Scielo RSS <![CDATA[Natureza humana ]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=1517-243020070001&lang=pt vol. 9 num. 1 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org <![CDATA[<b>A função do falso <i>self</i> na produção de uma diva</b>: <b> o caso Maria Callas</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302007000100001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente artigo procura explorar algumas afirmaçães de Winnicott, relativas à função que pode ter o falso self em processos de criação artística na área das artes cênicas (teatro, ópera, etc.), usando, para tanto, dados biográficos da cantora Maria Callas. Desenvolve a hipótese de que, quando existe alguma forma de comunicação entre o falso self e a criatividade primária do self verdadeiro - ainda que num domínio restrito -, é possível haver criação artística, mesmo em casos em que o restante da personalidade permaneça dissociada e perdida, incapaz de existência própria.<hr/>This article exploits some Winnicott's statements about the function of the false self in processes of artistic creation in scenic arts (theater, opera, etc.) and, to achieve that purpose, it uses Maria Callas' biographical data. It develops the hypothesis that, when there is some form of communication between the false self and the primary creativity of the true self - even if it is restricted to some domain - artistic creation becomes possible, even when the rest of the personality stays lost, incapable of existing by itself. <![CDATA[<b>Winnicott e Heidegger</b>: <b>indicações para um estudo sobre a teoria do amadurecimento pessoal e a acontecência humana</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302007000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt o objetivo deste artigo é indicar uma possível articulação entre a teoria do amadurecimento pessoal de Winnicott e a teoria da acontecência (Geschichtlichkeit) de Heidegger. Utiliza-se a noção de paradigma de Kuhn para, no quadro do desenvolvimento histórico da psicanálise, distinguir a psicanálise de Winnicott da psicanálise tradicional (Freud e Klein). Essa escolha pretende mostrar, por um lado, que a ontologia presente na teoria de Winnicott aproxima-se de um modo de pensar a natureza humana muito afim às concepções pós-metafísicas de Heidegger, podendo a teoria da acontecência desse filósofo iluminar a compreensão dos elementos ontológicos que compõem a teoria winnicottiana. Por outro lado, esse movimento de aproximação aponta para um distanciamento, que permite notar que a psicanálise de Winnicott apresenta várias questões instigantes e suplementares a uma fenomenologia existencial.<hr/>The aim of the present work is to investigate the possibility of establishing a bond between Winnicott's theory of personal maturation and Heidegger's theory of Geschichtlichkeit (historicity). We used Kuhn's notion of paradigm to distinguish Winnicott's psychoanalysis from traditional psychoanalysis (Freud and Klein) within the framework of historical development of psychoanalysis. By this choice, we intend to show, on one hand, that the ontology found in Winnicott's theory approaches a way of thinking human nature which is very close to Heidegger's post-metaphysical conceptions so that his theory appropriation could illuminate the comprehension of the ontological elements that compose Winnicott's theory. However, on the other hand, that movement of approximation points towards a distancing, which shows that Winnicott's psychoanalysis contains several instigating and additional issues in relation to existential phenomenology. <![CDATA[<b>Objetificação e intolerância</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302007000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt apoiando-se na fenomenologia filosófica (Heidegger) e numa ciência factual (a psicanálise de Winnicott), o artigo começa formulando dois problemas relativos à tolerância: 1) poder suportar os diferentes sentidos de realidade ou, respectivamente, os diferentes modos de dizer o real, e 2) poder estabelecer relacionamentos objetificantes e não-objetificantes com o mundo. Depois de mostrar que esses problemas foram sistematicamente negligenciados não somente pela literatura teológica, mas também pela filosófica (tanto iluminista como pós-moderna), o artigo prossegue salientando que a linguagem apropriada para descrever a realidade objetificável pode ser invasiva e mesmo aniquiladora - e, neste sentido, intolerante - se usada para falar da realidade não-objetificável, e que atitudes objetificantes podem destruir os modos não-objetificáveis de relacionamento com o mundo e outros seres humanos, sendo, portanto, ameaçadoras da própria essência do humano.<hr/>Based on philosophical phenomenology (M. Heidegger) and a positive science (psychoanalysis of D. W. Winnicott), this paper starts by formulating two problems of tolerance: the one being that of coming to terms with different senses of the real and different modes of talking about it, and the other that of reconciling our objectifying with our non-objectifying relationships to the world. After showing at some length that both problems have been generally neglected not only in the theological but also in the philosophical literature, the post-modern as well as the enlightened one, it will be shown that a language appropriate for describing the objectifiable reality can be intrusive and even destructive - and thus intolerant -, if used to talk about the non-objectifiable reality, and that objectifying attitudes can destroy the non-objetifying ways of relating to the world and to other persons, being, in this respect, a threat to the very essence of our humanity. <![CDATA[<b>Paradigmas na história da psicanálise</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302007000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Neste artigo, pretende-se analisar os diversos usos do termo e do conceito de paradigma para o estudo da psicanálise. Após esclarecer qual é o sentido e as características desse conceito, tal como propôs Thomas S. Kuhn, analisa-se como diversos autores, psicanalistas e filósofos, utilizaram com mais ou menos rigor o termo kuhniano. Considera-se que as noções de paradigma, léxico, incomensurabilidade, crise e revolução podem servir para a comunicação e o diálogo entre as diversas perspectivas teóricas da psicanálise, num momento em que diversos autores estão de acordo em reconhecer que há uma crise de comunicabilidade e de desenvolvimento da psicanálise.<hr/>This article seeks to analyze the diverse uses of the term and concept of paradigm for the study of psychoanalysis. After clarifying the meaning and characteristics of this concept, such as proposed by Thomas S. Kuhn, the research analyzes how diverse authors, psychoanalysts and philosophers, utilize the Kuhnian term with more or less rigor. It is considered that the notions of paradigm, lexicon, incommensurability, crisis, and revolution, can serve so that communication and dialogue enter the diverse theoretical perspectives of psychoanalysis, at a moment when diverse authors are in agreement in recognizing that there is a crisis of communicability and development in psychoanalysis. <![CDATA[<b>A construção do eu de crianças cegas congênitas</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302007000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt este artigo propõe-se a refletir sobre a construção do Eu de crianças com cegueira congênita a partir da teoria winnicottiana do amadurecimento. Para Winnicott, a natureza humana é uma questão de psique-soma em constante interação; o ser humano é essencialmente psicossomático, sendo o corpo o primeiro a chegar e a elaboração imaginativa das funções corpóreas o elemento constitutivo e enriquecedor da vida psíquica. Essa concepção da natureza humana parece ser a mais esclarecedora para a compreensão do desenvolvimento e da construção do eu das crianças com cegueira congênita; crianças que chegam ao mundo com uma constituição orgânica significativamente diferente, que as conduzem por caminhos peculiares em seu processo de percepção e amadurecimento. Muitas dificuldades são apontadas na descrição do desenvolvimento dessas crianças: passividade de ego, ausência de interesse por objetos, atrasos na aquisição de capacidades, desinteresse por brincadeiras e verbalismo. Comportamentos considerados semelhantes aos de crianças autistas. Acreditamos que, a partir da teoria winnicottiana do desenvolvimento, muitas dessas vicissitudes podem ser compreendidas e alguns procedimentos terapêuticos indicados.<hr/>This article proposes a reflection upon the ego development of children with congenital blindness through maturation theory. For Winnicott the human nature is a matter of psyche-some in constant interaction, the human being is essentially psychosomatic, in which the body is the first to arrive and the imaginative elaboration of the body functions are the elements that constitute and enrich the psychic life. This conception of the human nature seems to be the most clarifying for the comprehension of the development and the self constitution of the children with congenital blindness; children who arrive into the world with a significantly different organic constitution, which conducts them through a peculiar path in their process of perception and maturity. Many difficulties are pointed out on the description of the development of these children: passivity of the ego, absence of interest for objects, delay on the acquisition of abilities, disinterest for children's play, verbalism. Behaviors similar to those of autistic children. We believe that through Winnicott's developmental theory a lot of these vicissitudes can be comprehended and some therapeutic procedures can be indicated. <![CDATA[<b>Lugar de Winnicott na História da Psicanálise entre Freud e Masud Khan</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302007000100006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A psicanálise começa com a interpretação dos sonhos, quando Freud dá razão, contra a psiquiatria organicista, aos oniromantes. Para Winnicott, os sonhos, antes de serem objetos de interpretação, são objetos de experiências de . Esse modo de conceber os sonhos é retomado e desenvolvido por Masud Khan.<hr/>Psychoanalysis begins with the interpretation of dreams, when Freud, in opposition to organicist psychiatry, defends the oneirocritics. For Winnicott, rather than objects of interpretation, dreams are objects of experiences of the self. This way of looking at dreams is then adopted and developed by Masud Khan. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302007000100007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A psicanálise começa com a interpretação dos sonhos, quando Freud dá razão, contra a psiquiatria organicista, aos oniromantes. Para Winnicott, os sonhos, antes de serem objetos de interpretação, são objetos de experiências de . Esse modo de conceber os sonhos é retomado e desenvolvido por Masud Khan.<hr/>Psychoanalysis begins with the interpretation of dreams, when Freud, in opposition to organicist psychiatry, defends the oneirocritics. For Winnicott, rather than objects of interpretation, dreams are objects of experiences of the self. This way of looking at dreams is then adopted and developed by Masud Khan.