Scielo RSS <![CDATA[Mental]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=1679-442720210002&lang=t vol. 13 num. 24 lang. t <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272021000200001&lng=t&nrm=iso&tlng=t <![CDATA[<b>Relato de experiência - conexões com a família no trabalho na saúde mental infantojuvenil</b>: <b>entre um ideal e o cotidiano</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272021000200002&lng=t&nrm=iso&tlng=t Este trabalho problematiza algumas relações vivenciadas pelos técnicos de políticas públicas que atendem o público infantojuvenil e suas famílias a partir de uma pesquisa-intervenção sobre intersetorialidade. Inicialmente, são apresentados elementos históricos sobre a composição da Rede de Atenção em Saúde Mental do município de Belo Horizonte e os fluxos de atendimento nesta rede para o referido público. Em seguida, são feitas considerações sobre as famílias atendidas e os desafios nas relações com os técnicos, passando pelas prerrogativas de acompanhamento baseadas na Reforma Psiquiátrica e em serviços territoriais. Analisa-se, então, um caso com demanda para a saúde mental através de linhas que indicam possibilidades de enlaces e articulações dos atores envolvidos e que passam pelas múltiplas vulnerabilidades comuns a muitos jovens e familiares, incluindo a problemática das drogas, ideais de funcionamento e composição familiar dos sujeitos atendidos; relações com Conselho Tutelar; possibilidades de trabalho intersetorial e outras condições para o cuidado em saúde mental. Conclui-se que, apesar dos desafios do trabalho com esse público, uma análise da composição das forças que atuam nos diferentes encontros é essencial para a construção de uma prática potente e resolutiva que contribua para a autonomia das famílias de crianças e adolescentes acompanhados nas políticas públicas.<hr/>This paper discusses some relationships experienced by technicians of public policies that serve children and youth and their families from a research-intervention on intersectoriality. Initially, historical elements are presented about the composition of the network of mental health care in the city of Belo Horizonte and the service flows in this network for this audience. Then, considerations are made about the families assisted and the challenges in the relationships with the technicians, going through the prerogatives of monitoring based on the psychiatric reform and territorial services. A case with a mental health demand is then analyzed, through lines that indicate possibilities of links and articulations of the actors involved and that go through the multiple vulnerabilities common to many young people and their families, including drug problems, ideals of family functioning and composition of the subjects assisted, relationships with the Guardianship Council, possibilities of intersectoral work and other conditions for mental health care. We conclude that, despite the challenges of working with this public, an analysis of the composition of the forces that act in the different meetings is essential for the construction of a powerful and resolutive practice that contributes to the autonomy of the families of children and adolescents assisted by public policies.<hr/>Este trabajo discute algunas relaciones experimentadas por los técnicos de las políticas públicas que atienden a los niños y jóvenes y sus familias, a partir de una investigación-intervención sobre la intersectorialidad. Inicialmente, se presentan elementos históricos sobre la composición de la red de atención a la salud mental en la ciudad de Belo Horizonte y los flujos de servicios en esta red para este público. A continuación se hacen consideraciones sobre las familias atendidas y los retos en las relaciones con los técnicos, pasando por las prerrogativas de seguimiento basadas en la Reforma Psiquiátrica antimanicomial y los servicios territoriales. También se analiza un caso con demanda de salud mental, a través de líneas que indican posibilidades de vínculos y articulaciones de los actores involucrados y que pasan por las múltiples vulnerabilidades comunes a muchos jóvenes y sus familias, incluyendo la problemática de las drogas, los ideales de funcionamiento y la composición familiar de los sujetos atendidos, las relaciones con el Consejo Tutelar, las posibilidades de trabajo intersectorial y otras condiciones de atención a la salud mental. Se concluye que, a pesar de los desafíos de trabajar con este público, el análisis de la composición de las fuerzas que actúan en los diferentes encuentros es esencial para la construcción de una práctica potente y resolutiva, que contribuya a la autonomía de las familias de los niños y adolescentes seguidos en las políticas públicas. <![CDATA[<b>The medicalization of childhood in contemporary times</b>: <b>an integrative review</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272021000200003&lng=t&nrm=iso&tlng=t As crianças podem desenvolver transtornos mentais e de comportamento e o uso de psicofármacos é uma das possibilidades de tratamento para tais transtornos. Mas tem-se identificado, na contemporaneidade, um aumento na prescrição de psicofármacos muitas vezes para problemas não médicos. Esse fenômeno entende-se por medicalização. Este trabalho refere-se a um levantamento de artigos que abordam a medicalização infantil nos últimos 10 anos. Trata-se de um estudo de revisão integrativa, realizada na base de dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), no ano de 2019. Como critérios de refinamento de busca utilizou-se os descritores medicalização, educação e criança, artigos revisados por pares e publicados na língua portuguesa e inglesa. A amostra final constituiu-se de 12 artigos, sendo os que abordaram o assunto como tema principal identificado no título, leitura dos resumos e introdução desses. Após a leitura, os artigos foram organizados em um quadro analítico, identificando o referencial teórico adotado e como o tema se apresentava nos textos. O mapeamento possibilitou identificar problematizações sobre a infância, a hegemonia da visão biologicista sobre o comportamento humano, a influência da publicidade da indústria farmacêutica, a banalização e epidemia do diagnóstico infantil e como a medicalização se manifesta no contexto escolar. Também permitiu levantar reflexões sobre a relação entre a escola e a medicalização infantil. Conclui-se que há necessidade de estudos que investiguem a medicalização do ponto de vista das crianças e que estabeleça um diálogo entre o campo da Psicologia, Medicina e Educação.<hr/>Children can develop mental and behavioral disorders and the use of psychotropic drugs is one of the treatment possibilities for such disorders. However, it has been identified, nowadays, an increase in the prescription of psychotropic drugs, often for non-medical problems. This phenomenon is understood as medicalization. This work refers to a survey of articles that address child medicalization in the last 10 years. This is an integrative review study, carried out in the database of the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES), in 2019. As search refinement criteria, the descriptors medicalization, education and child were used, peer-reviewed articles published in Portuguese and English. The final sample consisted of 12 articles, which addressed the subject as the main theme identified in the title, reading of the abstracts and their introduction. After reading, the articles were organized in an analytical framework, identifying the theoretical framework adopted and how the theme was presented in the texts. The mapping made it possible to identify problematizations about childhood, hegemony of the biological view on human behavior, the influence of advertising by the pharmaceutical industry, the banalization and epidemic of child diagnosis and how medicalization is manifested in the school context. It also allowed for reflections on the relationship between school and child medicalization. It is concluded that there is a need for studies that investigate medicalization from the point of view of children, and that establish a dialogue between the fields of Psychology, Medicine and Education.<hr/>Los niños pueden desarrollar trastornos mentales y del comportamiento y el uso de psicofármacos es una de las posibilidades de tratamiento para dichos trastornos. Sin embargo, se ha identificado, en la actualidad, un aumento en la prescripción de psicofármacos muchas veces por problemas no médicos. Este fenómeno se entiende como medicalización. Este trabajo hace referencia a una encuesta de artículos que abordan la medicalización infantil en los últimos 10 años. Se trata de un estudio de revisión integradora, realizado en la base de datos de la Coordinación para el Perfeccionamiento del Personal de Educación Superior (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES), en 2019. Como criterios de refinamiento de búsqueda se utilizaron los descriptores medicalización, educación y niño, artículos revisados por pares publicados en portugués e inglés. La muestra final estuvo conformada por 12 artículos, que abordaron el tema como tema principal identificado en el título, lectura de los resúmenes y su introducción. Después de la lectura, los artículos se organizaron en un marco analítico, identificando el marco teórico adoptado y cómo se presentó el tema en los textos. El mapeo permitió identificar problematizaciones sobre la infancia, la hegemonía de la mirada biológica sobre el comportamiento humano, la influencia de la publicidad por parte de la industria farmacéutica, la banalización y epidemia del diagnóstico infantil y cómo se manifiesta la medicalización en el contexto escolar. También permitió reflexionar sobre la relación entre la escuela y la medicalización infantil. Se concluye que existe la necesidad de estudios que investiguen la medicalización desde el punto de vista de los niños, y que establezcan un diálogo entre los campos de la Psicología, la Medicina y la Educación. <![CDATA[<b>Talking about rights</b>: <b>resonances and meetings with autonomous medication management</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272021000200004&lng=t&nrm=iso&tlng=t A participação social, diretriz do Sistema Único de Saúde (SUS), tem se mostrado um desafio difícil de alcançar, principalmente no contexto da Saúde Mental. O presente artigo aborda a temática do exercício de direitos dos usuários e suas relações com o cuidado em saúde mental, partindo da experiência de usuários e trabalhadores envolvidos com a estratégia da Gestão Autônoma da Medicação (GAM) no estado do Rio Grande do Sul. Esse artigo tem como objetivo problematizar a noção de direitos dos usuários e suas repercussões no cuidado em saúde mental. Para responder a esses objetivos, inspiramo-nos no método Paidéia para o acompanhamento das rodas de conversa com usuários e moderadores dos grupos GAM. Dessa forma, foi possível observar a dificuldade de efetivação dos direitos dos usuários, os quais possuem pouco ou nenhum conhecimento sobre esse tema. Outro ponto que se destaca são as altas taxas de consumo de psicofármacos nos serviços de saúde.<hr/>Social participation, a guideline of the Brazilian Unified Health System (Sistema Único de Saúde), has proved to be a difficult challenge to achieve, especially in the context of Mental Health. This article addresses the issue of the exercise of users' rights and their relationship with mental health care, based on the experience of users and workers involved with the Autonomous Medication Management (Gestão Autônoma da Medicação) strategy in the Brazilian state of Rio Grande do Sul. This article aims to problematize the notion of users' rights and their repercussions on mental health care. In order to answer these objectives, we were inspired by the Paidéia method for monitoring the conversation circles with users and moderators of the GAM groups. Thus, it was possible to observe the difficulty in realizing the rights of users, who have little or no knowledge on this topic. Another point that stands out is the high rates of consumption of psychiatric drugs in health services.<hr/>La participación social, una directriz del Sistema Único de Salud de Brasil (SUS), ha demostra-do ser un desafío difícil de lograr, especialmente en el contexto de la Salud Mental. Este artículo aborda el tema del ejercicio de los derechos de los usuarios y su relación con la atención de la salud mental, en base a la experiencia de los usuarios y trabajadores involucrados con la estrategia de Administración de Medicamentos Autónomos (Gestão Autônoma da Medicação) en el estado de Rio Grande do Sul, Brasil. Este artículo tiene como objetivo problematizar la noción de los derechos de los usuarios y sus repercusiones en la atención de la salud mental. Para responder a estos objetivos, nos inspiramos en el método Paidéia para monito-rear los círculos de conversación con usuarios y moderadores de los grupos GAM. Por lo tanto, fue posible observar la dificultad de hacer realidad los derechos de los usuarios, que tie-nen poco o ningún conocimiento sobre este tema. Otro punto que destaca son las altas tasas de consumo de drogas psiquiátricas en los servicios de salud. <![CDATA[<b>The journal group at CAPS</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272021000200005&lng=t&nrm=iso&tlng=t Os Centros de Atenção Psicossociais (CAPS) são unidades de atendimento em saúde mental, compostas por equipe de trabalho multidisciplinar, que operam com a finalidade da reabilitação psicossocial dos seus usuários. As tecnologias leves de cuidado, proposta enfatizada pela Política Nacional de Humanização, referem-se ao potencial terapêutico das relações interpessoais e da comunicação. O presente trabalho traduz a experiência de uma oficina com um grupo de usuários de um CAPS pelo período de aproximadamente um ano. Através do relato de vivências profissionais, descrevendo desafios, conhecimentos e dificuldades, busca-se analisar como esta oficina articula-se com os dispositivos de relação como acolhimento, vínculo, corresponsabilização e autonomia, suas relações um com o outro, assim como os efeitos que produzem para os trabalhadores e usuários na relação de cuidado. Para além da uma inclusão única, busca-se a ampliação no modo de lidar com a saúde mental, permitindo múltiplas inclusões dos sujeitos que apontam outros modos de ser e conviver com a doença mental.<hr/>Centros de Atenção Psicossociais (CAPS), brazilian Psychosocial Healthcare Centers, are mental health facilities for individuals with severe mental illnesses. It aims at psychosocial rehabilitation and it counts with a multidisciplinary team. The National Policy on Humanization (Política Nacional de Humanização) emphasizes the soft technology of care, which refers to the therapeutic component of relationships and communication. This study describes the experience of a therapeutic and working group carried out at CAPS for about a year. It considers hardships, challenges and knowledge of the professionals, aiming at articulate to the practice with theoretical concepts of soft technologies of care, such as bonding, co-responsibility and autonomy, its relations and impact on professionals and patients/clients. More than the inclusion of people with mental illness in society, the goal are changes in society in order to learn how to deal and include individuals with different ways of being and perceiving the world.<hr/>Los Centros de Atención Psicosocial (CAPS) son unidades de atención en salud mental, compuestas por equipos de trabajo multidisciplinario, que operan con la finalidad de rehabilitación psicosocial de sus usuarios. Las tecnologías leves de cuidado, propuesta enfatizada por la Política Nacional de Humanización, se refieren al potencial terapéutico de las relaciones interpersonales y de la comunicación. El presente trabajo traduce la experiencia de un taller con un grupo de usuarios de un CAPS por el período de aproximadamente un año. A través del relato de vivencias profesionales, describiendo desafíos, conocimientos y dificultades, se analiza cómo este taller se articula con los dispositivos de relación como acogida, vínculo, corresponsabilización y autonomía, relaciones interpersonales, así como los efectos que producen para los trabajadores y los usuarios en la relación de cuidado. Más que la inclusión, se busca la ampliación para trabajar con la salud mental, permitiendo múltiples inclusiones de los sujetos que apuntan otros modos de ser y convivir con la enfermedad mental. <![CDATA[<b>Sense production on mental suffering in women with depression in the amazon</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272021000200006&lng=t&nrm=iso&tlng=t O objetivo deste estudo foi compreender os sentidos produzidos sobre o sofrimento mental por mulheres em fase de tratamento da depressão. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa realizado com 10 participantes do sexo feminino diagnosticadas com depressão. As informações foram obtidas por meio de entrevistas semiestruturadas e analisadas de acordo com a orientação da Análise do Discurso sob a perspectiva da Psicologia Discursiva. A partir dos depoimentos foram identificados três repertórios interpretativos: 1) a desqualificação e a invisibilidade dos sintomas pelos familiares; 2) o impacto dos sintomas depressivos no relacionamento conjugal; 3) a terapia medicamentosa e a religiosidade como recursos utilizados no enfrentamento da depressão. As análises interpretativas mostraram que as vivências cotidianas dessas mulheres produzem sentidos permeados de contradições, ambiguidades e estigmas sobre o sofrimento mental. Conclui-se que a mulher com transtorno mental ainda continua vítima, silenciosa, de concepções construídas socialmente que desqualificam suas condições existenciais e materiais.<hr/>The aim of this study was to understand the senses produced on mental suffering by women in the treatment of depression. This is a qualitative study conducted with 10 female participants diagnosed with depression. The information was obtained through semi-structured interviews and analyzed according to the Discourse Analysis orientation from the perspective of Discursive Psychology. From the testimonies, three interpretive repertories were identified: 1) the disqualification and invisibility of the symptoms by the relatives; 2) the impact of depressive symptoms on the marital relationship; 3) drug therapy and religiosity as resources used to cope with depression. The interpretative analyzes showed that the daily experiences of these women produce meanings permeated by contradictions, ambiguities and stigmas about mental suffering. It is concluded that the woman with mental disorder still remains a silent victim of socially constructed conceptions that disqualify her existential and material conditions.<hr/>El objetivo de este estudio fue comprender los sentidos producidos sobre el sufrimiento mental por mujeres en fase de tratamiento de la depresión. Se trata de un estudio de abordaje cualitativo realizado con 10 participantes del sexo femenino diagnosticados con depresión. Las informaciones fueron obtenidas por medio de entrevistas semiestructuradas y analizadas de acuerdo con la orientación del Análisis del Discurso bajo la perspectiva de la Psicología Discursiva. A partir de los testimonios se identificaron tres repertorios interpretativos: 1) la descalificación y la invisibilidad de los síntomas por los familiares; 2) el impacto de los síntomas depresivos en la relación conyugal; 3) la terapia medicamentosa y la religiosidad como recursos utilizados en el enfrentamiento de la depresión. Los análisis interpretativos mostraron que las vivencias cotidianas de esas mujeres producen sentidos impregnados de contradicciones, ambigüedades y estigmas sobre el sufrimiento mental. Se concluye que la mujer con trastorno mental sigue siendo víctima, silenciosa, de concepciones construidas socialmente que descalifican sus condiciones existenciales y materiales. <![CDATA[<b>A historical/conceptual study on countertransference</b>: <b>from Freud to the second generation of psychoanalysts</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272021000200007&lng=t&nrm=iso&tlng=t A partir de um atendimento clínico no qual a contratransferência pareceu demonstrar uma faceta contraditória, levantou-se a seguinte questão: para além de resistência do analista, poderíamos compreendê-la como instrumento clínico? O artigo perfaz uma trajetória histórico-conceitual no sentido de verificar como os autores tradicionais da psicanálise trabalharam com o tema. Inicialmente, as ideias de Freud e de alguns de seus contemporâneos são apresentadas. Depreende-se que a obra freudiana permite uma dupla interpretação: como resistência, a contratransferência deve ser dominada como veículo de comunicação inconsciente e deve ser aproveitada. Ferenczi e Stern, seus contemporâneos, destacaram a existência dessas duas facetas e a possibilidade de manejos clínicos específicos. Em um segundo momento, o artigo apresenta as considerações efetuadas pela segunda geração de psicanalistas. Entre esses, pode-se verificar que autores como Reich e Lacan exacerbam o caráter negativo da contratransferência, entendendo-a exclusivamente como resistência do analista. Por seu turno, autores como Heimann e Winnicott defendem a ideia sobre a possibilidade da contratransferência ser utilizada como via de acesso ao inconsciente de seus pacientes. O presente artigo sugere que Winnicott seja o autor que sustenta a contradição presente na contratransferência de forma mais intensa e mais original. Conclui que, dada a complexidade e a importância do tema, deve-se pesquisar, futuramente, como os autores atuais estão tematizando o assunto, em termos de proposta de entendimento conceitual e de alternativas de manejo clínico.<hr/>From a clinical care in which countertransference seemed to demonstrate a contradictory facet, the following question arose: beyond the analyst's resistance, could we understand it as a clinical instrument? The article makes a historical-conceptual trajectory in order to verify how the traditional authors of psychoanalysis worked with the theme. Initially, the ideas of Freud and some of his contemporaries are presented. It follows that Freud's work allows a double interpretation: as resistance, countertransference must be mastered as a vehicle of unconscious communication, it must be harnessed. Ferenczi and Stern, their contemporaries, highlighted the existence of these two facets and the possibility of specific clinical management. In a second moment, the article presents the considerations made by the second generation of psychoanalysts. Among these, it can be seen that authors like Reich and Lacan exacerbate the negative character of countertransference, understanding it exclusively as resistance of the analyst. In its turn, authors such as Heimann and Winnicott defend the idea that countertransference may be used as a way to access the unconscious of their patients. The present article suggests that Winnicott is the author who sustains the contradiction present in countertransference in a more intense and original way. It concludes that, given the complexity and importance of the theme, it is necessary to research, in the future, how current authors are thematizing the subject, in terms of proposal of conceptual understanding and alternatives of clinical management.<hr/>De una atención clínica en la que la contratransferencia parecía demostrar una faceta contradictoria, surgió la siguiente interrogación: más allá de la resistencia del analista, ¿podríamos entenderlo como un instrumento clínico? El artículo realiza una trayectoria histórico-conceptual para verificar cómo los autores tradicionales del psicoanálisis desarrollaron el tema. Inicialmente, se presentan las ideas de Freud y algunos de sus contemporáneos. De ello se deduce que el trabajo de Freud permite una doble interpretación: como resistencia, la contratransferencia debe ser dominada, como un vehículo de comunicación inconsciente, debe ser aprovechada. Ferenczi y Stern, sus contemporáneos, destacaron la existencia de estas dos facetas y la posibilidad de un manejo clínico específico. En un segundo momento, el presente artículo presenta las consideraciones hechas por la segunda generación de psicoanalistas. Entre estos, puede verse que autores como Reich y Lacan exacerban el carácter negativo de la contratransferencia, entendiéndola exclusivamente como la resistencia del analista. Por su parte, autores como Heimann y Winnicott defienden la idea de que la contratransferencia puede usarse como una forma de acceder al inconsciente de sus pacientes. El presente artículo sugiere que Winnicott es el autor que sostiene la contradicción presente en la contratransferencia de una manera más intensa y original. Concluye que, dada la complejidad e importancia del tema, uno debe investigar, en el futuro, cómo los autores actuales están tematizando el tema, en términos de propuesta de comprensión conceptual y alternativas de manejo clínico. <![CDATA[<b>Mental health and psychotherapeutic care during the COVID-19 pandemic</b>: <b>a theoretical essay focusing on possibilities</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272021000200008&lng=t&nrm=iso&tlng=t A pandemia de Covid-19 é um evento sem precedentes em termos de emergências sociais e de saúde no mundo. Estudos apresentaram resultados preocupantes relacionados à saúde mental, com destaque para o aumento de sintomas relacionados à ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático. Em função do contexto, houve necessidade de adotar o distanciamento social como medida de prevenção ao contágio pelo coronavírus, o que afetou a prestação de serviços em saúde mental, que precisaram adotar o atendimento remoto. O objetivo deste artigo foi realizar um levantamento bibliográfico sobre o impacto da pandemia na saúde mental e compreender como foram adaptados os serviços de suporte psicológico e psiquiátrico. Para tal, foi realizada busca entre julho e setembro de 2020 nas bases de dados do portal de periódico da CAPES e no Google Schoolar, com as palavras-chave pandemia, COVID-19, saúde mental, psicoterapia online e atendimento remoto. Dos trabalhos encontrados, selecionou-se, através dos resumos, 11 que abordavam os impactos da pandemia na saúde mental e cinco que versavam sobre estratégias de atendimento remoto e psicoterapia online, realizados nos últimos 10 anos. Posteriormente foi realizada organização do material abordando a pandemia de COVID-19 e os impactos na saúde mental; as consequências do isolamento, distanciamento social e quarentena; a importância dos cuidados em saúde mental e organização do atendimento remoto. Por fim, discutiu-se a psicoterapia online e suas possibilidades, limitações e como estratégia a ser utilizada diante do contexto de pandemia e no futuro pós pandemia.<hr/>The Covid-19 pandemic is an unprecedented event in terms of health and social emergencies worldwide. Studies have shown worrying results related to mental health, with emphasis on the increase in symptoms related to anxiety, depression and post-traumatic stress disorder. Depending on the context, there was a need to adopt social distance as a preventive measure against contagion by the coronavirus, which affected the provision of mental health services, which needed to adopt remote care. The aim of this article was to carry out a bibliographic survey on the impact of the pandemic on mental health and to understand how psychological and psychiatric support services were adapted. To this end, a search was carried out between July and September 2020 in the databases of the CAPES journal portal and in Google Schoolar, with the keywords pandemic, COVID-19, mental health, online psychotherapy and remote service. Of the works found, 11 were selected through the abstracts that addressed the impacts of the pandemic on mental health and five that dealt with remote care strategies and online psychotherapy, carried out in the last 10 years. Subsequently, the organization of the material was carried out addressing the pandemic of COVID-19 and the impacts on mental health; the consequences of isolation, social distance and quarantine; the importance of mental health care and the organization of remote care. Finally, online psychotherapy and its possibilities, limitations and as a strategy to be used in the context of the pandemic and in the post-pandemic future were discussed.<hr/>La pandemia de Covid-19 es un evento sin precedentes en términos de emergencias sanitarias y sociales en todo el mundo. Los estudios han mostrado resultados preocupantes relacionados con la salud mental, con énfasis en el aumento de los síntomas relacionados con la ansiedad, la depresión y el trastorno de estrés postraumático. Dependiendo del contexto, existía la necesidad de adoptar la distancia social como medida preventiva contra el contagio por el coronavirus, que afectó la prestación de los servicios de salud mental, que debían adoptar la atención remota. El objetivo de este artículo fue realizar un relevamiento bibliográfico sobre el impacto de la pandemia en la salud mental y comprender cómo se adaptaron los servicios de apoyo psicológico y psiquiátrico. Para ello, se realizó una búsqueda entre julio y septiembre de 2020 en las bases de datos del portal de la revista CAPES y en Google Schoolar, con las palabras clave pandemia, COVID-19, salud mental, psicoterapia online y servicio remoto. De los trabajos encontrados, 11 fueron seleccionados a través de los resúmenes que abordaron los impactos de la pandemia en la salud mental y cinco que versaron sobre estrategias de teleasistencia y psicoterapia online, realizadas en los últimos 10 años. Posteriormente, se llevó a cabo la organización del material abordando la pandemia COVID-19 y los impactos en la salud mental; las consecuencias del aislamiento, la distancia social y la cuarentena; la importancia de la atención de la salud mental y la organización de la atención a distancia. Finalmente, se discutió la psicoterapia en línea y sus posibilidades, limitaciones y como estrategia para ser utilizada en el contexto de la pandemia y en el futuro pospandémico. <![CDATA[<b>Mental health of health professionals in times of COVID-19 pandemic</b>: <b>an integrative review</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272021000200009&lng=t&nrm=iso&tlng=t A crise na saúde mundial ocasionada pela pandemia do SARS-COV-2, a COVID 19, fez necessárias medidas emergenciais de isolamento social para amenizar o colapso nos hospitais e a transmissão exponencial do vírus mas, no Brasil, tais medidas não foram suficientes para evitar a sobrecarga de trabalho dos profissionais da saúde que atuam na linha de frente. Desse modo, este artigo tem como objetivo debater e refletir sobre a saúde mental dos profissionais de saúde em tempos de pandemia da COVID-19. Para a consecução deste artigo, realizou-se um estudo exploratório de natureza qualitativa por meio de levantamento bibliográfico nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde - Psicologia (BVS-Psi) e Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Foram utilizados os descritores Saúde Mental AND Enfermeiros AND Covid-19 e os descritores Saúde Mental AND Médicos AND Covid-19. Então, foram selecionados 16 artigos para a composição de uma revisão integrativa e, posteriormente, foi realizada uma categorização das temáticas: 1) fatores de risco relacionados à saúde mental em tempos de pandemia e 2) estratégias de enfrentamento. Assim, observaram-se as implicações das intensas demandas de trabalho, das vivências em situações desencadeadoras de culpa, medo e raiva na saúde mental dos profissionais de saúde, bem como a urgente necessidade da facilitação dos cuidados desses profissionais por meio do fortalecimento das estratégias de enfrentamento. Compreenderam-se como limitações da pesquisa a ausência de artigos que visassem a situação dos técnicos de enfermagem no contexto da pandemia, bem como estudos que abrangessem a realidade de outras regiões do país. Portanto, considera-se a necessidade de que novos estudos sejam desenvolvidos para apreender esses aspectos e possibilitar uma compreensão mais completa.<hr/>The global health crisis caused by the SARS-COV-2 pandemic, COVID 19, made necessary emergency measures of social isolation to alleviate the collapse in hospitals and the exponential transmission of the virus but, in Brazil, such measures were not enough to avoid the work overload of health professionals who work on the front lines. Thus, this article aims to debate and reflect on the mental health of health professionals in times of the COVID-19 pandemic. In order to carry out this article, an exploratory study of a qualitative nature was carried out through a bibliographic survey in the Virtual Health Library - Psychology (BVS-Psi) and Journals of the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) databases. The descriptors Mental Health AND Nurses AND Covid-19 and the descriptors Mental Health AND Physicians AND Covid-19 were used. So, 16 articles were selected for the composition of an integrative review and later a categorization of the themes was carried out: 1) risk factors related to mental health in times of pandemic and 2) coping strategies. Thus, the implications of intense work demands, experiences in situations that trigger guilt, fear and anger in the mental health of health professionals were observed, as well as the urgent need to facilitate the care of these professionals through the strengthening of health care strategies. coping. It was also understood, as some limitations, the absence of articles that addressed the situation of nursing technicians in the context of the pandemic, as well as studies that covered the reality of other regions of the country. Therefore, we consider the need for further studies to be developed to apprehend these aspects and enable a more complete understanding.<hr/>La crisis de salud global provocada por la pandemia SARS-COV-2, COVID 19, requirió medidas de emergencia de aislamiento social para ablandar el colapso en los hospitales y la transmisión exponencial del virus pero, en Brasil, tales medidas no fueron suficientes para evitar el trabajo y la sobrecarga de profesionales de la salud que trabajan en primera línea. Así, este artículo tiene como objetivo debatir y reflexionar sobre la salud mental de los profesionales de la salud en tiempos de la pandemia COVID-19. Para la realización de este artículo se realizó un estudio exploratorio de carácter cualitativo mediante levantamiento bibliográfico en las bases de datos Biblioteca Virtual en Salud - Psicología (BVS-Psi) y Revistas de la Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).Se utilizaron los descriptores Salud mental Y Enfermeras Y Covid-19 y los descriptores Salud mental Y Médicos Y Covid-19. Así, se seleccionaron 16 artículos para la composición de una revisión integradora y posteriormente se realizó una categorización de los temas: 1) factores de riesgo relacionados con la salud mental en tiempos de pandemia y 2) estrategias de afrontamiento. Así, se observaron las implicaciones de las demandas laborales intensas, vivencias en situaciones que desencadenan la culpa, el miedo y la ira en la salud mental de los profesionales de la salud, así como la urgente necesidad de facilitar la atención de estos profesionales a través del fortalecimiento de las estrategias asistenciales. albardilla. También se entendió, como limitaciones de la investigación, la ausencia de artículos que abordaron la situación de los técnicos de enfermería en el contexto de la pandemia, así como estudios que cubrieran la realidad de otras regiones del país. Por tanto, consideramos la necesidad de desarrollar más estudios para aprehender estos aspectos y permitir una comprensión más completa.