Scielo RSS <![CDATA[Estudos de Psicanálise]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=0100-343720110003&lang=pt vol. num. 36 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372011000300001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>O coração da psicanálise</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372011000300002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Neste artigo, como contribuição à epistemologia da psicanálise, as autoras estudam a especificidade inalienável - a que chamam ‘coração’ - da psicanálise, ou seja, uma determinada compreensão, análise e proposta de transformação dos afetos. Esta singularidade é valorizada em função de sua maior participação nos diálogos interdisciplinares contemporâneos, levando em conta demandas sociais e culturais.<hr/>This article is a contribution to the epistemology psychoanalysis based on what the authors call ‘psychoanalysis heart’, i.e. a particular way of understanding, analysing and transforming affects, which highly recommends psychoanalytic participation in contemporary interdisciplinary dialogues, in order to answer social and cultural needs. <![CDATA[<b>O traumático e o trabalho psicanalítico</b>: <b>uma reflexão sobre o lugar do analista</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372011000300003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente trabalho propõe uma reflexão a partir da hipótese freudiana da pulsão de morte. Marco de uma nova concepção do psiquismo, este será o ponto de partida para uma profunda revisão da prática psicanalítica. No bojo destes questionamentos iremos nos valer das contribuições de Sandor Ferenczi, autor de grande relevância na proposição de novos operadores clínicos sintonizados com a problemática da "compulsão à repetição". Nosso objetivo é pensar em uma prática clínica que se atenha aos aspectos mortificantes tanto de Tânatos como de Eros: presentes em proporções variáveis no sofrimento psíquico. Para tal, iremos valorizar radicalmente a dimensão transferencial. Há algo que é vivido entre analista e analisando que é condição fundamental para o êxito do processo psicanalítico: experiências absolutamente novas, de cunho eminentemente criativo, essenciais para a emergência de novas possibilidades subjetivas.<hr/>The present work proposes a reflection from the freudian hypothesis of death drive. Considered a mark of a new conception of the psychism, this will be the starting point for a deep review of the psichoanalitic practice. The core of these questionings will be based on the contributions of Sandor Ferenczi, author of great relevance when proposing new clinical trials tuned with the issue of "compulsion to repetition". Our aim is to think of a clinical practice to stick to the humiliating aspects both of Tanatos and of Eros: evident, in variable proportions, in psychic suffering. Therefore, we shall value radically the transferential dimension. There is something that is lived between analyst and analysand that is basic condition for the success of the psychoanalytic process: experiences absolutely brand new, eminently creative, essential for the emergence of new subjective possibilities. <![CDATA[<b>Terapêutica e desejo de saber</b>: <b>o jovem Freud e sua formação médica</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372011000300004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O posicionamento particular de Freud frente a sua formação médico-universitária evidencia uma tensão entre os elementos da pesquisa e de tratamento. Tais elementos são fundamentais para o nascimento da psicanálise. Se, por um lado, desde a universidade, o desejo de saber freudiano assume consequências cada vez mais primordiais no desenvolvimento da teoria e prática psicanalíticas, ultrapassando sua mera finalidade terapêutica, por outro lado, Freud jamais ignorou o fato de que a psicanálise é um método de tratamento e deve a isso seu desenvolvimento. Entre a formação universitária, a pesquisa científica e o método de tratamento, o desejo de Freud confirma uma tensão que marca a singularidade da psicanálise enquanto uma práxis.<hr/>Freud´s particular positioning in his medical university background highlights a tension between research and therapeutical elements’. These elements are fundamental when coming to the birth of psychoanalysis. Since Freud´s university education, his desire to know products great consequences to the development of psychoanalytic theory and practice that goes beyond its therapeutic purposes. On the other hand, Freud never ignored the fact that psychoanalysis is a method of treatment and owed its development to the contact with patients. Among university education, scientific research and treatment method, Freud´s desire confirms a tension that marks the uniqueness of psychoanalysis as a practice. <![CDATA[<b>A metapsicologia do masoquismo em Freud e Laplanche</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372011000300005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A partir do problema relativo à contradição na obtenção de prazer pela dor, discute-se o masoquismo à luz de dois modelos metapsicológicos: o freudiano e o laplancheano. A metapsicologia freudiana sobre o masoquismo caracteriza-se por duas teorias distintas e opostas, cujas formulações sofrem os efeitos da mudança na teoria das pulsões, a partir de 1920. Entendendo ser o masoquismo uma solução narcísica complementar e diametralmente oposta ao enigma da sexualidade inconscientemente formulado por um adulto de traços predominantemente sádicos, retoma-se a revisão sobre o texto freudiano, empreendida por Laplanche, para ressaltar a concepção deste segundo modelo metapsicológico para o masoquismo. Nesse segundo modelo o masoquismo é entendido como característica de uma posição objetal própria à criança, em relação ao adulto dotado de inconsciente sexual, o que, ainda por essa ótica, é próprio à condição passiva inerente à criança, no contexto da situação antropológica fundamental. Com isso, a afirmação freudiana de um masoquismo originário, no segundo tempo de sua obra, só pode fazer sentido se o autoerotismo for entendido, na perspectiva intersubjetiva, por solução que antecipa o narcisismo infantil como defesa em face da ameaça provinda dos desejos inconscientes do adulto.<hr/>Considering the contradiction of getting pleasure from pain, the masochism is discussed from the perspective of two metapsychological models, Freud’s and Laplanche’s. The Freudian metapsychology about masochism is characterized by two distinct and opposed theories, whose formulations suffer the effects of the change in the drives’ theory from 1920 on. We follow Laplanche’s review on Freud’s theories, in order to underline the Generalized Seduction Theory’s model. According to this paradigm, masochism is a characteristic of the child’s position in relation with adults: at the beginning, in the anthropological fundamental situation, the dissymmetry between children and their parents puts children in a masochistic position. So, Freud’s assertion about primary masochism has meaning only if the autoerotism is interpreted from the angles of alterity, to explain child’s narcissism originally as a solution to the attack of the adult’s unconscious sexual desires. <![CDATA[<b>Experiência de cura na comunidade</b>: <b>uma exigência contemporânea</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372011000300006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A partir de exigências do Ministério de Educação, que ampliou o campo de estágio dos Cursos de Psicologia, o Estágio Supervisionado em Psicanálise do Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ vem desenvolvendo práticas psicanalíticas junto à população empobrecida de um bairro da periferia da cidade de João Pessoa. Apesar da especificidade da Psicanálise quanto ao objeto de estudo e ao método, pensa-se estabelecer uma íntima articulação entre a teoria e a prática psicanalíticas a partir de um trabalho realizado em uma creche que atende crianças de faixa etária entre seis meses e cinco anos. Aposta-se, através do brincar e do cuidar das crianças e dos adultos implicados nessa prática, na formação do profissional em Psicologia envolvido com as comunidades empobrecidas e na construção de um ambiente suficientemente bom que facilite o processo de subjetivação do sujeito. Apresentam-se fragmentos da experiência psicanalítica com as crianças, com as famílias e com os cuidadores. Tecem-se, também, alguns comentários acerca dos movimentos transferenciais.<hr/>Based on the demands of the Ministry of Education which broadened the field of placement for Courses of Psychology, the Supervised Placement of the University Centre of João Pessoa - UNIPÊ, has been developing psychoanalytical practices with the impoverished population of a peripheral district of the city of João Pessoa. Despite the specificity of Psychoanalysis as an object of study and despite its specific method, an intimate articulation between psychoanalytical theory and practice based on work carried out in a crèche which attends children between the ages of six months and five years is thought to have been established. By playing with and looking after the children and adults involved in this practice, the training of students of psychology to work with impoverished communities and to assist in the construction of an environment sufficiently good as to facilitate the process of subjectivization of those involved appears to be a healthy measure. Fragments of psychoanalytical experience with children, with families and carers are presented. Commentaries are elaborated on the movements of transference. <![CDATA[<b>Sobre a escolha do sujeito autista</b>: <b>voz e autismo</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372011000300007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Partindo da definição de voz em psicanálise, assim como do papel que ela desempenha enquanto objeto pulsional na constituição do sujeito, os autores propõem-se a definir o autismo, metapsicologicamente, como um quadro clínico resultante da recusa ativa da voz do Outro. Esta recusa constituiria uma escolha: a de não se alienar à voz do Outro. O sujeito autista, para quem a presença do Outro é excessiva, mantendo-se prisioneiro do som, tem, dificilmente, acesso à função da fala. A partir destas colocações, os autores propõem que, quando do atendimento de sujeitos autistas, se leve em consideração as dimensões do chamado e do endereçamento característicos da dinâmica invocante.<hr/>The authors, when discussing the definition of voice in psychoanalysis, as well as the role of voice as a drive object of the subject’s constitution, propose a metapsychological definition of autism as a clinical condition resulting from an active refusal of the voice of the Other. This refusal constitutes one choice: the choice of not to sell in the voice of the Other. The autistic subject, for whom the presence of the Other is excessive, remains prisoner of the sound, so hardly have access to the function of the speech. The authors propose to consider the importance of the call and of the address, characteristics of the dynamic of the invocation, for those who works with the autists. <![CDATA[<b>Devastação e autismo</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372011000300008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O autismo é uma condição de estudo onde podemos ver, com muita freqüência, a devastação acontecer. A devastação mostra um ilimitado da dor. Não é uma dor circunscrita, como no caso do sintoma. Temos a hipótese de que os pais de crianças autistas acabam se afastando delas devido a esta dor sem limites, que foi, até então, vista pelos estudiosos como falta de afeto, ausência de desejo da mãe, “mãe fria”, depressão materna. Nos casos atendidos nos primeiros meses de vida alguns analistas têm conseguido, ao possibilitar o laço das crianças com seu agente de função materna, reverter este quadro de devastação apresentado pelos pais e, consequentemente, reverter a devastação também nas crianças, negativizando os sinais de risco de autismo. Apesar da devastação não ser exclusiva do autismo, pois é trans estrutural, achamos que se aplica muito bem a esta patologia. Por isto nossa proposta de examinar o tema: devastação e autismo. Traremos a casuística própria de uma criança atendida desde os cinco meses de idade em psicanálise mãe-bebê, onde houve negativação dos sintomas de risco de autismo.<hr/>Autism is a study capacity where we can frequently see devastation and its occurrence. Devastation shows unlimited pain. It’s not a delineated pain as in a symptom. A hypothesis that we have is that, because of this endless pain, the autism parents finish moving away from their children. This was seen by the researchers as a lack of affect, an absence of mother’s desire, a ‘cold’ mother, or motherly depression. At cases cared in the first months of live some analysts obtain, by making possible the tie of the children with the functional motherly agent, to revert the devastation canvas shown by the parents, therefore reverting devastation also in the children, switching off the risk factors for autism. Despite this devastation not being autism exclusivity, for its transtructural, we believe that it very well applies to this pathology, thus being the motive to investigate the subject: devastation and autism. We have our own clinical case study of a child attended since the fifth month of life through a mother-child psychoanalysis where the risk signs for autism were turned off. <![CDATA[<b>Quando cai a noite</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372011000300009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Neste artigo revisitamos a obra freudiana A Interpretação dos Sonhos estabelecendo um diálogo com operadores conceituais do campo da cultura. A produção onírica que, por meio de seu conteúdo fala não somente daquele que sonha, mas do mundo, é apresentada em sua dimensão de criação.<hr/>In this article we will revisit Freud's Interpretation of Dreams setting a dialogue with the conceptual operators in the field of Culture. The dream's content that tell us not only about the person that dreams it but also about the world, is presented in its creative dimension. <![CDATA[<b>A ética do cuidado na clínica psicanalítica</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372011000300010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Partindo de considerações gerais sobre o cuidado, o texto aborda algumas contribuições ferenczianas para a ética psicanalítica, enfocando a hospitalidade, a empatia e, especialmente, a saúde (cuidado de si) do analista como figuras do cuidado na clínica contemporânea. A questão técnica da transferência negativa na situação analítica é destacada como um momento crucial para o analista e decisivo na travessia de uma análise.<hr/>Starting from general considerations about care, the author approaches the ferenczian contributions to psychoanalytical ethics, and focus the hospitality, the empathy, and specially, the analyst's health (self care), as figures on care in contemporary clinic. There is a particular prominence on the subject of negative transference in the analytical situation as a crucial moment to the analyst and conclusive to an analysis crossing. <![CDATA[<b>Paixão</b>: <b>um amor com tempo marcado</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372011000300011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A autora utiliza o filme “O curioso caso de Benjamin Button” para referendar a metáfora da angústia existencial expressa na tentativa de controlar o tempo. Ao inverter o ciclo da vida, evidencia-se a semelhança do caminho para a morte. A paixão pretendendo burlar a incompletude e a morte nada mais realiza que a confirmação do domínio do tempo e o impasse da castração.<hr/>The author uses the movie “The curious case of Benjamin Button” to attest the metaphor for the living angst, which is expressed in the attempt to control time. With the inversion of the life cycle the resemblance to ones’s trajectory towards death becomes obvious. The intention of deceiving incompleteness and death through passion realizes nothing else than the confirmation of the ruling of time and the obstacle of castration. <![CDATA[<b>Neurose Obsessiva</b>: <b>Tabu do Contato X Pulsão de Morte</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372011000300012&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Neste artigo, com base nas idéias de Sigmund Freud, Karl Abraham, Melanie Klein, Maurice Bouvet e André Green sobre a neurose obsessiva, buscaremos compreender a relação entre a pulsão de morte e o tabu de contato, traço característico dessa patologia. Apresentaremos, ainda, um caso clínico que ilustra diversos aspectos relacionados ao tema.<hr/>This article, based on Sigmund Freud’s, Karl Abraham’s, Melanie Klein’s, Maurice Bouvet’s and André Green’s ideas about obsessive neurosis, seek to understand the conection between death instinct and the contact taboo characteristic of this pathology. It is also presented a clinic case that ilustrates several aspects related to the subject. <![CDATA[<b>As possíveis leituras da perversão</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372011000300013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente texto traz reflexões sobre o trabalho teórico-clínico que o autor vem realizando, há muitos anos, sobre o tema da perversão. Segundo o autor, muitas manifestações ditas patológicas da sexualidade traduzem soluções encontradas pelo Eu em constituição para sobreviver psiquicamente. Nesta perspectiva, dinâmicas pulsionais "perversas" podem, muitas vezes, representar a única possibilidade de atividade sexual. Através de alguns fragmentos de um caso clínico, o autor mostra as relações entre a direção do trabalho analítico e a teoria utilizada pelo psicanalista. O texto apresenta uma pequena digressão das posições freudianas sobre a perversão para mostrar os diferentes momentos da teorização de Freud, e como outros autores teorizaram a perversão. Em seguida, faz considerações sobre a escuta do perverso e os desafios desta escuta que aparecem na transferência/contratransferência. O autor faz algumas críticas sobre o uso que tem sido feito da palavra perversão: uma espécie de fetiche usado para diagnosticar, apressadamente, comportamentos que provocam angústia e estranheza, sem que uma exploração mais profunda da dinâmica pulsional relativa à "perversão" apresentada tenha sido feita. A partir dai, o autor chama a atenção para as consequências de limitar as sexualidade perversas com base em uma só referência teórico-clínica, e de adequar a escuta a uma categoria nosográfica rígida, que pode produzir um embotamento clínico e um marasmo teórico, que anularia a riqueza da descoberta freudiana.<hr/>In this text, the author brings about reflections on the theoretical and clinical research that he has been making for many years on perversion. According to the author, many of the so-called "pathological" manifestations of sexuality represents solutions found by the Ego in the constitution to survive psychically. From this perspective, "perverted" dynamic drives can often represent the only possibility of sexual activity. Through fragments of a clinical case, the author shows the relationship between the direction of the analytical work and the theory used by the psychoanalyst. The author also presents brief considerations on the Freudian positions about perversion to show the different stages of Freud’s theory, and also the way other psychoanalysts have theorized perversion. Then the author raises questions about listening to "perverted patients" and the challenges of such listening that appear in transference / countertransference. The author makes some criticism of the use that has been made of the word perversion: a kind of fetish used to diagnose quickly behaviors that cause distress and surprise, without a deeper exploration of the dynamics of the drives on the "perversion" presented. From there on, the author draws attention to the consequences of limiting the perverse sexuality to a theoretical and clinical reference, to adjust listening to a rigid nosography category. This can produce a clinical numbing as well as theoretical marasmus, which denies the richness of the Freudian discovery. <![CDATA[<b>Humanização da Medicina</b>: <b>Psicanálise, maternagem e estilo de vida</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372011000300014&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Com base em uma noção específica de estilo de vida, este artigo pretende contribuir para a humanização da ciência médica. Por meio de interfaces da Medicina com a Psicanálise, o presente texto, entre outros aspectos, discorre acerca da possibilidade de uma Medicina maternal, que constrói e transforma o humano em momentos de dor, quando a fragmentação do ser requer uma ciência acolhedora. Tal abordagem humaniza a relação médico-paciente e sustenta a integridade de quem sofre em sua singularidade existencial, o que é diferente das generalizações científicas clássicas.<hr/>Based on a particular conception of lifestyle, this paper has the goal of contributing to Medical Science humanization. Through interfaces between Psychoanalysis and Medicine, this text talks about the possibility of a maternal Medicine, among other dimensions, that builds and changes the human in moments of pain, when the self fragmentation requires a warm Science. This approach humanizes the doctor-patient relationship and maintains the integrity of those who suffer in their existential singularity, which is different from the classical scientific generalizations. <![CDATA[<b>Ainda em cartaz, "Estamira"</b>: <b>A Psicanálise nas telas do Cinema</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372011000300015&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente trabalho tem como objetivo discutir e articular as relações entre o cinema e a Psicanálise. Para isto, utilizou-se do documentário Estamira, de Marcos Prado, 2006. O filme retrata a história de uma mulher que sofre de transtornos mentais e trabalha, há anos, no hoje extinto aterro sanitário na cidade do Rio de Janeiro. O Cinema, como expressão de arte, se relaciona com a Psicanálise de diversas formas, pois também trata da subjetividade dos participantes na produção cinematográfica. O diretor, sem ter a intenção de qualquer expressão psicanalítica, assume um lugar de objeto que escuta e deseja desvendar o saber da personagem, o que se assemelha à função de um analista. Estamira transmite aos telespectadores sua narrativa da verdade, seu discurso contundente que, na mesma enunciação impacta, confunde e toca. Na psicose, como é caso de Estamira, os delírios da personagem tentam responder a eventos traumáticos inassimiláveis, são respostas a circunstâncias compostas de grande sofrimento; a personagem elucida o mecanismo de produção delirante ao mostrar, em sua história de vida, que a única resposta possível encontrada às violências que vivenciou, foi o delírio.<hr/>This paper aims to discuss and articulate the relationship between cinema and psychoanalysis. To achieve this goal, it was analyzed the documentary Estamira, of Marcos Prado, 2006. The film tells the story of a woman suffering from mental disorders who had worked for years at the sanitary landfill (a dump) in the city of Rio de Janeiro. Cinema as an expression of art relates to various forms of psychoanalysis, they also deals with the subjectivity of those involved in film production. The director, despite not having a prior intention, holds a place of psychoanalytic object and listens carefully, which resembles the function of an analyst. Estamira passes her narrative of true that is outstanding, but in the same time confuses and impacts. In psychosis, the case of Estamira, the delusions is an answer for traumatic events that could not be assimilated, they are responses to circumstances of great suffering. The character elucidates the mechanism of delusion, showing that the only possible response to the violence she experienced was the delusions and hallucinations. <![CDATA[<b>A cura pela fala</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372011000300016&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Esse ensaio tem como objetivo descrever os primórdios da Psicanálise e seu método de intervenção: a cura pela fala. Foi elaborado revisando a bibliográfica dos primeiros casos de histeria tratados por Breuer e Freud, a partir dos quais este último veio a formular o método de associação livre.<hr/>This text, presented at the 2008 annual journey of the Círculo Psicanalítico do Rio Grande do Sul, aimed to propose a discussion about the origin of psychoanalysis and its intervention method: the talking cure. It was developed from a bibliographical review of the first cases of hysteria treated by Breuer and Freud. As the latter of which came to create the method called free association. <![CDATA[<b>A clínica com adolescentes e sua função na educação</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372011000300017&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Frequentemente concebidos em oposição, os campos educativo e a prática clínica, ao contrário, possuem laços particularmente estreitos, em que cada um pode se nutrir do outro. Uma abordagem de aproximação desses dois discursos necessita, previamente, destacar a dimensão altamente política do processo adolescente em si mesmo. O que autor expõe sob o título "Princípio de Adolescência" leva a definir a adolescência como etapa chave da construção psíquica do indivíduo, a qual necessita de oposições e de resistências que, frequentemente, são vistas, antes de mais nada, como nefastas e perigosas pela esfera educativa e, mais amplamente, pela sociedade. A partir de algumas considerações relativas a sua prática da "socioterapia" (herdada da psiquiatria inglesa e das contribuições de Bion sobre os grupos), o autor buscará mostrar - em um hospital dia para adolescentes -, que, ao contrário do que rotula a sociedade, a adolescência revela uma capacidade criativa pronta a enriquecer os laços sociais que ela renova a cada geração. Definir as especificidades da transferência no trabalho clínico com o adolescente se revelará uma perspectiva incontornável, para pensar uma articulação frutífera entre o educativo e a clínica no tratamento da coisa sexual.