Scielo RSS <![CDATA[Natureza humana ]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=1517-243020190002&lang=t vol. 21 num. 2 lang. t <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org <![CDATA[<b>Acknowledgements</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302019000200001&lng=t&nrm=iso&tlng=t <![CDATA[<b>Loparic, um pensador radical</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302019000200002&lng=t&nrm=iso&tlng=t <![CDATA[<b>Idealismo transcendental e realismo empírico</b>: <b>uma interpretação semântica do problema da cognoscibilidade dos objetos externos</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302019000200003&lng=t&nrm=iso&tlng=t O objetivo deste artigo é apresentar o idealismo transcendental (e o realismo empírico) como uma semântica transcendental, que permite resolver problemas cognitivos da ciência e decidir sobre problemas filosóficos, por meio de novos argumentos e documentos textuais da filosofia kantiana. Para tal fim, mostraremos que a pergunta fundamental que aparece em todo o percurso da obra kantiana é a da possibilidade das proposições sintéticas. Essa pergunta demanda o desenvolvimento de uma resposta que essencialmente diz respeito não apenas a sua necessidade e possibilidade lógica, mas também a sua exequibilidade, e que mostrará suas peculiaridades em cada caso. Especificamente na primeira crítica, as condições ou ingredientes do juízo permitem distinguir entre fenômenos como objetos de conhecimento e coisas em si mesmas. Assim, o idealismo transcendental é definido, no sentido restrito, na crítica da razão pura, basicamente, pelo modo de interpretar o papel da sensibilidade em relação com as categorias e a constituição dos objetos de conhecimento. Esta posição filosófica permite a Kant propor um campo de sentido onde formular e resolver problemas cognitivos válidos e, portanto, resolver os problemas que a própria razão se impõe, bem como fazer uma refutação ao idealismo (material), tanto problemático quanto dogmático. Assim, provaremos que o problema da cognoscibilidade dos objetos se resolve em Kant em termos decididamente semânticos.<hr/>The aim of this paper is to show the transcendental idealism (and empirical realism) as transcendental semantics, which allows us to solve cognitive problems in science and to decide on philosophical problems through new arguments and textual documents of Kantian philosophy. To this goal, we will show that the fundamental question that appears throughout the course of the Kantian work is the question of the possibility of synthetic propositions. This question calls for the development of an answer that essentially concerns not only its necessity and logical possibility, but also its feasibility, and which will show its peculiarities in each case. Specifically, in the first criticism, the conditions or ingredients of judgment allow us to distinguish between phenomena as objects of knowledge and things in themselves. Thus transcendental idealism is defined, in the narrow sense, in the critique of pure reason, basically, by the way of interpreting the role of sensibility in relation to the categories and constitution of the objects of knowledge. This philosophical position allows Kant to propose a field of meaning in which to formulate and solve valid cognitive problems and, therefore, to solve the problems that reason itself imposes, as well as to refute the (material) idealism, both problematic and dogmatic. Thus we will prove that the problem of know objects is solved in Kant in decidedly semantic terms. <![CDATA[<b>Kant and skepticism</b>: <b>historical complement to a Z. Loparic's paper</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302019000200004&lng=t&nrm=iso&tlng=t A relação da filosofia kantiana com o ceticismo é objeto de investigação praticamente desde a primeira recepção da filosofia transcendental, atingindo um primeiro clímax já no início dos anos 1790. Este trabalho em homenagem ao professor Zeljko Loparic retoma um artigo seu sobre o tema, e mostra o acerto das teses por ele propostas à luz de pesquisa mais recente e detalhada.<hr/>The relationship of Kant's philosophy to skepticism has been the subject of investigation practically since the first reception of transcendental philosophy, reaching a first climax as soon as the early 1790s. This paper in honor of Professor Zeljko Loparic takes up an article of his on the subject, and shows the correctness of the theses proposed by him in the light of more recent and detailed research. <![CDATA[<b>Formal logic as the antechamber of transcendental philosophy</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302019000200005&lng=t&nrm=iso&tlng=t Neste artigo, pretendo explicitar o papel da lógica formal no projeto crítico kantiano. No tratamento dessa questão, abordarei a relação entre a lógica formal, frequentemente chamada por Kant de lógica geral, e a lógica transcendental. Assumirei a tese de que a lógica formal e a lógica transcendental são duas ciências racionais puras, distintas, independentes, porém, com conexões entre si, a despeito das leituras que sugerem que a lógica transcendental substitua a lógica formal ou que a lógica formal mantenha a sua existência, devendo, no entanto, ser subordinada à lógica transcendental. Na caracterização da lógica formal, utilizarei, sobretudo, a Jäsche-Logik. Quanto à lógica transcendental, exposta na Kritik der reinen Vernunft, irei me servir da leitura semântica de Loparic para tratar do conhecimento metafísico da natureza. Inicio o artigo apontando a proximidade de Kant com a lógica formal e o seu emprego na elaboração do projeto crítico.<hr/>In this article, it is intended to explain the role of formal logic in the Kantian critical project. In addressing this issue, it will be considered the relationship between formal logic, often called by Kant as general logic, and transcendental logic. It will be assumed that formal logic and transcendental logic are two pure, distinct, independent but interconnected rational sciences, despite readings that suggest that transcendental logic replaces formal logic or that formal logic maintains its own existence, but must be subordinated to transcendental logic. In the formal logic characterization, it will be mainly used the Jäsche-Logik. As for transcendental logic, presented in Kritik der reinen Vernunft, it will be used Loparic's semantic reading to deal with the metaphysical knowledge of nature. The article begins by pointing out the proximity of Kant to formal logic and its use in the elaboration of the critical project. <![CDATA[<b>Rational Psychology and Empirical Anthropology in Kant</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302019000200006&lng=t&nrm=iso&tlng=t O presente artigo busca destacar a importância dos "Paralogismos da razão pura" para o projeto kantiano de uma antropologia empírica sistematicamente constituída, isto é, uma ciência do homem. Mais precisamente, defenderá que o principal resultado da crítica à psicologia racional (enquanto doutrina da alma) foi garantir a possibilidade lógica do "eu numênico". Isso permitiu que o homem fosse pensado como agente livre, capaz de fazer algo de si mesmo, superando sua condição de mero produto da natureza. Essa ideia de homem é fundamental para a antropologia kantiana, uma vez que ordena e dirige os conhecimentos empiricamente adquiridos, dando a eles unidade sistemática.<hr/>This paper aims to highlight the relevance of the "Paralogisms of pure reason" for the Kantian project of an empirical systematically designed anthropology, that is, a science of man. Particularly, I will argue that the main result of Kant's criticism of rational psychology (as a doctrine of soul) was to ensure the logical possibility of the "noumenal self". That has turned possible to conceive the man as a free acting being, capable of making something of himself, and not just as a product of nature. This idea of man is fundamental to the Kantian anthropology since it orders and directs the empirically acquired knowledge, giving it systematic unity. <![CDATA[<b>Moral pluralism and practical reasoning</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302019000200007&lng=t&nrm=iso&tlng=t Procuro esclarecer e precisar o que seria o pluralismo moral com base em uma caracterização do que julgo ser a forma mais profunda e radical de conflito moral: o conflito entre valores incomensuráveis. A seguir, lido com os limites do papel da sensibilidade moral nos cenários de conflitos práticos. Por fim, introduzo um modelo de racionalidade prática consistente com o pluralismo moral mais radical. Concluo que, longe de significar a abdicação da racionalidade no domínio prático, o pluralismo, uma vez absorvido pela nossa cultura moral e política, traria importantes lições de tolerância para nossa época.<hr/>My aim is to clarify and specify what is moral pluralism. My starting point is what I consider the deepest and most radical type of moral conflict: the conflict between incommensurable values. Next, I deal with moral sensibility and the limits of its role in scenarios of practical conflict. Last, I introduce a model of practical rationality consistent with the most radical form of moral pluralism. My conclusion is that, rather than signifying the abdication of rationality in the practical domain, pluralism, once integrated in our moral and political culture, brings relevant lessons of tolerance to our age. <![CDATA[<b>False and true self</b>: <b>thinking beyond grandparents - or free spirit and self-awereness: self as becoming</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302019000200008&lng=t&nrm=iso&tlng=t Procuro esclarecer e precisar o que seria o pluralismo moral com base em uma caracterização do que julgo ser a forma mais profunda e radical de conflito moral: o conflito entre valores incomensuráveis. A seguir, lido com os limites do papel da sensibilidade moral nos cenários de conflitos práticos. Por fim, introduzo um modelo de racionalidade prática consistente com o pluralismo moral mais radical. Concluo que, longe de significar a abdicação da racionalidade no domínio prático, o pluralismo, uma vez absorvido pela nossa cultura moral e política, traria importantes lições de tolerância para nossa época.<hr/>My aim is to clarify and specify what is moral pluralism. My starting point is what I consider the deepest and most radical type of moral conflict: the conflict between incommensurable values. Next, I deal with moral sensibility and the limits of its role in scenarios of practical conflict. Last, I introduce a model of practical rationality consistent with the most radical form of moral pluralism. My conclusion is that, rather than signifying the abdication of rationality in the practical domain, pluralism, once integrated in our moral and political culture, brings relevant lessons of tolerance to our age. <![CDATA[<b>By force of suffering. Considerations about pain as an ontological experience</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302019000200009&lng=t&nrm=iso&tlng=t A dor e o sofrimento têm tido, ao longo da história, um lugar especial no âmbito da filosofia prática. Do ponto de vista do cuidado de si, são aquilo que a moral grega procura evitar, com a racionalidade da conduta orientada para a eudaimonia. Do ponto de vista cristão, têm um papel redentor no caminho para vencer o terrenal. Em ambos os casos, são marca e sintoma do que hoje chamamos condição antropológica: sofrer é ser vulnerável à dor e à morte, quer própria quer alheia. Nesse sentido, a vulnerabilidade impregna a existência do ser humano e é susceptível de abordagens positivas e epistemológicas. No entanto, de um ponto de vista fenomenológico, é a experiência da dor, nos seus abismos e ápices, que revela esse modo de ser em que o ente humano se encontra com a sua pele ontológica: com o limite do seu ser, em que soma e psyche se não distinguem. É essa experiência ontológica do limite que vou procurar abordar, num contexto em que a fenomenologia e a psicanálise se tocam, e se diferenciam aspectos existenciais, culturais e cognitivos.<hr/>Pain and suffering have, throughout history, had a special place within practical philosophy. From the point of view of self-care, they are what Greek morals seek to avoid, with the rationality of eudaimonia-oriented conduct. From the Christian point of view, they have a redemptive role on the path to overcoming the earthly. In both cases, they are a mark and symptom of what we today call an anthropological condition: to suffer is to be vulnerable to pain and death, whether one's own or of others. In this sense, vulnerability permeates the existence of the human being and is susceptible to positive and epistemological approaches. However, from a phenomenological point of view, it is the experience of pain, in its abyss and apexes, that reveals this way of being in which the human being meets his ontological skin, the limits of his being, in which soma and psyche are not distinguished. It is this ontological experience of the limit that I will seek to address, in a context in which phenomenology and psychoanalysis touch each other and where existential, cultural and cognitive aspects are to be differenciated. <![CDATA[<b>Bridges over nothingness</b>: <b>narratives of suffering and existential transformation</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302019000200010&lng=t&nrm=iso&tlng=t O principal intuito do presente artigo é questionar uma tendência estrutural de nosso modo tradicional de compreensão do problema da negatividade. Se considerarmos a reação imediata à afirmação de que a existência se caracteriza exatamente como uma indeterminação ontológica radical, não é incomum perceber a dificuldade de assumir essa afirmação sem uma certa sensação de que inviabiliza por completo a própria existência, caso não seja contrabalanceada por alguma dimensão de soterramento da nadidade, de pavimentação da negatividade. Tal dificuldade repercute sobre os modos mais imediatos de lidar com o sofrimento existencial e mesmo de pensar o foco mais essencial das terapias em geral. Na medida em que questionamos esses modos e seus pressupostos mais imediatos, o que buscamos aqui é antes de tudo investigar até que ponto o problema mais intrínseco do sofrimento reside precisamente na carga imensa que provém justamente da tentativa de fugir dele. Heidegger é, nesse contexto, nosso parceiro mais próximo de diálogo, assim como a metáfora da ponte e do farol que nos guia incessantemente em nosso caminho.<hr/>The central aim of the present article is to put in question a structural tendency of our tradition of understanding the problem of negativity. If we consider the immediate reaction to the assertion that existence characterizes itself exactly through a very ontological indeterminacy, it is not uncommon to perceive how hard is to embrace this assertion without a sensation that it makes impossible the own existence, if it is not counterbalanced by any kind of attenuation to such a nothingness, of paving negativity. Such difficulty resonates over the main ways to cope with existential suffering and even of thinking the most essential focus of therapies in general. Putting in question these ways of thinking and their presupposes, we are trying over all to investigate if suffering itself has its basis in the extraordinary weight arousing from the proper attempt to avoid suffering. Heidegger is, in this context, our closer partner of dialog, such as the metaphors of the bridge and the lighthouse which guide us in our path. <![CDATA[<b>Que ce ne soit pas freudien m'est égal</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302019000200011&lng=t&nrm=iso&tlng=t O principal intuito do presente artigo é questionar uma tendência estrutural de nosso modo tradicional de compreensão do problema da negatividade. Se considerarmos a reação imediata à afirmação de que a existência se caracteriza exatamente como uma indeterminação ontológica radical, não é incomum perceber a dificuldade de assumir essa afirmação sem uma certa sensação de que inviabiliza por completo a própria existência, caso não seja contrabalanceada por alguma dimensão de soterramento da nadidade, de pavimentação da negatividade. Tal dificuldade repercute sobre os modos mais imediatos de lidar com o sofrimento existencial e mesmo de pensar o foco mais essencial das terapias em geral. Na medida em que questionamos esses modos e seus pressupostos mais imediatos, o que buscamos aqui é antes de tudo investigar até que ponto o problema mais intrínseco do sofrimento reside precisamente na carga imensa que provém justamente da tentativa de fugir dele. Heidegger é, nesse contexto, nosso parceiro mais próximo de diálogo, assim como a metáfora da ponte e do farol que nos guia incessantemente em nosso caminho.<hr/>The central aim of the present article is to put in question a structural tendency of our tradition of understanding the problem of negativity. If we consider the immediate reaction to the assertion that existence characterizes itself exactly through a very ontological indeterminacy, it is not uncommon to perceive how hard is to embrace this assertion without a sensation that it makes impossible the own existence, if it is not counterbalanced by any kind of attenuation to such a nothingness, of paving negativity. Such difficulty resonates over the main ways to cope with existential suffering and even of thinking the most essential focus of therapies in general. Putting in question these ways of thinking and their presupposes, we are trying over all to investigate if suffering itself has its basis in the extraordinary weight arousing from the proper attempt to avoid suffering. Heidegger is, in this context, our closer partner of dialog, such as the metaphors of the bridge and the lighthouse which guide us in our path. <![CDATA[<b>From paradigmatic leaps to care networks</b>: <b>a strange journey</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302019000200012&lng=t&nrm=iso&tlng=t Este trabalho tem como objetivo mostrar quão forte é a influência do pensamento de Loparic em minhas reflexões e quantos dos problemas que trabalho são atravessados por sua filosofia. É impossível falar sobre os caminhos das idéias percorridos sem falar da forte presença de Zeljko Loparic neles. Meu objetivo aqui é mostrar como passei de agradáveis exercícios epistemológicos para ocupações éticas desconfortáveis. Começarei descrevendo os primeiros e depois analisando as preocupações que surgiram e que me levaram à ética do cuidado, indicando como as reflexões filosóficas de Loparic estavam acompanhando esses itinerários.<hr/>Este trabajo tiene por objetivo mostrar cuan fuerte es la influencia del pensamiento de Loparic en mis reflexiones y cómo muchas de las problemáticas que trabajo están atravesadas por su filosofía. Es imposible hablar del camino de ideas andado sin hablar de la fuerte presencia de Zeljko Loparic en estos trayectos. Mi propósito aquí es mostrar cómo pasé de placenteros ejercicios epistemológicas a incómodas ocupaciones éticas. Comenzaré describiendo los primeros para luego analizar las inquietudes que fueron surgiendo y que me llevaron a la ética del cuidado, indicando cómo las reflexiones filosóficas de Loparic fueron acompañando estos itinerarios. <![CDATA[<b>Philosophical developments from Winnicott</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302019000200013&lng=t&nrm=iso&tlng=t O objetivo é desenvolver os desdobramentos filosóficos que a teoria do amadurecimento pessoal de Winnicott tem a oferecer para iluminar reflexões pertinentes à filosofia. Os conceitos eleitos para a discussão são natureza humana, continuidade-de-ser, eu e si-mesmo. Após percorrer esses conceitos que se intercambiam, far-se-á uso da noção de cooriginação dependente, mostrando que relacionalidade, cuidado e confiabilidade proporcionam uma sustentação para a compreensão de ser no mundo; para a existência de um si-mesmo que não surge como algo ou uma propriedade que se assenta sobre outro algo.<hr/>The objective is to develop the philosophical developments that Winnicott's theory of personal maturation has to offer to illuminate reflections pertinent to philosophy. The elected concepts for the discussion are human nature, continuity of being, and self. After going through these interchangeable concepts, the notion of codependent arising will be used, showing that relationality, care and reliability provide a support for the understanding of being in the world; for the existence of a self that does not arise as something or a property that rests on something else. <![CDATA[<b>There is no other like it</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302019000200014&lng=t&nrm=iso&tlng=t O presente artigo atende ao escopo de realizar uma homenagem justa ao filósofo Zeljko Loparic, tendo como meio relatar a influência que ele exerceu sobre meu próprio trabalho de reflexão sobre a psicanálise de Freud. Esta se deu pela adoção da noção de paradigma, que Loparic tomou de empréstimo de Thomas Kuhn ("A estrutura das revoluções científicas", 1962). O resultado disso foi que pude reconhecer diferentes psicanálises pós-freudianas dando nome próprio para cada uma, mas especialmente reconhecendo a obra de Freud como não havendo outra que lhe seja igual. Em outras palavras, me permitiu apurar minha compreensão acerca da condição especial e de sua distinção. Não tenho dúvidas de que se trata de uma reflexão pertinente em épocas em que o uso compartilhado de teorias e terapias psicanalíticas tem sido tão festejado.<hr/>This article aims to pay a fair tribute to philosopher Zeljko Loparic by reporting his influence on my own work of reflection on Freud's psychoanalysis. It was due to the adoption of the notion of paradigm, which Loparic borrowed from Thomas Kuhn ("The Structure of Scientific Revolutions", 1962). As a result, I was able to recognize different post-Freudian psychoanalysis giving a proper name to each one, but especially recognizing that there is no other work like Freud's. In other words, it allowed me to improve my understanding of the special condition and its distinction. I have no doubt that this is a pertinent reflection at times when the shared use of psychoanalytic theories and therapies has been so celebrated. <![CDATA[<b>In first person</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302019000200015&lng=t&nrm=iso&tlng=t O presente artigo parte de um texto publicado por Zeliko Loparic para discutir o processo de regressão à dependência, em pacientes de tipo borderline na clínica psicanalítica winnicottiana. Recupera, para tanto, o sentido etimológico da termo sujeito, para descrever, então, o que poderia ser entendido como alienação do sujeito (devidos a falhas ambientais) e a sua retomada em primeira pessoa, nos processos de regressão à dependência. O artigo se completa tecendo considerações sobre a temporalidade humana saudável e a sua versão patológica, quando partes da personalidade são congeladas no tempo.<hr/>This article takes into account a published text written by Zeliko Loparic in order to discuss the process of regression to dependence in borderline patients, in Winnicott's clinical psychoanalysis. For this purpose, it recovers the etymological meaning of the word subject, in order to describe what could be understood as subject alienation (caused by environmental failures) and the recovering of the subject in the first person, by means of the processes of regression to dependence. The article finishes making considerations about healthy human temporality and its pathological version, when parts of the personality are frozen in time. <![CDATA[<b>Para além do inconsciente verbalizável e da memória lacunar</b>: <b>a psicanálise sob o olhar de Loparic</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302019000200016&lng=t&nrm=iso&tlng=t O professor Zeljko Loparic aprofundou a discussão filosófica - anunciada por Heidegger nos Seminários de Zollikon - em torno do conceito freudiano de inconsciente e, além disso, nos apresentou uma leitura original das formulações winnicottianas relativas a um tipo de conteúdo inconsciente que não pode ser verbalizado através da regra fundamental da psicanálise freudiana, não pode ser recordado com base em um resgate de representações psíquicas carregadas de afeto e, por conseguinte, elaborado à luz do clássico modelo de interpretação analítica. Com este texto, pretendemos indicar que, ao sistematizar a formulação winnicottiana acerca de um inconsciente não-acontecido, Loparic nos faz pensar numa relação do inconsciente com a memória que não se reduz ao preenchimento de lacunas e elos faltantes. Além disso, faz-nos ver uma outra forma de meditar sobre o passado, o resgate da "história de vida" e a clínica psicanalítica.<hr/>Prof. Zeljko Loparic has deepened the philosophical discussion - announced by Heidegger in the Zollikon Seminars - around the Freudian concept of the unconscious and, beyond this, has presented to us an original version of the Winnicottian formulations addressing a type of unconscious content, which cannot be verbalized through the fundamental Freudian psychoanalysis nor remembered by a rescue of psychic representations carried by affect and, following this, nor be elaborated in the light of the classical model of analytic interpretation. With this text, we intend to indicate that Loparic, by systematizing the Winnicottian formulation regarding a non-occurred unconscious, makes us think in a relation of the unconscious with the memory, which is not restricted to the filling of gaps and missing links. Additionally, he makes us see another type of reflection about the past, the rescue of the "life history" and the psychoanalytic clinics. <![CDATA[<b>On "asking for a kind of revolution" in clinical psychoanalysis</b>: <b>Winnicott's concept of regression, care-cure, working within the realm of needs and creating new experiences</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302019000200017&lng=t&nrm=iso&tlng=t Neste artigo, abordo o rompimento radical das ideias teórico-clínicas de Winnicott a partir do trabalho psicanalítico tradicional, introduzindo uma mudança revolucionária na psicanálise clínica - uma transição de "extensão" para "revolução científica" e "mudança de paradigma" (para a usar a terminologia de Thomas Kuhn em "A estrutura das revoluções científicas", 1962). Para mim, essas ideias revolucionárias de Winnicott são muito importantes, tanto prática quanto teoricamente, pois fornecem uma matriz formative e um modo de trabalho e transformação que a prática psicanalítica não oferece.<hr/>In this article, I will address the radical departure of Winnicott's theoretical-clinical ideas from traditional psychoanalytic work, introducing a revolutionary change in clinical psychoanalysis - a transition from "extension" to "scientific revolution" and "paradigm change or paradigm shift" (to use Thomas Kuhn's terminology of the "Structure of scientific revolution", 1962). For me, these revolutionary ideas of Winnicott are profoundly important, theoretically and practically, as they provide a formative matrix and a mode of work and transformation that conventional psychoanalytic work does not offer (Eshel, 2013a, 2016, 2017a, 2019a, 2019b). <![CDATA[<b>The therapist's capacity to play</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302019000200018&lng=t&nrm=iso&tlng=t Playing is a central concept in Winnicott's developmental theory as well as a basic of human nature. In his last book -"Playing and Reality"- he also referred to the capacity to play as a central attribute of the clinical encounter, related both to the patient as well as to the therapist. However, Winnicott's intention as to the therapist's capacity to play remained unclear. This paper is an attempt to clarify Winnicott's intention, on the basis of the description of short therapeutic moments.<hr/>Brincar é um conceito central na teoria de desenvolvimento de Winnicott, além de um componente básico da natureza humana. Em seu último livro, "O brincar e a realidade", o autor também se refere à capacidade de brincar como um atributo central do encontro clínico, tanto no que diz respeito ao paciente quanto ao terapeuta. Entretanto, não se sabia exatamente quais eram as intenções de Winnicott ao mencionar a capacidade de brincar do terapeuta. Este artigo é uma tentativa de clarear essas intenções a partir de pequenas descrições de momentos terapêuticos.