steering element and facing the new, more horizontal forms of doing politics, the paper looks for subsidies in the notions of "identitary recognition" of the former author, and of "self-dispossession" of the latter. <![CDATA[<b>O irrepresentável em <i>Harmada</i>, de João Gilberto Noll</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952017000200004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O artigo aborda aspectos da ficção brasileira produzida a partir da década de 80, dirigindo-se de modo específico, a Harmada, livro de João Gilberto Noll. As insígnias do abalo, do extravio, do cataclismo e do terremoto são relacionadas a um objeto produzido pela incidência dos produtos da ciência, do advento da técnica e do massacre de massa: a ruína. Este objeto teria a particularidade de mostrar o que não pode ser capturado pela representação e pelo sentido. A proposição é a de que Harmada desconstrói, em sua forma, a unidade imaginária da estrutura narrativa e, nesse procedimento, faz emergir um vazio correlativo do próprio sujeito. Vazio que remete ao que, em uma obra de arte, constitui seu núcleo real.<hr/>The article addresses aspects of Brazilian fiction produced since the 80's, referring specially to Harmada, a novel by João Gilberto Noll. The ensigns of the shake, misplacement, cataclysm and earthquake are related to an object produced by the incidence of the products of science, the advent of technique and the mass massacre: the ruin. This object would have the particularity to show what could not be captured by representation and by sense. The proposition is that Harmada deconstructs, in its form, the imaginary unit of the narrative structure, and in this procedure, makes a correlative emptiness of the subject itself emerge. An emptiness that refers to what, in a work of art, constitutes its real core. <![CDATA[<b>Genealogia do sujeito e da psicanálise na obra freudiana</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952017000200005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O nascimento da Psicanálise é decorrente da escuta clínica freudiana que produz e é produzida, ao mesmo tempo, pela valorização da palavra como ato psíquico. Neste artigo, propomos duas questões: qual a função da linguagem na constituição psíquica do ser humano? E qual sua relevância na fundação da Psicanálise e na elaboração do conceito de inconsciente freudiano? Sabendo que a psicanálise nasceu com o propósito de desrecalcamento por meio da fala e que as formações do inconsciente são denunciadas na linguagem, constatamos que o inconsciente e a própria psicanálise não seriam possíveis sem a palavra e o estudo freudiano do funcionamento tópico, dinâmico e econômico da linguagem no aparelho psíquico. Foi, portanto, a partir da clínica psicanalítica inaugurada no início do século XX, por Sigmund Freud, que a palavra deixou de ser apenas um instrumento de comunicação para tornar-se também um instrumento de cura.<hr/>The Psychoanalysis' birth was due to the Freudian clinical listening, which that produces and is produced, at the same time, by the valuation of the speech as a psychic act. In this article, we propose two questions: what is the role of language in the psychic constitution of the human being? And what was its relevance in the Psychoanalysis' foundation and in the formulation of the Freudian concept of Unconscious? Knowing that Psychoanalysis was born neither the purpose of derepression through the speech, and that the unconscious formations are denounced in the language, we verify that the unconscious Psychoanalysis itself would be possible without words, or without the Freudian study of the topical, dynamical and economical functionings of the language in the psychic apparatus. Thus, it's since psychoanalytical clinic was inaugurated by Sigmund Freud in the 20th century, speech ceased being just a communication tool to became a healing one. <![CDATA[<b>Freud, Lacan e a hiper-realidade na transmissão da psicanálise</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952017000200006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O objetivo do artigo é abordar alguns paradoxos sobre a transmissão em psicanálise. Uma vez que a transmissão do saber psicanalítico é regulada pela transferência, tratou-se de apontar, em primeiro lugar, que a transferência pode se tornar um instrumento de controle, ou ainda, uma relação de poder transvestida de discurso analítico. Em segundo lugar, na teoria da técnica, buscou-se mostrar, através do ensino de Freud e Lacan, que, muitas vezes, o que se transmite é da ordem de um ideal, ou ainda, de um simulacro, enquanto que a realidade da prática clínica fica invisível. Assim, foi possível associar a transmissão da técnica em psicanálise com a noção de hiper-realidade de Baudrillard, já que para esse autor, quando se passa a se relacionar mais com o simulacro do que com a realidade, desloca-se assim para uma hiper-realidade que se apresenta mais real que a própria realidade.<hr/>This article aims to address some paradoxes about the psychoanalysis's transmission. Once the transmission of psychoanalytic knowledge is regulated by the transfer, we first pointed that the transfer can become an instrument of control, or even a power relationship disguised of analytic discourse. Second, in the technical theory, we attempted to show, through Freud and Lacan's teaching that often what is transmitted is in the order of an ideal, or even a simulacrum, while the reality of clinical practice stays invisible. Thus, it was possible to associate the transmission of the technique in psychoanalysis with the Baudrillard's notion of hyperreality. For this author, when we beginning to relate more with the simulacrum than with reality, it moves for a hyper -realidade that appears more real than reality itself. <![CDATA[<b>A função traumatolítica dos sonhos com o uso de drogas na toxicomania</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952017000200007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Neste artigo, tenho o objetivo de realizar reflexões sobre a natureza do sonho, com o uso de drogas na toxicomania. Por meio de fragmentos de um caso clínico, trata-se de articular os citados sonhos com as postulações de Ferenczi sobre a experiência onírica. É a função traumatolítica dos sonhos que será focada. Estaríamos diante de uma repetição elaborativa do trauma? A droga pode ser entendida como um elemento externo, que é incorporado nessa série de repetições em busca de elaboração? Percorro, sucintamente e de forma panorâmica, os seguintes pontos: 1) as teorias do sonho em Freud; 2) o trauma em Ferenczi e 3) a função traumatolítica dos sonhos.<hr/>In this article, my objective is to reflect on the nature of dreams by drug use in drug addiction. Through fragments of a clinical case, it is a matter of articulating those dreams with Ferenczi's postulates about the dream experience. The traumatolytic function of dreams will be focused here. Would we be facing an elaborative repetition of the trauma? Could the drug be understood as an external element, embedded in this series of replications seeking for elaboration? I examine, briefly and in a panoramic way, the following points: 1) Freud's dream theories; 2) the trauma in Ferenczi and 3) the traumatolytic function of dreams. <![CDATA[<b>A díade adulto/criança em Rousseau e Freud e suas ressonâncias na clínica psicanalítica infantil contemporânea</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952017000200008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O artigo aborda os escritos de Rousseau sobre a criança e a concepção psicanalítica de infantil em Freud, destacando em seus discursos, a díade adulto-criança. Considerando a natureza educável da criança, afirmada por Rousseau, na obra Emílio ou da educação e a impossibilidade de educar os impulsos inconscientes, declarada por Freud, examinamos as repercussões desses discursos no contexto discutido da atual literatura da clínica psicanalítica infantil. Concluímos que o adulto concebe a criança como seu objeto de investimento, oscilando entre a legitimação da particularidade infantil e as estratégias de seu controle. Aspecto presente até hoje nos processos psicanalíticos com crianças.<hr/>This article addresses the writings of Rousseau about the child and the psychoanalytic conception of infantile in Freud, highlighting their reflections about the adult-child dyad. Considering the child's polite nature affirmed by Rousseau in the work Emile or on education and the impossibility of educating the unconscious impulses, declared by Freud, we examine the repercussion of these ideas in the context of the current child's psychoanalytic clinic's literature. We concluded that the adult conceives the child as being his/her investment object, alternating between the legitimation of the child's particularity and the strategies to controlling it. This aspect is still present in the clinical psychoanalytic processes with children. <![CDATA[<b>O caso Maura</b>: <b>o uso de mediadores dialógicos no <i>setting</i> analítico</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952017000200009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O texto discute, a partir de breve exposição da teoria da comunicação na obra de D. W. Winnicott e Clare B. Winnicott e da apresentação de um caso clínico, sobre outras possibilidades de comunicação psicanalítica no setting, por meio do uso de mediadores dialógicos. O uso destes recursos tem por objetivo viabilizar o estabelecimento de comunicação espontânea entre paciente e psicoterapeuta por via menos direta de conteúdos do que a comunicação verbal. A possibilidade do uso deste recurso no setting se dá pelo respeito às necessidades específicas do paciente, tal como ocorreu no caso apresentado.<hr/>The text discusses, from a short exposition of the communication theory in the work of D. W. Winnicott and Clare B. Winnicott, and from the presentation of a clinical case, other possibilities of psychoanalytic communication in the setting, brought about by the employment of dialogic mediators. The use of this resource aims to enable the establishment of spontaneous communication between patient and psychotherapist, by a less direct approach of contents than verbal communication. The possibility of using this feature in the setting is due to the respect for the patient's specific needs, as occurred in the presented case. <![CDATA[<b>Representações simbólicas do dinheiro na obra freudiana</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952017000200010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Nas situações cotidianas, o dinheiro aparece com acentuada relevância e torna-se difícil a delimitação de um contexto, em que ele não esteja direta/indiretamente envolvido. Estudos econômicos apontam que a racionalidade frente ao dinheiro se faz limitada e insuficiente frente aos comportamentos financeiros. Considerando a importância com que é revestido, o artigo pretende abarcar como o dinheiro é tratado na obra freudiana, através de uma releitura dos artigos, em que Freud lida, diretamente, com a questão monetária. Em Freud, o dinheiro aparece permeado por diversas simbolizações, atrelando-se de forma permanente aos distintos mecanismos do aparelho psíquico.<hr/>In everyday situations, money appears as having a marked relevance and it is difficult to delimit a context in which it is not directly/indirectly involved. Economic studies indicate that rationality against money is limited and insufficient in the face of financial behavior. Considering the importance with which it is coated the article intends to cover how money is treated in the Freudian work, through a re-reading of the articles in which Freud deals directly with the monetary question. In Freud, the money appears permeated by several symbolizations, permanently attaching itself to the different mechanisms of the psychic apparatus. <![CDATA[<b>Migração/exílio e a perda da língua materna</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952017000200011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A partir dos conceitos de migração e exílio, desenvolve-se uma análise sobre o processo migratório/exílio de Sigmund Freud. Abordam-se questões sobre a língua e a perda da língua materna. Foca-se nos percalços que aparecem frente à necessidade de fazer uso de uma língua estrangeira e na obrigação de abandono da língua materna, para conseguir comunicar-se no país de migração. O processo de luto pela perda da cultura, língua e terra de origem aparece como condição que habilita a possibilidade de elaboração da situação de migração. Diferencia-se a condição do migrante da condição do exilado.<hr/>Starting with the concepts of migration and exile, the article does a review of the migratory process / exile of Sigmund Freud. It addresses topics concerning language and the loss of the mother tongue. It focuses on the obstacles that appear when people need to make use of a foreign language with the obligation to abandon the mother tongue, in order to be able to communicate in the country of migration's language. The grieving process for the loss of culture, language and country of origin appears as a condition that enables the possibility of developing and establishing the migration process. Differences are made between a migration process and the exile. <![CDATA[<b>Todas as manhãs do mundo são sem regresso</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952017000200012&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O modo como Ferenczi e Winnicott pensaram o corpo e o universo simbólico permite uma reflexão interessante sobre aspectos da dinâmica psíquica, que estão em jogo na experiência musical. Com tais autores, é possível reconhecer a música como um fenômeno que envolve certo tipo de compreensão, que não se submete a uma dimensão externa ao sonoro e ao sensível, que não é, forçosamente, representável. É com base na memória sensorial das primeiras impressões auditivas que a música presentifica ecos de um vivido esquecido na lembrança e marcado no corpo. Na memória do corpo, a música se empresta para tudo poder significar, expressar, simbolizar, criar, mas nada exatamente.<hr/>The way in which Ferenczi and Winnicott thought about the body and the symbolic universe provides an interesting reflection on aspects of the psychic dynamics that are involved in the musical experience. With such authors, it is possible to recognize music as a phenomenon that carries a meaning, but this is not submitted to a dimension external to the sonorous and to the sensitive. This is not necessarily representable. It is through the sensorial memory of these impressions that the music makes present the echoes of a lived experience that was forgotten but yet is marked in the body. In the body`s memory, music lends itself to everything in order to mean, express, symbolize, create, but neither of those exactly. <![CDATA[<b>Com Ferenczi</b>: <b>clínica, subjetivação, política</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952017000200013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O modo como Ferenczi e Winnicott pensaram o corpo e o universo simbólico permite uma reflexão interessante sobre aspectos da dinâmica psíquica, que estão em jogo na experiência musical. Com tais autores, é possível reconhecer a música como um fenômeno que envolve certo tipo de compreensão, que não se submete a uma dimensão externa ao sonoro e ao sensível, que não é, forçosamente, representável. É com base na memória sensorial das primeiras impressões auditivas que a música presentifica ecos de um vivido esquecido na lembrança e marcado no corpo. Na memória do corpo, a música se empresta para tudo poder significar, expressar, simbolizar, criar, mas nada exatamente.<hr/>The way in which Ferenczi and Winnicott thought about the body and the symbolic universe provides an interesting reflection on aspects of the psychic dynamics that are involved in the musical experience. With such authors, it is possible to recognize music as a phenomenon that carries a meaning, but this is not submitted to a dimension external to the sonorous and to the sensitive. This is not necessarily representable. It is through the sensorial memory of these impressions that the music makes present the echoes of a lived experience that was forgotten but yet is marked in the body. In the body`s memory, music lends itself to everything in order to mean, express, symbolize, create, but neither of those exactly.