Scielo RSS <![CDATA[Reverso]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=0102-739520160002&lang=t vol. 38 num. 72 lang. t <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952016000200001&lng=t&nrm=iso&tlng=t <![CDATA[<b>To dare or not to dare dreaming</b>: <b>Questions about terror in the psychoanalytical field</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952016000200002&lng=t&nrm=iso&tlng=t Numa perspectiva de campo em psicanálise, a presença de terror no encontro analítico deverá ser encarada como produto da interação de paciente e analista, num palco onde as suas mútuas projeções e introjeções se cruzam de tal forma que é difícil dizer com precisão quem é o terrorista e quem é aterrorizado. Tanto o paciente quanto o analista estarão frente a frente com o desconhecido, potencialmente catastrófico, na experiência emocional do seu encontro; ambos terão de decidir escapar-lhe, abrindo caminho ao terror, ou atrever-se a transformá-lo narrando a sua história. Uma vinheta clínica ilustra o modo como o analista deve pensar a sua responsabilidade nesse processo, como forma de viabilizar a capacidade do campo transformar experiências emocionais aterradoras em narrativas úteis ao pensamento.<hr/>From a field’s perspective in psychoanalysis, the presence of terror in the analytical encounter should be faced as a product of both parties’ interaction on a stage in which their mutual projective identifications interplay in such a way that it is difficult to say precisely who the terrorist is and who is the terrorized. At different levels of experience and by different ways of expression, both patient and analyst will be facing the unknown of terrifying emotional experiences about their potentially catastrophic encounter; both having to decide either to evade it, giving way to terror, or daring to transform it telling the story. A clinical vignette will be presented as an illustration of the process of working through his position in the field both as terrorized and as a terrorist, enabling the field’s capacity to transform terrifying experiences in useful narratives for thinking. <![CDATA[<b>The misadventures of a postmodern grandpa</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952016000200003&lng=t&nrm=iso&tlng=t A partir do caso clínico de um sujeito idoso, o autor traça um desenvolvimento histórico da família patriarcal e suas transformações até a contemporaneidade. Acentua as alterações nos laços sociais caudados pela prevalência do discurso do capitalismo e pelo funcionamento em rede. Tece algumas considerações sobre essas alterações, suas consequências e o processo contemporâneo do envelhecer.<hr/>From the clinical case of an elderly subject, the author draws a historical development of the patriarchal family and its transformations to contemporary times. Accentuates social changes caused by the prevalence of capitalist discourse and the networking. Presents some considerations about these changes, their consequences and the contemporary process of aging <![CDATA[<b>Idolary of childhood</b>: <b>updating of the infantile aspects in the interdiction operation</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952016000200004&lng=t&nrm=iso&tlng=t O termo “infantolatria” - uma idolatria da infância - instigou reflexões sobre possíveis questões que poderiam desenvolver em algumas crianças um comportamento autoritário e tirânico para com seus pais. Ao mesmo tempo observou-se que, diante de tal quadro, esses pais, invadidos pelo retorno do infantil em si mesmos, isto é, sua forma particular de lidar com a castração, paralisam-se em suas funções parentais, têm dificuldade em exercer a interdição na relação com os filhos, acarretando transtornos quanto aos limites e à construção da castração simbólica.<hr/>The term Idolatry of Childhood prompted reflections on possible issues that could develop in some children both an authoritarian and tyrannical behavior towards their parents. At the same time, it was noted that, in such circumstances, these parents, trespassed by the return of the infantile in themselves, that's to say, by their particular way of dealing with castration, they get paralyzed in their parental functions, have difficulty exercising an interdict in relation to children, which can cause disorders to the limits and the construction of symbolic castration. <![CDATA[<b>Kleptomania</b>: <b>who stole my affect</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952016000200005&lng=t&nrm=iso&tlng=t Este texto apresenta e discute recortes da casuística de uma adolescente que manifesta furtos de objetos de pequeno valor. Lida-se aqui com o pressuposto da falta de afetividade na família, deparando-se com a questão do afeto e sua representação à luz da metapsicologia freudiana. Nas considerações finais aponta-se para a castração simbólica, que marca os neuróticos, ou a sua recusa, como mecanismo essencial da perversão.<hr/>This text aims to present and discuss clippings of cases of a teenager girl who expresses thieveries of of small value objects. Dealing here with the assumption of a lack of affection in the family, faced with the question of affect and its representation in light of Freudian metapsychology. The final considerations point to the symbolic castration that marks the neurotic or his refusal as an essential mechanism of perversion. <![CDATA[<b>Delirium, logic and construction</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952016000200006&lng=t&nrm=iso&tlng=t Este artigo examina a analogia entre delírio e construção proposta por Freud e apresenta, ainda que sinteticamente, a lógica quadripartite de edificação do delírio na psicose, nos termos em que essa lógica é formulada por Jean-Claude Maleval em seu livro Logique du délire.<hr/>This article examines the analogy between delusion and construction proposed by Freud and presents, although briefly, the fourfold logic of the construction of delusion in psychosis, in the terms under which such logic is formulated by Jean-Claude Maleval in his book Logique du délire. <![CDATA[<b>The timelessness of psychic structures and the unclassifiable</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952016000200007&lng=t&nrm=iso&tlng=t Este artigo visa discutir o diagnóstico estrutural no campo psicanalítico, levando em consideração o termo “inclassificáveis”, que surge nos dias atuais. O trabalho aproxima a estrutura psíquica da estrutura de linguagem para evidenciar as diferenças entre elas. Essas diferenças, juntamente com a clínica da atualidade que corrobora para manifestar o real da estrutura, possibilitam incluir nas classificações o inclassificável. Sendo assim, pensar o diagnóstico estrutural é tentar manter a porta de abertura para a contingência radical do real.<hr/>In this paper, we discuss the structural diagnosis in psychoanalysis, taking into account unclassifiable cases that show up in the clinical work today. We will compare the structure of language and the psychic structure, in order to highlight the differences between them. These differences, along with the clinical work that manifest the structure of the real, make it possible to classify the unclassifiable. The structural diagnosis is a way to keep an open door to the radical contingency of the real. <![CDATA[<b>The diagnosis</b>: <b>from psychiatry to psychoanalysis</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952016000200008&lng=t&nrm=iso&tlng=t Este artigo discute o lugar do diagnóstico na psiquiatria e na psicanálise, bem como seus efeitos para a condução do tratamento. Na psiquiatria aborda, a partir da história das sistematizações diagnósticas, os elementos presentes na constituição dos quadros psicopatológicos. No campo da psicanálise aponta a diferença dessa abordagem diagnóstica frente à psiquiatria, através de estudos de comentadores que se debruçaram sobre o tema na perspectiva Freudo-lacaniana.<hr/>This article discusses the place of diagnosis in psychiatry and psychoanalysis, as well as its effects on the conduct of the treatment. In psychiatry addresses, from the history of diagnostic systematization, the elements present in the constitution of psychopathology. In the field of psychoanalysis points the difference this diagnostic front approach to psychiatry through studies of commentators who have studied the subject in perspective Freud-Lacanian. <![CDATA[<b>Female sexuality</b>: <b>a puzzle to be deciphered</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952016000200009&lng=t&nrm=iso&tlng=t A partir da indagação de Freud “O que quer uma mulher?”, Lacan contribui para decifrar a posição de feminino na sexuação e a coloca como um enigma a ser decifrado. Usa a escrita matemática nas tábuas da sexuação para tratar o masculino e o feminino, concebidos como lugares e posições nos seres falantes. Nas mulheres há a divisão entre dois gozos: o gozo fálico e o gozo do Outro. A mulher nunca está inteiramente de um lado ou de outro. Como cada sujeito feminino lida com essa participação? A sexuação está aberta a uma escolha, e não à inscrição de formas estabelecidas pela tradição.<hr/>Starting from Freud’s question “what do women want ?” Lacan contributed to solve the position of the feminine in sexuation and he places it as a riddle to be solved. He uses mathematic writing on boards of sexuation to deal with masculine and feminine conceived as places and positions in the spoking beings. In women there is a division between two enjoyments: the phallic enjoyment and the Other enjoyment. Women are never entirely in one side or the other. How does each feminine subject deals with this scission ? Sexuation is opened to a choice and its inscriptions are not established by tradition. <![CDATA[<b>Jackson Pollock</b>: <b>psychosis manic-depressive, body and creation</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952016000200010&lng=t&nrm=iso&tlng=t Neste ensaio, analiso a psique de Jackson Pollock a partir de alguns elementos de sua história de vida, bem como de sua técnica de pintura e criação. Observa-se no artista a relação singular que o melancólico tem com o corpo, que é objeto de amor e de ódio. Na inspiração hipomaníaca, que o leva à action painting, o corpo é o lugar da perfeição e do bem-estar inefável: é obra de arte integrada à própria pintura. Explorando os pensamentos de Benjamin e Lacan, pretendo revelar as relações entre a obra do artista e essas manifestações de sua vida psíquica.<hr/>In this essay, I analyze the psyche of Jackson Pollock from some elements of his life story as well as his painting technique and creation. It is observed in this artist the unique relationship that the melancholic has with the body, which is the object of love and also hate. In a hypomanic inspiration that leads to action painting, the body is the place of perfection and the ineffable well-being: is the work of integrated art to painting itself. Exploring Benjamin’s and Lacan’s thoughts, I intend to reveal the relationship between the artist’s work and these manifestations of his psychic life. <![CDATA[<b>Nothing will be same way as it has been before</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952016000200011&lng=t&nrm=iso&tlng=t A cultura em que estamos inseridos ditou-nos um modelo familiar - patriarcal - e amalgamou modos de ser, vestir, comportar e pensar. A concepção de gênero resultante dessa cultura é uma representação construída, portanto, histórica, simbólica, relacional. E por ser construção, é passível de mudanças. Destarte, a masculinidade e a feminilidade não são realidades enraizadas em ordens naturais e menos ainda em dados anatômicos ou biológicos como defendem setores da sociedade. Qualquer ameaça que coloque em risco o modelo cultural, como uniões livres, homopaternidade, os contraceptivos e outros, é rechaçada veementemente. Dada a necessidade de certezas ou de contornos que nos assegurem, deparamos com dificuldades em acolher o novo, o diferente ou qualquer mudança que ameace o imaginário popular.<hr/>The culture in which we are inserted has dictated a familiar model to us - a patriarchal one - and this model has amalgamated ways of being, wearing, behaving and thinking. The conception of gender resulting from this culture is a built representation, therefore, it is historical, symbolic and relational; since it is a construction, then, it can be changed. Thus, the concept of masculinity and femininity is not rooted in a natural order and not even in anatomical or biological data as some societal sectors defend. Any to cultural model, such as stables or de-facto unions, homoparentality, same-sex parenting, contraceptives, are strongly rejected. Given the need we have of certainties or boundaries that assure us, then, we have difficulty to accept what is novel or different or any changes that threaten the popular imagery. <![CDATA[<b>O psicanalista</b>: <b>talvez, fazer cair as convicções...</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952016000200012&lng=t&nrm=iso&tlng=t Este artigo busca articular e misturar restos que ficaram de leituras, se depara com o sem sentido e os múltiplos sentidos, pois a palavra é qualquer coisa menos sólida, porém é evanescente e sexualizada. Talvez fazer cair as certezas, as letras e os sentidos, as mesmices. Talvez fazer outras coisas com as coisas tortas, com a subversão, mas nada disso; sem um certo amargar, sem pathos, sem a inscrição de que temos fronteiras e impossibilidades. O escritor, o texto e o leitor surgem e sofrem influências no momento em que o sujeito vive a sua própria análise, o seu próprio saber. Desse modo, à medida que a análise prossegue, a leitura se transforma e renasce em situação paralela e vizinha ao percurso analítico; assim, fertiliza a teoria e a clínica. Logo, a partir do momento em que se pode criar o nada em si mesmo, o sujeito toma o seu prumo, e assim, se depara com o seu cunho. Convido o leitor a inventar uma nova forma de caminhar a cada momento de despertar inconsciente, a cada momento do percurso analítico.<hr/>This paper intends to articulate and to blend remaining pieces of text, faces the meaningless and the multiple meanings, because word is anything but solid, although it is evanescent and sexualized. Maybe to let certainties, letters, senses and sameness fall. Maybe to do other things with crooked things, with subversion, but none of this; without a certain bitterness, without phatos, without the mark that we have boundaries and impossibilities. The writer, the text and the reader sprout together, at the same time. All of them suffer influences through the moment when the subject lives to his own analysis, to his own knowledge. Thus, as the analysis proceeds and advances, the reading becomes morphs and reappears in a parallel position, besides the analytical path that nourishes theory and practice. From the moment when he can create anything itself, the subject will take its plummet, and thus come across his character. I invite the reader to invent a new way of moving at each moment of awakening unconscious, at each moment of the analytical path.