Scielo RSS <![CDATA[Psicologia Clínica]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=0103-566520220001&lang=pt vol. 34 num. 1 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org <![CDATA[<b>Editorial</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652022000100001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>A autocompaixão medeia a relação entre perfeccionismo e desfechos psicopatológicos?</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652022000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt This research aims to investigate the mediating role of self-compassion in the relationship between perfectionism and psychopathological outcomes. The sample was composed of 175 Brazilian undergraduate students, aged from 18 to 59 years old (M=25.97, SD=8.2). The participants filled out three self-report psychometric instruments: Clinical Perfectionism Questionnaire with only positive items, Self-Compassion Scale - Short Form (SCS-SF), and Depression, Anxiety and Stress Scales - Short Form (DASS-21). Preliminary correlations confirmed that the investigated variables were significantly correlated with one another. Subsequently, two simple mediation model analyses were run, and results supported a partial mediation of self-compassion between the two dimensions of perfectionism (i.e., perfectionistic strivings and perfectionistic concerns) and the global factor of DASS-21 (i.e., negative affectivity), separately. A serial multiple mediator model was also performed, and results demonstrated that, together, self-compassion and perfectionistic concerns fully mediated the relationship between perfectionistic strivings and negative affectivity. These findings are consistent with the possibility that self-compassion and perfectionistic concerns are underlying processes through which perfectionistic strivings may result in psychopathological outcomes.<hr/>Esta pesquisa tem como objetivo investigar o papel mediador da autocompaixão na relação entre perfeccionismo e desfechos psicopatológicos. A amostra foi composta por 175 estudantes brasileiros de graduação, com idades entre 18 e 59 anos (M=25,97; DP=8,2). Os participantes preencheram três instrumentos psicométricos de autorrelato: Clinical Perfectionism Questionnaire apenas com itens positivos, Self-Compassion Scale - Short Form (SCS-SF), e Depression, Anxiety and Stress Scales - Short Form (DASS-21). Correlações preliminares confirmaram que as variáveis investigadas estavam significativamente correlacionadas entre si. Posteriormente, duas análises de modelo de mediação simples foram executadas e os resultados apoiaram uma mediação parcial da autocompaixão entre as duas dimensões do perfeccionismo (i.e., esforços perfeccionistas e preocupações perfeccionistas) e o fator global de DASS-21 (i.e., afetividade negativa), separadamente. Um modelo serial de mediadores múltiplos também foi realizado e os resultados demonstraram que, juntas, a autocompaixão e as preocupações perfeccionistas mediaram totalmente a relação entre os esforços perfeccionistas e a afetividade negativa. Essas descobertas são consistentes com a possibilidade de que a autocompaixão e as preocupações perfeccionistas sejam processos por meio dos quais os esforços perfeccionistas resultam em desfechos psicopatológicos.<hr/>Esta investigación tiene como objetivo investigar el papel mediador de la autocompasión en la relación entre el perfeccionismo y los resultados psicopatológicos. La muestra estuvo constituida por 175 estudiantes brasileños de pregrado, con edades entre 18 y 59 años (M=25,97; DE=8,2). Los participantes completaron tres instrumentos psicométricos de autoinforme: Clinical Perfectionism Questionnaire solo con elementos positivos, Self-Compassion Scale - Short Form (SCS-SF), y Depression, Anxiety and Stress Scales - Short Form (DASS-21). Las correlaciones preliminares confirmaron que las variables investigadas se correlacionaron significativamente entre sí. Posteriormente, se realizaron dos análisis de modelos de mediación simple y los resultados apoyaron una mediación parcial de la autocompasión entre las dos dimensiones del perfeccionismo (i.e., esfuerzos perfeccionistas y preocupaciones perfeccionistas) y el factor global de DASS-21 (i.e., afectividad negativa), por separado. También se realizó un modelo serial de múltiples mediadores y los resultados mostraron que, en conjunto, la autocompasión y las preocupaciones perfeccionistas mediaron por completo la relación entre los esfuerzos perfeccionistas y la afectividad negativa. Estos hallazgos son consistentes con la posibilidad de que la autocompasión y las preocupaciones perfeccionistas sean procesos a través de los cuales los esfuerzos perfeccionistas dan como resultado consecuencias psicopatológicas. <![CDATA[<b>A empatia e o infamiliar</b>: <b>Lendo “Praça Paris” como um caso clínico</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652022000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Neste artigo, os autores abordam a questão da empatia na clínica psicanalítica, orientados metodologicamente pelas articulações entre a estética da recepção e a psicanálise, de modo a ler o filme "Praça Paris", de Lucia Murat, como um caso clínico. Nessa obra cinematográfica, que versa sobre uma situação de atendimento psicológico conduzido por uma estagiária numa clínica-escola, a temática das identidades é posta como elemento importante no discurso social, o que, por sua vez, pode levar a usos equivocados da empatia. A partir das considerações de Sándor Ferenczi, articularemos um questionamento do lugar da identificação e discorreremos sobre suas conexões com o infamiliar, como apresentado por Sigmund Freud, com o objetivo de expor o que consideramos ser a postura ferencziana quanto ao uso da empatia na clínica. Sublinharemos como a sustentação do desejo de ser empático durante uma sessão deve estar articulada com a modalidade do juízo do analista: cogitar por que se está fazendo o que se está fazendo e até quando se deve fazê-lo. Como aponta esta leitura do filme, a característica humana de identificação tanto pode aprisionar e confundir, como servir de estranhamento diferenciador, ponto que consideramos relacionado à proposta.<hr/>In this article, the authors address the issue of empathy in the psychoanalytic clinic, guided methodologically by the articulations between the aesthetics of reception and psychoanalysis, in order to read the film "Praça Paris", by Lucia Murat, as a clinical case. In this cinematographic work, which deals with a situation of psychological care conducted by an intern at a school clinic, the theme of identities is presented as an important element in social discourse, which in turn, may lead to misuses of empathy. Based on Sándor Ferenczi's considerations, we will articulate a questioning of the place of identification and discuss its connections with the unfamiliar, as presented by Sigmund Freud, with the aim of expressing what we consider to be the Ferenczian posture regarding the use of empathy in the clinic. We will underline how upholding the desire to be empathic during a session must be articulated with the analyst's modality of judgment: considering why one is doing what one is doing and up to what point it should be done. As this reading of the film points out, the human characteristic of identification can both imprison and confuse, as well as serve as a differentiating estrangement, a point that we consider related to the proposal.<hr/>En este artículo, los autores abordan la cuestión de la empatía en la clínica psicoanalítica, orientados metodológicamente por las articulaciones entre la estética de la recepción y el psicoanálisis, leyendo la película "Praça Paris", de Lucía Murat, como un caso clínico. En esa obra cinematográfica, que versa sobre una situación de atención psicológica conducida por una pasante en una clínica-escuela, la temática de las identidades es puesta como elemento importante en el discurso social, que, a su vez, puede llevar a usos equivocados de la empatía. A partir de las consideraciones de Sándor Ferenczi, articularemos un cuestionamiento del lugar de la identificación y discutiremos sobre sus conexiones con lo infamiliar, como es presentado por Sigmund Freud, con lo objetivo de exponer lo que consideramos es la postura ferencziana al respecto del uso de la empatía clínica. Subrayaremos como el sustento del deseo de ser empático durante una sesión está articulado con la modalidad del juicio del analista: pensar por qué se está haciendo lo que se está haciendo y hasta cuando se deber hacerlo. Como apunta esta lectura de la película, la característica humana de identificación puede tanto aprisionar y confundir, como servir de extrañamiento diferenciador, punto que consideramos está relacionado con la propuesta. <![CDATA[<b>O ciclo de vida de casais brasileiros</b>: <b>Uma revisão integrativa</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652022000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este estudo apresenta uma revisão integrativa da literatura brasileira sobre fenômenos específicos que permeiam as fases do ciclo evolutivo vital conjugal, tais como a formação do casal, a transição para a parentalidade, a conjugalidade em relacionamentos de longa duração e o recasamento. As buscas dos artigos foram realizadas nas bases de dados IndexPsi, PEPsic e Lilacs, utilizando o termo "casal" em combinação com os termos "formação do casal", "parentalidade", "filhos", "ninho vazio", "longa duração", "divórcio" e "recasamento". Os 471 trabalhos retornados foram revisados, resultando em 23 artigos selecionados e submetidos a uma análise quantitativa descritiva e a uma análise temática qualitativa. Os resultados demonstraram que há predominância de estudos qualitativos, provenientes das regiões Sul e Sudeste, que utilizam aporte teórico sistêmico. A análise temática identificou 14 temas, que foram organizados a partir de cinco eixos: formação do casal, expansão da base, preparação e afirmação, anos tardios e casais recasados. Constatou-se que há lacunas na investigação da conjugalidade em determinados períodos do ciclo vital e a necessidade de estudos longitudinais que elucidem as particularidades da relação conjugal em diferentes momentos do ciclo de vida.<hr/>This study presents an integrative review of Brazilian literature about specific phenomena concerning the phases of the marital evolutionary cycle, such as couple formation, transition to parenthood, conjugality in long-term marriages, and remarriage. The searches were made in the IndexPsi, PEPsic, and Lilacs databases, using the term "couple" combined with "couple formation", "parenting", "children", "empty nest", "long-term", "divorce", and "remarriage". The 471 papers returned from searches were reviewed, resulting in 23 selected articles which were submitted to a quantitative descriptive analysis and to a qualitative thematic analysis. The results showed most studies were qualitative, from the South and Southeast regions, and used the systemic theoretical approach. Thematic analysis identified 14 themes, which were organized in five sets: couple formation, base expansion, preparation and affirmation, late years, and remarried couples. Gaps were found in the investigation of couple relations in certain periods of the life cycle. There is also a need for longitudinal studies to clarify particularities of marital relations in different moments of the life cycle.<hr/>Este estudio presenta una revisión integradora de la literatura brasileña sobre fenómenos específicos que permean las fases del ciclo evolutivo vital conyugal, tales como la formación de la pareja, la transición a la parentalidad, la conyugalidad a largo plazo y el segundo matrimonio. Las búsquedas se realizaron en las bases de datos IndexPsi, PEPsic y Lilacs, utilizando el término "pareja" en combinación con los términos "formación de pareja", "hijos", "nido vacío", "larga duración", "divorcio" y "recasamento". Se revisaron los 471 artículos que regresaron de las búsquedas, resultando en 23 artículos seleccionados y sometidos a un análisis descriptivo cuantitativo y a un análisis temático cualitativo. Los resultados mostraron que hay un predominio de estudios cualitativos, provenientes de las regiones Sur y Sureste, que utilizan soporte teórico sistémico. El análisis temático identificó 14 temas, los cuales se organizaron en base a cinco ejes: formación de la pareja, expansión de la base, preparación y afirmación, años tardíos y el segundo matrimonio. Se constató que existen deficiencias en la investigación de la conyugalidad en determinados períodos del ciclo vital y la necesidad de estudios longitudinales que diluciden las particularidades de la relación conyugal en diferentes momentos del ciclo vital. <![CDATA[<b>A(s) maternidade(s) de mulheres em situação de rua</b>: <b>Entre violações e possibilidades de reparação subjetiva</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652022000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A maternidade de mulheres em situação de rua constitui uma questão pouco pesquisada, permeada por desconhecimento, estigmatização e violência. O objetivo deste estudo foi analisar os sentidos e experiências de maternidade sob essa condição, enfocando suas configurações subjetivas e seus efeitos sobre a saúde mental das mulheres. Foram realizadas pesquisa de campo etnográfica e entrevistas aprofundadas. Evidenciou-se que, num contexto cultural em que "ser mãe" é concebido como elemento essencial e definidor do "ser mulher", a maternidade pode promover importantes transformações existenciais para mulheres em situação de rua. Ela pode se constituir como um lócus de organização subjetiva, resgate identitário, reinstauração de uma dimensão desejante e prospectiva e alargamento das possibilidades de futuro. Contudo, também foi detectado que muitas mulheres em situação de rua têm essas possibilidades ameaçadas, já que sua maternidade é alvo de desamparo social, violações e separações. Constatou-se que essas violações e interdições da maternagem promovem acentuado sofrimento psíquico, com efeitos devastadores na saúde mental. Concomitantemente, fez-se evidente que as mulheres não as vivenciam de forma passiva, mas desenvolvem estratégias de resistência a partir da mobilização de arranjos alternativos de maternagem e redes de cuidado compartilhado, o que pode ter efeito restaurativo sobre sua saúde mental.<hr/>The maternity of homeless women is an understudied topic, which blends lack of knowledge, stigmatization and violence. This study aims to analyze meanings and experiences of maternity under this condition, focusing on its subjective configurations and its effects on the mental health of women. Ethnographic fieldwork was conducted, with in-depth interviews. It was found that maternity can promote important existential transformations for homeless women, in a cultural context in which "being a mother" is conceived as an essential and defining element of "being a woman". Maternity can constitute a locus of subjective organization and identity rescue, re-establishing desire and prospective visions and broadening possibilities for the future. However, it was also noticed that many women living on the streets have these possibilities threatened, since their maternity is a target of social helplessness, violations and separations. It is evident that these violations and interdictions of motherhood promote deep psychic suffering, with devastating effects on mental health. Simultaneously, it was clear that women do not experience this hardship passively, but develop resistance strategies based on alternative arrangements of motherhood and shared care networks, which can have a restorative effect on their mental health.<hr/>La maternidad de mujeres sin hogar es un tema poco investigado, permeado por el desconocimiento, la estigmatización y la violencia. El objetivo de este estudio fue analizar los significados y experiencias de la maternidad en situación sin hogar, centrándose en sus configuraciones subjetivas y sus efectos en la salud mental de las mujeres. Se realizó investigación etnográfica y entrevistas en profundidad. Se hizo evidente que, en un contexto cultural en el que "ser madre" se concibe como un elemento esencial del "ser mujer", la maternidad puede promover importantes transformaciones existenciales para las mujeres sin hogar. Ella puede constituir un locus de organización subjetiva y rescate de la identidad, reinstaurando una dimensión deseante y prospectiva y ampliando las posibilidades futuras. Todavía, también se detectó que muchas mujeres sin hogar tienen estas posibilidades amenazadas, ya que su maternidad es objeto de desamparo social, violaciones y separaciones. Se encontró que estas violaciones e interdicciones del maternaje promueven un marcado sufrimiento, con efectos devastadores en la salud mental. Concomitantemente, se evidenció que las mujeres no las experimentan de forma pasiva, sino que desarrollan estrategias de resistencia basadas en la organización de formas alternativas de maternaje y de redes de cuidados compartidos, que pueden tener efecto reparador en su salud mental. <![CDATA[<b>Maternidade e nascimento prematuro</b>: <b>O encontro com a vivência traumática</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652022000100006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Em razão do alto índice de nascimentos prematuros no Brasil, a prematuridade é um evento bastante preocupante, e as mulheres, impactadas pela antecipação do parto, enfrentam um momento de significativo potencial traumático. Esta é uma pesquisa clínico-qualitativa cujas participantes foram mães de bebês muito prematuros ou prematuros extremos ainda hospitalizados A técnica utilizada para a lapidação dos achados foi a análise temática de conteúdo, com a estipulação de categorias a posteriori analisadas segundo o referencial teórico da psicanálise. A categoria coberta no artigo "Eu entrei em choque, falei 'e agora como vai ser?': O encontro com o inesperado e a vivência traumática" trata da situação traumática enfrentada pelas mães diante da interrupção da sua gestação, num momento de encontro com o Real, o enfrentamento de um processo de difícil simbolização e o apego à religião na tentativa de recobrir esse fato impossível de simbolizar. Considera-se a importância de oferecer uma escuta especializada a essas mulheres, para que elas possam conferir uma significação a esse momento e dar um contorno ao Real que se faz presente, a fim de que não se precipite, de alguma forma, um trauma psíquico.<hr/>Due to the high rate of premature births in Brazil, prematurity is a very worrying event, and women, impacted by the untimely childbirth, face a moment of significant traumatic potential. This is a clinical-qualitative research whose participants were mothers of very premature or extremely premature babies still hospitalized. The thematic content analysis technique was used for polishing the findings, with the stipulation of a posteriori categories analyzed according to the theoretical reference of psychoanalysis. The category covered in the article "I went into shock, and said 'and now how will it be?': The encounter with the unexpected and the traumatic experience" deals with the traumatic situation faced by mothers when confronted with the interruption of their pregnancy, stumbling against the Real, facing a process of difficult symbolization, and the attachment to religion in an attempt to account for a fact so hard to symbolize. The importance of offering specialized listening to these women is examined, so that they can impart a meaning to this moment and depict the Real that became present, so that a psychological trauma is not, in some way, triggered.<hr/>Debido a la alta tasa de nacimientos prematuros en Brasil, la prematuridad es un evento muy preocupante, y las mujeres, impactadas por la anticipación del parto, afrontan un momento de potencial traumático significativo. Esta es una investigación clínico-cualitativa cuyas participantes fueron madres de bebés muy prematuros o extremadamente prematuros aún hospitalizados. La técnica utilizada para pulir los hallazgos fue el análisis de contenido temático, con la estipulación de categorías a posteriori analizadas según el referencial teórico del psicoanálisis. La categoría cubierta en el artículo "Entré en estado de shock, dije '¿y ahora cómo será?': El encuentro con lo inesperado y la experiencia traumática" trata de la situación traumática que enfrentan las madres ante la interrupción de su embarazo, en un momento de encuentro con lo Real, afrontando un proceso de difícil simbolización y el apego a la religión en un intento de cubrir ese hecho imposible de simbolizar. Se considera la importancia de ofrecer una escucha especializada a estas mujeres, para que puedan atribuir un significado a este momento y dar un resumen de lo Real que está presente, de modo que no se precipite, de alguna manera, un trauma psicológico. <![CDATA[<b>A escuta em psicanálise</b>: <b>Abstinência e neutralidade em questão</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652022000100007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A escuta em psicanálise baseia-se em alguns conceitos fundamentais de operação clínica, a partir do manejo da transferência. Dois desses conceitos são os de abstinência e de neutralidade, os quais ainda protagonizam, por vezes, equívocos e confusões. Neste trabalho é realizado um percurso teórico com o objetivo de retomar as origens de tais conceitualizações, discutindo as formas como elas têm sido utilizadas e a importância de uma psicanálise implicada, tanto pela via da clínica quanto pela via da cultura. Sustentam-se as ideias de que a abstinência não corresponde a uma postura de passividade e de que a neutralidade não está relacionada a uma atitude de isenção ou desimplicação por parte do psicanalista. Assim, a repercussão de tais conceitos na prática analítica pode, sim, pautar-se em uma clínica sensível e em uma escuta atenta às vicissitudes do campo político e social nos sofrimentos e manifestações sintomáticas contemporâneas. Isso porque, além de subsídios para pensar a prática clínica, a abstinência e a neutralidade configuram-se também como conceitos políticos, marcando a importância de o psicanalista atentar nos movimentos contratransferenciais que, porventura, possam reverberar nas intervenções realizadas.<hr/>Listening in psychoanalysis is supported by some fundamental concepts of clinical operation stemming from the handling of transference. Two of these concepts are abstinence and neutrality, which still sometimes lead to misunderstandings and confusions. In this work, a theoretical course is followed with the aim of resuming the origins of such conceptualizations, discussing the ways they have been used and the importance of an involved psychoanalysis, both through the clinic and through the culture. Two ideas are upheld: that abstinence does not correspond to a passive posture, and that neutrality does not correlate to a stance of exemption or not implication on the part of the psychoanalyst. Thus, the repercussion of such concepts in analytical practice can be guided by a sensitive clinic and by listening attentively to the vicissitudes of the political and social aspects in contemporary sufferings and symptomatic manifestations. This is because, in addition to subsidies for thinking about clinical practice, abstinence and neutrality are also configured as political concepts, stressing how important it is for the psychoanalyst to mind countertransference movements that may, perhaps, reverberate in the interventions performed.<hr/>La escucha en psicoanálisis se basa en algunos conceptos fundamentales de la operación clínica, a partir del trabajo de la transferencia. Dos de estos conceptos son la abstinencia y la neutralidad, que a veces conducen a malentendidos y confusiones. En este trabajo se realiza un recorrido teórico con el objetivo de retornar a los orígenes de tales conceptualizaciones, para discutir cómo están siendo utilizadas y la importancia del psicoanálisis implicado, clínica y culturalmente. Se sostienen las ideas de que la abstinencia no corresponde a una postura de pasividad y de que la neutralidad no está relacionada a una actitud de exención o desimplicación por parte del psicoanalista. Así, la repercusión de tales conceptos en la práctica analítica puede guiar una clínica sensible y una escucha atenta a las vicisitudes del campo político y social en los sufrimientos y manifestaciones sintomáticas contemporáneas. Esto se debe a que, además de los subsidios para pensar en la práctica clínica, la abstinencia y la neutralidad también se configuran como conceptos políticos y marcan la importancia del psicoanalista tener en cuenta a los movimientos contratransferenciales que, quizás, puedan repercutir en las intervenciones realizadas. <![CDATA[<b>Adesão e abandono em psicoterapia psicanalítica na perspectiva de adolescentes</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652022000100008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Há múltiplos fatores associados às altas taxas de abandono na psicoterapia de adolescentes, mas uma escassez de estudos que abordem o tema na visão desses jovens. Este estudo teve como objetivo analisar, com base na perspectiva de adolescentes, motivos que os fizeram abandonar ou permanecer em psicoterapia psicanalítica. Foi realizado um estudo qualitativo, exploratório, de levantamento, transversal. Participaram 23 adolescentes que receberam indicação de psicoterapia psicanalítica. Depois de sete meses, em média, 12 se mantinham em tratamento e 11 o interromperam. Foi realizada uma entrevista individual e semiestruturada com cada participante e posteriormente analisadas com base no método da análise temática. Foram identificados dois temas no grupo que se mantinha em psicoterapia: 'Relação terapêutica' e 'Mudanças resultantes da psicoterapia', e três temas nas entrevistas do grupo que abandonou o tratamento: 'Relação terapêutica', 'Defesas e resistências dos adolescentes' e 'Aliança terapêutica com os responsáveis'. Constatou-se a centralidade da relação terapêutica na experiência dos jovens, bem como a importância da manutenção de uma boa aliança com os pais para a manutenção da psicoterapia.<hr/>There are several factors associated with the high dropout rates in adolescent psychotherapy, but there are only a few studies that address this topic from these patients' perspective. This study aimed to analyze, based on adolescents' view, reasons that made them dropout or remain in psychoanalytic psychotherapy. A qualitative, exploratory and cross-sectional study was conducted. In it, 23 adolescents with an indication of psychoanalytic psychotherapy took part. After seven months, on average, 12 remained on treatment and 11 interrupted. An individual and semi-structured interview was conducted with each participant and subsequently the data was analyzed based on the thematic analysis method. Two themes were identified in the group that remained in psychotherapy: 'Therapeutic Relationship' and 'Changes Resulting from Psychotherapy', and three themes in the interviews of the group that dropped out: 'Therapeutic Relationship', 'Adolescent Defenses and Resistances' and 'Therapeutic Alliance with Those in Charge'. The results point to the centrality of therapeutic relationship in young people's experience, as well as the importance of keeping a good alliance with parents in order to remain in psychotherapy.<hr/>Son múltiples los factores asociados a las elevadas tasas de abandono en la psicoterapia de adolescentes, pero hay una escasez de estudios que aborden el tema en la visión de estos jóvenes. Este estudio tuvo como objetivo analizar, desde la perspectiva de los adolescentes, las razones que les hicieron abandonar o permanecer en la psicoterapia psicoanalítica. Se realizó un estudio cualitativo, exploratorio, de tipo encuesta, transversal. Participaron 23 adolescentes que recibieron indicación de psicoterapia psicoanalítica. Después de siete meses, en promedio, 12 permanecieron en tratamiento y 11 lo interrumpieron. Se realizó una entrevista individual y semiestructurada con cada participante y luego se analizó con base en el método de análisis temático. Se identificaron dos temas en el grupo que permaneció en psicoterapia: 'Relación terapéutica' y 'Cambios resultantes de la psicoterapia', y tres temas en las entrevistas del grupo que abandonó el tratamiento: 'Relación terapéutica', 'Defensas y resistencias del adolescente' y 'Alianza terapéutica con los responsables'. Se verificó la centralidad de la relación terapéutica en la experiencia de los jóvenes, así como la importancia de mantener una buena alianza con los padres para el mantenimiento de la psicoterapia. <![CDATA[<b>A telepsicoterapia durante a Covid-19</b>: <b>Repercussões da capacitação e do âmbito laboral dos terapeutas</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652022000100009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt El artículo se propone caracterizar el ejercicio de la psicoterapia a distancia sostenida por profesionales psicólogos y psiquiatras durante los primeros meses de aislamiento social preventivo y obligatorio (ASPO) resultado de la pandemia por coronavirus, en la ciudad de La Plata y Gran La Plata (Buenos Aires, Argentina). A tal fin, se realizó un estudio no experimental, transeccional descriptivo. La muestra estuvo compuesta por 247 psicólogos y psiquiatras, provenientes de ámbitos públicos o privados, que realizaron entre los meses de agosto y septiembre de 2020 un cuestionario autoadministrable compuesto por 31 ítems. Se comunican aquí resultados parciales referidos al ámbito de ejercicio profesional y a la capacitación para la telepsicoterapia como aspectos relevantes en la aplicación de las estrategias en psicoterapia remota en el contexto de estudio. Los resultados muestran que los distintos ámbitos laborales (público o privado) están asociados a la valoración que los profesionales hacen de la psicoterapia a distancia. Los terapeutas que trabajan en el sector privado perciben, en un mayor porcentaje que los que trabajan en el sector público, ninguna o poca diferencia entre el trabajo presencial y a distancia. Respecto al retorno al trabajo presencial, cuando este fue permitido, se observó un mayor porcentaje de profesionales que han vuelto al trabajo presencial en el sector público. Llamativamente, no se encontraron asociaciones significativas entre la capacitación en telepsicoterapia y el retorno a la atención presencial, una vez que estuvo permitido, ni entre la capacitación en telepsicoterapia y la percepción diferencial de los resultados psicoterapéuticos (presenciales o remotos). Se concluye que abordajes como el presente permiten registrar cómo perciben los terapeutas las estrategias de asistencia remota implementadas durante la pandemia por Covid-19, y aportar a la discusión sobre su eficacia en materia sanitaria.<hr/>Este artigo se propõe a caracterizar o exercício da psicoterapia à distância sustentada por profissionais psicólogos e psiquiatras durante os primeiros meses de isolamento social preventivo e obrigatório (ASPO) na cidade de La Plata e arredores (Buenos Aires, Argentina), em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Para tanto, foi realizado um estudo descritivo transversal não experimental. A amostra foi composta por 247 psicólogos e psiquiatras de instituições públicas ou privadas, que responderam a um questionário autoaplicável composto por 31 itens, entre os meses de agosto e setembro de 2020. Embora o projeto possua maior extensão e ainda esteja em andamento, os resultados parciais que aqui se apresentam mostram que as condições intrínsecas aos diferentes âmbitos laborais (público ou privado) influenciam a avaliação dos profissionais. Terapeutas que atuam no setor privado percebem, em um percentual maior do que os que atuam no setor público, nenhuma ou pouca diferença entre o trabalho presencial e à distância. Em relação ao retorno ao trabalho presencial, quando permitido, observou-se um maior percentual de profissionais que retornaram ao trabalho presencial no setor público. Surpreendentemente, não foram encontradas associações significativas entre a capacitação em telepsicoterapia e o retorno ao atendimento presencial, quando este foi permitido, nem entre o treinamento em telepsicoterapia e a percepção diferencial dos resultados psicoterapêuticos (presencial ou remoto). Abordagens como essas permitem registrar como os terapeutas percebem as estratégias de assistência remota implementadas e contribuem para a discussão sobre sua eficácia em saúde.<hr/>This study aims to characterize the practice of remote therapy as provided by psychologists and psychiatrists during the first months of preventive and compulsory social isolation (ASPO) due to the Covid-19 pandemic, in the city of La Plata and its surroundings (Buenos Aires, Argentina). To that end, a non-experimental cross-sectional study was carried out. The sample consisted of 247 psychologists and psychiatrists from the public or private sector, who answered a self-administered questionnaire made up of 31 items, between September and October 2020. This paper presents and discusses partial results regarding the use of remote assistance and training in telepsychotherapy. The results show that the different work environments (public or private) are associated with the professional assessment of remote psychotherapy. Therapists who work in the private sector perceive, in a higher percentage than those who work in the public sector, none or little difference between in-person therapy and remote therapy. In relation to the return to face-to-face work, when it was allowed, it was observed that a higher percentage of professionals that have returned to work in the public healthcare system. Remarkably, no significant associations were found between telepsychotherapy training and the return to face-to-face attention, once it was allowed, or between telepsychotherapy training and the perception of treatment results (face-to-face or remote). It is concluded that approaches such as the present one allow us to record how therapists perceive the remote assistance strategies implemented during the Covid-19 pandemic, and contribute to the discussion about their effectiveness in healthcare matters. <![CDATA[<b>Departamento de Psicologia da PUC-Rio</b>: <b>68 anos de uma história de pioneirismo e inovação</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652022000100010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt El artículo se propone caracterizar el ejercicio de la psicoterapia a distancia sostenida por profesionales psicólogos y psiquiatras durante los primeros meses de aislamiento social preventivo y obligatorio (ASPO) resultado de la pandemia por coronavirus, en la ciudad de La Plata y Gran La Plata (Buenos Aires, Argentina). A tal fin, se realizó un estudio no experimental, transeccional descriptivo. La muestra estuvo compuesta por 247 psicólogos y psiquiatras, provenientes de ámbitos públicos o privados, que realizaron entre los meses de agosto y septiembre de 2020 un cuestionario autoadministrable compuesto por 31 ítems. Se comunican aquí resultados parciales referidos al ámbito de ejercicio profesional y a la capacitación para la telepsicoterapia como aspectos relevantes en la aplicación de las estrategias en psicoterapia remota en el contexto de estudio. Los resultados muestran que los distintos ámbitos laborales (público o privado) están asociados a la valoración que los profesionales hacen de la psicoterapia a distancia. Los terapeutas que trabajan en el sector privado perciben, en un mayor porcentaje que los que trabajan en el sector público, ninguna o poca diferencia entre el trabajo presencial y a distancia. Respecto al retorno al trabajo presencial, cuando este fue permitido, se observó un mayor porcentaje de profesionales que han vuelto al trabajo presencial en el sector público. Llamativamente, no se encontraron asociaciones significativas entre la capacitación en telepsicoterapia y el retorno a la atención presencial, una vez que estuvo permitido, ni entre la capacitación en telepsicoterapia y la percepción diferencial de los resultados psicoterapéuticos (presenciales o remotos). Se concluye que abordajes como el presente permiten registrar cómo perciben los terapeutas las estrategias de asistencia remota implementadas durante la pandemia por Covid-19, y aportar a la discusión sobre su eficacia en materia sanitaria.<hr/>Este artigo se propõe a caracterizar o exercício da psicoterapia à distância sustentada por profissionais psicólogos e psiquiatras durante os primeiros meses de isolamento social preventivo e obrigatório (ASPO) na cidade de La Plata e arredores (Buenos Aires, Argentina), em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Para tanto, foi realizado um estudo descritivo transversal não experimental. A amostra foi composta por 247 psicólogos e psiquiatras de instituições públicas ou privadas, que responderam a um questionário autoaplicável composto por 31 itens, entre os meses de agosto e setembro de 2020. Embora o projeto possua maior extensão e ainda esteja em andamento, os resultados parciais que aqui se apresentam mostram que as condições intrínsecas aos diferentes âmbitos laborais (público ou privado) influenciam a avaliação dos profissionais. Terapeutas que atuam no setor privado percebem, em um percentual maior do que os que atuam no setor público, nenhuma ou pouca diferença entre o trabalho presencial e à distância. Em relação ao retorno ao trabalho presencial, quando permitido, observou-se um maior percentual de profissionais que retornaram ao trabalho presencial no setor público. Surpreendentemente, não foram encontradas associações significativas entre a capacitação em telepsicoterapia e o retorno ao atendimento presencial, quando este foi permitido, nem entre o treinamento em telepsicoterapia e a percepção diferencial dos resultados psicoterapêuticos (presencial ou remoto). Abordagens como essas permitem registrar como os terapeutas percebem as estratégias de assistência remota implementadas e contribuem para a discussão sobre sua eficácia em saúde.<hr/>This study aims to characterize the practice of remote therapy as provided by psychologists and psychiatrists during the first months of preventive and compulsory social isolation (ASPO) due to the Covid-19 pandemic, in the city of La Plata and its surroundings (Buenos Aires, Argentina). To that end, a non-experimental cross-sectional study was carried out. The sample consisted of 247 psychologists and psychiatrists from the public or private sector, who answered a self-administered questionnaire made up of 31 items, between September and October 2020. This paper presents and discusses partial results regarding the use of remote assistance and training in telepsychotherapy. The results show that the different work environments (public or private) are associated with the professional assessment of remote psychotherapy. Therapists who work in the private sector perceive, in a higher percentage than those who work in the public sector, none or little difference between in-person therapy and remote therapy. In relation to the return to face-to-face work, when it was allowed, it was observed that a higher percentage of professionals that have returned to work in the public healthcare system. Remarkably, no significant associations were found between telepsychotherapy training and the return to face-to-face attention, once it was allowed, or between telepsychotherapy training and the perception of treatment results (face-to-face or remote). It is concluded that approaches such as the present one allow us to record how therapists perceive the remote assistance strategies implemented during the Covid-19 pandemic, and contribute to the discussion about their effectiveness in healthcare matters.