Scielo RSS <![CDATA[Revista Brasileira de Psicanálise]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=0486-641X20080004&lang=pt vol. 42 num. 4 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000400001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>O feminino</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000400002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>Lygia Fagundes Telles</b>: <b>entrevista</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000400003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>O eterno feminino</b>: <b>comentário à entrevista</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000400004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A partir das palavras de Lygia Fagundes Telles o autor busca responder a uma pergunta que lhe aflorou: o que um autor como Goethe experimenta diante da Mulher e que o faz exclamar: “O eterno feminino nos atrai para si”?<hr/>Basado en las palabras de Lygia Fagundes Telles el autor busca una respuesta a una cuestión que le occurrió: que sentió un autor como Goethe delante de la Mujer e que le hizo escribir: “Lo Eterno- Feminino nos atrae para ella?”<hr/>Based on Lygia Fagundes Telles words the author tries to answer a question that raised on his mind: what could have Goethe experienced before the Woman that made him write: “The Eternal- Feminine atracts us to her”. <![CDATA[<b>O sonho de Lygia</b>: <b>comentário à entrevista</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000400005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A autora utiliza a literatura da escritora Lygia Fagundes Telles como metáfora para as transformações que ocorrem do pensamento às palavras, ressaltando a importância que a linguagem adquire para os psicanalistas e a psicanálise na obra de W. Bion.<hr/>La autora utiliza la literatura de la escritora Lygia Fagundes Telles como metáfora para lãs transformaciones que ocurren del pensamiento a las palabras, destacando la importancia que el lenguaje adquiere para los psicoanalistas y el psicoanálisis en la obra de W. Bion.<hr/>The author treats Ligia Fagundes Telles’s literature as a metaphor for the transformations that take place from the thought to the words, emphasizing the importance that the language acquires for the psychoanalysts and psychoanalysis in Bion’s work. <![CDATA[<b>Sobre a contemplação reflexiva estética na sessão psicanalítica</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000400006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A autora traça alguns paralelos entre os conceitos de estética de Donald Meltzer com aqueles de Wilfred Bion e Immanuel Kant, tentando compreender mais sobre as origens do pensamento intuitivo e sua importância na teoria e na prática da psicanálise.<hr/>La autora esboza algunos paralelos entre los conceptos estéticos de Donald Metzer con los de W. Bion y los de I. Kant, tratando entender más sobre los orígenes del pensamiento intuitivo y su importancia en la teoría y la practica del psicoanálisis.<hr/>The author outlines some parallels between the aesthetic concepts of Donald Meltzer with the ones of Wilfred Bion and Immanuel. Kant, trying to understand more about the origins of intuitive thinking and its importance in the theory and practice of psychoanalysis. <![CDATA[<b>O trabalho da arte e construção da subjetividade no feminino</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000400007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt As ideias psicanalíticas desempenham um papel fundamental na aproximação entre arte, ciência e loucura. No estudo de caso de Adelina Gomes, um dos artistas do Museu de Imagens do Inconsciente - no Engenho de Dentro, Rio de Janeiro, procura-se discutir questões relacionadas à expressão do feminino e da subjetividade, por meio das imagens produzidas durante mais de quarenta anos de internação psiquiátrica.<hr/>Las ideas psicoanalíticas desempeñan un papel clave en el acercamiento entre el arte, la ciencia y la locura. El estudio de caso de Adelina Gomes, uno de los artistas del Museo de Imágenes del Inconsciente - en Engenho de Dentro, Río de Janeiro, Brasil, tiene por objeto debatir cuestiones relacionadas con la expresión del femenino y de la subjetividad, por medio de las imágenes producidas durante más de 40 años de internación psiquiátrica.<hr/>The psychoanalytic ideas play a key role in bringing art, science and insanity closer to each other. In the case study of Adelina Gomes, one of the artists whose works are displayed at Museum of Images of the Unconscious - located at Engenho de Dentro, Rio de Janeiro, Brazil - the author seeks to discuss issues related to the expression of the feminine and of subjectivity by studying images produced during more than 40 years of psychiatric hospitalization. <![CDATA[<b>Entre a violência e o vazio</b>: <b>a escuta do feminino</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000400008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O texto considera o desafio que o feminino coloca ao trabalho analítico tomando-o como eixo de reflexão sobre uma abordagem do vazio na análise. Um caso é evocado em que a predominância do vazio na situação clínica corresponde tecnicamente a efeitos de dissolução da palavra analítica. A autora propõe uma discussão sobre essa modalidade de resistência para a qual sugere a expressão barragem, considerando-a sujeita a determinações da ordem do feminino, ordem dependente das pulsões arcaicas que ignoram a dimensão recalcante da palavra analítica. A questão técnica da abordagem do vazio, ignorante da falta, colocado como terreno que escapa à atividade representacional, conduzirá à consideração da importância da problemática do autoerotismo no manejo da transferência.<hr/>El texto considera el desafío que el femenino propone al trabajo psicoanalítico y lo toma como eje de una reflexión acerca del vacio en análisis. Un caso es evocado adonde la predominación del vacio en la situación clínica a correspondido de un punto de vista técnico a efectos de disolución de la palabra analítica. La autora propone una discusión sobre esta modalidad de resistencia para la cual sugiere la expresión barrera en la considerando sujeta a determinaciones del orden del femenino, orden dependiente de pulsiones arcaicas que ignoran la dimensión represiva de la palabra analítica. La cuestión técnica del abordaje del vacio conducirá á la consideración de la importancia del autoerotismo en el manejo de la transferencia.<hr/>The text deals with the challenge to analytical work by the feminine, considered as a focal point to approach emptiness in analysis. A case is considered where the predominance of emptiness in the clinical situation implies from a technical point of view on effects of dissolution of the analytical word. The author proposes a discussion of this modality of resistance, for which she suggests the term barrage. This expression is considered as determined by the feminine and takes into consideration archaic drives that ignore the repressive dimension of the analytical word. The technical question on emptiness, ignoring lack and castration, which escapes the activity of representation, will reveal the importance of auto-erotism in the handling of transference. <![CDATA[<b>As condições de surgimento da “Mãe Suficientemente Boa”</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000400009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este trabalho faz uma tentativa de pensar a respeito das possibilidades de constituição na subjetividade das mulheres das condições para o surgimento da “mãe suficientemente boa”. Elege como referência a História, pensando-a como o passado em processo, e recolhe fragmentos do desenvolvimento das ideias sobre o corpo humano, sobre a concepção dos bebês e sobre o conceito de mãe dentro da psicanálise por meio de Freud, Melanie Klein e Winnicott. Por este caminho, de forma sucinta e limitada, endossa as palavras de Castoriadis quando diz que a mãe, que cuida e acalenta, até pelo modo como acalenta e cuida, é a História mais três milhões de anos de hominização. Por fim, propõe que a relação das mulheres com seu corpo, sua sexualidade e a vivência da maternidade estão intimamente ligados à experiência da relação com as mães, tanto as próprias, quanto aquelas que as antecederam na transmissão geracional.<hr/>Este trabajo trata de pensar sobre las posibilidades de constitución de la subjetividad en las mujeres, para el surgimiento de la “madre suficientemente buena”. Elige como referencia la Historia, pensándola como el pasado en proceso, y recoge fragmentos del desarrollo de las ideas sobre el cuerpo humano, sobre la concepción de los bebes y sobre el concepto de madre dentro del Psicoanálisis a través de Freud, Melanie Klein y Winnicott. Por este camino, de forma sucinta y limitada, endosa las palabras de Castoriadis cuando dice que “la madre, que cuida y acoge, hasta por el modo como acoge y cuida, es la Historia más tres millones de años de hominización”. Por fin, propone que la relación de las mujeres con su cuerpo, su sexualidad y la vivencia de la maternidad está íntimamente relacionada a la experiencia con sus madres, tanto las propias, cuanto aquellas que las antecedieron en la transmisión generacional.<hr/>This paper attempts to consider the possibilities of constituting the conditions leading to the appearance of the “good enough mother” within the subjectivity of women. It chooses History as its reference, considering it as the past in process, and collects fragments of the development of ideas about the human body, about the conception of babies and aobut the concept of mother within Psychoanalysis through Freud, Melanie Klein and Winnicott. Through this path, in a succinct and limited manner, it endorses the words of Castoriadis when it claims that “the mother, who cares and nurtures, even through the way she nurtures and cares, is the History of over three million years of hominization”. Finally, it proposes that the relationship of women with their body, their sexuality and maternity is closely linked to the experience of the relationship with mothers, both their own as well as those who preceded them in the generational transmission. <![CDATA[<b>Escuta analítica da bissexualidade psíquica</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000400010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A autora pressupõe que, para que o analista tenha uma escuta da bissexualidade psíquica do paciente na sessão, é necessário que ele mesmo a tenha elaborado suficientemente. Acentua que, embora apareça primeiro na análise a bissexualidade psíquica secundária, esta é uma transformação da primária, a qual deve ser o foco de um cuidadoso trabalho analítico. Enfatiza a importância do fator transgeracional nas falhas de constituição da bissexualidade psíquica primária. Como consequência extrema dessas falhas pode resultar uma ambissexualidade, em lugar da constituição da bissexualidade psíquica. Algumas vinhetas clínicas ilustram o tema tratado.<hr/>La autora presupone que, para que el analista tenga una escucha de la bisexualidad psíquica del paciente en la sesión, es necesario que el mismo la haya elaborado suficientemente. Destaca que, a pesar de aparecer primero en el análisis la bisexualidad psíquica secundaria, esta es una transformación de la primaria, la cual debe ser el foco de un cuidadoso trabajo psicoanalítico. Enfatiza la importancia del factor transgeneracional en las fallas de constitución de la bisexualidad psíquica primaria. Como consecuencia extrema de esas fallas puede resultar una ambisexualidad, en lugar de la constitución de la bisexualidad psíquica. Algunas viñetas clínicas ilustran el tema tratado.<hr/>The author presupposes that, in order to be able to listen to a patient’s psychical bisexuality, it is necessary for the analyst to have elaborated it sufficiently. She underlines that, despite the fact the secondary psychical bisexuality appears first in the analysis, this is a transformation of the primary that must be the focus of careful analytical work. She also emphasizes the importance of the transgenerational factor in the failures of the constitution of primary psychical bisexuality. As an extreme consequence of these failures ambisexuality can result in the place of psychical bisexuality. Some clinical vignettes illustrate the theme. <![CDATA[<b>Encontro com o feminino</b>: <b>Hilda Hilst e outras</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000400011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Se o ponto de partida da psicanálise foi o “feminino”: a escuta das mulheres e de suas conversões no corpo de algo mal dito do sexo (histeria), Freud concluiu a sua obra deixando a questão do feminino em aberto como “continente negro”. Por outro lado, o “falocentrismo” freudiano tão criticado pelas feministas não permite discernir o próprio do feminino, já que se a mulher é desejante e castrada (como o homem), inclusive na maternidade, ela permanece referenciada ao masculino - e ao falo (inclusive na sedução - mascarada). No entanto, na experiência psicanalítica, cotidianamente, e também através da literatura ocasionalmente, temos notícia de algo radicalmente “heteros” nessa sexualidade, algo descabido, desobediente a essa lei fálica, “um gozo suplementar” - diria Lacan.<hr/>Si el punto de partida de la psicoanálisis fue el “femenino”: la escucha de las mujeres y de sus conversiones en el cuerpo de algo mal dicho del sexo (histeria), Freud concluyó su obra dejando la question de lo femenino en abierto como “continente negro”. Por otro lado, el “falocentrismo” freudiano tan criticado por las femenistas no permite discernir el propio de lo femenino, ya que si la mujer es deseante y castrada (como el hombre), incluso en la maternidad, ella permanece referenciada al masculino - y al falo (incluso en la sedución - mascarada). Pero, en la experiencia psicoanalítica, cotidianamente, y también a traves de la literatura ocasionalmente, tenemos noticia de algo radicalmente “heteros” en esa sexualidade, algo desmesurado, desobediente a essa lei fálica, “un gozo suplementar” - diria Lacan.<hr/>If the starting point of psychoanalysis was the feminine - listening to women and their bodily conversion of something damned and not said of sex (hysteria), Freud ends his oeuvre leaving open the question of the feminine as the “dark continent”. Alternatively the Freudian “phalocentrism” so criticized by the feminists doesn’t allow to discern the feminine in itself, because if woman is desiring and castrated (as the man), including maternity, she continues to be refered to the masculine - and to the phalo (also in seduction - masked). Anyhow in psychoanalytical experience, in everyday and also in literature occasionally, we get notice of something radically “heteros” in this sexuality, something unbecoming, disobedient to this phallic law, “a suplementary ‘jouissance’ ” - as Lacan would say. <![CDATA[<b>A dimensão política de ser mãe</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000400012&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O texto é uma reflexão sobre o lugar peculiar da mãe no triângulo edípico, neste triunvirato pai-mãe-filho. São tomados fragmentos da mitologia grega para investigar os modos míticos de relação com a mãe e passíveis de aproximação com o complexo de Édipo. Busca-se apreender os desdobramentos da situação edípica no processo de subjetivação. O lugar do pai é pensado como diferença que discrimina mãe-filho, instituindo a ordem simbólica. Há um interjogo de lugares nas relações originárias que permite pensar na dimensão política de ser mãe.<hr/>El texto es una reflexión sobre el lugar peculiar de la madre en el triángulo edípico, en este triunvirato padre-madre-hijo. Se toman fragmentos de la mitología griega para investigar las formas míticas de la relación con la madre y pasibles de aproximación con el complejo de Édipo. Trata de aprehender los desdoblamientos de la situación edípica en el proceso de subjetivación. El lugar del padre se piensa como diferencia que discrimina madre-hijo, instituyendo el orden simbólico. Hay un interjuego de lugares en las relaciones originarias que permite pensar la dimensión política de ser madre.<hr/>The article is a reflection about the peculiar spot of the mother within the oedipal triangle, within the triumvirate father-mother-son. Fragments of Greek mythology are used to investigate the mythical ways of the relationship with the mother and the approximation with the oedipal complex. It seeks to capture the unfolding of the oedipal situation into the subjective process. The father’s place is seen as the difference, which discriminates mother-child, instituting the symbolic order. There is an interplay of roles within the original relationship that allows the consideration of the political dimension of motherhood. <![CDATA[<b>A guerra e o repúdio ao feminino</b>: <b>Tróia como paradigma</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000400013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Com o objetivo de pensar o por quê da guerra, os autores utilizam a Ilíada, de Homero, relacionando- a ao conceito freudiano de repúdio do feminino (1937). Sustentam a ideia de que o feminino está ligado às origens do sujeito psíquico, postulando a existência de uma disposição feminina originária. Assim, propõem que o feminino, na constituição psíquica, teria dois destinos: num primeiro tempo ser recalcado pela ação do recalcamento primário e, num segundo momento, ser repudiado quando do estabelecimento do recalcamento propriamente dito. Para os autores, um dos destinos do feminino repudiado será dramatizado no fazer a guerra.<hr/>Con el intento de pensar el por qué de la guerra, los autores se valen de la Ilíada, de Homero, en relación con el concepto freudiano de la desmentida del femenino (1937). Sustentan la idea de que el femenino está ligado a los orígenes del sujeto psíquico, planteando la existencia de una disposición femenina originaria. De esta forma, proponen que lo femenino, en la constitución psíquica, tendría dos destinos: en un primer tiempo ser recalcado por la acción de la represión primaria y en el segundo momento ser desmentido cuando del establecimiento de la represión propiamente dicha. Para los autores, uno de los destinos del femenino desmentido será dramatizado en la guerra.<hr/>The article discusses the reasons of war through the reading and confronting of Homer’s Iliad and Freud’s conception of the disavowal of the feminine (1937). The authors postulate the existence of an originary feminine disposition bounded to the origins of the psychic subject. They also describe the fate of the feminine in the psychic: to be repressed in a first moment by the action of primary repression, and in a second moment, to be disavowed by the advent of the secondary repression. The war, as the authors intend to demonstrate, is a dramatization of the feminine’s disavowal. <![CDATA[<b>O mito da maternidade glorificada</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000400014&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt De acordo com a tradição psicanalítica a perversão é exclusivamente masculina. Partindo de sua vasta experiência clínica a autora descreve e teoriza as perversões femininas. Diferente das perversões masculinas nas quais o ataque perverso se dirige ao exterior; na mulher se dirigem com todo seu corpo contra si mesma, seu corpo ou seu bebê. Assim as auto lesões, a anorexia, a bulimia poderiam ser consideradas frequentemente como sintomas das perversões femininas. Entre estas a perversão da maternidade ocupa um lugar central. Imbuídas do poder extraordinário que lhes confere o fato de se tornarem mães, as mulheres podem manifestar sua perversão não somente contra si mesmas mas contra seus filhos que são considerados uma extensão de seus próprios corpos. Assim se definem as diferenças fundamentais entre as perversões femininas e masculinas em um quadro.<hr/>De acuerdo a la tradición psicoanalítica, la perversión es exclusivamente masculina. La autora, partiendo de su vasta experiencia clínica, describe y teoriza las perversiones femeninas. A diferencia de las perversiones masculinas en donde el ataque perverso esta dirigido hacia fuera; en la mujer esta dirigido con tdo su cuerpo, en contra de ella misma, su cuerpo o su bebe. Así, las autolesiones, la anorexia y la bulimia podrían considerarse a menudo como síntomas de las perversiones femeninas. Dentro de éstas, la perversión de la maternidad ocupa un lugar central. Imbuidas del poder extraordinario que les confiere el hecho de convertirse en madres, las mujeres pueden manifestar su perversión ya no sólo contra sí mismas sino hacia sus hijos que son considerados como una extensión de sus propios cuerpos. Se definen así en un cuadro con las diferencias fundamentales entre las perversiones femeninas y masculinas.<hr/>According to traditional psychoanalytical theories perversion is an exclusive male psychopathology. The author challenges this view and argues that women express their perverse attitudes not only through but also towards their bodies, very often in a self-destructive way, such as syndromes of self-injury associated with biological or hormonal disorders affecting the reproductive functioning. In other words, perversion in women is not so clearly and exclusively connected with the expression of hostility and release of anxiety through just one organ as it is with men. Motherhood as perversion is conceptualized using her clinical material collected over 2 decades from the Tavistock-Portman clinics. She observes that the main difference between male and female perverse action lies in the aim. Where as in men the act is aimed at an external part-object, in women it is against themselves: either against their bodies or against objects of their own creation - that is, their babies. In both respects, bodies and babies are treated as part-objects. Motherhood as perversion is the result of at least a three generational trauma. There are basic differences between male and female perversions which are clearly classified. <![CDATA[<b>Entre demais e muito pouco</b>: <b>a quadratura do círculo da parentalidade</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000400015&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A parentalidade é focada aqui como uma crise de identidade resultante do traumatismo da percepção da dependência total do bebê frente aos pais. O psiquismo parental supõe portanto uma mutação profunda. Neste trabalho as necessidades do bebê vão ser enfocadas em seu aspecto contraditório: por um lado a necessidade de ser protegido e contido de maneira firme e, ao mesmo tempo, a necessidade de permitir que ele efetue suas próprias experiências, não impedindo sua autonomia. A quadratura do círculo ou a missão impossível da parentalidade vai ser explorada em seus aspectos de experiência comum a todos os pais, como também a sua patologia. O desenvolvimento das capacidades de atenção permite vias de resolução para esse paradoxo, e se revela particulamente útil enquanto instrumento terapêutico.<hr/>La paternidad (paternidad-maternidad) está enfocada aquí como una crisis de identidad provocada por el traumatismo que significa la percepción de la dependencia total del bebé con relación a sus padres. La paternidad supone, por lo tanto, una mutación profunda en el psiquismo de los padres. En este trabajo, las necesidades del bebé son enfocadas en su aspecto contradictorio: por un lado, la necesidad de ser protegido y contenido de manera firme y, al mismo tiempo, la necesidad de que se le permita efectuar sus propias experiencias sin oponer obstáculos a su autonomía. La cuadratura del círculo o la misión imposible de la paternidad va a ser explorada aquí, tanto en lo que se refiere a los aspectos de la experiencia común de cualquier padre-madre, como también a la patología. El desarrollo de las capacidades de atención permite encontrar vías de resolución para esta paradoja, y se revela particularmente útil en cuanto instrumento terapéutico.<hr/>Parenthood is focused here as an identity crisis resulting from the trauma of the perception of the total dependence on the part of the baby on the parents. Parental psychism therefore supposes a deep mutation. In this article the focus will be on the baby’s needs as far as their contradictory aspects: on one hand the need to be protected and contained in a firma manner, and at the same time, the need to be allowed to have his own experiences, without restraining his autonomy. The squareness of the circle or the mission impossible of parenthood will be explored in its aspects of an experience common to all parents, as well as its pathology. The development of the attention skills allows ways of resolution for the paradox, and it reveals itself to be particularly useful as a therapeutic tool. <![CDATA[<b>O divino gozo</b>: <b>o narcisismo feminino e os místicos</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000400016&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O discurso dos místicos apresenta-se repleto de paradoxos. O místico paga o preço do desapego a si mesmo, vivendo somente através do brilho do objeto, esplendor que o ilumina... ocultando, tão somente, o prazer carnal do êxtase. Portando, o místico goza... sem temor do pecado, nem de reprimendas, protegido de qualquer olhar em seu reduto monástico. Por acaso o discurso dos místicos mostraria, velado pela legitimação religiosa, o gozo suplementar da mulher que de outra maneira não poderia ser narrado, pois poderia correr o mesmo risco e ter o destino que Tiresias?.<hr/>El discurso de los místicos está lleno de paradojas. El místico paga el precio del desapego de Sí, sólo vive por el fulgor del objeto, esplendor que ilumina... ocultando (apenas) el placer carnal del éxtasis. Pues el místico goza... sin atisbo de pecado ni de reproches, protegido de cualquier mirada, en su reducto monástico. ¿Acaso el discurso de los místicos mostraría, velado por la legitimación religiosa, el goce suplementario de la mujer, de otra manera inenarrable so pena de padecer la misma suerte que Tiresias?.<hr/>The discours of mystics point to a huge paradox. Mystics pay the price of being dispossessed of the Self. They live only through the emanation of the object, and are illuminated by its blaze...which (scarcely) veils the bodily pleasure of their ecstasy. Mysthics thus experience jouissance... without sin and without reproach, sheltered from view in the confiness of the monastery. Might we not perhaps consider that the discours of mystics in fact points to the supplementary jouissance of woman, veiled by religious legitimacy and otherwise inexpressible, at the risk of succumbing to the same fate as Tiresias ?. <![CDATA[<b>Reações contratransferenciais e gênero do analista e analisando/a</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000400017&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A partir de uma concepção holística ou totalística da contratransferência, se aborda o problema de gênero do psicanalista, que faz alusão à figura real, a seu ser como pessoa, o qual se opõe a um dos objetivos centrais da psicanálise, que é o escrutínio da subjetividade do paciente, de sua realidade psíquica. Se distinguem dois tipos de compreensão da situação transferencial, como mecanismo de defesa (não importa o gênero) e como repetição ou depósito de objetos internos (o gênero tanto do paciente, como do analista são particularmente relevantes, principalmente a revivência da problemática edípica). Se faz uma breve revisão das diferêncas de gênero no que é relativo às transferências eróticas e erotizadas, o tratamento de pacientes homossexuais, as interpretações transferenciais, da mesma forma que nos sonhos contratransferenciais, e nos aspectos ideológicos, preconceitos e/ou estereótipos que podem funcionar como áreas cegas que interferem no tratamento psicanalítico; daí a importância da autoanálise e a formação de grupos de reflexão dos(as) psicanalistas sobre esta problemática.<hr/>A partir de una concepción holística o totalística de la contratransferencia, se aborda el problema del género del psicoanalista, que hace alusión a la figura real, a su ser como persona, lo cual se opone a uno de los objetivos centrales del psicoanálisis, que es el escrutinio de la subjetividad del paciente, de su realidad psíquica. Se distinguen dos tipos de comprensión de la situación transferencial, como mecanismo de defensa (no importa el género) y como repetición o depositación de objetos internos (el género tanto del paciente como del analista son particularmente relevantes, principalmente la revivencia de la problemática edípica). Se hace una breve revisión de las diferencias de género en lo relativo a la transferencias eróticas y erotizadas, el tratamiento de pacientes homosexuales, las interpretaciones transferenciales, al igual que en los sueños contratransferenciales, y en los aspectos ideológicos, prejuicios y/o estereotipos que pueden funcionar como áreas ciegas que interfieren con el tratamiento psicoanalítico; de ahí la importancia del autoanálisis y la formación de grupos de reflexión de las y los psicoanalistas sobre esta problemática.<hr/>Having as a reference point an holistic or global conception of counter-transference, the paper brings up the issue regarding the analyst’s gender, in what it refers to his/her real person dimension and discusses the opposition contained in this real dimension as compared to what is held as one of the central objectives of psychoanalysis: the scrutiny of the patient’s subjectivity, of his/her psychic reality. The author distinguishes two types of transferential comprehensions, one as a defense mechanism (regardless of the gender) and the other in its repetitive aspect or yet, as depository of internal objects (where the patient’s as well as the analyst’s gender are particularly relevant, especially in the re-living of Oedipal issues). The author makes a brief review of gender differences in respect to its effects in dealing with erotic and eroticized transference, to the treatment of homosexual patients, the transferential interpretations, in the same way as counter-transferential dreams, ideological aspects, prejudices and/or stereotypes which may function as blind spots which interfere in the psychoanalytic treatment. Hence the importance of self-analysis and the maintenance of discussion groups for psychoanalysts dealing with these issues. <![CDATA[<b>Feminilidade primária</b>: <b>feminilidade estrutural</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000400018&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A feminilidade preliminar é a base dos primeiros movimentos e identificações sensuais. A mulher-mãe exercita com seu bebê o território de uma feminilidade passiva onde, segundo as palavras de Freud (1905, p. 792), ocorre “uma espécie de orgasmo”. Essa entrega preliminar é o primeiro esboço da feminilidade em todo ser humano. A rejeição ao feminino tem fortes raízes culturais. A quarta série complementar (Alizade, 2004) enfatiza a importância do fator sociocultural no caráter e no psiquismo. A feminilidade estrutural é a consequência da decantação do final do complexo de Édipo e constroi no psiquismo das mulheres, de um lado, o espaço “solo” e, de outro, o espaço não-mãe. Este artigo considera ambos os espaços e mostra suas consequências no desenvolvimento psíquico e na saúde mental das mulheres.<hr/>La feminidad primaria es la base de los primeros movimientos sensuales e identificaciones. La mujer-madre ejercita con su hijo el territorio de una feminidad pasiva, donde se juega lo que Freud denominó en 1905 (p. 792), “una especie de orgasmo”. Esta entrega primaria es el primer esbozo de feminidad en todo ser humano. El rechazo a lo femenino tiene fuertes raíces culturales. La cuarta serie complementaria (Alizade, 2004) resalta la importancia del factor sociocultural en el psiquismo. La feminidad estructural es la consecuencia de la decantación del final del complejo de Edipo y construye en la psique de las mujeres por una parte el espacio solo y, por otra, el espacio no-madre. El trabajo desarrolla ambos espacios y muestra sus consecuencias psíquicas en el desarrollo y salud mental de las mujeres.<hr/>Primal femininity undergrounds the first sensual identifications and dynamics.The mother develops with her-his child a special passive femininity where, following Freud´s words (1905- p. 792) takes place “a kind of orgasm”. This primal surrender is the first outline of femininity in every human being. Rejection of femininity has strong cultural roots. The fourth complemental serie (Alizade, 2004) stresses the importance of cultural factors in the psyche. Structural femininity is the consequence of the end of the Oedipus complex and builds up in women psyche both, the lone psychic space and the non-maternal psychic space. This paper considers both spaces and shows its effects in women development and mental health. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000400019&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A feminilidade preliminar é a base dos primeiros movimentos e identificações sensuais. A mulher-mãe exercita com seu bebê o território de uma feminilidade passiva onde, segundo as palavras de Freud (1905, p. 792), ocorre “uma espécie de orgasmo”. Essa entrega preliminar é o primeiro esboço da feminilidade em todo ser humano. A rejeição ao feminino tem fortes raízes culturais. A quarta série complementar (Alizade, 2004) enfatiza a importância do fator sociocultural no caráter e no psiquismo. A feminilidade estrutural é a consequência da decantação do final do complexo de Édipo e constroi no psiquismo das mulheres, de um lado, o espaço “solo” e, de outro, o espaço não-mãe. Este artigo considera ambos os espaços e mostra suas consequências no desenvolvimento psíquico e na saúde mental das mulheres.<hr/>La feminidad primaria es la base de los primeros movimientos sensuales e identificaciones. La mujer-madre ejercita con su hijo el territorio de una feminidad pasiva, donde se juega lo que Freud denominó en 1905 (p. 792), “una especie de orgasmo”. Esta entrega primaria es el primer esbozo de feminidad en todo ser humano. El rechazo a lo femenino tiene fuertes raíces culturales. La cuarta serie complementaria (Alizade, 2004) resalta la importancia del factor sociocultural en el psiquismo. La feminidad estructural es la consecuencia de la decantación del final del complejo de Edipo y construye en la psique de las mujeres por una parte el espacio solo y, por otra, el espacio no-madre. El trabajo desarrolla ambos espacios y muestra sus consecuencias psíquicas en el desarrollo y salud mental de las mujeres.<hr/>Primal femininity undergrounds the first sensual identifications and dynamics.The mother develops with her-his child a special passive femininity where, following Freud´s words (1905- p. 792) takes place “a kind of orgasm”. This primal surrender is the first outline of femininity in every human being. Rejection of femininity has strong cultural roots. The fourth complemental serie (Alizade, 2004) stresses the importance of cultural factors in the psyche. Structural femininity is the consequence of the end of the Oedipus complex and builds up in women psyche both, the lone psychic space and the non-maternal psychic space. This paper considers both spaces and shows its effects in women development and mental health. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000400020&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A feminilidade preliminar é a base dos primeiros movimentos e identificações sensuais. A mulher-mãe exercita com seu bebê o território de uma feminilidade passiva onde, segundo as palavras de Freud (1905, p. 792), ocorre “uma espécie de orgasmo”. Essa entrega preliminar é o primeiro esboço da feminilidade em todo ser humano. A rejeição ao feminino tem fortes raízes culturais. A quarta série complementar (Alizade, 2004) enfatiza a importância do fator sociocultural no caráter e no psiquismo. A feminilidade estrutural é a consequência da decantação do final do complexo de Édipo e constroi no psiquismo das mulheres, de um lado, o espaço “solo” e, de outro, o espaço não-mãe. Este artigo considera ambos os espaços e mostra suas consequências no desenvolvimento psíquico e na saúde mental das mulheres.<hr/>La feminidad primaria es la base de los primeros movimientos sensuales e identificaciones. La mujer-madre ejercita con su hijo el territorio de una feminidad pasiva, donde se juega lo que Freud denominó en 1905 (p. 792), “una especie de orgasmo”. Esta entrega primaria es el primer esbozo de feminidad en todo ser humano. El rechazo a lo femenino tiene fuertes raíces culturales. La cuarta serie complementaria (Alizade, 2004) resalta la importancia del factor sociocultural en el psiquismo. La feminidad estructural es la consecuencia de la decantación del final del complejo de Edipo y construye en la psique de las mujeres por una parte el espacio solo y, por otra, el espacio no-madre. El trabajo desarrolla ambos espacios y muestra sus consecuencias psíquicas en el desarrollo y salud mental de las mujeres.<hr/>Primal femininity undergrounds the first sensual identifications and dynamics.The mother develops with her-his child a special passive femininity where, following Freud´s words (1905- p. 792) takes place “a kind of orgasm”. This primal surrender is the first outline of femininity in every human being. Rejection of femininity has strong cultural roots. The fourth complemental serie (Alizade, 2004) stresses the importance of cultural factors in the psyche. Structural femininity is the consequence of the end of the Oedipus complex and builds up in women psyche both, the lone psychic space and the non-maternal psychic space. This paper considers both spaces and shows its effects in women development and mental health.