Scielo RSS <![CDATA[Revista Mal Estar e Subjetividade]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=1518-614820090001&lang=en vol. 9 num. 1 lang. en <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org <![CDATA[<b>Relationships between people as a source of discontent</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482009000100001&lng=en&nrm=iso&tlng=en <![CDATA[<b>Beyond work</b>: <b>leisure of the retired</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482009000100002&lng=en&nrm=iso&tlng=en Por primera vez en la historia de la humanidad los jubilados son una parte muy importante de la pirámide de población. Su crecimiento, además de ser un signo propio de nuestra época, plantea problemas laborales, sociales, familiares y personales que nos afectan a todos. La jubilación puede ser un tiempo libre merecido, utilizado en un desarrollo personal deseado; pero también un periodo sin sentido, caracterizado por el deterioro y el aburrimiento. La vivencia de un ocio ajustado y maduro juega un importante papel en este momento de la vida, ayudando a afrontar con optimismo la nueva situación. Sin embargo, son pocas las personas que han cultivado las destrezas que le permitan utilizar el tiempo libre de forma satisfactoria. Más allá del trabajo: El ocio de los jubilados reflexiona sobre estas cuestiones, partiendo de datos relacionados con la realidad española, con la intención de plantear el tema de un modo general, más allá de las fronteras de un país concreto. Sus páginas proponen pautas a considerar desde el periodo laboral, así como orientaciones de ocio activo experimentadas directamente en el entorno universitario.<hr/>This is the first time that in the history of humanity retired people constitutes a very significant part of the pyramid of population. Its growth creates labour, social, family and personal problems that affect to everybody apart of being a typical sing of our times. Retirement can be a well deserved free time, used in a desired personal development but also a senseless time featured by deterioration and boredom. The experience of a right and mature leisure plays an important role in this period of life, helping to face optimistically the new situation. However, few people have cultivated the skills that allow them to use time in a satisfactory way. Más allá del trabajo: el ocio de los jubilados deals with these issues, starting from data regarding Spanish reality with the aim of raising the issue in a general way beyond the borders of a particular country. Its pages put forward a set of guidelines to be considered from a labour period as well as guidance of active leisure directly experienced in the university environment.<hr/>Pela primeira vez na história da humanidade os aposentados são uma parte muito importante da pirâmide populacional. Seu crescimento é um sinal próprio da nossa época e cria situações sociais, laborais, familiares e pessoais que nos afetam todos. A aposentadoria pode ser um tempo livre merecido, utilizado no desenvolvimento pessoal desejado, mas também pode ser um tempo livre sem sentido, caracterizado pela deterioração e pelo tédio. A experiência de um ócio ajustado e maduro exerce um papel importante neste momento da vida, ajudando a enfrentar a nova fase com otimismo. No entanto, são poucas as pessoas que cultivaram as competências que lhes permitem utilizar o tempo livre de forma satisfatória. Este artigo trata dessas questões, com base em dados relacionados com a realidade espanhola, mas com o intuito de abordar o tema de um modo geral, além das fronteiras de um país específico. Estas páginas propõem pautas a se considerar desde o período laboral, assim como orientações de ócio ativo experienciadas diretamente no entorno universitário. <![CDATA[<b>Affection in relationship patient and environment hospital</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482009000100003&lng=en&nrm=iso&tlng=en O objetivo desse artigo é discutir a afetividade como categoria de análise da relação paciente e ambiente hospitalar. Esse artigo é parte do desenvolvimento da Dissertação de Mestrado, intitulada "Afetividade e ambiente hospitalar: Construção de significados pelo paciente oncológico com dor". Buscou-se uma compreensão histórico-cultural na relação entre percepção e ação, subjetividade e objetividade, paciente e hospital, enfatizando a afetividade (emoções e sentimentos) como possibilidade de integração e superação da visão dicotômica dessas dimensões. Partiu-se dos pressupostos de que a afetividade pode ser uma forma de se conhecer o ambiente hospitalar e de que a experiência emocional é um indicador da ação e da forma como o paciente se implica nesse espaço. Com intuito de enriquecer a pesquisa bibliográfica, fez-se uso de um estudo preliminar realizado durante a elaboração do texto da dissertação. Nesse trabalho de campo, foi utilizada uma metodologia de apreensão dos afetos desenvolvida por Bomfim (2003) na sua tese de doutorado, a saber: os mapas afetivos. A princípio, definiu-se afetividade como sentimentos e emoções. No segundo momento, procurou-se discutir sobre a afetividade como categoria mediadora de dicotomias presentes na ciência psicológica, iniciando pela razão x emoção, em seguida, enfocando a relação mente x corpo no contexto hospitalar. Discutiu-se, então, sobre importância da cultura nas formas de manifestação dos sentimentos, emoções e sensações corporais, enfocando os aspectos socio-culturais da dor. Referenciando-se na noção de que o impacto emocional do ambiente interfere nas condutas humanas, empreendeu-se, também, uma discussão sobre a afetividade como mediadora da ação-transformação. Os resultados apontaram para imagens de contraste, sofrimento, agradabilidade e insegurança presentes no ambiente hospitalar e como o estudo do ambiente por intermédio da afetividade pode favorecer a humanização e o tratamento dos pacientes oncológicos com dor.<hr/>This article aims to discuss the affection as an analysis category of the relation between the patient and the hospital. This work is a part of the master's dissertation entitled "Affection and hospital: construction of meanings by the oncologic patient with pain." We aimed to bring a historic-cultural understanding about the relationships between perception and action, subjectivity and objectivity, patient and hospital, emphasizing the affection (feelings and emotions) as a possibility of integration and overcoming the dichotomy of these dimensions. It was based on the assumptions that the affection may be a way to understand the hospital environment and that the emotional experience is an indicator of the patient action and how he gets involved in this space. In order to enrich the literature investigation, we used a preliminary study carried out during the preparation of the dissertation text. In this field work, we used an affection apprehension methodology developed by Bomfim (2003) in her doctoral thesis, namely the affective maps. At first, it was defined what is meant by affection, feelings and emotions. Secondly, we have tried to discuss the affection as a mediator category for the dichotomies in the psychological science, beginning with rationality x emotion, then focusing on the relationship mind x body in hospital context. We discussed, then, on the importance of culture in the forms to express feelings, emotions and body sensations, focusing on the social and cultural aspects of pain. We took as a reference the notion that the emotional impact of the environment affects human conduct, and we also had a discussion on affection as a mediator of the action/transformation. The results brought us images of contrast, suffering and safety in the hospital environment and also showed how the study of the environment through the affection may promote the humanization and the treatment of oncologic patients with pain. <![CDATA[<b>Anxiety and subjectivity</b>: <b>on psycho-somatic phenomena from Freud and Winnicott theories</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482009000100004&lng=en&nrm=iso&tlng=en O trabalho desenvolvido no ambiente hospitalar nos coloca diante de diversas questões, entre as quais recortamos uma: como podemos entender, a partir do referencial teórico da psicanálise, os fenômenos psicossomáticos tão comuns de serem encontrados nos hospitais? Na tentativa de compreensão de tais fenômenos, o presente artigo percorre as considerações de Freud e Winnicott em relação à constituição da subjetividade e dos processos que mediam as relações psique/soma a partir das primeiras experiências de satisfação que deixam, como resíduo, a sensação de angústia a partir da qual o sujeito pode ir se constituindo. Inicialmente, a perspectiva freudiana sobre o conceito de angústia é apresentada. O texto percorre suas primeiras considerações sobre o tema concentrando-se na distinção efetuada pelo autor entre neuroses atuais e psico-neuroses. A seguir, ingressa nas considerações teóricas referentes aos artigos da meta-psicologia, nos quais a angústia é definida como um sucedâneo do processo de recalcamento. Em seguida, as últimas considerações freudianas sobre o conceito de angústia são apresentadas e relacionadas ao estado de desamparo físico e psíquico do bebê em suas primeiras experiências de satisfação. O texto apresenta, então, o conceito de angústia automática que produz, como resposta, a emergência da subjetividade. Tais argumentações são tomadas como ponte de transição para Winnicott e sua paradoxal percepção sobre o desenvolvimento emocional enfatizando o conceito cunhado pelo autor por "angústia impensável". Por fim, o texto propõe uma questão: poderíamos conceber os fenômenos psicossomáticos como uma resposta possível à angústia impensável naquilo em que há algo, nesse movimento, de não simbolizável e que se expressa, assim, através do corpo?<hr/>When you work in a hospital environment, you have to face several challengers. Among them, the present article analyses one: the psycho-somatic phenomena which are frequently found at hospitals. In order to understanding them, Freud and Winnicott perspective on constitutional subjectivity are focused. Also, the article focus the psychological process that makes the relation between psyche and soma from the primaries 'satisfaction experiences' which lead to anxiety from what subject starts his maturational process. First, Freud's concept of anxiety is presented. The article shows his first considerations on this point focusing his distinction between actual and psycho-neurosis. Then, Freud's theory, on his meta-psychological articles, is considered. At this point, anxiety is defined as a result of repression process. Further, Freud's last consideration on anxiety is presented in relation to babies' state of psychic and physic helplessness during his first satisfaction experiences. The paper introduces, here, Freud's concept of 'automatic anxiety'. Those points of view are taken as a transitional bridge to Winnicott's work and his paradoxical conception of subjectivity development, focusing on his concept of "unthinkable anxiety". Finally, the article proposes a question: can we understand those psycho-somatic phenomena as a possible subjective response to unthinkable anxiety? Since, at this movement, there is something impossible to be symbolized and, for that, it has to be expressed through out body? <![CDATA[<b>Psychodynamic aspects in subjects that submitted a bariatric surgery without medical indication</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482009000100005&lng=en&nrm=iso&tlng=en A ocasião de uma preocupação corporal pode funcionar como um estímulo indutor ao sujeito para a construção de uma narrativa sobre seu sofrimento. Baseado nessa asserção o presente trabalho buscou investigar os aspectos psicodinâmicos em sujeitos que fizeram a cirurgia bariátrica sem indicação médica. O material interpretativo é fruto de duas entrevistas do tipo clínico com mulheres que fizeram a cirurgia de redução do estômago. Procedeu-se a reconstrução das entrevistas a partir do material subjetivo e transferencial que emergiu da condição de entrevista e evocado pelos sujeitos ao serem convidados a falar sobre a experiência do ganho de peso e da cirurgia de redução do estômago. A partir do percurso de pesquisa adotado, as entrevistas apontam que a cirurgia se constitui como uma tentativa de mudança, nesse caso, de mudar a sua própria identidade. Contudo, devemos ter a cautela de dizer que se trata muito mais de uma via aberta, para o sujeito, de uma mudança em sua vida que pode ou não se concretizar. Diferentemente de uma tentativa de restituir saúde, ou um estado de coisas anterior (como no caso da doença), os sujeitos antes obesos buscam provocar um verdadeiro corte em sua própria história, buscam operar uma mudança em sua própria identidade inscrita e expressa no visível de seus corpos.<hr/>The occasion of a corporeal preocupation can carry on as a inductive stimulus to the subject to the construction of a narrative about his suffering. Baseg on this assertion the present work investigated the psychodynamic aspects in subjects that submitted to the bariatric surgery without medical indication. The interpretative material is result of two interviews of the clinical type with women that submitted to the stomach reduction surgery. Proceeded the reconstruction of the interviews through the subjective material and transferential that emerged of the condition of the interview and evoked by the subjects when were invited to talk about the experience of overweight and of stomach reduction surgery. From the course of the adopted research, the interviews show that the surgery constitutes as a change trial, in this case of changing his own identity. Although, we must have the caution of saying that respect much more a open via, to the subject, of a change in his life that can or cannot concretize. Differently of a trial of replacing health, or a state of a anterior things (as in the case of the ilness), the persons previously obese search to provoke a true rupture in their own history, search to operate a change in their own inscribed and expressed identity in the visible of theirs bodies. <![CDATA[<b>Formation as deformation</b>: <b>exhaustion between Nietzsche and Deleuze</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482009000100006&lng=en&nrm=iso&tlng=en O objetivo deste artigo é oferecer ferramentas conceituais que possam ajudar na reflexão acerca da questão da formação como deformação a partir de alguns movimentos na obra de Nietzsche e de Gilles Deleuze. Para Nietzsche, "estamos cansados do homem, nós sofremos do homem". Com isso, ele quer dizer que o que nos cansa e o que nos faz sofrer é o fato de que o homem se tornou algo como médio, medíocre e insosso. É o diagnóstico de Nietzsche do que emerge no final do século XVIII na cultura. E essa mesmice do homem, este apequenamento do homem, tornou-se a meta da nossa civilização, não um acidente de percurso, mas uma meta. Como resistir a essa forma-homem? Com essa pergunta, Gilles Deleuze diz que: "Resistir significa extrair desse homem as forças de uma vida mais afirmativa". Para isso tudo, auxilia-nos um filete cortante, um fio tênue e potente que atravessa a obra de Deleuze e se inscreve em uma das maneiras pelas quais ele leu Nietzsche. Na sensibilidade contemporânea, este fio diz respeito a muitas de suas configurações, em sobreposição. Essa linha de força é capaz de amarrar ou desamarrar muitos feixes de fenômenos atuais, problematizando quatro movimentos justapostos na alma dos tempos de agora, permitindo pensar coexistências e simultaneidades. Tratarei detidamente esses movimentos e traçarei um arco histórico para problematizar as formas autodeformantes em sua nocividade e fecundidade na contemporaneidade. Questão tratada por Deleuze no seu último longo texto, publicado em 1992, intitulado "L'épuisé" ["O esgotado"], cujo tema é o esgotamento do possível. O esgotamento não é um estado de prontidão, que guardaria um certo campo pragmático. A ativação no esgotamento é uma vibração intensiva, não é para alguma coisa. É poder dizer um sim à vida, tal como ela seja.<hr/>The objective of this article is to offer tools of evaluation that could be able to help in the complication about the question of the formation as deformation from some movements inscribed in the work of Nietzsche and Gilles Deleuze. For Nietzsche, "we are tired of the man, we suffer from the man". What tires us and what make us suffer is the fact that the man became something as medium, mediocre and flavorless. It is the diagnosis of Nietzsche of what emerges in the culture in the end of the century XVIII. And that sameness of the man, this diminution of the man, became the goal of our civilization, not an accident of journey, but a goal. How to resist that man-form? With that question, Gilles Deleuze indicates that: "resist means to extract of this man the forces of a more affirmative life ". For all of that helps us a cutting fillet, a powerful and faint thread that travels through the work of Deleuze and itself inscribes in one of the ways by the which he read Nietzsche. In the contemporary sensibility, this thread gives concerns to many of its configurations, in superimposition. That line of force is capable of tie or unties many bundles of present phenomenon, complicating four movements juxtaposed in the soul of the times of now, permitting think coexistences and simultaneities. I will treat thoroughly those movements and I will draw a historical arch to complicate the auto deformated forms in its harm and fertility in the contemporary. Question tried by Deleuze in his last long text, published in 1992, that titles "L'épuisé" ["The exhausted"] whose matter is the exhaustion of the possible one. The exhaustion is not a state of readiness that would guard a certain pragmatic field. The activation in the exhaustion is an intensive vibration, is not for something. It is a yes can say to the life, as being. <![CDATA[<b>The hell are the others</b>: <b>an analysis of the fear of strange in the city of Fortaleza (CE)</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482009000100007&lng=en&nrm=iso&tlng=en O presente artigo discute a problemática do medo na contemporaneidade e sua relação com o "sentimento de estranheza" que se faz presente nos seres humanos. O referencial empírico são as experiências vivenciadas por moradores que residem em um bairro de classe média na cidade de Fortaleza/CE. Parte-se da hipótese de que os indivíduos que habitam as chamadas "espacialidades do medo", áreas com aspectos desérticos, afastadas de aglomerados urbanos e com um forte aparato de segurança, experimentam de forma mais intensa o "medo do estranho". O medo é sempre medo do estranho, e dependendo do contexto, o estranho pode assumir várias faces. Esse ser indecifrável e sem rosto, em algumas situações ganha cor, residência, idade, para que assim seja possível o apaziguamento de nossas neuroses cotidianas. A partir de entrevistas com os respectivos moradores, busco analisar as significações imaginárias sociais presentes em suas falas, que definem suas representações acerca deles próprios, assim como dos estranhos que cruzam as ruas do referido espaço, tornando-se assim suspeitos em potencial. Apesar de muitos estudos apontarem o aumento da violência urbana como principal intensificador da segregação sócio-espacial nas principais capitais do país, entendemos que existem fatores mais complexos que definiriam nosso interesse de manter distância daqueles que "consideramos indesejáveis". Por isso, fui buscar na Psicanálise uma das chaves de compreensão do fenômeno da segregação urbana.<hr/>This article discusses the problem of fear in the present days and its relationship with the "feeling of strangeness" that is present in humans. The empirical references are constituted by the experiences of the residents of a middle class neighborhood in Fortaleza city, Ceará, Brazil. It's assumed that individuals who inhabit the so-called "spaces of fear" - areas with desert-like aspects, remote from urban areas and with a strong security apparatus - had a more intense "fear of the stranger". The fear is always afraid of the stranger and, depending on the context, it can take many strange faces. That indecipherable and faceless being, in some situations, receive color, residence, age, so that is possible to ease our everyday neuroses. From interviews with their residents, I propose to examine the social imaginary significations present in their discourse, which define their representations about themselves and about the strangers who they bump into in those areas, thus becoming a potential suspect. Although many studies suggest the increase in urban violence as the main socio intensifier of segregation in major capitals of the country, we believe there are more complex factors defining our interest to keep away those who "feel unwanted". Therefore, I seek in Psychoanalysis one of the keys to understand the urban segregation phenomenon. <![CDATA[<b>Perversion</b>: <b>a structure, an assembly or any else?</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482009000100008&lng=en&nrm=iso&tlng=en No presente artigo, a partir de questionamentos oriundos de uma pesquisa sobre a possível clínica da perversão, a diferenciação entre montagens perversas e identidade estrutural se situou como um nó central. Portanto visou-se nesse trabalho fazer um contraponto entre montagem e estrutura perversa através da narrativa produzida de duas vinhetas clínicas e de suas subseqüentes análises. Por estrutura podemos entender um conjunto de um sistema de elementos que obedecem a leis internas de funcionamento de modo que se um dos elementos se mover, a lógica que regula o conjunto também modifica os demais elementos da estrutura. Por outro lado, montagem seria a reunião de partes de modo que possam funcionar e cumprir um fim utilitário. O desdobramento produzido em tais análises levou-nos a caracterizar através da nomeação de funções, as diferentes faces que o Outro assume na perversão, em que a engenharia do fetiche faz sua diferença. Porém, ao percorrer o caminho do estruturalismo na psicanálise, via Lacan, foi possível considerar alguns impasses que se desenharam quando este psicanalista procurou engendrar sujeito e estrutura. Nesse sentido, apesar da diferenciação apontada entre montagens e identidades estruturais, outra coisa toma a cena clínica como sendo o fundamental na clínica das perversões.<hr/>At this article, since questions from a research about a possible perversion clinic, the distinction between perversion assembly and structural identity took part as a central case. So this work is aimed to make a contrast between perversion assembly and perversion structure through-out the narrative made by two clinic jingles and its subsequent analysis. By structure we can understand a set of a system of elements that adhere to internal laws of operation so that if one of the moving, the logic that governs the collection also modifies the other elements of the structure. By the other side, the assembly would be the joint of parts so they can run and deliver an end utility. The breakdown produced in such analysis led us to characterize through the appointment of tasks, the different sides that the other takes on perversion, where the engineering of the fetish makes the difference. Otherwise, passing by the way of structuralism in psychoanalysis, via Lacan, it was possible to consider some predicaments that have designed this when psychoanalyst seek generate subject and structure. In that sense, despite the distinction drawn between assembly and structural identities, something else takes the clinical stage as the key in the clinic of perversions. <![CDATA[<b>Disqualification and social qualification</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482009000100009&lng=en&nrm=iso&tlng=en Os debates em torno da exclusão e da sua relação com a pobreza têm assumido lugar comum seja no discurso político, na mídia em geral ou no meio acadêmico. Neste trabalho, apresentamos uma abordagem acerca de questões relativas às situações de pobreza e as conseqüências advindas da vivência continuada dessa condição por uma parcela significativa de trabalhadores. Contudo, como se verificará adiante, meu enfoque se centrará na dinâmica da desqualificação e da qualificação social e não nos conceitos de exclusão/inclusão amplamente utilizados na atualidade. Entre os motivos que sustentam a idéia de realizarmos uma abordagem centrada nesses conceitos, podemos destacar: que a revisão do processo de desqualificação social surge como importante elemento analítico, pois pode ajudar a compreender como as estruturas sociais se impõem aos indivíduos com poder constitutivo, forjando modos de subjetivação e atuando sobre a base psicossocial desses indivíduos.<hr/>The discussions around the subject of exclusion and its relation with poverty has assumed common place in the politic speech, Medias and the academic field. In this work we show an approach about the questions related with poverty situations and its consequences provoked by the experiences continued of this condition for one expressive part of workers. Nevertheless, as we will see in the following of the text my focus will be centralized in the dynamic of social disqualification and qualification and not the concepts of exclusion/inclusion largely used in contemporary. Between the reasons that support the idea of the realization of an approach centralized in these concepts, we can put in headlight: that the review of the process of social disqualification show a important analytic element, because it can help comprehend as the social structures prevail towards the individuals like constitutive power, shaping ways of subjectification in the same time acting under the psychosocial background of these individuals. <![CDATA[<b>What politic it is possible with deleuzian thought?</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482009000100010&lng=en&nrm=iso&tlng=en Este trabalho pretende discutir a possibilidade de uma política na esteira do pensamento de Gilles Deleuze, levando em consideração a tensão existente entre as concepções de macro e micropolítica e a sua relevância diante de uma filosofia que preza, em última instância, pela diferença pura, o puro devir. O trabalho não pretende descrever o que é a política segundo Deleuze, mas como uma política pode servir de matéria para crítica e para o pensamento segundo o movimento filosófico de suas idéias. O que resulta desse trabalho não é um dado, mas uma interpretação que intenta ser justa com uma filosofia que em todo o seu corpus adensa a crítica do sujeito moderno, identitário e substancial. Essa justiça levada a cabo implica duas conseqüências: arrefece as pretensões humanistas e voluntaristas cujo fundamento está num sujeito capaz de, através da tomada de consciência de suas circunstâncias, mudar os rumos da história e da sociedade - um sujeito compreendido como causa de sua própria humanidade; e liberta o devir, como ser livre, de suas amarras humanas, demasiado humanas, mostrando que existe vida além do homem como medida de todas as coisas. Essas duas conseqüências certamente trazem o desconforto de não mais sentir as rédeas da vida nas mãos, ainda mais se tratando de um tempo histórico onde a miséria humana é chocante. Deleuze, no entanto, não conforta; ele impõe desafios e instiga a criação de sentidos esgotando o possível até brilhar uma vida...<hr/>This work has the/ pretention to discuss the possibility of a politic in the wake of the thought of Gilles Deleuze, taking into account the tension between the concepts of macro and micropolitic and its relevance to a philosophy that values in last instance the pure difference, the pure becoming. This work is not intented to describe what is politics according to Deleuze, but how a politics can serve as a subject to critique and to tought in the philosophical moviment of his ideas. What results of this work is not a fact, but an interpretation that intents to be fair with a philosophy wich, in all of its corpus, makes the critique of the modern subject, subject conceived in identity and substance, denser. This fairness carried out implies two consequences: it cools the humanist and voluntarist pretensions, whose foundation is in a subject capable of, through taking awareness of his circumstances, change the direction of history and society - a subject understood as cause of his own humanity; and frees the devir, as a free being, of its human tethers, all too human, showing that there is life beyond man as a measure of all things. This two consequences certainly bring the discomfort of no longer feeling the life's reins in our own hands, specially considering our historical time where the human misery is shocking. Deleuze, however, does not comfort; he imposes challenges and provokes creation of senses, exhausting the possible until a life shines... <![CDATA[<b>Subjectivity, crisis and environmental education</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482009000100011&lng=en&nrm=iso&tlng=en No âmbito das discussões realizadas sobre as possibilidades de efetivação de intervenções pedagógicas mais críticas, emancipatórias e criativas sobre a problemática ambiental, a subjetividade desponta como categoria central para um redimensionamento do lugar que o sujeito tem ocupado no campo da Educação Ambiental. Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo discutir a questão da subjetividade do educador ambiental como abertura à totalidade do ser. Partindo de uma visão fenomenológica acerca da subjetividade, argumenta que a percepção do sujeito como elemento da totalidade do ser é condição primordial para a prática de educadores ambientais interessados em superar aquilo que é denominado crise ambiental. Apresenta e problematiza algumas explicações recorrentes acerca das possíveis origens e causas de tal crise. Identifica possibilidades de vivência da subjetividade em torno das diferentes formas a partir das quais ela é entendida na contemporaneidade. Questiona a idéia de que vivenciamos uma crise ambiental vinculando essa discussão à necessidade de problematização da subjetividade dos educadores ambientais e de alguns reflexos que isso traz para suas práticas pedagógicas. Conclui pela necessidade de valorização da subjetividade de forma que os diferentes sujeitos da Educação Ambiental sintam-se co-autores de vivências restauradoras dos encontros de cada um consigo, com o outro e com o todo.<hr/>Subjectivity emerges as a central topic to the subject's replacement in Environmental Education field, in the context of discussions about possibilities to turn concrete critical, emancipatory and creative pedagogical practices about environmental problems. In this way, this article aims at discussing environmental educators' subjectivity like an accessibility to the totality. Starting from a phenomenological vision about subjectivity, it argues that perceiving subject as an element of totality is a primordial condition to the practice of environmental educators interested in overreaching what is called environmental crisis. It presents and takes as a problem some reiterative explanations about possible origins and reasons to this crisis. Identifies possibilities about life experience in subjectivity around different ways in which subjectivity is understood in nowadays. Inquiries the idea that we have had life experience in an environmental crisis, binding this discussion to the necessity of reflections about environmental educators' subjectivity and some consequences over their pedagogical practices. It concludes on the necessity of giving to subjectivity a value in order that the different persons in Environmental Education can get a feeling of being partners in life experiences that replace their meetings with themselves, the others and the totality. <![CDATA[<b>Tourism and consumpition of cities</b>: <b>notes on biopower</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482009000100012&lng=en&nrm=iso&tlng=en Partindo do entendimento de que o biopoder tornou-se uma das principais vias que o capital recorre para se propagar, Michel Foucault lançará esta discussão pensando o biopoder como uma tecnologia de dupla face que por um lado age a partir da disciplina de regulação dos corpos, através principalmente das instituições de confinamento para gerar um indivíduo dócil e últil (anatomo-política) e concomitantemente incide sobre a coletividade humana, gerindo a vida da população, ordenando as cidades, através do controle das taxas de natalidade, mortalidade, morbidade, longevidade, portanto, incidindo de maneira massificante sobre o corpo-espécie (biopolítica das populações). Inspirados na analítica foucaultiana a respeito do biopoder lançamos o seguinte questionamento que irá conduzir o objetivo do presente artigo: como esta tecnologia de dupla face interfere na prática contemporânea do turismo, ou mais precisamente, como o turismo se transforma em um agenciamento do biopoder? Para responder esta indagação propomos inicialmente problematizar como a atividade turística tem se transformado em um importante vetor de (re)invenção das cidades. A cidade do Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, será o foco de nossa reflexão, pois apesar de se tratar de um caso situado, apresenta contornos de uma problemática nacional, quiçá mundial. Em seguida, discutiremos as modificações no tratamento teórico conferido ao tema do consumo na sociedade capitalista, ressaltando a compreensão de uma forma específica de consumo, a do turismo de massa, além do processo de produção de subjetividade envolvido. Discutiremos ainda os investimentos do biopoder a partir da disciplinarização do olhar que anima a experiência turística e o ordenamento que transforma a cidade enquanto localidade destinada para tal experiência. Por fim, lançaremos mão de questões relativas aos embates acionados frente a turistificação da cidade do Natal, ressaltando algumas capturas e resistências deste processo em curso.<hr/>Based on the understanding of biopower as one of the main forms of capitalism propagation, Michel Foucault will promote this discussion of biopower as a double-edged technology. On one side it regulates the bodies by means of confinement institutions to produce a docile and useful individual (political-anatomy) and concomitantly projects upon the human collective, promoting life in populations, arranging cities through the control of the indices of natality, mortality, morbidity, and longevity, thereby affecting, in a massifying way, the body species (biopolitics of the populations). Inspired by the foucaultian analysis of biopower, we propose the following question that directs the objective of this article: How does this double-edge technology interfere in the contemporary tourism practice? More precisely, how does tourism transforms itself in an agency of biopower? The city of Natal, capital of the State of Rio Grande do Norte will be the focus of our reflection, because even though it is situated case, it presents elements of a national, and maybe global, problem. Then, we argue that tourism has transformed itself in an important intermediary for the (re)invention of cities. We then discuss the modifications of the theoretical application to the consumption theme in a capitalist society, highlighting the understanding of mass tourism as one specific form of consumption and subjectivity production process involved. We also discuss the investments of biopower, based on the disciplinarization of the look that guides tourist experience. Finally, we ask questions related to conflicts resulting from tourism activities in the city of Natal, pointing out some resolution and resistance aspects in this process. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482009000100013&lng=en&nrm=iso&tlng=en