Scielo RSS <![CDATA[Winnicott e-prints]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=1679-432X20120001&lang=t vol. 7 num. 1 lang. t <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org <![CDATA[<b>An example of the analyst's role as a father</b>: <b>the Patrick case</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-432X2012000100001&lng=t&nrm=iso&tlng=t Por meio de um exemplo clínico de Winnicott, o caso de um menino de 11 anos, Patrick, relatado pelo autor no livro Explorações psicanalíticas (1989a/1994), explicitarei aspectos do papel do analista como pai. Nesse caso, Winnicott, utilizando-se de consultas terapêuticas com a criança e entrevistas com a mãe, colhe importantes informações e serve-se, basicamente, do manejo para conduzir todo o desenvolvimento do tratamento, ajudando a mãe do garoto a sustentar a necessária regressão do filho e administrando a vida de Patrick, com a escola e as demais atividades, durante todo o período em que o menino esteve doente até a retomada de movimentos progressivos em direção ao amadurecimento e à independência.<hr/>Using an example of a clinical case by Winnicott - that of a fourteen year-old boy named Patrick - reported in his Psychoanalytic Explorations (1989a/1994), I will make explicit aspects of the role of the analyst as a father. In this case, through therapeutic sessions with the boy and interviews with the mother, Winnicott gathered important information and used mostly handling techniques to get on with the development of the treatment and help the boy's mother to cope with the necessary regression of her son, as well as managing school businesses and other activities of Patrick's life during the whole period in which he was ill, until he as able to recover progressive movements towards maturing and independence. <![CDATA[<b>The existence psychosomatic</b>: <b>clinical aspects</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-432X2012000100002&lng=t&nrm=iso&tlng=t Neste trabalho pretendo mostrar as alterações sofridas na clínica psicanalítica pelo referencial winnicottiano acerca das questões psicossomáticas. Uma clínica mais descritiva, centrada nas experiências psicossomáticas permite uma compreensão do ser humano como alguém encarnado. Assim, em vez da ideia de um ser humano marcado pela divisão corpo/mente, temos uma compreensão de uma existência psicossomática, ou seja, o reconhecimento de que a existência humana somente é possível quando sustentada num corpo vivo. Ao desviar o foco da dissociação corpo/mente, a atividade clínica do analista se altera, pois uma nova linguagem e novos conceitos são necessários para o trabalho analítico. O corpo do paciente é considerado como a base do trabalho analítico.<hr/>In this paper I intend to show the changes occurred in the psychoanalytic clinic from the Winnicotian referential about the psychosomatic questions. A more descriptive clinic, centered on the psychosomatic experiences, permits an understanding of the human being as incarnate. Thus, instead of the idea of a human being marked by the division body/mind, we have an understanding of a psychosomatic existence, i.e. the recognition that a human existence is only possible when supported in a live body. When deviating the focus of the dissociation body/mind, the clinical activity of the analyst is modified, because a new language and new concepts are required for the analytic work. The body of the patient is considered as being the basis of the analytic work. <![CDATA[<b>The universalization of the lack</b>: <b>the normative risk of Lacanian psychoanalysis</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-432X2012000100003&lng=t&nrm=iso&tlng=t Este artigo parte da análise da teoria freudiana da sexualidade. A crítica que Freud desenvolve das teorias médicas da sexualidade é reinterpretada como endereçada ao caráter normativo da sua redução da sexualidade à reprodução desconstruída por Freud nos Três ensaios. A seguir, discute-se até que ponto Freud conseguiu manter sua reflexão sobre a sexualidade isenta de considerações de ordem normativas e sugere-se a oscilação, em sua teoria sexual, entre um discurso sobre a diferença, em que essa diretriz poderia ser mantida, e um discurso sobre a falta, em que a sexualidade masculina seria tomada como norma para a concepção da sexualidade feminina. A universalização desse discurso sobre a falta, que é característica da psicanálise lacaniana, por sua vez, traria consigo o risco de generalização dessa atitude normativa. Os efeitos dessa atitude são, então, rastreados no desenvolvimento das ideias de Lacan e alguns de seus conceitos mais significativos são reinterpretados em termos de um esforço para superar ou evitar essas consequências normativas, incluindo-se aí a evolução do conceito de Nome-do-Pai, suas reflexões mais tardias sobre a especificidade do gozo feminino e, sobretudo, sua caracterização da psicanálise como um discurso ético e a formulação da noção de uma ética do real. Por fim, discute-se até que ponto essa orientação teórica compromete a concepção da psicanálise como uma prática de transformação do sujeito<hr/>This paper starts from the analysis of Freud's theory of sexuality. Freud's critique of the medical theories of sexuality is reinterpreted as addressed to the normative character of their reduction of sexuality to reproduction, which is deconstructed by Freud in his Three essays. Next, it is discussed to what extent Freud was able to maintain his reflection on sexuality free from normative considerations. It is suggested that his sexual theory wavers between a discourse on the difference and a discourse on the lack; in the first case, the non-normative guideline could be maintained, but, in the second, male sexuality would be taken as a norm for the conception of female sex uality. The universalization of this discourse on the lack, which is typical of Lacanian psychoanalysis, would in turn bring with it the risk of generalizing this normative attitude. The effects of this attitude are then followed in the development of Lacan's ideas. Some of his most important concepts are reinterpreted as an effort to avoid or overcome these normative consequences, including the evolution of the concept of Name-of-the-Father, Lacan's late reflection on the specificity of the feminine enjoyment (jouissance) and, above all, his characterization of psychoanalysis as an ethical discourse and the notion of an ethics of the real. Finally, it is discussed to what extent this theoretical orientation undermines psychoanalysis conception as a transformative practice of the subject. <![CDATA[<b>The spontaneous emergence of the ethical feeling as a human nature tendency</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-432X2012000100004&lng=t&nrm=iso&tlng=t Na sua concepção da emergência da ética na experiência humana, Freud ficou, pelo fundamental, prisioneiro da concepção moderna. O afastamento dessa concepção, de seus dualismos e de seu modelo social, sustentando na inevitabilidade do conflito e da repressão, permite a Winnicott pensar a emergência do sentimento ético de maneira completamente diferente. O faz sustentando-se na concepção que elabora sobre as tendências naturais e sobre a decisiva participação do ambiente na atualização dessas tendências. Sua concepção do superego espontâneo, pensado como um sentimento ético e não como conceitos diferenciadores do bem e do mal, não o leva a desconsiderar a importância do superego social teorizado por Freud. Na sua abordagem, entretanto, suas concepções gerais lhe permitem lançar um novo olhar sobre este estágio fundamental do processo de desenvolvimento emocional e da construção da teoria psicanalítica.<hr/>In his conception of the emergence of ethics in the human experience, Freud remained basically a prisoner of the modern conception. Moving away from this conception, its dualisms and its social model based on the inevitability of conflict and repression, Winnicott is able to think the emergence of the ethical feeling in a totally different way. He does so based on the conception he developed of natural tendencies and the decisive role the environment plays in the actualization of these trends. His conception of the spontaneous superego, thought as an ethical feeling rather than as concepts that would allow to differentiate good from evil, does not lead him to disregard the importance of the social superego theorised by Freud. In his approach, nevertheless, his general conceptions allow him to cast a new look on this crucial stage of the emotional development process and the construction of the psychoanalytic theory. <![CDATA[<b>The origin of morality in Freud and Winnicott</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-432X2012000100005&lng=t&nrm=iso&tlng=t O objetivo deste trabalho é explicitar as diferenças fundamentais entre as concepções psicanalíticas de Freud e Winnicott a respeito do tema da moralidade e sua origem psicológica. Contrapõe-se a concepção freudiana, desenvolvida com base na clínica de pacientes neuróticos adultos, apoiada em uma teoria do desenvolvimento psicossexual e que defende a tese central de que a moral (como lei interna que se contrapõe aos desejos eróticos infantis) surge em função do conflito edípico com o pai; à concepção winnicottiana, construídacom base na clínica de pacientes não-neuróticos (esquizoides, indivíduos com tendência antissocial, entre outros) adultos e infantis, apoiada em uma teoria do desenvolvimento emocional e que defende a tese central de que a moral (como preocupação) surge em função das relações instintuais (agressivas) iniciais do bebê com a mãe anteriores ao conflito edipiano.<hr/>The objective of this workis to explainthe fundamental differences between the psychoanalytic conceptions of Freud and Winnicott on the subject of morality and its psychological origins. It opposes the Freudian conception, developed from the clinic with neurotic adult patients, based on a theory of psychosexual development and advocating the central thesis that moral (as an internal law that runs counter the infantile erotic desires) arises due to the oedipal conflict with the father; to the Winnicottian conception, developed from the clinic of non-neurotic patients (schizoids, individuals with antisocial tendency, among others) both with adults and children, based on a theory of emotional development and advocating the central thesis that moral (as concern) arises from the initial instinctual (aggressive) relations of the baby with his mother <![CDATA[<b>Ethics and psychoanalysis</b>: <b>philosophical assumptions shared</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-432X2012000100006&lng=t&nrm=iso&tlng=t Este trabajo busca plantear una superación de la oposición ciencia-moralidad a partir de mostrar los supuestos filosóficos que comparten. Todo valor moral supone una concepción de ser humano, es decir, una teoría filosófica subyace a toda ética. Hay un plano teórico, llamémosle metaético, que se manifiesta en una ética, pero también se hace presente en las ontologías científicas. Los discursos conservan sus particularidades, pero en lo que aquí nos focalizamos es en los supuestos filosóficos en los que ambas narraciones tienen sus raíces. Así, la tajante demarcación entre los órdenes morales y científicos se desdibuja desde los principios filosóficos del que parten. En este trabajo, no vamos a sostener una teoría psicológica o psicoanalítica de la moralidad, tampoco vamos a considerar las teorías psicoanalíticas de la moral que tienen tanto Freud como Winnicott. Continuamos considerando a la ética y al psicoanálisis como discursos diferentes, en lo que nos interesa ahondar, más bien, es en las teorías filosóficas que subyacen tanto a las éticas como a las teorías psicoanalíticas, que en este caso serán la freudiana y la winnicottiana, las cuales comparten con diferentes éticas ciertos supuestos teóricos. Esto pone en conexión ámbitos, que, en Kant y en la tradición epistemológica dominante, habían sido concebidos como separados. Estos supuestos filosóficos forman también parte de las matrices disciplinares respectivas, están presentes en sus modelos ontológicos y heurísticos y constituyen el punto de intersección entre ambos discursos.<hr/>Este artigo procura colocar uma superação da oposição ciência-moral a partir dos pressupostos filosóficos que eles compartilham. Todo o valor moral supõe uma concepção de ser humano, ou seja, uma teoria filosófica subjacente a toda a ética. Há um nível teórico, chamá-lo de meta-ética, que se manifesta em uma ética, mas também presente em ontologias científicas. Os discursos mantém suas peculiaridades, mas como o foco aqui é sobre os pressupostos filosóficos em que ambos os discursos estão enraizados. Assim, a demarcação nítida entre as ordens científicas e moral desaparece se for considerado os princípios filosóficos daí derivadas. Neste trabalho, não vai-se sustentar uma teoria psicológica ou psicanalítica da moralidade, não vamos ponderar as teorias psicanalíticas de moralidade que têm tanto Freud e Winnicott. Continuamos considerando a ética e a psicanálise como diferentes discursos, o que nós queremos aprofundar, ao contrário, é sobre as teorias filosóficas que fundamentam tanto a ética como as teorias psicanalíticas, que neste caso será a Freud e Winnicott, que partilham com diferentes determinados pressupostos teóricos éticos. Isso isso coloca em relação discursos, que em Kant e na tradição epistemológica dominante, tinha sido concebidos como separados. Estes pressupostos filosóficos também fazem parte das respectivas matrizes disciplinares, estão presentes em seus modelos ontológicos e heurísticos e constituem o ponto de intersecção entre os dois discursos.<hr/>This paper seeks to raise overcoming the opposition morality-science showing philosophical assumptions that they share. All moral value suppose a conception of human being, ie, a philosophical theory underlying all ethics. There is a theoretical level, call it meta-ethical, manifested in an ethic, but also present in scientific ontologies. The speeches retain their peculiarities, but as we focus here is on philosophical assumptions in which both discourse are rooted. Thus, the sharp demarcation between scientific and moral orders fades from the philosophical principles of that leave. In this paper, we will not sustain a psychological or psychoanalytic theory of morality, we will not consider the psychoanalytic theories of morality that have both Freud and Winnicott. We continue considering ethics and psychoanalysis as different speeches, in what we want to deepen, rather, is on the philosophical theories that underlie both the ethical as psychoanalytic theories, which in this case will be the Freud and Winnicott, which share with different ethical certain theoretical assumptions. This brought relations between areas, that in Kant and the dominant epistemological tradition, had been conceived as separate. These philosophical assumptions are also part of the respective disciplinary matrices, are present in their ontological and heuristic models and constitute the point of intersection between the two discourses.