Scielo RSS <![CDATA[Cadernos de psicanálise (Rio de Janeiro)]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=1413-629520210001&lang=t vol. 43 num. 44 lang. t <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org <![CDATA[<b>Transformation and invariance in continuity with Bion's thinking</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952021000100001&lng=t&nrm=iso&tlng=t A partir das noções de Bion relativas à transformação, à função alfa e à cesura, o artigo trata da ligação entre a invariância e a transformação, nos processos de representação e no pensamento, propondo que a invariância tem por função atenuar os efeitos difíceis das mudanças, que eventualmente podem ser experimentadas como catastróficas. Essa função permitiria construir uma representação e assegurar uma continuidade, tendo como eixo a ritmicidade que permite a integração das experiências de separação ou de transformação pressupostas na passagem de um estado a outro. A noção de invariante é útil igualmente para pensar a continuidade nos movimentos de descontinuidade, de ruptura, que o trabalho de pensamento necessita para a construção de abstrações.<hr/>Based on Bion's notions related to transformation, alpha function and caesura, the article deals with the link between invariance and transformation, in the processes of representation and in thought, proposing that invariance has the function of mitigating the difficult effects of changes, which can eventually be experienced as catastrophic. This function would make it possible to build a representation and ensure continuity, having as its axis the rhythmicity that allows the integration of experiences of separation or transformation presupposed in the passage from one state to another. The notion of invariant is equally useful to think about continuity in the movements of discontinuity, of rupture, which the thought work needs for the construction of abstractions. <![CDATA[<b>Psychoanalysis and conflict</b>: <b>a dialogue between Freud and Reich</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952021000100002&lng=t&nrm=iso&tlng=t O presente artigo evidencia as diferentes ênfases dadas aos determinantes culturais ou constitucionais do conflito psíquico nas obras de Sigmund Freud e Wilhelm Reich. Para tanto, revisita o desenvolvimento da teoria pulsional freudiana e o extrapolamento do embate entre Eros e Thanatos ao âmbito da vida em sociedade. Como contraponto, apresenta as principais conjecturas de Reich, como a teoria do caráter e as bases somáticas das neuroses, que o conduziram à compreensão do conflito psíquico como subproduto de um modus vivendi negador das necessidades básicas da unidade biopsicológica.<hr/>This article highlights the different emphases given to cultural or constitutional determinants of psychic conflict in the works of Sigmund Freud and Wilhelm Reich. To this end, it revisits the development of Freudian drive theory and the extrapolation of the clash between Eros and Thanatos to the scope of life in society. As a counterpoint, it presents the main conjectures of Reich, such as the theory of character and the somatic bases of neuroses, which led him to understand the psychic conflict as a by-product of a modus vivendi that denies the basic needs of the biopsychological unit. <![CDATA[<b>Um tríptico</b>: <b>Quem acredita em pulsão de morte?</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952021000100003&lng=t&nrm=iso&tlng=t O presente artigo evidencia as diferentes ênfases dadas aos determinantes culturais ou constitucionais do conflito psíquico nas obras de Sigmund Freud e Wilhelm Reich. Para tanto, revisita o desenvolvimento da teoria pulsional freudiana e o extrapolamento do embate entre Eros e Thanatos ao âmbito da vida em sociedade. Como contraponto, apresenta as principais conjecturas de Reich, como a teoria do caráter e as bases somáticas das neuroses, que o conduziram à compreensão do conflito psíquico como subproduto de um modus vivendi negador das necessidades básicas da unidade biopsicológica.<hr/>This article highlights the different emphases given to cultural or constitutional determinants of psychic conflict in the works of Sigmund Freud and Wilhelm Reich. To this end, it revisits the development of Freudian drive theory and the extrapolation of the clash between Eros and Thanatos to the scope of life in society. As a counterpoint, it presents the main conjectures of Reich, such as the theory of character and the somatic bases of neuroses, which led him to understand the psychic conflict as a by-product of a modus vivendi that denies the basic needs of the biopsychological unit. <![CDATA[<b>On destructiveness</b>: <b>the negative and the destruction drive</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952021000100004&lng=t&nrm=iso&tlng=t O trabalho apresenta numa discussão sobre a relação entre o trabalho do negativo e a pulsão de morte em André Green, que se fundamenta no postulado do objeto como revelador da pulsão, eixo central do pensamento greeniano presente na crítica greeniana do caráter espontâneo e biológico do conceito de pulsão de morte freudiana e na formulação da pulsão de destruição cujo desencadear exige a ação do objeto. A relação entre pulsão de morte e trabalho do negativo se dá através do conceito de narcisismo negativo, representante do trabalho do negativo disjuntivo e expressão ímpar da pulsão de morte, na perspectiva de André Green.<hr/>This article consists in a discussion about the relationship between the work of the negative and the death drive according to André Green. It is based on the assumption that the object reveals the drive which characterizes the greenian thought and it is present also in the critique of the spontaneous and biologic nature of the Freudian death drive as well as in formulation of the destructive drive that needs to be stimulated by the object to occur. The relationship between the death drive and the work of the negative depends on the concept of negative narcissism representative of the disruptive work of the negative which is the utmost expression of the death drive, according to André Green. <![CDATA[<b>Who believes in death drive?</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952021000100005&lng=t&nrm=iso&tlng=t Com a noção de pulsão de morte, uma especulação ousada em que acreditou, Freud ampliou o campo da clínica ao trazer os processos de simbolização para o foco da investigação psicanalítica. Em sua posteridade, nos trabalhos de Klein, Lacan, Bion e Winnicott, a crença ou a descrença na pulsão de morte passou a ser conjugada nos termos das relações de objeto, dos paradoxos do gozo e da provisão ambiental. Na psicanálise contemporânea, o debate em torno da crença na noção se prolonga em um ambiente ecumênico que visa mais a comparação dos pontos de vista do que o embate polêmico.<hr/>With the notion of death drive, an audacious speculation he believed in, Freud broadened the field of clinic by bringing symbolization processes to the focus of psychoanalytic investigation. Later on, in the works of Klein, Lacan, Bion and Winnicott, the belief and disbelief in the death drive came to be conjugated in terms of object relations, the paradoxes of jouissance and environmental provision. In contemporary psychoanalysis, the debate around the belief in the notion extends to an ecumenical environment that aims more at comparing points of view than at a polemical debate. <![CDATA[<b>Who believes in the death instinct?</b>: <b>One hundred years of psychoanalytic research</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952021000100006&lng=t&nrm=iso&tlng=t Respondendo a pergunta proposta "quem acredita em pulsão de morte?" é feita uma consideração sobre o texto Além do princípio de prazer separando duas hipóteses: a de que o psiquismo pode operar fora do princípio de prazer e a de um dualismo pulsional opondo pulsões de vida e pulsões de morte. São discutidos então separadamente a crença em ambas e o uso de cada uma delas.<hr/>Answering the proposed question "who believes in the death instinct?" a consideration is made about the text "Beyond the pleasure principle" by differentiating two hypotheses: that the psyche can operate outside the pleasure principle and that of an instinctual dualism opposing life and death drives. The belief in both and the use of each of them are discussed separately. <![CDATA[<b>The birth of psychoanalysis</b>: <b>from influences of Charcot and Breuer to autonomy</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952021000100007&lng=t&nrm=iso&tlng=t A criação da psicanálise não ocorreu de forma imediata nem sem dificuldades, tendo sido fruto de diversos avanços teórico-clínicos. Nesse contexto, o objetivo do presente artigo é analisar, brevemente, a bibliografia referente ao período considerado pré-psicanalítico no pensamento freudiano, a fim de demonstrar como o distanciamento científico de Freud com relação a Charcot e Breuer, tanto quanto suas aproximações, foram essenciais para o seu desenvolvimento. No caso de Charcot, após 1892 Freud intensificou seu interesse pelos mecanismos psíquicos envolvidos na etiologia da neurose; no que se refere a Breuer, ao se afastar das teorias sobre os estados hipnoides, Freud pôde descobrir o inconsciente reprimido, criando, assim, a psicanálise.<hr/>The creation of psychoanalysis did not occur immediately or without difficulty, having been fruit of several theoretical-clinical advances. In this context, the objective of this present article is to analyze, briefly, the bibliography regarding the period considered pre-psychoanalytical in Freudian thought, in order to demonstrate how the scientific detachment of Freud in relation to Charcot and Breuer, as well as his proximity to them, were essential to his development. As regards to Charcot, after 1892 Freud intensified his interest in the psychic mechanisms involved in the etiology of the neurosis; regarding Breuer, as he got away from the theories about the hypnoid states, Freud could discover the repressed unconscious, thus creating psychoanalysis. <![CDATA[<b>Reflections on traumatic experiences and elaborative possibilities from the movie picture Little Tickles</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952021000100008&lng=t&nrm=iso&tlng=t O presente trabalho propõe-se a pensar o filme Inocência Roubada (2018), de Andréa Bescond e Éric Métayer, através das possibilidades de elaboração psíquica que tanto a arte quanto a escuta analítica são capazes de propiciar. O ponto de partida será o célebre texto de Freud (1920/2010), Além do princípio do prazer, em sua noção de trauma como excesso pulsional. Também serão destacadas algumas contribuições de Ferenczi (1933-1934/1992) e de autores contemporâneos como Anne Alvarez (1994) e Daniel Kupermann (2017), os quais efetuam um enlace com o social ao refletir sobre os efeitos do testemunho e da presença do outro para a autorização de uma sobrevivência psíquica.<hr/>The present paper proposes to think about the movie picture Little Tickles (2018), by Andréa Bescond and Éric Métayer, through the possibilities of psychic elaboration that both art and analytical listening are able to provide. The starting point will be Freud's (1920/2010) famous text, Beyond the pleasure principle, in his intrapsychic notion of trauma as a drive excess. Some contributions by Ferenczi (1933-1934/1992) and contemporary authors such as Anne Alvarez (1994) and Daniel Kupermann (2017) will also be highlighted, making a connection with the social sphere when reflecting on the effects of the testimony and the presence of the other for the authorization of a psychic survival. <![CDATA[<b>On the power of the group when dealing with crisis</b>: <b>Fotoexpression as a containing resource in face of overwhelming violent elements in a mental health ward</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952021000100009&lng=t&nrm=iso&tlng=t O objetivo deste texto é pensar como um dispositivo de grupo com mediações terapêuticas pode exercer função contenedora em contexto de crise psíquica, tanto para os membros do grupo como para o contexto institucional onde o grupo ocorre. Abordaremos concepções psicanalíticas sobre a crise que indicam a importância central da categoria continência como função intersubjetiva. O grupo de Fotoexpressão é então apresentado como possível recurso clínico no contexto de uma enfermaria de saúde mental, destinada ao tratamento de crise psíquica grave, em um hospital geral. A partir da experiência clínica relatada, entendemos que o dispositivo proposto atua como uma prótese de continência não só para os participantes do grupo, mas também para a instituição.<hr/>This article aims to discuss how a group device with therapeutic mediations can act as a containment device in a psychic crisis for both the group members and for the institution where the group occurs. This will be done through psychoanalytic conceptions about the crisis that indicates the centrality of the continence category as an intersubjective function. The group of Fotoexpression is then presented as a possible clinical resource at a mental health ward in a general hospital, intended for the treatment of severe psychic crisis. Based on the reported clinical experience, we understand that the proposed device acts as a continence prosthesis not only for the group participants but also for the institution. <![CDATA[<b>On <i>reveries</i>, chimeras and paradoxal thoughts</b>: <b>the deadlocks in the analytical <i>setting</i> and the analyst's creative work</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952021000100010&lng=t&nrm=iso&tlng=t Neste artigo, busca a autora garimpar subsídios sobre o tema da reverie, a fim de aprofundar a compreensão sobre os elementos motivadores do surgimento de imagens estranhas na mente do analista no curso de processos de análise, como pictogramas afetivos (ROCHA BARROS, 2000), quimeras e pensamentos paradoxais (M'UZAN, 1976). Sustenta-se que tais imagens surgem para atender a uma demanda de trabalho criativo quando são vivenciadas ameaças aos processos de simbolização, assim como a esterilidade do campo analítico em razão de impasses decorrentes de traumas primitivos, desvitalizações ou movimentos resistenciais da dupla analítica. O processo analítico, nesses casos, assume a natureza de "incubadora de símbolos" (HARTKE, 2005).<hr/>In this article, the author seeks to find subsidies on the theme of reverie, in order to deepen the understanding of the motivating elements that result in the appearance of strange images in the analyst's mind during analysis, such as affective pictograms (ROCHA BARROS, 2000), chimeras and paradoxical thoughts (M'UZAN, 1976). It is sustained that such images appear to meet a demand for creative work when threats to the symbolization processes are experienced, as well as the sterility of the analytical field due to impasses resulting from primitive traumas, devitalizations or resistive movements of the analytical duo. The analytical process, in these cases, assumes the nature of a "symbol incubator" (HARTKE, 2005). <![CDATA[<b>About the sexism on the first theories of the etiology of neuroses</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952021000100011&lng=t&nrm=iso&tlng=t O artigo compara a forma como Sigmund Freud, Otto Gross e Sabina Spielrein se referem às mulheres e aos homens, ao feminino e ao masculino e ao binômio sadismo e masoquismo. O objetivo é localizar determinações machistas e patriarcais, condicionadas historicamente nas primeiras teorias sobre a etiologia das neuroses, e sua sobrevivência em utilizações e atualizações mais recentes. A releitura de psicanalistas contemporâneos a Freud que foram silenciados e esquecidos - mas que recentemente retornaram do recalque histórico dentro da "história oficial da psicanálise" - nos permite considerar de que forma a lógica patriarcal influenciou a vida e as teorias dos primeiros psicanalistas.<hr/>The article compares how Sigmund Freud, Otto Gross, and Sabina Spielrein refer to women and men, the feminine and the masculine, and the binomial opposition of sadism and masochism. The objective is to locate historically conditioned sexist and patriarchal determinations in the early theories of the etiology of neuroses; and their survival in more recent uses and updates. The rereading of psychoanalysts contemporary to Freud who have been silenced and forgotten - but who recently returned from historical repression within the "official history of psychoanalysis" - allows us to consider how a patriarchal logic influenced the life and theories of early psychoanalysts. <![CDATA[<b>How do you want to be called?</b>: <b>Questions about the proper name in the analysis</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952021000100012&lng=t&nrm=iso&tlng=t O nome próprio é uma temática da qual a psicanálise se ocupa, especialmente a partir de Jacques Lacan. Este concebe o nome como uma marca que nos particulariza. Nosso nome nos é dado por outras pessoas, sendo que, pela inserção no mundo de linguagem, há que se considerar como precisamos responder por ele na neurose. Em relação ao trabalho de uma análise, Lacan alerta para prestarmos atenção em como o paciente quer ser chamado pelo analista, sinalizando que essa escolha não é qualquer coisa, pois tem a ver com questões de sujeito. Este artigo pretende chamar atenção para a discussão acerca do nome próprio na análise e para a escolha do sujeito em relação a como responderá por esse nome. Para tal, abordamos inicialmente a definição do nome no contexto brasileiro; em seguida, apontamos questões colocadas pela Psicanálise acerca da nomeação para a discussão que se segue: como o sujeito quer chamado e em que implica sua convocação.<hr/>The proper name is a theme of which the Psychoanalysis occupates itself, especially since Jacques Lacan. This author conceives the name as a brand that makes us particular. Our name is given to us by other people, but, by the insertion in the language's world, the way we respond to it in neurosis needs to be taken into consideration. In regard to the work of an analysis, Lacan warns us to pay attention to the name the patient chooses to be called by the analyst, signaling that this choice is not an ordinary thing, because it is related to matters of subject. This article intends to bring attention to the discussion about the proper name in the analysis and to the subject's choice in relation to how they will respond to this name. For this, we initially approach the definition of name in the Brazilian context; then, we point out questions placed by Psychoanalysis about the naming process for the discussion that follows: what the subject wishes to be called and wherein implies his/her convocation. <![CDATA[<b>Contributions of the active technique to the psychoanalytic clinic</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952021000100013&lng=t&nrm=iso&tlng=t O presente trabalho faz o resgate conceitual da técnica ativa, presente na clínica de Sándor Ferenczi na década de vinte, que fora fruto de seus trabalhos com casos-limite demonstrando que sua ideia principal está inserida no contexto tradicional da clínica psicanalítica, bem como recomendações ao seu uso e possibilidades terapêuticas. A técnica ativa, assim descrita por Ferenczi, é uma forma de convocar o paciente à atividade propriamente dita, mediante transferência, fazendo com que este último passe a ter maior dispêndio de libido no processo analítico, e assim se envolva com maior fidelidade no processo, seguindo o princípio do investimento libidinal. A exposição segue demonstrando o papel da técnica ativa como auxiliar da associação livre e como ferramenta possível ao analista em sua práxis.<hr/>The present article makes the conceptual rescue of the active technique, present in the clinic of Sándor Ferenczi in the twenties, which was the result of his work with borderline cases demonstrating that his main idea is inserted in the traditional context of the psychoanalytic clinic, as well as recommendations for its use and therapeutic possibilities. The active technique, as described by Ferenczi, is a way of summoning the patient to the activity itself, through transference, causing the latter to have a greater expenditure of libido in the analytical process, and thus to become more faithfully involved in the process, following the principle of libidinal investment. The exhibition continues to demonstrate the role of the active technique as an aid to free association and as a possible tool for the analyst in his praxis. <![CDATA[<b>Articulations between Winnicott and Bachelard</b>: <b>home as a symbol of trust</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952021000100014&lng=t&nrm=iso&tlng=t Por meio de uma articulação entre fenomenologia, psicanálise e arquitetura, desenvolveremos um estudo da casa como símbolo de confiança e, assim, como instrumento facilitador do processo de desenvolvimento emocional do ser humano. Nossa investigação tem por meta demonstrar em que medida o pensamento do pediatra e psicanalista inglês Donald Woods Winnicott acerca do ambiente, articulado com a poética de Gaston Bachelard, pode enriquecer as bases teóricas da arquitetura, e design de interiores. De acordo com a teoria psicanalítica de Winnicott, a confiança na mãe-ambiente é fundamental para que o bebê tenha o sentimento de existir e, posteriormente, habitar a realidade compartilhada. O sentimento de confiança garante as bases para que a criança possa avançar no processo psíquico de formação de um self autônomo e sentir-se segura para habitar a realidade compartilhada. É somente a partir dessa atmosfera da confiança que a criança poderá sentir-se apta para entrar em contato com o mundo e, posteriormente, realizar suas primeiras interações lúdicas, isto é, o brincar, que na vida adulta se manifesta na experiência cultural. Na mesma linha, o filósofo francês Gaston Bachelard considera que a casa é um símbolo de segurança e proteção, atuando como guardiã da nossa identidade. A casa configura, portanto, um elemento que garante estabilidade, sendo um produto do próprio sentimento de acolhimento, conforto e segurança.<hr/>Through an articulation between phenomenology, psychoanalysis, and architecture, we will develop a study about the house as a symbol of trust and, thus, as an instrument that facilitates the emotional development of the human being. Our research aims to demonstrate to what extent the work of the English pediatrician and psychoanalyst Donald Woods Winnicott on the environment, articulated with the poetics of Gaston Bachelard, can enrich the theoretical bases of architecture and interior design. According to Winnicott's psychoanalytic theory, trust in the mother-environment is essential for the baby to feel existing and, later, to inhabit the shared reality. The feeling of trust guarantees the bases so that the child can advance in the psychic process of forming an autonomous self and feel safe to inhabit the shared reality. It is only from this atmosphere of trust that the child can feel able to get in touch with the world and, later, carry out his/her first playful interactions, that is, playing, which in adult life manifests itself in a cultural experience. In the same vein, the French philosopher Gaston Bachelard considers that the house symbolizes security and protection, acting as guardians of our identity. Therefore, the house is an element that guarantees stability, being a product of the very feeling of shelter, comfort, and security.<hr/>Através de un diálogo entre la fenomenología, el psicoanálisis y la arquitectura, desarrollaremos un estudio de la casa como un símbolo de confianza y, por lo tanto, como un instrumento de facilitación del proceso de desarrollo emocional del ser humano. Nuestra investigación tiene como objetivo demostrar en qué medida el pensamiento del pediatra y psicoanalista inglés Donald Winnicott sobre el ambiente, en conjunción con la poética de Gaston Bachelard, puede enriquecer la base teórica de la arquitectura y el diseño de interiores. Según la teoría psicoanalítica de Winnicott, la confianza en el entorno materno es fundamental para que el bebé tenga la sensación de existir y, más tarde, habitar la realidad compartida. El sentimiento de confianza garantiza las bases para que el niño pueda avanzar en el proceso psíquico de formar un yo autónomo y sentirse seguro para habitar la realidad compartida. Solo desde este clima de confianza el niño puede sentirse capaz de entrar en contacto con el mundo y, posteriormente, realizar sus primeras interacciones lúdicas, es decir, jugar, que en la vida adulta se manifiesta en la vivencia cultural. En la misma línea, el filósofo francés Gaston Bachelard considera que la casa es un símbolo de seguridad y protección, actuando como guardiana de nuestra identidad. La casa es, por tanto, un elemento que garantiza la estabilidad, siendo producto de la propia sensación de acogida, confort y seguridad. <![CDATA[<b>Hysteria in Donald W. Winnicott and Masud Khan's Clinical Thinking</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952021000100015&lng=t&nrm=iso&tlng=t O presente trabalho objetiva redescrever a histeria a partir da teoria das relações objetais e da teoria do desenvolvimento emocional em Donald W. Winnicott e Masud Khan. A partir da teoria das relações objetais e do desenvolvimento emocional primitivo, a histeria pode ser compreendida como uma falha no cuidado do bebê no primeiro ano de vida, acrescido de desenvolvimento sexual prematuro, no qual é possível encontrar núcleos psicóticos e esquizoides, que emergem durante a adolescência ou a vida adulta. Propomos o manejo clínico por meio da psicanálise transmatricial, ou seja, tanto por meio da interpretação e da associação livre, quanto por meio da reparação das falhas ambientais precoces vividas na dinâmica mãe-bebê com o recurso da regressão à dependência.<hr/>This paper aims to redescribe hysteria from the theory of object relations and the theory of emotional development in Donald W. Winnicott and Masud Khan. From the theory of object relations and primitive emotional development, hysteria can be understood as a failure in the care of the baby in the first year of life, plus premature sexual development in which psychotic and schizoid symptoms emerge during adolescence or adulthood. From the transmatricial psychoanalysis, we propose the clinical management both through interpretation and free association, as well as through the repair of early environmental failures experienced in the mother-baby dynamics with the use of regression to dependence. <![CDATA[<b>Scribbling the lines of a study on pleasure in the work of D. W. Winnicott</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952021000100016&lng=t&nrm=iso&tlng=t A questão do prazer apresenta importância basal ao longo do desenvolvimento da teoria psicanalítica. Ao adentrarmos no estudo das relações de objeto, nos questionamos se seria possível trabalhar uma vertente prazerosa da experiência na qual o movimento de descarga não precise necessariamente estar presente. A partir da obra de Winnicott proponho pensarmos uma modalidade de prazer que pode ser vivida justamente diante dos estados calmos e do campo da experiência que se abre na ausência de grande elevação de tensão. O presente artigo objetiva abordar o conceito de um prazer da experiência, a partir do qual podemos repensar alguns pontos importantes da constituição subjetiva e dinâmica psíquica.<hr/>The issue of pleasure is of fundamental importance throughout the development of psychoanalytic theory. As we enter the study of object relations, we ask ourselves whether it would be possible to work on a pleasurable aspect of the experience in which the discharge movement has not necessarily to be present. Based on Winnicott's work, I propose to think of a modality of pleasure that can be experienced precisely in the face of calm states and the field of experience that opens up in the absence of a great increase in tension. This article aims to approach the concept of a pleasure of experience, from which we can rethink some important points of the subjective constitution and psychic dynamics.