Scielo RSS <![CDATA[Cógito]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=1519-947920090001&lang=pt vol. 10 num. lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org <![CDATA[<b>Humor e Psicanálise</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-94792009000100001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>Nem sempre o riso faz bem</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-94792009000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Para tratar do humor, na psicanálise, ele deve ser considerado a partir da Psicanálise em Intenção, isto é, como algo que afeta o sujeito do inconsciente e deve ser avaliado. Embora se tenha a ilusão de que fazer humor obedece ao princípio do prazer, o que a psicanálise revela é que através de suas diferentes manifestações o sujeito faz uma convocação ao outro para se proteger de uma condição de gozo, isto é, de um sofrimento que o afeta. Portanto, diferente do que muitas vezes se pode imaginar, o humor não propicia uma "flor do prazer", não é um altruísmo, mas um artifício através do qual pode tornar tolerável o sofrimento do sujeito. Assim, o riso nem sempre faz bem, desde quando pode só encobrir um sofrimento que afeta o corpo e/ou o pensamento que se manifesta como o pior que se volta contra o sujeito.<hr/>To talk about humor, in psychoanalysis, one must consider it from a psychoanalytical intention stand point, that is, something that affects the unconscious subject and should be evaluated. Although one may have the illusion that being humorous is related to the pleasure principle, psychoanalysis reveals that through their statements, the subject is in fact making a request, to another one, as to protect himself from the condition of enjoyment (jouissance), that is, from a suffering that affects him. Far different from what one might imagine, humor does not provide a "flower of pleasure", it is not altruism, but an artifice. <![CDATA[<b>O humor na letra</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-94792009000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A escrita do humor é diferente do chiste e do cômico por ser intencional. Neste trabalho, o autor chama a atenção para o processo de criação do personagem do humor. Como exemplo, cita trechos da escrita de Woody Allen.<hr/>The humour text is intentional, so it is different from comic and joke. The author calls forth to the funny personage process creation and gives exemples with Woody Allen text. <![CDATA[<b>Sobre as paixões na comédia</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-94792009000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Partindo de uma revisão crítica do conceito de catarse no drama, este artigo direciona o estudo desse fenômeno para a ótica da comicidade. Questionando abordagens tradicionais sobre o efeito cômico, abrem-se perspectivas para uma investigação das paixões que estão em movimento na recepção da comédia.<hr/>Starting from a critical review of the concept of dramatic catharsis, this work studies this phenomenon from the point of view of comedy. To accomplish this aim, it analyses some traditional approaches of comic effects, giving place for a research about the passions that are involved in comedy’s experience. <![CDATA[<b>Ainda sobre o humor, à luz de Freud e Pirandello</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-94792009000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo pretende tratar do humor pela via dos vícios de linguagem, tendo como moldura teórica o pensamento de Sergio Paulo Rouanet.<hr/>This article intends to bring the humor through the vices of language, with theoretical framework based on Rouanet's thinking. <![CDATA[<b>O cômico do delírio</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-94792009000100006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A princípio, tratar dos delírios numa jornada que tem como tema central o Humor pode parecer assunto controverso: o que, no delírio, poderia evocar o cômico? Freud, em "Os chistes e sua relação com o Inconsciente", classifica o ingênuo como espécie de cômico e utiliza comentários de crianças pequenas para dar exemplos de seu efeito. Neste trabalho, tento associar o efeito cômico do delírio com o ingênuo. A partir da escrita de Schreber, relaciono a regressão à fase narcisista do desenvolvimento da libido e, consequentemente, os sintomas de megalomania, com um efeito cômico no delírio de um paranoico. Outra característica do delírio a ser explorada, a partir do viés cômico, é seu exagero. O paranoico só mantém sua estrutura delirante com muito custo. Por fim, questiono sobre o humor do psiquiatra e se efeitos benéficos ao paciente podem surgir nestas circunstâncias.<hr/>Which aspect of a patient’s delusion could evoke the comic? In this article the author will try to answer this question. Studying Schreber’s case, Freud affirms that, in the paranoiac patient, the libido regresses to it’s narcissistic phase of development, and as a consequence, grandiose symptoms emerge in his pathological history. The author will associate the comic that can be evoked in a delusion with the ingenuous - a type of comic. Another characteristic of delusions that can be explored by a comic point of view is it’s exaggeration. Finally, the author raises questions about the humour of the physician and possible benefits for the patient. <![CDATA[<b>O humor e a delicadeza </b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-94792009000100007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt No seu filme Encontros e Desencontros (Lost in Translation, 2003) Sofia Coppola ilustra de forma precisa o papel do humor, no sentido freudiano, como defesa contra a depressão. O encontro com o objeto do amor reinstala no sujeito a instância fálica, mas isso não é suficiente para que ele possa lidar com a falta da relação sexual.<hr/>In her movie Lost in Translation (2003) Sofia Coppola shows with accuracy the role of humor, in the Freudian sense, as defense against depression. The meeting with the object of love reinstalls the phallic instance, but it’s not enough to deal with the lack of sexual relationship. <![CDATA[<b>Brincando com as palavras: o reencontro da alegria infantil</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-94792009000100008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Na pretensão de falar do humor, falamos do infantil que se evidencia e se recupera toda vez que algo escapa e nos faz rir. Jogo de palavras, gracejo, chiste - como passos que buscam nos desafogar das mágoas, da dor, do trágico. Surpresas que o inconsciente nos prepara para podermos superar obstáculos, seguir em frente.<hr/>Intending to deal with humour, we will focus on child’s good mood which can be evident and recovered whenever something comes out and makes us laugh. Play on words, joke, jest - like steps which make us relieve our sorrows, grief and the tragic waste of human life. Surprises created by the unconscious to make us overcome obstacles and go ahead. <![CDATA[<b>Humor Absurdo</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-94792009000100009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O humor, além de diversão e comicidade, tem também papel importante na economia psíquica, como demonstrou Freud. No decorrer do processo tradutório de uma peça de Edward Albee, "A história do zoológico" , a autora percebeu a contribuição do " Teatro do Absurdo" à psicanálise, uma vez que este tipo de encenação enfatiza a impossibilidade de comunicação através da linguagem, o abandono, a solidão e o desamparo humanos.<hr/>Humor is not only amusement or laughing since Freud had studied its effects in the psychic economy. During the translation of an american play, "The zoo story" by Albert Albee, the author comes to the contribution of the so called " theatre of the absurd" , to psychoanalysis while it has its focus on the difficulties of language communication, the helplessness, solitude and abandonment of mankind. <![CDATA[<b>O humor em três tempos</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-94792009000100010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A autora busca delimitar o campo da comédia a partir do entrelaçamento de três termos, a saber: o gozo, o prazer e o riso, tais como foram definidos nos textos de Freud e Lacan, estabelecendo uma distinção em relação à construção trágica. Nesse sentido, destaca a função do Outro nessa articulação, propondo a hipótese de que o desencadeamento do riso na terceira pessoa do chiste (Freud) é o resultado de uma identificação súbita e breve ao Outro de uma lei absoluta, à figura do Pai Gozador. Utiliza como material de análise o filme "Mais estranho do que a ficção", de 2006.<hr/>L'auteure cherche à delimiter le champ de la comédie à partir de l'entrelacement de trois termes, à savoir : la jouissance, le plaisir et le rire, tel qu'ils ont été defini, dans les textes de Freud et Lacan, en établissent une distinction par rapport à la construction tragique. Dans cette direction elle met en evidence la fonction de l'Autre, dans cette articulation, et propose l'hypothése que le déclenchement du rire, dans la troisième personne du mot d'esprit (Freud), est le résultat d'une identification soudaine et bref à l'Autre de la loi absolue, celle du Père Jouisseur. Elle utilise, pour cette analyse, le matériel du film " L'incroyable destin de Harold Crick ", de 2006. <![CDATA[<b>O humor na criminalidade perversa</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-94792009000100011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O objetivo deste trabalho é investigar os modos pelos quais o humor se apresenta na criminalidade perversa. Para tanto, utiliza o referencial teórico da psicanálise freudiana e lacaniana e explora o célebre caso de 'Landru', retratado no filme 'Monsieur Verdoux', por Charles Chaplin. O trabalho aponta que o humor, na criminalidade perversa, força o limite do risível e faz borda com o Real, desafiando as normas estabelecidas pela cultura. Ele subverte valores e produz um questionamento profundo sobre a vida, ao tempo em que busca uma inserção simbólica na cultura, dividindo o ouvinte/espectador, que experimenta sentimentos contraditórios diante do humor nesse contexto.<hr/>The objective of this study is to investigate the ways in which the humor is presented in the perverse crime. Thus, using the theoretical framework of Freudian and Lacanian psychoanalysis, it explores the famous case of 'Landru,' portrayed in the film 'Monsieur Verdoux', by Charles Chaplin. The work suggests that the humor, in the perverse crime, forces the limit of the laughable and it makes edge with the Real, challenging the standards set by culture. It subverts values and produces a deep question about life, it seeks a symbolic inclusion in the culture, dividing the listener/spectator, who tries contradictory feelings of the humor in this context. <![CDATA[<b>Humor e literatura</b>: <b>uma hipótese apoiada na ficção de Graciliano Ramos</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-94792009000100012&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A autora defende a hipótese de existência do humor como uma das instâncias da própria linguagem a partir de dois pressupostos. Desenvolvendo-o em três elos que se enodam, a exemplo da literatura de ficção em Graciliano Ramos.<hr/>The author defends the hypothesis of the existence of humor as one of the instances of the very language from two assumptions. Developing it in three knotted ties that are along the lines of literature of fiction Graciliano Ramos. <![CDATA[<b>Humor: nudez e máscara</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-94792009000100013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Parte-se da noção esboçada em Freud segundo a qual aquele que produz humor identifica-se, até certo ponto, com o pai, reduzindo o outro ao infantil. Percorrem-se em Lacan as pistas que o levam a propor a raiz da identificação na primeira comunicação verdadeira da criança, o riso. A identificação é aqui tomada como correlata do riso. Em seguida, procede-se a um recorte de duas obras literárias em momentos distintos da história mundial, com Aristófanes e Émile Zola, em que o humor é a via encontrada pelos autores para alcançar, ao fim, a ideia segundo a qual a identificação com o pai produzida no humor tem, como corolário, a suspensão provisória da função paterna.<hr/>We took as point of departure the Freudian notion of identification to the father to whom produces humor. According to Lacan, the roots of the identification are found in the first true communication of the child - in laughing. We then try to situate two different moments in the literature, especially in Aristofanes and Emile Zola, in which humor is the privileged way. <![CDATA[<b>Um dom raro e precioso</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-94792009000100014&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Afirmando que o humor é um dom raro e precioso, e que nem todos os seres humanos são capazes da atitude humorística, Freud vai nos dizer, também, que o humor não é resignado, mas rebelde. Tomando como ponto de partida esta rebeldia apontada por Freud em relação ao humor - que ele diferencia do cômico e do chiste -, buscaremos, em uma articulação com a prática clínica e recorrendo ao ensino de Freud e Lacan, trabalhar uma pergunta: Como pensar, do ponto de vista da psicanálise, o humor na criança? tecendo comparações entre a criança, o humorista e o poeta.<hr/>Freud claimed that humor is a precious and rare gift. And that not all human being is capable of humorous attitude. He will also say that humor is not resigned, but rebellious. Starting from this rebellion, reported by Freud about humor, wich is different from comics and wit, we aim, in this work, articulating with clinical practice and using Lacan's teaching, try to answer a question: How to think, from the point of view of psychoanalysis, the child's humor? whith comparisons between the child, humorist and poet. <![CDATA[<b>O riso: da loucura à clínica</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-94792009000100015&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Em diálogo com a filosofia, a literatura e a crítica literária, o texto busca analisar as relações entre a psicanálise e o humor. Para tanto, é feita a distinção entre o cômico, o chiste e o humor, tendo em vista os efeitos do riso sobre as subjetividades na clínica e no campo social. O humor provoca uma abertura na existência e produz novas formas de pensamento, possibilitando a constituição de subjetividades mais livres. O texto propõe, assim, que o humor (e o amor) permeie a clínica.<hr/>In a dialogue with philosophy, literature and literary review, this article tries to analyse the relations between psychoanalysis and humour. In order to carry out this analisys a distinction among three concepts must be made: comic; jokes and humour. This distinction is based on laughter's effects on subjectiveness in social field, as well as in clinical field. Humour amplifies the existence and enables new ways of thinking, thus it makes possible libertarian subjectiveness. This article suggests that humour (and love) pervades clinical environment.