Scielo RSS <![CDATA[Psychê]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=1415-113820050002&lang=pt vol. 9 num. 16 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-11382005000200001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>A feminilidade como máscara </b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-11382005000200002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A partir do caso clínico de uma mulher intelectual muito bem sucedida como profissional, mãe, esposa e dona de casa, e que sofria com uma ansiedade por reconhecimento logo após suas apresentações profissionais em público, a autora afirma que não existe diferença entre a feminilidade genuína e a máscara. Ou seja, a feminilidade é um disfarce cuja dupla função é tanto encobrir a fantasia de posse do pênis tomado do pai como também proteger a mulher contra o perigo de retaliação, que poderia ser feita pelas figuras parentais em decorrência disso.<hr/>Based on a case history of a highly successful intellectual married woman, mother and house wife who suffered from an anxiety that made her obsessively seek for reassurance from men, following her public professional performances, the author states that there is no difference between genuine womanliness and the masquerade. Thus femininity is a mask whose double purpose is to deny the woman’s phantasy of the possession of the penis taken from father and also to protect her against the danger of retribution from the parental figures. <![CDATA[<b>Psicanálise é trabalho de fazer falar, e fazer ouvir</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-11382005000200003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Tendo por objetivo caracterizar a psicanálise em seu sentido originário e fundamental de trabalho de tratamento, o presente artigo propõe entendê-la como trabalho de “fazer falar, e fazer ouvir”. O entendimento assim formulado é apresentado como resultado de uma conquista da análise dos três principais modos com os quais Freud compreende a tarefa psicanalítica, quais sejam, vencer resistências, interpretação e construção. As relações de dependência e suplementariedade entre falar e ouvir também são estabelecidas, em articulação com as posições de analista e analisando, como condição para o tratamento psicanalítico e sua realização.<hr/>With the aim of characterizing psychoanalysis in its original and fundamental sense of labor of treatment, the present paper proposes to understand it as labor of “making (someone) talk, and making (someone) listen”. Such an understanding is presented as result of a conquering of analysis of the three main ways by which Freud comprehends the psychoanalytic task, namely: the overcoming of resistances, interpretation and construction. The relations of dependence and supplementarity between speaking and listening are also established, in articulation with the positions of the analyst and the patient, as a condition for psychoanalytic treatment. <![CDATA[<b>A psicanálise e o futuro da civilização moderna</b>: <b>Psychoanalysis and the future of the modern civilization</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-11382005000200004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este trabalho discute a relevância política e epistemológica da proposta de futuro, presente em O mal-estar na civilização. Este texto denuncia o colapso da referência progressista da modernidade, oferecendo uma imagem de futuro, aberta e imprevisível, radicalmente oposta à orientação de futuro inicialmente circunscrita em Totem e tabu. Enquanto neste último se verifica uma visão normativa da modernidade, ao sugerir o progresso em direção ao “estado científico” da civilização, em O mal-estar na civilização coloca-se um paradoxo - como rejeitar o progresso e continuar apontando para o futuro? A espera trágica de suas últimas linhas destaca a atualidade da crítica, contrária às promessas de harmonia da modernidade, e à ênfase conservadora que vem sendo colocada no presente.<hr/>This essay discusses the political and epistemological relevance of Freud’s proposal of future in Civilizations and its Discontents. In this work he denounce the breakdown of modernity’s faith in progress, and offers the reader the image of an open, unpredictable future, radically opposed to the orientation toward the future we find in Totem and Taboo. Whereas in the latter we find a normative view of modernity - as it suggests a progress toward the “scientific state” of civilization -, in Civilization and its Discontents a paradox is posed: how can we reject progress and still move toward the future? The tragic expectation implied in the question underscores the relevance of Freud’s criticism for present times, as he opposes both modernity’s promises of future harmony and the contemporary conservative emphasis on the present. <![CDATA[<b>A servidão ao “outro” nos estados limites</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-11382005000200005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Neste artigo o tema dos estados limites é explorado, dentre outros aspectos, à luz de um contraponto entre narcisismo e auto-erotismo. Busca-se, assim, desdobrar, e de certa forma ultrapassar, a clássica idéia de “falha narcísica”, supostamente determinante nessas patologias. Noções como a de apoio e desamparo são ferramentas importantes nessa reflexão, cujo ponto de partida é a própria questão de limite em psicanálise. Supõe-se uma marcante servidão ao outro interno nos estados limites, o que estaria além de uma indiscriminação com o objeto.<hr/>In this paper the borderline states are studied, among other features, in the light of a counterpoint between narcissism and auto-erotism. Thus the author tries to develop and in a way to overtake the classic idea of a “narcissistic fault”, assumedly prevalent in these pathologies. Notions like support and helplessness are important tools in this reflection whose starting point is the issue of borders in psychoanalysis in itself. A remarkable bondage to the inner other is supposed in the borderline states, and this would be beyond the indiscrimination to the object. <![CDATA[<b>Um tipo excepcional de caráter</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-11382005000200006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo é uma das elaborações em co-autoria entre orientando e orientadora na pesquisa sobre o tema Subjetividade e Cultura, que resultou na tese de doutorado “Caráter e contemporaneidade”. O conceito de caráter, que nos anos 1920 serviu para questionar o método freudiano da associação-livre, foi deslocado por nós de seu contexto original para redimensionar a relação entre interpretação e satisfação pulsional na clínica contemporânea. Tratamos esse problema à luz das diferenças na modernidade e na contemporaneidade no que concerne às relações entre caráter e superego. Finalmente, apresentamos a tese de Lacan sobre o Sinthoma como uma articulação entre sintoma e caráter, que nos parece uma ferramenta útil na clínica com pacientes contemporâneos.<hr/>The concept of character, which in the 20’s was invoked to question Freud’s method of free-association, is taken by us in order to try to answer to some issues brought up by contemporaneity, such as the lack of belief in the psychoanalytical deployment, especially because it is still limited to the Oedipus Complex. If the Other - represented by the father figure- is becoming increasingly barren, therefore the subject now is claiming its surplus of enjoyment, whereas the Freudian superego imposes a renounce to any satisfaction that is too direct. At last, we present Lacan’s concept of sinthome - as opposed to the classical symptom- that combines character and symptom, hoping that it can be useful to deal with nowadays patients. <![CDATA[<b>Notas sobre a fruição estética a partir de sua experiência-limite</b>: <b>a Síndrome de Stendhal</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-11382005000200007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O artigo explora aspectos metapsicológicos da fruição estética. Embora se situe em uma perspectiva freudiana, afasta-se de suas concepções mais estritas sobre a arte. Questiona os contornos do fenômeno estético e explora uma experiência-limite nesse terreno: a Síndrome de Stendhal, distúrbio que acomete turistas em visitação a Florença e outras cidades de arte. Por fim, expõe alguns paradoxos presentes na experiência estética comum, organizados em torno do eixo captura/desatamento.<hr/>This paper explores metapsychological aspects of aesthetic fruition. Although my theoretical framework is located within a Freudian perspective, this paper moves away from his strict conceptions of art. It challenges the boundaries of the aesthetic phenomenon and inquires into the Stendhal syndrome: an experience of being on the brink. Stendhal syndrome is a disorder that befalls on tourists visiting Florence and other art- oriented cities. This paper exposes some of the paradoxes present in the common aesthetic experience which are organized around the capture/disengaging axis. <![CDATA[<b>O lugar da literatura na constituição da clínica psicanalítica em Freud</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-11382005000200008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A invenção da psicanálise por Freud pode ser vista como uma conjugação criativa de alguns fatores fundamentais, nos quais podem ser ressaltados uma aguda reflexão sobre todo seu exercício de médico-clínico, um intenso e inquieto trabalho sobre si próprio e uma constante incitação advinda do contato e da exploração do mundo da arte, especialmente da literatura. Este texto aborda a relação psicanálise e literatura a partir do estilo freudiano, entre os apelos do modelo científico da época e a construção de uma escrita poética. Enfocaremos a importância da literatura para a constituição do arcabouço teórico-clínico da psicanálise.<hr/>The invention of psychoanalysis by Freud can be seen as a creative conjugation of some fundamental factors, of which three can be highlighted: a thorough reflection about all his medical-clinical practice, an intense and unrest work about himself and a constant inspiration coming from contact with and the exploration of the world of art, especially literature. This text deals with the relationship between psychoanalysis and literature starting with the Freudian style, and going through the scientific model of the era and the construction of poetic writing. We will focus, within this text, on the importance of literature to the constitution of the theoretical-clinical framework of psychoanalysis. <![CDATA[<b>“Alienação” na psicanálise</b>: <b>a pré-história de um conceito</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-11382005000200009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A inclusão do conceito de “alienação” no vocabulário psicanalítico, a partir do legado de Lacan, tem importantes conseqüências teóricas e clínicas. Ela permite que a psicanálise avance tanto no sentido da promoção do enlace de sua prática em extensão e em intensão, quanto na compreensão da estrutura originária do eu. Um estudo dedicado ao tema da “alienação” na psicanálise deve promover um encontro com as origens do termo na cultura e sua influência nas obras de Lacan e Freud. Buscou-se nas obras de Rousseau, Pinel, Hegel e Marx re­estabelecer as bases semânticas do conceito. Na obra de Lacan, a presença destes autores pode ser observada, já em 1946, na crítica à concepção psiquiátrica da loucura.<hr/>The inclusion of the concept of “alienation” in the psychoanalytical vocabulary, following Lacan’s legacy, has important theoretical and clinical consequences. It allows that the psychoanalysis advances in the direction of the promotion of the bond in its practical extension and intension, as well as in the understanding of the original structure of the ego. A dedicated study to the subject of the “alienation” in the psychoanalysis has to encourage an encounter with the origins of the term in the culture and its influence in the works of Lacan and Freud. This article looks through the works of Rousseau, Pinel, Hegel and Marx to establish the semantic bases of the concept. Lacan has already, in 1946, referred to these authors while advancing a critical position in regard to the psychiatric vision of madness. <![CDATA[<b>Da passagem ao ato à transferência</b>: <b>duas soluções em um caso de psicose</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-11382005000200010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Partindo da clínica, apresentamos um caso de psicose que se valeu da transferência na direção de seu tratamento. Neste contexto, o caso aparece trazendo questões relevantes quanto às soluções que empreende que, primeiro, se caracterizavam por várias passagens ao ato, soluções indesejáveis, e depois vem se valer da transferência erotomaníaca que se faz possível como alicerce de uma estabilização por apaziguamento. Todavia, a estabilização se tornou viável ao contar com um manejo e uma direção da cura que privilegiaram as construções do sujeito, bem como a teoria psicanalítica, que sustentaram o percurso do paciente e da psicóloga. Assim, podemos visualizar a condução de um tratamento da psicose pela psicanálise e a construção de uma saída possível que inclui o analista.<hr/>Our starting point is the description of the transference in the treatment of a case of psychosis. The erotomanic transference became a stabilizing and a pacifying factor in a treatment which declined into many undesirable effects, such as excessive acting out, etc. This perception was enabled by our theoretical frame of reference that includes psychoanalytical concepts such as the subject. <![CDATA[<b>O lugar do psicanalista em uma clínica das psicoses</b>: <b>algumas reflexões</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-11382005000200011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Apresento neste artigo uma reflexão acerca do lugar do psicanalista em uma clínica das psicoses, segundo três eixos: Reforma Psiquiátrica, teoria psicanalítica sobre as psicoses e prática clínica singular, desenvolvida em um serviço público de saúde mental. Com isso, estabeleço um paralelo entre a problemática psicótica de não ter um lugar e a desterritorialização que o psicanalista vivenciaa nessa clínica. Tal aproximação permite pensar que o percurso de tratamento do psicótico passa, tanto quanto a inserção do psicanalista, por tentativas de construção de lugares. Se no que diz respeito ao psicótico trata-se de criar condições de falar em nome próprio, para o analista isso implica em um posicionamento ético, que lhe permite enfatizar sua condição de psicanalista andante.<hr/>On the following article, I shall be presenting a reflex ion concerning the psychoanalyst’s place in the clinic of psychosis, which will be directed according to three axis : the Psychiatric Reform, the psychoanalytical theory of psychosis and the singular clinical practice developed in a mental health care public institution. Thus, I intend to establish a parallel between the psychotic problematic of not having a place of existence and the “de-territorialness “that the psychoanalyst experiences within his clinical practice. Such an approach allows us to think that the psychotic treatment, as well as the psychoanalyst’s insertion in a mental health care institution, have both something to do with the construction of spots. As long as the psychotic is concerned, this means to create conditions for him to speak for himself. To the analyst, it demand him for engagement with an ethical position, that allows him to emphasize his condition as a “walker psychoanalyst”. <![CDATA[<b>Mito familiar e transmissão psíquica</b>: <b>uma reflexão temática de forma lúdica</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-11382005000200012&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo tem a finalidade de propor reflexões teóricas acerca da temática da transmissão psíquica transgeracional e dos mitos familiares utilizando o recurso de um material lúdico. Através da escolha de um filme infantil dos estúdios Disney, fazemos um exercício interpretativo com alguns conceitos teóricos envolvendo primeiramente a definição de mitos; depois sua utilização pelo corpo teórico da psicanálise; finalmente, a construção dos mitos familiares e sua significação na transmissão psíquica entre gerações, muitas vezes favorecendo o segredo familiar, os não-ditos como formas de paralisação e sintoma, podendo também encerrar uma possibilidade criativa de transmissão e identificação para o sujeito.<hr/>This article has purposed theoretical reflections concerning the thematic of the psychic transgeracional transmission and of the family myths being used the resource of a play material. Through the choice of an infantile film of the studios Disney it makes her an interpretative exercise with some theoretical concepts involving the definition of myths firstly. Then its use for the theoretical body of the psychoanalysis, and finally the construction of the family myths and its significance in the psychic transmission among generations. A lot of times reinforcing the family secret, it no-said ones as stop forms and symptom, but that can also contain a creative possibility of transmission and identification for the individual. <![CDATA[<b>O terapeuta/mãe, o paciente/bebê e os cuidados requeridos</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-11382005000200013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo visa discutir alguns tópicos fundamentais acerca dos cuidados necessários para o êxito do processo psicoterápico a partir do referencial psicanalítico winnicottiano. Revendo conceitos como a preocupação materna primária, as principais funções maternas e a mãe suficientemente boa, utiliza-se uma analogia entre as unidades mãe/bebê e terapeuta / paciente, ressaltando similaridades, funções análogas e diferenças entre as condições e os papéis de cada um. Conclui-se que cabe ao terapeuta tanto a responsabilidade de ir ao encontro das necessidades do paciente como a de cuidar dos dispositivos necessários para o cumprimento desta tarefa, principalmente no atendimento de pacientes que sofreram falhas ambientais graves no início de suas vidas.<hr/>This paper, based on Winnicott’s psychoanalytical theory, intend to discuss some fundamental topics on the functioning of the psychotherapy process in terms of primary maternal preoccupation, identification of the patient’s dependence type, pre-verbal communication and the counter-transference analysis. Some of his concepts as the main maternal functions and the good-enough mother are discussed in order to point some essentials psychotherapist ’s responsibilities and roles concerning the process of psychotherapy. An analogy between the unities mother/baby and psychotherapist/patient is used to discriminate some similarities, specific functions and different roles and conditions of each. We concluded that the psychotherapist has both responsibilities: to attend the needs of the patient and to look after and persecute his own necessary instruments in order to be able to fulfill this target of being “a good enough psychotherapist”. <![CDATA[<b>A convocação de Freud</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-11382005000200014&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo visa discutir alguns tópicos fundamentais acerca dos cuidados necessários para o êxito do processo psicoterápico a partir do referencial psicanalítico winnicottiano. Revendo conceitos como a preocupação materna primária, as principais funções maternas e a mãe suficientemente boa, utiliza-se uma analogia entre as unidades mãe/bebê e terapeuta / paciente, ressaltando similaridades, funções análogas e diferenças entre as condições e os papéis de cada um. Conclui-se que cabe ao terapeuta tanto a responsabilidade de ir ao encontro das necessidades do paciente como a de cuidar dos dispositivos necessários para o cumprimento desta tarefa, principalmente no atendimento de pacientes que sofreram falhas ambientais graves no início de suas vidas.<hr/>This paper, based on Winnicott’s psychoanalytical theory, intend to discuss some fundamental topics on the functioning of the psychotherapy process in terms of primary maternal preoccupation, identification of the patient’s dependence type, pre-verbal communication and the counter-transference analysis. Some of his concepts as the main maternal functions and the good-enough mother are discussed in order to point some essentials psychotherapist ’s responsibilities and roles concerning the process of psychotherapy. An analogy between the unities mother/baby and psychotherapist/patient is used to discriminate some similarities, specific functions and different roles and conditions of each. We concluded that the psychotherapist has both responsibilities: to attend the needs of the patient and to look after and persecute his own necessary instruments in order to be able to fulfill this target of being “a good enough psychotherapist”. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-11382005000200015&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo visa discutir alguns tópicos fundamentais acerca dos cuidados necessários para o êxito do processo psicoterápico a partir do referencial psicanalítico winnicottiano. Revendo conceitos como a preocupação materna primária, as principais funções maternas e a mãe suficientemente boa, utiliza-se uma analogia entre as unidades mãe/bebê e terapeuta / paciente, ressaltando similaridades, funções análogas e diferenças entre as condições e os papéis de cada um. Conclui-se que cabe ao terapeuta tanto a responsabilidade de ir ao encontro das necessidades do paciente como a de cuidar dos dispositivos necessários para o cumprimento desta tarefa, principalmente no atendimento de pacientes que sofreram falhas ambientais graves no início de suas vidas.<hr/>This paper, based on Winnicott’s psychoanalytical theory, intend to discuss some fundamental topics on the functioning of the psychotherapy process in terms of primary maternal preoccupation, identification of the patient’s dependence type, pre-verbal communication and the counter-transference analysis. Some of his concepts as the main maternal functions and the good-enough mother are discussed in order to point some essentials psychotherapist ’s responsibilities and roles concerning the process of psychotherapy. An analogy between the unities mother/baby and psychotherapist/patient is used to discriminate some similarities, specific functions and different roles and conditions of each. We concluded that the psychotherapist has both responsibilities: to attend the needs of the patient and to look after and persecute his own necessary instruments in order to be able to fulfill this target of being “a good enough psychotherapist”. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-11382005000200016&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo visa discutir alguns tópicos fundamentais acerca dos cuidados necessários para o êxito do processo psicoterápico a partir do referencial psicanalítico winnicottiano. Revendo conceitos como a preocupação materna primária, as principais funções maternas e a mãe suficientemente boa, utiliza-se uma analogia entre as unidades mãe/bebê e terapeuta / paciente, ressaltando similaridades, funções análogas e diferenças entre as condições e os papéis de cada um. Conclui-se que cabe ao terapeuta tanto a responsabilidade de ir ao encontro das necessidades do paciente como a de cuidar dos dispositivos necessários para o cumprimento desta tarefa, principalmente no atendimento de pacientes que sofreram falhas ambientais graves no início de suas vidas.<hr/>This paper, based on Winnicott’s psychoanalytical theory, intend to discuss some fundamental topics on the functioning of the psychotherapy process in terms of primary maternal preoccupation, identification of the patient’s dependence type, pre-verbal communication and the counter-transference analysis. Some of his concepts as the main maternal functions and the good-enough mother are discussed in order to point some essentials psychotherapist ’s responsibilities and roles concerning the process of psychotherapy. An analogy between the unities mother/baby and psychotherapist/patient is used to discriminate some similarities, specific functions and different roles and conditions of each. We concluded that the psychotherapist has both responsibilities: to attend the needs of the patient and to look after and persecute his own necessary instruments in order to be able to fulfill this target of being “a good enough psychotherapist”.