Scielo RSS <![CDATA[Natureza humana ]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=1517-243020070002&lang=pt vol. 9 num. 2 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org <![CDATA[<b>A noção de <i>experiência</i> no pensamento de Winnicott como conceito diferencial na história da psicanálise</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302007000200001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente artigo procura situar a posição de Winnicott na história da psicanálise, tomando o conceito de experiência como o eixo principal de sua teoria e clínica. O objetivo do texto é demonstrar que essa noção produz uma espécie de turning point na tradição que vem de Freud, passa por Ferenczi e Melanie Klein, para desembocar na concepção de Winnicott. Começa mostrando que a noção de experiência contempla um novo ponto de vista (o do bebê) e apóia-se na descoberta da existência de psiquismos verdadeiros e falsos. Em seguida, discute as mudanças que tal eixo gera nos conceitos de sexualidade e de pulsão de morte. Por fim, avalia se a posição de Winnicott constitui ou não um novo paradigma psicanalítico.<hr/>This article tries to locate Winnicott’s position in the history of psychoanalysis, assuming the concept of experience as the principal axis of his theory and clinics. The aims of the text is to show that this notion produces a kind of turning point in the tradition that comes from Freud, passes by Ferenczi and Melanie Klein, to lead into Winnicott’s conception. It starts showing that the notion of experience contemplates a new point of view (the baby’s one) and leans on the discovery of the existence of true and false psyches. Afterwards, it discusses the changes that axis produces in the concepts of sexuality and death instinct. Finally, it evaluates if Winnicott’s position constitutes a new psychoanalytical paradigm (or not). <![CDATA[<b>Origem em Heidegger e Winnicott</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302007000200002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Após fazer uma breve apresentação da maneira como o tema da origem surge no pensamento de Heidegger, o artigo mostra que esse tema se desdobra necessariamente no do nascimento. Em seguida, o nascimento é estudado tal como tematizado por Heidegger na primeira e na segunda fase da sua filosofia. Por fim, o artigo explica os conceitos de nascimento e origem que compõem a teoria do amadurecimento de Winnicott, a fim de iniciar um diálogo entre o pensamento heideggeriano do ser e a psicanálise winnicottiana do acontecer maturacional.<hr/>After making a brief presentation of the manner in which the topic of origin emerges in Heidegger’s thought, the article shows that this topic necessarily includes that of birth. Next, the birth is studied in the light of the first and the second phase of Heidegger’s philosophy. Finally, the concepts of birth and origin that are contained in Winnicott’s theory of maturation are presented in order to introduce a dialogue between Heidegger’s thinking of Being and Winnicott’s psychoanalysis of human coming to be and growth. <![CDATA[<b>Escritura e psicanálise</b>: <b>Derrida, leitor de Freud</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302007000200003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A finalidade deste ensaio é evidenciar como o inconsciente, descrito teoricamente por Freud na constituição da psicanálise, pode ser concebido como uma escritura e não segundo o modelo da linguagem falada, de acordo com a interpretação proposta por Derrida.<hr/>The aim of this article is of showing the interpretation by which the unconscious, theoretically outlined by Freud in the constitution of the psychanalysis, can be thought as a writing and not as the spoken language, by the interpretation proposed by Derrida. <![CDATA[<b>Disposição e acaso em Freud</b>: <b>uma introdução às noções de equação etiológica, séries complementares e intensidade pulsional no momento</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302007000200004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo tem como objetivo investigar os encaminhamentos que Freud deu ao problema da etiologia da neurose. Para tanto, destacamos três noções chave: (1) equação etiológica, (2) séries complementares e (3) intensidade pulsional no momento. Através dessas noções, percebemos como, para Freud, a busca da causa primeira da neurose, se é inata ou adquirida, na realidade, é um falso problema. Em sua obra, a dualidade herdado/adquirido fica completamente diluída ao ser compreendida como uma conjugação de fatores sempre presentes. Para Freud, a questão nunca foi a de decidir sobre a causa primeira, se a natureza do que aconteceu ao indivíduo ou se suas peculiaridades.<hr/>This article has the aim to explore how Freud treated the problem of the etiology of the neurosis. To do so, we detach three key-notions: (1) etiological equation, (2) complementary series (3) drive intensity at the moment. With these notions, we are able to percieve that, for Freud, the decision about the first cause of neurosis, if it is inate or if it is acquired, is a false problem. In his work, the duality inherited/acquired gets entirely diluted for it is understood as a conjugation of factors always present. To Freud, the question never was that of deciding about the first cause, if the nature of what had happened to the individual or if his peculiarities. <![CDATA[<b>Que tipo de ciência é, afinal, a Psicanálise?</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302007000200005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Para Freud, a disciplina que criou fazia indiscutivelmente parte das ciências da Natureza, e de modo algum daquelas “do espírito”, como então se chamavam na Alemanha as atuais ciências humanas. Para nós, contemporâneos, tal asserção parece muito estranha: que objeto poderia ser mais humano do que o espírito humano, tema da Psicanálise? Este artigo retoma esse problema pelo ângulo da partição entre os dois tipos de ciência que vigoravam no tempo e no ambiente cultural de Freud, no interior da qual faz sentido a sua enfática afirmação. Mostra que já não dividimos o campo do saber da mesma maneira que então, o que torna possível alojar a Psicanálise ao lado de disciplinas como a História, a Etnologia e outras do mesmo gênero, portanto, no campo das ciências (para nós) humanas. A parte final do texto explora alguns intrigantes paralelismos epistemológicos entre as noções de “seleção natural” e “inconsciente”, e as estratégias retóricas de que Darwin e Freud - este, aparentemente sem se dar conta de que estava imitando seu grande predecessor - se utilizam para criar no leitor a convicção de que são indispensáveis para estruturar o campo das respectivas disciplinas.<hr/>Freud had never any doubts that his invention belonged in the field of natural science, and not in the area of the “sciences of the Spirit”, as human/social sciences were then called in Germany. For us, this sounds strange: what could be more human than human mind, the subject of Psychoanalysis? This paper argues that the way of separating both fields in which Freud’s claim makes sense has changed considerably since his day, so that we are justified in ranking Psychoanalysis on the same side as History, Anthropology and similar disciplines, as we usually do nowadays. It also explores some intriguing parallels between the notions of “natural selection” and “unconscious”, as well as some rhetorical strategies employed by both Darwin and Freud - in this case, probably unaware that he was copying his great predecessor - when they set to the task of persuading their readers that those ideas cannot be dispensed with in their respective fields. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302007000200006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Para Freud, a disciplina que criou fazia indiscutivelmente parte das ciências da Natureza, e de modo algum daquelas “do espírito”, como então se chamavam na Alemanha as atuais ciências humanas. Para nós, contemporâneos, tal asserção parece muito estranha: que objeto poderia ser mais humano do que o espírito humano, tema da Psicanálise? Este artigo retoma esse problema pelo ângulo da partição entre os dois tipos de ciência que vigoravam no tempo e no ambiente cultural de Freud, no interior da qual faz sentido a sua enfática afirmação. Mostra que já não dividimos o campo do saber da mesma maneira que então, o que torna possível alojar a Psicanálise ao lado de disciplinas como a História, a Etnologia e outras do mesmo gênero, portanto, no campo das ciências (para nós) humanas. A parte final do texto explora alguns intrigantes paralelismos epistemológicos entre as noções de “seleção natural” e “inconsciente”, e as estratégias retóricas de que Darwin e Freud - este, aparentemente sem se dar conta de que estava imitando seu grande predecessor - se utilizam para criar no leitor a convicção de que são indispensáveis para estruturar o campo das respectivas disciplinas.<hr/>Freud had never any doubts that his invention belonged in the field of natural science, and not in the area of the “sciences of the Spirit”, as human/social sciences were then called in Germany. For us, this sounds strange: what could be more human than human mind, the subject of Psychoanalysis? This paper argues that the way of separating both fields in which Freud’s claim makes sense has changed considerably since his day, so that we are justified in ranking Psychoanalysis on the same side as History, Anthropology and similar disciplines, as we usually do nowadays. It also explores some intriguing parallels between the notions of “natural selection” and “unconscious”, as well as some rhetorical strategies employed by both Darwin and Freud - in this case, probably unaware that he was copying his great predecessor - when they set to the task of persuading their readers that those ideas cannot be dispensed with in their respective fields.