Scielo RSS <![CDATA[Psicologia USP]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=1678-517720090003&lang=pt vol. 20 num. 3 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-51772009000300001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>Para onde foram os bebês?</b>: <b>Em busca de uma Antropologia de bebês (e de seus cuidadores)</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-51772009000300002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Em quase toda a literatura antropológica bebês são frequentemente negligenciados, como se estivessem fora do escopo tanto do conceito de cultura quanto dos métodos da disciplina. Este artigo propõe seis razões para essa exclusão dos bebês da discussão antropológica: as memórias e o status parental do próprio antropólogo, a questão problemática da agência dos bebês e sua suposta dependência de outras pessoas, suas rotinas ligadas às mulheres, sua aparente incapacidade de comunicação, sua propensão inconveniente a vazar através de vários orifícios, e seu aparente baixo grau de racionalidade. A investigação de como os bebês são concebidos fora do mundo ocidental industrializado pode nos levar a percebê-los de uma forma bastante diferente da entendida no Ocidente (inclusive por antropólogos). O confronto entre esses dados comparativos sugere a importância de se considerar os bebês sujeitos relevantes e benéficos para os objetivos da Antropologia.<hr/>In much anthropological literature infants are frequently neglected as outside the scope of both the concept of culture and disciplinary methods. This article proposes six reasons for this exclusion of infants from anthropological discussion. These include the fieldworker’s own memories and parental status, the problematic question of agency in infants and their presumed dependence on others, their routine attached to women, their seeming inability to communicate, their inconvenient propensity to leak from a variety of orifices, and their apparently low quotient of rationality. Yet investigation of how infants are conceived beyond the industrialized West can lead us to envision them far differently from how they are conceived in the West (including by anthropologists). Confronting such comparative data suggests the desirability of considering infants as both relevant and beneficial to the anthropological endeavor.<hr/>Les bébés sont souvent négligés dans la littérature anthropologique, comme s’ils ne trouvaient pas de place dans le concept de culture ou dans les méthodes de cette discipline. Cet article présente six motifs de cette exclusion: les mémoires et le statut de l’anthropologue lui-même, en tant que père/mère; la question problématique de l’agence du bébé et de sa prétendue dépendance à l’égard d’autres personnes; ses routines liées aux femmes; son apparente incapacité communicative; son inconvenante propension à verser travers des orifices divers; et son apparente rationalité faible. L’investigation des conceptions sur le bébé en dehors du monde occidental industrialisé peut nous conduire à une perception diverse de celle répandue dans l’Occident (y compris chez les anthropologues). La confrontation entre ces données comparatives suggère l’importance de regarder les bébés en tant que sujets importants et salutaires pour l’étude anthropologique.<hr/>En casi toda la literatura antropológica, los bebés son a menudo negligenciados, como si estuvieran fuera del ámbito del concepto de cultura, así como de los métodos de la disciplina. Este articulo propone seis razones para esa exclusión de los bebés del debate antropológico: las memorias y el status parental del propio antropólogo, la cuestión problemática de la agencia de los bebés y su supuesta dependencia de otras personas, sus rutinas vinculadas a las mujeres, su aparente incapacidad de comunicación, su inconveniente propensión a fluir por varios agujeros, y su aparente bajo grado de racionalidad. La investigación de como los bebés son concebidos fuera del mundo occidental industrializado puede llevarnos a percibir los bebés de una forma bastante distinta de la comprendida en el Occidente (incluso por antropólogos). El confronto de esos dados comparativos sugiere la importancia de considerarlos sujetos relevantes y benéficos para objetivos de la Antropología. <![CDATA[<b>Revisitando as funções da imaturidade</b>: <b>uma reflexão sobre a relevância do conceito na Educação Infantil</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-51772009000300003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O entendimento sobre a natureza da infância pode ser crítico para várias áreas de investigação e aplicação. As últimas décadas assistiram ao trabalho de desconstrução do conceito de infância, baseando-se nas investigações de historiadores, antropólogos e psicólogos, que mostraram a intensa variabilidade social e cultural no modo como as sociedades e as épocas pensam sobre a infância e decidem como tratá-la. Ao mesmo tempo, ganha força o consenso social sobre a importância da educação desde os primeiros anos de vida, e sobre a escola como lugar privilegiado para a criança, afastada do mundo dos adultos, particularmente do mundo do trabalho. Essas idéias são orientadas de um lado por motivos pragmáticos - a necessidade de preparação da criança para inserção futura no mundo do trabalho, em condições competitivas - e de outro por motivos teóricos - a adoção de uma perspectiva sociocultural e contextualista extremada, que vê o ser humano em desenvolvimento como material plástico, sujeito tão somente aos condicionantes ambientais imediatos e históricos. Este artigo busca esclarecer as limitações de tais posições e propor, em seu lugar, uma agenda de pesquisa sobre a infância enquanto fenômeno biopsicossocial. Para tal, examina as idéias da psicologia evolucionista sobre a imaturidade da espécie humana, e os estudos mais recentes orientados por essa perspectiva, cobrindo tópicos como cognição e metacognição, aprendizagem, autoestima e brincadeira, entre outros. Finalmente, o artigo discute os problemas da organização da educação infantil no Brasil, seus currículos explícito e implícito e a congruência dessa organização com uma concepção biopsicossocial de infância.<hr/>Understanding the nature of childhood may be critical for several areas of research and application. The last decades have witnessed the deconstruction of childhood concepts, based on historical, anthropological and psychological research work, which demonstrate significant social and cultural variability of societies’ and historical epochs’conceptions about childhood and child upbringing. Meanwhile, it’s increasingly consensual that early education is important and that schools are children’s privileged place, detached from the world of adults and particularly from the world of labor. These notions are partially due to pragmatic motives - the need to prepare children for their future insertion in a competitive labor market - and also to theoretic considerations: the assumption of radical socio-cultural and environmental perspectives which construe developing human beings as endowed with unlimited plasticity and liability to immediate and historical environmental contingencies. This paper aims to question these standpoints and to suggest an alternative research agenda on childhood as a bio-psycho-social phenomenon. Human immaturity is focused from an Evolutionary Psychology perspective, as well as recent studies on cognition and metacognition, learning, play and self-esteem, among other themes approached from this perspective. Questions related to childhood education in Brazil, its implicit and explicit curricula and its compatibility with a bio-psycho-social conception of childhood are discussed.<hr/>La compréhension de la nature de l’enfance peut être critique dans divers domaines d’investigation et d’application. Les dernières décennies ont assisté au travail de déconstruction du concept de l’enfance, en se basant sur les recherches d’historiens, d’anthropologues et de psychologues, qui ont démontré l’intense variabilité sociale et culturelle sur la façon dont les sociétés et les époques pensent de l’enfance et choisissent de l’aborder. En même temps, le consensus social sur l’importance de l’éducation dès les premières années de vie, ainsi que sur l’école en tant qu’espace privilégié pour l’enfant, distant du monde des adultes et particulièrement du monde du travail, se consolide. Ces idées sont orientées d’une part pour des raisons pragmatiques - le besoin de préparation de l’enfant pour sa future insertion dans le monde du travail, dans des conditions compétitives, et d’autre part pour des motifs théoriques - l’adoption d’une perspective socioculturelle et contextualiste radicale, qui voit l’être humain en développement comme du matériel souple, à peine astreint aux pressions environnementales et historiques. Cet article cherche à clarifier les limitations de telles positions et proposer, à leur place, un plan de recherche sur l’enfance en tant que phénomène biopsychosocial. Pour cela, il examine les idées de la psychologie évolutionniste sur l’immaturité humaine et les études les plus récentes orientées par cette perspective, en s’étendant sur des items comme la cognition et la métacognition, l’apprentissage, l’estime de soi et le jeu, entre autres. Finalement, l’article discute les problèmes de l’organisation de l’école maternelle au Brésil, ses cursus explicite et implicite, et la compatibilité de cette étape de l’éducation avec une conception biopsychosociale de l’enfance.<hr/>La comprensión sobre la naturaleza de la infancia puede ser crítica para las varias áreas de investigación y aplicación. Las últimas décadas asistieron al trabajo de des-construcción del concepto de infancia, teniendo como basis las investigaciones de historiadores, antropólogos y psicólogos, que evidenciarón la intensa variabilidad social y cultural en el modo como las sociedades y las épocas piensan sobre la infancia y deciden como tratarla. Al mismo tiempo, gana fuerza el consenso social sobre la importancia de la educación desde los primeros años de vida, y sobre la escuela como lugar privilegiado para el niño, alejado del mundo de los adultos, particularmente del mundo del trabajo. Esas ideas son orientadas de un lado por motivos pragmáticos - la necesidad de preparación del niño para su futura inserción en el mundo del trabajo, en condiciones competitivas, y por otro por motivos teóricos - la adopción de una perspectiva sociocultural e contextual extremada, que ve al ser humano en desarrollo como material plástico, sujeto a no más que a los condicionantes ambientales inmediatos y históricos. Este artículo busca esclarecer a las limitaciones de tales posiciones y proponer, en lugar de ellas, una agenda de pesquisa sobre la infancia como fenómeno bio-psico-social. Para tal, examina las ideas de la psicología evolucionista sobre la inmadurez de la especie humana, y los estudios más recientes orientados por esa perspectiva, cubriendo tópicos como cognición y meta-cognición, aprendizaje, auto-estima y juego, entre otros. Finalmente, el artículo discute los problemas de la organización de la educación infantil en Brasil, sus currículos explícito y implícito, y la congruencia de esa organización con una concepción bio-psico-social de infancia. <![CDATA[<b>Aprendendo sobre eventos físicos com parceiros de idade</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-51772009000300004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Estudando crianças de 19 a 31 meses, numa perspectiva sociointeracionista, exploram-se diferentes situações de brincadeira com o parceiro de idade que parecem instigar aquisições e aprendizagens. O brincar é concebido como um espaço privilegiado de observação pelo valor motivacional prevalente que tem para as crianças. Por meio da brincadeira, ou mesmo para brincar, a criança lança mão de diversas estratégias na tentativa de resolver seus problemas (introduzir-se em um arranjo social já configurado, dirimir um conflito; chamar a atenção do parceiro, tecer o enredo do episódio, conseguir um resultado semelhante com o mesmo objeto etc.). Com este trabalho pretendeu-se evidenciar a potencialidade de diversos caminhos de aprendizagem sobre eventos físicos quando as crianças lidam com objetos deixados à sua disposição. Nos episódios selecionados para análise foi possível identificar quatro dinâmicas interacionais que revelam estratégias utilizadas pelas crianças em ações cooperativas que podem conduzir a aprendizagens e evidenciam que, mesmo bem pequenas, elas refletem sobre suas próprias ações e as de seus parceiros. Discutem-se algumas implicações teóricas e educacionais dessas evidências.<hr/>Different play situations that may favor learning and cognitive acquisitions are explored focusing peer interactions among 19-31 month-old children from a socio-interactionist perspective. Play is construed as a privileged space of observation due to its motivational priority for young children. Through play, and/or to play, children use several strategies while trying to solve problems such as introducing him/herself into an already structured social configuration, capturing the partner’s attention, sorting out conflicts, building up the script of a play episode, reaching a similar result while using a similar object and so on. The present paper aimed to investigate potential forms of learning about physical events when a small group of children deals with objects. Four interactional dynamics were identified to highlight strategies used by children in cooperative actions which carry apparent learning consequences and show that even very young children reflect about his/her and the partners’ actions. Some theoretical and educational implications of these findings are discussed.<hr/>On étudie des enfants de 19 à 31 mois dans une perspective socio-interactionniste et on exploite, avec le partenaire du même âge, situations diverses de jeu qui semblent stimuler des acquits et des apprentissages. Le jeu est conçu comme un espace privilégié d’observation pour la valeur motivationnelle prédominante qu’il a pour les enfants. Au moyen du jeu, l’enfant fait usage de différentes stratégies en vue de résoudre ses problèmes (s’introduire dans un dispositif social déjà configuré ; éviter un conflit ; attirer l’attention du partenaire ; tisser la trame de l’épisode ; obtenir un résultat semblable avec le même objet, etc.). Ce travail a prétendu mettre en évidence la potentialité de diverses voies d’apprentissage sur des événements physiques lorsque les enfants s’amusent avec des objets mis à leur disposition. Dans les épisodes choisis pour être analysés, il a été possible d’identifier quatre dynamiques interactionnelles qui révèlent des stratégies utilisées par les enfants dans des actions coopératives qui peuvent mener à des apprentissages et qui rendent évident que, même minimes, elles reflètent sur leurs propres actions et celles de leur partenaires. Quelques implications théoriques et éducationnelles de ces évidences sont mises en discussion.<hr/>Estudiando niños de 19 hasta 31 meses, en una perspectiva sociointeracionista, se exploran diferentes situaciones de juegos con el compañero de edad que aparentan instigar adquisiciones y aprendizajes. El jugar es concebido como un espacio privilegiado de observación por el valor motivacional dominante que tiene para los niños. Por medio de los juegos, el niño usa distintas estrategias, intentando solucionar sus problemas (introducirse en un contracto social ya configurado; resolver un conflicto; llamar atención del compañero; tejer el enredo de la situación; conseguir un resultado semejante con un mismo objeto, etc.). Con este trabajo se ha pretendido evidenciar la potencialidad de diversos caminos de aprendizaje acerca de eventos físicos cuando los niños juegan con objetos dejados a su disposición. En los episodios seleccionados para análisis fue posible identificar cuatro situaciones que revelan estrategias utilizadas por niños en acciones cooperativas que pueden conducir a aprendizajes y evidencian que, aún muy pequeñas, reflejan acerca de sus propias acciones y de sus parceros. Son discutidas algunas implicaciones teóricas y educacionales de esas evidencias. <![CDATA[<b>Crianças de dois anos de idade como coconstrutoras de cultura</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-51772009000300005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt De que maneira a cultura é coconstruída no nível micro das interações diárias em uma creche? O que é a “cultura” que está sendo construída, quem são os construtores e como o fazem? Este artigo se baseia em um estudo de caso de interação de crianças de dois anos de idade. Para o estudo, gravações em vídeo foram feitas duas vezes por mês durante um período de sete meses em uma creche na Finlândia. Nas sessões de gravação, as crianças recebiam alguns objetos para brincar. Quatro sessões foram selecionadas para a análise qualitativa. Durante a primeira sessão, as crianças produziram uma contracultura às tentativas da professora de estruturar a situação. Gestos, posturas e verbalizações entre as crianças surgiram de movimentos inicialmente aleatórios. O significado e as funções dessas posturas, movimentos e sons mudaram durante o andamento das ações. Alguns dos movimentos e verbalizações foram restabelecidos e mais elaborados nas sessões de gravação seguintes. As circunscrições para as ações foram constantemente negociadas verbalmente e não verbalmente entre as crianças e os adultos. A cultura institucional mais ampla da educação infantil não constituía uma estrutura passiva externa ao andamento das ações, mas ganhava concretude nas situações do aqui-e-agora. As expectativas e intenções dos adultos materializavam-se nas iniciações e nos ajustes do ambiente e canalizavam as possibilidades de ação das crianças. Baseando-se nisso, as crianças coconstruíam movimentos e significados novos fora da esfera de expectativa dos adultos.<hr/>How is culture coconstructed in the micro-level of everyday interactions in a day care center? What is the “culture” being constructed, who are the constructors and how? This paper is based on a case study of interaction among two-year-old children. For the study, video recordings were made twice a month during a period of seven months in a day care centre in Finland. In the recording sessions, the children were provided some objects to play with. Four sessions were selected for qualitative analysis. During the first session, the children produced a counter-culture to the teacher’s attempts to structure the situation. Gestures, postures, and verbalizations among the children emerged from initially random movements. The meaning and the functions of these postures, movements and sounds changed during the flow of actions. Some of the movements and verbalizations were re-established again and elaborated further in the following recording sessions. The constraints for actions were continuously negotiated nonverbally and verbally among the children and the adults. The wider institutional culture of early childhood education wasn’t a passive frame somewhere outside the flow of actions, but it gained concreteness in the here-and-now situations. The adults’ expectations and intentions were materialized in the initiations and in the arrangements of the setting and canalized the children’s possibilities for actions. From this basis, the children co-constructed novel movements and meanings outside the adults’ sphere of expectation.<hr/>Comment la culture se co-construit-elle au micro-niveau des interactions quotidiennes dans un service d’accueil de la petite enfance? Quelle est cette ‘culture’ construite, qui sont les constructeurs et comment procédent-ils? L’article s’appuie sur une étude de cas portant sur les interactions entre enfants de deux ans. Pour cette étude, des enregistrements-vidéos ont été effectués deux fois par mois pendant sept mois dans un service d’accueil, en Finlande. Lors de ces enregistrements, les enfants avaient des objets avec lesquels jouer. Quatre séances ont été choisies pour l’analyse qualitative. Au cours de la premiére séance, les enfants ont produit une contre-culture aux tentatives de l’enseignante pour structurer la situation. Les gestes, postures et verbalisations des enfants ont émergé de leurs premiéres conduites effectuées au hasard. La signification et les fonctions de ces postures, mouvements et sons se sont transformés au cours de leurs actions. Certains mouvements et verbalisations ont été ré-établis et élaborés plus avant, au cours des séances suivantes. Les contraintes de l’action ont été constamment négociées, de façon verbale et non-verbale, entre les enfants et les adultes. La culture institutionnelle plus large de la petite enfance ne fut pas un cadre passif, quelquepart à l’extérieur du déroulement des actions mais a gagné quelque chose de concret dans l’ici et maintenant des situations. Les attentes et intentions des adultes furent matérialisées dans les initiatives et les aménagements de la situation, et ont canalisé les possibilités des enfants pour l’action. A partir de là, les enfants ont co-construit des mouvements et significations nouveaux, en dehors des attentes des adultes.<hr/>¿Cómo se co-construye la cultura en el nivel micro de la interacción cotidiana en un centro infantil? ¿Cuál es la cultura que se construye, quienes son los constructores y como lo hacen? Este artculo se basa en un estudio de caso de la interacción entre niños de dos anos de edad. Para este estudio se hicieron grabaciones en video dos veces al mes durante un periodo de siete meses, en un centro infantil en Finlandia. En las sesiones grabadas se les proporcionó a los niños objetos para jugar. Cuatro sesiones fueron seleccionadas para los análisis. Durante la primera sesión, los niños produjeron una contra-cultura a los intentos de los maestros de estructurar la situación. Gestos, posturas y verbalizaciones entre los niños surgieron casualmente en los movimientos iniciales. El significado y las funciones de esas posturas, movimientos y sonidos cambiaron durante el flujo de las acciones. Algunos de esos movimientos y verbalizaciones fueron reestablecidos nuevamente y desarrollados aún más en las grabaciones posteriores. Las limitantes del accionar fueron continuamente negociados verbal y no verbalmente entre los niños y maestros. La amplia cultura institucional de la educación parvularia no era un marco pasivo de referencia al margen del flujo de las acciones, sino que se hacia concreta en el aqui-y-ahora de las situaciones. Las expectativas e intenciones de los adultos se materializaban en la iniciación y en el ordenamiento del contexto y canalizaban las posibilidades de actuar de los niños. Desde esta base los niños co-construían nuevos movimientos y significados al margen de las esferas de expectativas de los adultos. <![CDATA[<b>Desenvolvimento do conceito de espaço em crianças e a educação infantil</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-51772009000300006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Orientando-se pela Teoria dos Campos Conceituais de Vergnaud, empreendeu-se uma análise de um episódio videogravado, com 10 crianças de 9 a 17 meses, no berçário de uma creche pública, para identificar esquemas do conceito de espaço estabelecidos espontaneamente pelas crianças, especialmente quanto à localização e orientação espaciais. A seleção do episódio envolveu a observação e revisão de 1320 minutos de registros em vídeo. O esquema de empurrar uma mesa foi o mais utilizado pelas crianças para deslocá-la, ajustando-se e sendo até substituído pelo esquema de puxar quando a mesa era detida. O repertório de ações utilizado e a participação de seis das 10 crianças indicam um compartilhamento do significado da brincadeira e sugerem que elas são motivadas a experimentar e a obter informações sobre o espaço (regras, conceitos e teoremas) de modo mais avançado do que o esperado. A situação lúdica proporcionou também a oportunidade de aquisição de noções de outros campos conceituais.<hr/>Guided by Vergnaud’s Conceptual Fields Theory, an analysis was performed on a videorecorded episode involving ten 9 to 17 month-old children at the nursery of a public Day Care Center, aiming at identifying space conception schemes spontaneously established by the children, especially regarding space location and orientation. The episode was selected through detailed observation and revision of 1320 minutes of videorecordings. The pushing scheme was the most used by the children for the displacement of a small table around the room, and it was adjusted and even replaced by the pulling scheme when the table got stopped. The actions’repertoire and the participation of 6 out of the 10 children indicate that the game’s meaning was shared by the children and suggest that they are motivated to experiment on, and to obtain information (rules, concepts and theorems) about the space in which they are inserted in more advanced ways than would be expected. Opportunities for the acquisition of concepts from other conceptual fields were also granted by the play setting.<hr/>A partir de la Théorie des Champs Conceptuels de Vergnaud, une analyse a été réalisé d’un épisode enregistré sur vidéo, avec dix enfants de neuf à dix-sept mois, dans une crèche publique, afin d’identifier les schèmes du concept d’espace établis spontanément par les enfants, en particulier pour la localisation et l’orientation spatiales. Le choix de l’épisode a impliqué l’observation et la révision de 1320 minutes d’enregistrements vidéo. Le schème de pousser une table fut le plus utilisé par les enfants pour la déplacer, y compris en s’ajustant et allant même jusqu’à être remplacé par le schème de tirer lorsque la table était coincée. Le répertoire d’actions utilisé et la participation de six des dix enfants indiquent un copartage de la signification du jeu et suggèrent qu’ils sont motivés à faire l’expérience et à obtenir des informations sur l’espace (règles, concepts et théorèmes) d’une façon plus poussée que celle qui était attendue. La situation ludique a également permis d’acquérir des notions d’autres champs conceptuels.<hr/>Orientado por la teoría de los Campos Conceptuales de Vergnaud, fue realizado el análisis de un episodio vídeo grabado, con niños de 9 a 17 meses de una sala cuna, en una guardería pública, con el objeto de investigar sobre esquemas del concepto de espacio, específicamente aquellos referentes a ubicación y orientación espaciales, establecidos espontáneamente por los niños. La selección de dicho episodio se dió a partir de la observación y revisión de 1320 minutos de videograbación. El esquema de empujar una mesa fue el más utilizado para desplazala, ajustándose y siendo inclusive sustituido por el esquema de estirar cuando la mesa se detenía. El repertorio de acciones utilizado y la participación de seis de los 10 niños indican que las mismas compartieran del significado del juego, y sugieren que los niños son motivados a experimentar y a obtener informaciones sobre el espacio (reglas, conceptos y teoremas), de modo más avanzado que lo esperado. La situación lúdica proporcionó también la oportunidad para adquisición de otros campos conceptuales. <![CDATA[<b>Introduzindo a política na creche</b>: <b>a educação infantil como prática democrática</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-51772009000300007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo explora a possibilidade de que instituições de educação infantil possam ser, antes de tudo, locais de prática política - e especificamente de práticas políticas democráticas. A necessidade de uma primazia de práticas políticas democráticas em instituições de educação infantil se faz mais urgente por conta de dois fenômenos evidentes em muitos países atualmente: o aumento do interesse governamental na educação infantil, conduzindo a uma expansão do atendimento, e a necessidade de revitalizar políticas democráticas. Assim como a introdução da prática democrática na creche, o que significaria e quais condições a possibilitariam, o artigo também considera a prática democrática em outros níveis: não só o institucional, mas também o nacional ou federal, o regional e o local, e como cada nível pode criar “espaços democráticos” em outros níveis. Por fim, o artigo considera quatro questões relacionadas à democracia na educação infantil incluindo a diversidade paradigmática e o nível europeu.<hr/>This paper explores the possibility that early childhood institutions can be, first and foremost, places of political practice - and specifically of democratic politital practice. The case for the primacy of democratic political practice in early childhood institutions is made more urgent by two visible developments in many countries today: the growth of political interest in early childhood education, leading to an expansion of services, and the need to revitalize democratic politics. As well as bringing democratic practice into the nursery, what this would mean and what conditions might enable it, the paper also considers democratic practice at other levels: not only the institutional one but also the national or federal, the regional and the local, and how each level can create ‘democratic space’at other levels. The paper ends by considering four issues related to democracy in early childhood education, including paradigmatic diversity and the European level.<hr/>Dans cet article nous précisons l’idée selon laquelle les institutions de la petite enfance peuvent être avant tout des lieux de la pratique politique, et en particulier de pratique démocratique. La question de la primauté de la pratique démocratique dans les institutions de la petite enfance devient urgente en raison de deux phénomènes présents aujourd’hui dans des nombreux pays: l’intérêt politique grandissant pour l’éducation des jeunes enfants qui mène à une augmentation des services de la petite enfance, et le besoin de ranimer les politiques démocratiques. Cet article porte sur la practique démocratique dans les services de la petite enfance, sa signification et les conditions qui la rendent possible, mais aussi à d’autres niveaux: pas seulement au niveau institutionel mais aussi aux niveaux national ou fédéral, régional et local, en se demandant comment chaque niveau peut créer “des espaces démocratiques” à d’autres niveaux. L’article termine avec quatre questions liées à la démocratie dans l’éducation de la petite enfance, dont le paradigme de la diversité et le niveau de l’Europe.<hr/>Este artículo explora la posibilidad que las guarderías puedan ser, en primer lugar y sobre todo, lugares de prácticas políticas - y especialmente de prácticas políticas democráticas. La necesidad de uma primacia de las prácticas políticas democráticas en las guarderías adquiere urgencia a partir de los desarrollos presentes hoy en día en muchos países: el creciente interés gubernamental en la educación infantil, conducente a una expansión de los servicios; y la necesidad de revitalizar las políticas democráticas. Junto a la introducción de las prácticas democráticas en las guarderías, lo que esto significaria y cuales condiciones se requieren, el artículo también considera las prácticas democráticas en otros niveles: no solo el institucional, sino también el nacional o federal, el regional y el local, y como cada nivel puede crear “espacios democráticos” para otros niveles. El artículo finaliza considerando cuatro temas relacionados com la democracia en la educación infantil, incluyendo la diversidad paradigmática y el nivel europeo. <![CDATA[<b>Olhando a criança e seus outros</b>: <b>uma trajetória de pesquisa em educação infantil</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-51772009000300008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Com o objetivo de contribuir para o atual e intenso processo de revisão de concepções e de seleção e fortalecimento de práticas pedagógicas mediadoras da aprendizagem e desenvolvimento das crianças em creches e pré-escolas, e com base nas experiências de pesquisa do CINDEDI, abordamos neste artigo uma série de questões que nos parecem relevantes para a compreensão desse fenômeno da educação coletiva de bebês. Que contribuições as pesquisas sobre o desenvolvimento humano têm a oferecer para essa discussão? De que concepção de desenvolvimento elas partem? Que perspectiva metodológica pode abrir caminhos promissores para se compreender as formas das crianças e seus educadores atuarem e se modificarem com a experiência? Como entender as noções de estágios de desenvolvimento, a função do professor na aprendizagem, os fatores explicativos do desenvolvimento infantil e a avaliação do desenvolvimento nessa faixa etária? Tanto os familiares como os profissionais da creche interagem com a criança e organizam seu ambiente conforme suas expectativas sobre o seu desenvolvimento e sobre seu próprio papel em relação a ela. Tais expectativas são adquiridas através de suas experiências de vida naquela cultura. Várias expectativas, crenças e teorias psicológicas têm, assim, um forte poder auto-realizador, ajudando a construir competências e deficiências. Sem dúvida, as crianças e as equipes de educadores das instituições de Educação Infantil têm muito a ganhar conforme repensam essas questões.<hr/>Aiming to contribute to the current and intense process of revision of conceptions and educational practices mediating learning and development of young children in day care centers and pre-schools, and based on our research experiences at CINDEDI, this paper approaches several questions which, in our view, are relevant for the understanding of collective education. How does developmental research contribute to this discussion? What conceptions about development is it based on? Which methodological perspectives are more promising for the comprehension of the ways children and their teachers act and change with their experiences? How to understand notions such as developmental stages, teachers’ role in the learning process, factors explaining infant development and developmental evaluations in infancy? Both family and childcare professionals interact with the child and organize his/her environment according to their expectations about his/her development and their own role in this process. These expectations are built through their life experiences in their particular culture. Many expectations, beliefs and psychological theories have, thus, a strong self-fulfilling power, helping to build competencies and deficiencies. Children and the professional staff of Child Education institutions have undoubtedly much to gain from reflecting on these questions.<hr/>Au but de concourir à l’intense process actuel de révision sur des conceptions et du choix et affermissement des pratiques pédagogiques intervenantes dans l’apprentissage et le développement des enfants dans les services d’accueil de la petite enfance, et avec l’appui des experiences de recherche du CINDEDI, on approche ici des questions que nous semblent importantes pour comprendre le phénomène de l’éducation collective des bébés. Quelles sont les contributions de la recherche sur le développement humaine à ce débat? Quelle est la conception de développement sur laquelle elles s’appuient? Quelle perspective méthodologique peut ouvrir des chemins productives à la compréhension des manières par lequelles les enfants et leurs éducateurs agissent et se modifient avec leur experiences? Comment est-ce qu’on doit comprendre les notions de stages de développement, la fonction du professeur dans l’apprentissage, les facteurs qu’expliquent le développement de l’enfant et l’évaluation du développement à cet âge? Autant la famille que les éducateurs des services d’accueil de la petite enfance agissent vers l’enfant et organisent son ambiance selon leurs expectatives sur son développement et sur leur role dans ce process. Cettes expectatives sont acquis au cours de leur experiences au sein d’une culture donée. Plusieurs expectatives, croyances et théories psychologiques ont, donc, la puissance d’auto-réalisation et peuvent councourir à la construction de compétences aussi que de défauts. La réflexion sur cettes questions peut sans doute être d’advantage pour les enfants et pour les éducateurs des Services d’accueil de la petite enfance.<hr/>Con el objetivo de contribuir al actual y intenso proceso de revisión de concepciones, y de selección y fortalecimiento de practicas pedagógicas mediadoras del aprendizaje y desarrollo de los niños en guarderías y preescuelas, y embasados en las experiencias de pesquisa del CINDEDI, abordamos en este texto una serie de cuestiones que nos parecen relevantes para la comprensión del fenómeno de la educación colectiva de bebés. ¿Qué contribuciones pueden ofrecer a esta discusión las pesquisas sobre el desarrollo humano? ¿En cuál concepción de desarrollo se basan ellas? ¿Qué perspectiva metodológica puede abrir caminos prometedores para se comprender como os niños y sus educadores actuan y se modifican con la experiencia? ¿Como entender las nociones de estadios de desarrollo, la función del profesor en el aprendizaje, los factores explicativos del desarrollo infantil y su evaluación? Tanto los familiares así como los profesionales de la guardería interaccionan con el niño y organizan su entorno según sus expectativas sobre su desarrollo y sobre su propio rol relativo en ese proceso. Tales expectativas son adquiridas mediante sus experiencias de vida en aquella cultura. Varias expectativas, credos y teorías psicológicas tienen, por eso, un fuerte poder auto-realizador, que ayuda a construir competencias y deficiencias. Sin duda, los niños y los equipos de educadores de las instituciones de Educación Infantil tienen mucho por ganar conforme repiensan esas cuestiones. <![CDATA[<b>A infância pesquisada</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-51772009000300009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O artigo apresenta as ideias referenciais da pesquisa que tematiza a infância em diferentes campos do conhecimento, em especial nas ciências sociais, apontando os caminhos pelos quais a criança passa a ser concebida como ator social e como produtora de cultura e de significados. Argumenta-se que a infância demanda estudos interdisciplinares e processos flexíveis de pesquisa e que a complexidade contemporânea demanda a ruptura com um conjunto de dicotomias entre crianças e adultos, criadas na modernidade. Embora já exista um corpo interdisciplinar de estudos sobre as crianças, considera-se que, sendo a infância um fenômeno híbrido, produzido na intersecção de aspectos biológicos e sociais, sua compreensão requer maior integração de disciplinas das ciências sociais e naturais.<hr/>This paper presents guidelines of the research on childhood in several fields of knowledge and particularly in the social sciences, highlighting how children come to be conceived as social actors and as culture and meaning producers. It is argued that childhood requires interdisciplinary work and flexible research processes, and that the contemporary complexity begs for a rupture of child-adult dichotomies originated in the Modern Age. Though some interdisciplinary studies are already available, the recognition of childhood as a hybrid phenomenon, both biological and social, implies that understanding childhood requires further integration of natural and social sciences’ research efforts.<hr/>L’article présente les idées référentielles de la recherche qui thématise l’enfance dans différents domaines du savoir, particulièrement les sciences sociales. Celles-ci indiquent les voies par lesquelles l’enfant commence à être conçu comme un acteur social producteur de culture et de signifiés. On y argumente que l’enfance requiert des études interdisciplinaires et des processus flexibles de recherche, et que la complexité contemporaine exige la rupture avec un ensemble de dichotomies entre enfants et adultes produites dans la modernité. Bien qu’il existe déjà un corps interdisciplinaire d’études sur l’enfant, on considère que, l’enfance étant un phénomène hybride produit dans l’intersection d’aspects biologiques et sociaux, sa compréhension demande un plus grand rapprochement de disciplines des sciences sociales et naturelles.<hr/>El artículo presenta las ideas referenciales de la pesquisa que tiene como temática la infancia en diferentes campos del conocimiento, en especial las ciencias sociales, señalando los caminos por los cuales el niño pasa a ser concebido como actor social y como productor de cultura y de significados. Argumentase que la infancia demanda estudios interdisciplinarios y procesos flexibles de investigación, y que la complejidad contemporánea demanda la ruptura con un conjunto de dicotomías entre niños y adultos, criadas en la modernidad. En que pese la existencia de un cuerpo interdisciplinario de estudios sobre los niños, se considera que, puesto que la infancia es un fenómeno híbrido, producido en la intersección de aspectos biológicos y sociales, su comprensión requiere una mayor aproximación de disciplinas de las ciencias sociales y naturales.