Scielo RSS <![CDATA[Natureza humana ]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=1517-243020110001&lang=t vol. 13 num. 1 lang. t <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org <![CDATA[<b>Spiritual poverty? On Philippe Lacoue-Labarthe's critique against Heidegger's national-spiritualism</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302011000100001&lng=t&nrm=iso&tlng=t Segundo Lacoue-Labarthe, a filosofia tardia de Heidegger se caracterizaria por um "nacional-espiritualismo" de teor quase religioso, articulado por dois procedimentos teóricos complementares: por um lado, pelo caráter "geoetnopolítico" de sua reflexão ontológica, eufemismo com o qual o crítico francês alude ao caráter supostamente fascista da filosofia de Heidegger; e, por outro lado, pela sacralização do texto poético de Hölderlin, interpretado como "texto sagrado". Em meu comentário crítico à apresentação proposta por Lacoue-Labarthe à conferência Die Armut (A pobreza), de Heidegger, argumento, em primeiro lugar, que a hermenêutica epocal do ser deve ser entendida como uma superação da anterior concepção heideggeriana a respeito da missão histórico-espiritual do Dasein do povo alemão. Em segundo lugar, argumento que a hermenêutica epocal heideggeriana não se confunde com qualquer procedimento de sacralização dos textos poéticos, de sorte que o privilégio concedido à poesia no contexto do pensamento tardio de Heidegger mereceria ser mais bem caracterizado levando em conta sua exigência de encontrar uma linguagem não calculadora, pós-metafísica.<hr/>According to Lacoue-Labarthe, Heidegger's later philosophy is characterized by a sort of quasi-religious "national-spiritualism" articulated by two theoretical procedures: on the one hand, by his attribution of a "geo-ethno-political" character to his ontological reflection, an aspect which would carry together with itself a fascist penchant; on the other hand, by his sacralization of Hölderlin's poetry, which would be interpreted by him as "sacred text". In my critical commentary to Lacoue-Labarthe's presentation of Die Armut (On poverty), a Heidegger's conference, I argue, firstly, that Heidegger's hermeneutics of Being is to be understood as the overcoming of his previous considerations about the German people's historical mission; and secondly, that Heidegger's hermeneutics of Being has nothing to do with the sacralizing of poetical texts, but rather with the search of another way of saying, by means of a non-calculative, post-metaphysical language. <![CDATA[<b>Formal indication and reflective judgement. Philosophical discourse and Its challenge</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302011000100002&lng=t&nrm=iso&tlng=t El presente artículo aborda el problema de la posibilidad de una fundamentación metacrítica de la filosofía trascendental y, en particular, del discurso filosófico, a partir del análisis de dos dimensiones de dicho problema: el que concierne al modo en que los conceptos filosóficos adquieren su significado y el que compete al sentido en que los enunciados trascendentales pueden contar como enunciados con un contenido epistémico y, en particular, ser verdaderos o falsos. Para ello, asume la tesis, defendida por Crowell y Vigo, entre otros, de que la subjetividad debe ser comprendida en clave agencial para luego abordar el mencionado problema, examinando y descartando diversos modelos. El artículo propone que los conceptos filosóficos adquieren su significado de su uso ordinario en la actitud natural y que su peculiaridad reside en su función mostrativa y procura esclarecer tal distinción a partir de la noción heideggeriana de indicación formal. Luego, propone comprender los enunciados trascendentales sobre la base del modelo de los juicios reflexionantes kantianos, para concluir que el sentido de la filosofía trascendental es el reconocimiento por parte del sujeto de su autonomía en relación con las normas que constituyen su experiencia del mundo.<hr/>This paper addresses the problem concerning the possibility of a metacritical foundation of transcendental philosophy and, specifically, of philosophical discourse as such. It analyzes two dimensions of the problem: the one concerning the way in which philosophical concepts are meaningful and the one regarding the possibility for transcendental statements to be epistemically contentful, i.e. true or false. I depart from the thesis defended by Crowell and Vigo, among others, that subjectivity in a transcendental framework is to be understood in terms of practical agency and then address the aforementioned problem from such a perspective, analyzing and ruling out some alternatives. I claim that philosophical concepts acquire their meaning from its meaning in ordinary use in the natural attitude and that its specific character lies in its mostrative function. I model such distinction in terms of the Heideggerian notion of formal indication. After that, I claim that transcendental statements are to be understood departing from the Kantian model for reflective judgments to conclude that the very sense of transcendental philosophy is the acknowledgment by the subject of her autonomy regarding the norms that govern her experience of the world.<hr/>O presente artigo aborda o problema da possibilidade de uma fundamentação metacrítica da filosofia transcendental e em particular do discurso filosófico, a partir da análise de duas dimensões de tal problema: a que diz respeito ao modo em que os conceitos filosóficos adquirem significado e a que concerne ao sentido no qual os enunciados transcendentais podem valer como enunciados dotados de um conteúdo epistêmico e serem verdadeiros ou falsos. Para isso, assume a tese defendida por Crowell e Vigo, entre outros, de que a subjetividade dever ser compreendida numa chave agencial, para a seguir abordar o mencionado problema, examinando e descartando diversos modelos. O artigo propõe que os conceitos filosóficos adquirem seu significado a partir de seu uso ordinário na atitude natural e que sua peculiaridade reside na sua função mostrativa, procurando esclarecer tal distinção a partir da noção heideggeriana de indicação formal. Deste modo, pretende-se compreender os enunciados transcendentais sobre a base do modelo dos juízos reflexionantes kantianos, para concluir que o sentido da filosofia transcendental é o reconhecimento por parte do sujeito de sua autonomia em relação às normas que constituem sua experiência do mundo. <![CDATA[<b>Concept and decision</b>: <b>phenomenology, formal indications and the feasibility of the "science of being"</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302011000100003&lng=t&nrm=iso&tlng=t Este artigo visa a apresentar e analisar a delimitação, a definição e o método propostos por Heidegger para a elaboração da "ciência do ser" em Os problemas fundamentais da fenomenologia, de 1927, e Ser e tempo. Trata-se de apresentar a definição da ontologia em contraposição às visões-de-mundo e às ciências positivas, ressaltando a peculiariedade de seu objeto, cuja tematização demanda um procedimento fenomenológico próprio marcado pelo que Heidegger denomina "indicação formal" e que encontra sua realização central e primordial na analítica existencial de Ser e tempo. A análise do sentido crítico e transcendental do projeto da ciência do ser é realizada e, por fim, a viabilidade do projeto considerada à luz da aporia em que se constitui.<hr/>This article aims to present and analyze the delimitation, the definition and the method proposed by Heidegger for the drawing up of the "science of being" in The basic problems of phenomenology, of 1927, and Being and time. It aims at establishing the definition of ontology in contraposition to worldviews and positive sciences, emphasizing the uniqueness of its object, whose thematization demands a phenomenological procedure itself marked by what Heidegger calls "formal indication" and that finds its central and paramount fulfilment in the existential analytic of Being and time. The analysis of the critical and the transcendental sense of the project of the science of being is realized and, finally, the viability of the project considered in the light of the aporia in which it constitutes itself. <![CDATA[<b>The function of anxiety in Freudian metapsychology </b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302011000100004&lng=t&nrm=iso&tlng=t Desde as primeiras hipóteses de Freud sobre a gênese da histeria, a angústia ocupa um lugar fundamental para a compreensão do psiquismo, servindo como elemento estruturante do pensamento freudiano. O objetivo desse trabalho é analisar e comparar teorias sobre a angústia desenvolvidas por Freud em duas obras metapsicológicas - Projetopara uma psicologia científica e Além do princípio do prazer -, particularmente no que diz respeito às origens e funções desempenhadas por esse afeto fundamental. Conclui-se que, embora 25 anos separem as duas obras, similaridades importantes podem ser estabelecidas entre ambas no que diz respeito à conceituação da angústia e seus desdobramentos.<hr/>Since Freud's first conceptions on the genesis of hysteria, anxiety plays a critical role for the understanding of the psychic functioning, and serves as a key element of Psychoanalytic theory. The purpose of this study is to analyze and compare theories on anxiety developed by Freud in the metapsychological texts Project for a scientific psychology and Beyond the pleasure principle, particularly emphasizing his hypotheses about the origins and functions played by this fundamental affect . It is concluded that, although 25 years separate both texts, important similarities can be found between them regarding the concept of anxiety and its derivations. <![CDATA[<b>The doctrine of formal indication in the light of the crisis of the program of "Being and Time"</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302011000100005&lng=t&nrm=iso&tlng=t ¿Qué ocurre con la doctrina de la indicación formal a la luz de la crisis del programa de "Ser y Tiempo"? El presente trabajo intenta mostrar cómo, durante el examen autocrítico de la ontología fundamental durante los años Treinta, Heidegger abandona algunos elementos centrales de su concepción sobre la indicación formal, pero continúa y reelabora otros. La tesis central del trabajo es la siguiente: Por una parte, la autocrítica de Heidegger condujo al abandono del marco metafilosófico en el que se asentaba la concepción sobre la indicación formal en los años Veinte. Por otra parte, sin embargo, a partir de dicha autocrítica Heidegger emprendió el replanteamiento de la estructura de la indicación formal, poniendo mayor énfasis en la dinámica de la apelación.<hr/>What happens with the theory of formal indication in light of the crisis of "Being and Time" project? This paper aims at showing how Heidegger, during the autocritical analysis of his Fundamental Ontology in the Thirties, abandons some key points of his conception about formal indication and at the same time he maintains and develops further some others aspects of this concept. The main thesis of this papers is as follows: Heidegger's revision of the concept of formal indication led him to abandon the metaphilosophical realm in which this conception was based on during the Twenties. Heidegger, out of his autocriticism, began to rethink the formal indication structure, putting more emphasis on the dynamic of appellation.<hr/>O que acontece com a doutrina da indicação formal à luz da crise do programa de "Ser e Tempo"? O presente trabalho procura mostrar como, durante o exame autocrítico da ontologia fundamental durante os anos trinta, Heidegger abandona alguns elementos centrais de sua concepção sobre a indicação formal, mas continua e reelabora outros. A tese central do trabalho é a seguinte: de um lado, a autocrítica de Heidegger conduziu ao abandono do marco metafilosófico em que se assentava a concepção sobre a indicação formal nos anos vinte; de outro, a partir de tal autocrítica Heidegger começou a repensar a estrutura da indicação formal, colocando maior ênfase na dinâmica da apelação. <![CDATA[<b>The <i>nous</i> and the indication of factical life</b><b> </b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302011000100006&lng=t&nrm=iso&tlng=t A noção de indicação formal em Heidegger reúne três elementos fundamentais na perspectiva do sentido (Sinn): o conteúdo (Gehalt), a relação (Bezug) e a realização (Vollzug). Do ponto de vista dos conceitos filosóficos, esses três elementos articulam-se enquanto apreensão do mundo tomado fenomenologicamente, com a explícita pretensão de evitar-se um olhar teorético que meramente classifica entes de um ponto de vista da mera generalidade vazia. Nesse sentido, o texto Interpretações fenomenológicas de Aristóteles: indicação da situação hermenêutica, também conhecido como "Informe Natorp", oferece uma interpretação explicitadora da vida fáctica, com base na análise dos conceitos aristotélicos. O presente artigo pretende apresentar de modo breve e provisório, a importância do conceito de nous, em seu caráter de abertura e possibilitação, bem como sua realização (Vollzug) nos modos articulados pelo discurso (logos). Nessa perspectiva, pretende-se mostrar que a retomada heideggeriana da filosofia aristotélica é norteada pelas funções proibitivo-referencial e reversivo-transformacional.<hr/>The notion of formal indication in Heidegger's thought assembles three basic elements in the perspective of meaning (Sinn): the subject (Gehalt), the relation (Bezug) and the actualization (Vollzug). In the perspective of philosophical concepts, these three elements articulate themselves as the apprehension of the world, in the phenomenological sense, with the goal of avoiding a theoretical look which arranges the beings in a form of generalization. Seen in these terms, the "Natorp Report" (Phenomenological Interpretations in Connection with Aristotle: an indication of the hermeneutical situation) provides an interpretation of factical life, since the perspective of the Aristotelian concepts. This article pretends to present in a provisory way the importance of the concept of nous, which has the character of openness and making-possible, as well as his actualization (Vollzug) in the modes articulated by discourse (logos). With this in mind, the article intends to demonstrate that Heideggerian's appropriation of Aristotelian philosophy is determined by the "referring-prohibitive" and "reversing-transforming" functions. <![CDATA[<b>Aspects of formal indicative thought</b>: <b>negation and justification</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302011000100007&lng=t&nrm=iso&tlng=t Segundo Heidegger, os conceitos filosóficos possuem um significado indicativo-formal, e a expressão linguística destes conceitos resulta em proposições caracterizadas como indicações hermenêuticas ( hermeneutischen Indikationen). A formulação e a compreensão de tais enunciados permitem, portanto, a introdução da noção de um pensamento indicativo-formal. Neste artigo examinamos dois aspectos do pensamento indicativo-formal concernentes à sua negação e justificação. Tomando por base o exame da origem da negação apresentado por Heidegger em Was ist Metaphysik?, sustentamos a hipótese de que a negação no pensamento indicativo-formal exibe uma peculiar função mostrativa, na medida em que for enfocada como um comportamento nadificador, e não como uma operação formal. Este aspecto permite-nos introduzir o problema da justificação das indicações formais desde uma perspectiva não propriamente inferencial, mas centrada num aspecto testemunhal a ser vinculado com um componente apofático e sigético do pensamento filosófico.<hr/>According to Heidegger, philosophical concepts have a formal-indicative meaning and the linguistic expression of these concepts results in propositions described as hermeneutic indications ( hermeneutischen Indikationen). Therefore, the formulation and justification of such a kind of sentences allow the introduction of formal-indicative notion of thought. In this paper, we examine two aspects of the formal-indicative thought: its negation and justification. Based on the problem of the origin of negation, presented by Heidegger in Was ist Metaphysik?, we sustain the hypothesis that in formal-indicative thought negation reveals a specific showing function that can be focused by approaching negation as a nihilating comportment instead of as a formal operation. This aspect allows us to introduce the question of the justification in formal indications from a non inferential point of view, but centered in a testimonial aspect which has to be linked with an apophatic and sigetic component of philosophical thought.