Scielo RSS <![CDATA[Cadernos de Psicologia Social do Trabalho]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=1516-371720020001&lang=pt vol. 5 num. lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-37172002000100001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>Representações dos trabalhadores sobre os riscos em uma usina química</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-37172002000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Os riscos no trabalho têm ocupado um grande espaço nas discussões referentes à saúde e segurança dos trabalhadores, sendo abordados por diversos enfoques teóricos, alguns essencialmente tecnicistas e outros que adotam a perspectiva social. Na pesquisa aqui apresentada utilizou-se o enfoque social para investigar as representações dos trabalhadores sobre os riscos presentes na sua atividade de trabalho. Buscou-se comparar as representações dos diferentes grupos de trabalhadores com relação a dois tipos básicos de riscos: o de acidentes, que é mais evidente, e o de contaminação por produtos químicos, que é menos identificável pelo olhar leigo. Para tal, optou-se por um estudo de caso de orientação etnográfica em uma usina química de grande porte, onde esses dois tipos de riscos estavam presentes. Verificou-se, assim, que o acesso às informações técnicas (que depende da posição ocupada pelo trabalhador na estrutura da empresa) e a forma como se estabelecem as relações entre a empresa e os trabalhadores (que está diretamente vinculada ao tipo de organização do trabalho adotado) foram os fatores mais relevantes na construção das representações.<hr/>Occupational risk is a matter that has always been prominent in discussions about workers’ health and safety. It has been studied according to several theoretical approaches, some essentially “technicis” and others adopting a point of view that attributes special relevance to the social features. In the research presented here, the social approach was used to investigate workers’ representation of the risks they are exposed to in their professional activity. We sought to compare the representations of different groups of workers about two basic kinds of risk: accidents, which are more evident, and contamination by chemical products, which is less obvious to the layman. For this purpose a case study was carried out making use of the ethnographic approach in a large chemical plant, which is characterized by the presence of both kinds of risks. It was verified that access to technical information (which depends on the position occupied by the worker in the company structure) and the way that the relationship between company and workers is established (which is directly linked to the work organization) were the more relevant aspects in the construction of representations. <![CDATA[<b>Privatização, reestruturação e mudanças nas condições de trabalho</b>: <b>o caso do setor de energia elétrica</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-37172002000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O artigo analisa as conseqüências da privatização das empresas geradoras e distribuidoras de energia elétrica para os trabalhadores. Através da realização de observações nos ambientes de trabalho, entrevistas semi-estruturadas e grupos de discussão com os trabalhadores foram identificadas as mudanças introduzidas na base técnica, na divisão e na organização do trabalho e os impactos gerados para a saúde e a segurança dos trabalhadores. Nas empresas de geração de energia, destacam-se o ruído, o trabalho noturno e em turnos e a utilização de produtos químicos nas atividades de manutenção dos equipamentos como as principais cargas geradoras de desgaste. Nas empresas de distribuição de energia, destacam-se o trabalho noturno e em turnos, os movimentos e esforços repetitivos como fontes de desgaste. Em ambos os tipos de empresa, são também expressivas as cargas laborais de natureza psíquica geradas pela intensificação do ritmo das atividades, pela consciência do aumento da insalubridade, periculosidade e penosidade do trabalho e pelo clima de instabilidade organizacional provocado pela privatização. Além de mostrar a precariedade das condições de trabalho, o estudo apontou algumas direções para o aprofundamento da compreensão dos impactos psicossociais da privatização do setor para os trabalhadores.<hr/>The restructuring and privatisation of the electric energy sector in the state of São Paulo - Brazil has led to negative social consequences for the workers. Through data collected in interviews and direct observation, changes introduced in the technical base, in the division and organisation of the work were identified and also their effects for the worker's health and safety. In the generating power plants, the issues identified as the main factors leading to health problems were: noise, the night shift and the matter of working in shifts, the use of chemical products for the repair and maintenance of equipment. In the companies that deliver eletric power to the consumers, the problems identified were the night shift and the working in shifts and the performance of repetitive movements and physical efforts, wich lead to an increase in lesions. In both types of companies, and in the different work processes, the work load of a psychological nature is also very apparent, due to the intensification in the rhythm of the activities, by the awareness of an increase in insalubrious jobs, risk of injury and punishment at work, and by the atmosphere of instability which privatisation leads to. <![CDATA[<b>Formas de produzir saúde no trabalho hospitalar</b>: <b>uma intervenção em psicologia</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-37172002000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Trata de uma intervenção desenvolvida em um hospital público da Grande Vitória, Espírito Santo. A intervenção teve como objetivo conhecer a realidade de trabalho e as repercussões para a saúde dos profissionais que desenvolviam suas atividades no setor de pediatria, visando, em última instância, produzir um espaço de reflexão e crítica que pudesse funcionar como dispositivo de mudança, tanto das condições de trabalho tidas como causadores de sofrimento, como das relações entre os participantes da equipe de enfermagem. Utilizou o método dos encontros coletivos, nos quais foram abordados diversos temas acerca da realidade de trabalho e das possíveis conseqüências para a saúde e para a vida desses homens e mulheres. Constata que as condições e a organização do trabalho daquele hospital têm favorecido o adoecimento, devido a um processo de desqualificação e precarização do serviço público. Conclui que a intervenção realizada possibilitou que surgissem algumas atitudes de enfrentamento e busca de soluções coletivas. No entanto, ressalta que ainda há muito a ser feito para abrir espaços coletivos, como o relatado, que possibilitem a co-gestão do trabalho e que se destinem a produzir saídas para os inúmeros problemas que abrigam o cotidiano do trabalho hospitalar.<hr/>This paper presents the intervention carried out in a public hospital in Greater Vitória, ES. The purpose of the intervention was to became acquainted with the work reality and its repercussions on the health of the professionals who work in the pediatrics sector of that hospital, aiming at creating a space for reflection and critics in order to promote changes in the working conditions that lead to suffering, as well as in the relationships between the members of the nursing staff. This work used the collective meeting methodology. Using group activities, varied texts and resources, it dealt with several subjects concerning the work reality and the possible consequences for the health and life of those men and women. It was observed that the working conditions and the organization in the sector have favored illness as a result of a process of disqualification and impoverishment of the public health service. The work brought up collective efforts to face problems and seek solutions for them. However, it stands out that much has yet to be done in order to accomplish other co-management experiences and find solutions for the innumerable problems in the work routine of the hospital. <![CDATA[<b>Emprego <i>versus</i> trabalho associado</b>: <b>despotismo e política na atividade humana de trabalho</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-37172002000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente artigo - originado de fala em mesa redonda de comemoração ao dia do trabalho, organizada pelo Centro de Psicologia Aplicada ao Trabalho (CPAT) - disserta a respeito não propriamente da atividade humana de trabalho, mas de algo que, ao menos parcialmente, a condiciona: as relações contratuais de trabalho. Apresenta duas modalidades contratuais, a empregatícia, de um lado, e a associativa, de outro. A fala questiona a natureza do vínculo empregatício, ideologicamente dominante, e seus resultados para o trabalhador, bem como provoca uma discussão sobre o vínculo associativo de trabalho. A pergunta central é política: se a subordinação foi banida da esfera pública, porque deve ser resguardada à esfera da produção? A conclusão da fala é que a vivência do trabalho associado condiciona uma outra forma de relações de trabalho (e de relações no trabalho) que podem causar uma (re)socialização democratizante dos trabalhadores, bem como uma reformatação, igualmente democratizante, do quadro institucional que baliza as atividades produtivas e empreendedoras.<hr/>This article - originaly a talk in a panel discussion celebrating Labor Day organized by Centro de Psicologia Aplicada ao Trabalho (CPAT) - is not about human labor activities, but about its partial conditioner: labor contracts. It discusses two possible types of contracts: employment, on one hand, and association, on the other. We question the very nature of employment, ideologically dominant, and its consequences for the worker. It also opens a discussion about workers' associations. The central question is political: if subordination was banned from the public sphere, why should it be maintained in the sphere of production? The conclusion is that the experience of associative work leads to another form of work relations (and of relations in the workplace) wich may cause a democratic resocialization of the workers while, at the same time, introducing new democratic forms and in the institutions that control production activities and free enterprise. <![CDATA[<b>Cooperar para competir ou competir para cooperar?</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-37172002000100006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente artigo discute a competição e cooperação no contexto organizacional tomando como base a concepção de trabalho e emprego dominantes hoje. O pressuposto do texto é de que o trabalho deve ser desvinculado de todas suas características essencialistas e que a cooperação entre as pessoas não se deve resumir ao trabalho, mas abraçar conceitos como os de dependência e solidariedade.<hr/>This paper discusses competition and cooperation in the organizational setting, taking as a reference the conceptions of work and job that are going on in the current market place. The article assumes that work should be detached from all essentialistic characteristics that lie behind it, and that cooperation among people should not be constrained to work, but should embrace concepts as dependency and solidarity. <![CDATA[<b>Entrevista</b>: <b>Herval Pina Ribeiro, Francisco Antonio de Castro Lacaz, Carlos Aparício Clemente e Pérsio Dutra falam sobre a história do DIESAT</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-37172002000100007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente artigo discute a competição e cooperação no contexto organizacional tomando como base a concepção de trabalho e emprego dominantes hoje. O pressuposto do texto é de que o trabalho deve ser desvinculado de todas suas características essencialistas e que a cooperação entre as pessoas não se deve resumir ao trabalho, mas abraçar conceitos como os de dependência e solidariedade.<hr/>This paper discusses competition and cooperation in the organizational setting, taking as a reference the conceptions of work and job that are going on in the current market place. The article assumes that work should be detached from all essentialistic characteristics that lie behind it, and that cooperation among people should not be constrained to work, but should embrace concepts as dependency and solidarity.