Scielo RSS <![CDATA[Winnicott e-prints]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=1679-432X20060001&lang=pt vol. 1 num. 1 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org <![CDATA[<b>A crítica de Heidegger a Freud</b>: <b>quando o acesso mais originário à realidade não requisita representação</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-432X2006000100001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Nos Seminários de Zollikon, Heidegger afirma a necessidade de gestação de uma ciência do psíquico que conceba o homem - sua saúde e sua doença - sem reduzilo a uma mente que representa, a um aparelho gerador de sintomas, a um objeto causalmente explicável. Ao lançar esse desafio, a filosofia heideggeriana esbarra-se com a consolidada psicanálise freudiana, denunciando-a como devedora da metafísica moderna, uma vez que sua concepção de homem como aparelho psíquico regido por pulsões estabelece a representação como única forma de acesso à realidade, objetifica a vida humana, reduzindo-a a um campo de forças físico-matemáticas. Heidegger, então, reivindica a possibilidade de uma “ciência do homem” irredutível ao discurso objetificante. Em nossa comunicação, visamos tanto a apontar que a psicanálise freudiana não contempla o existir humano em seus modos não-objetificantes de lidar com a realidade, quanto a indicar que encontramos essa possibilidade na teoria do amadurecimento de Winnicott.<hr/>In his Zollikon Seminars, Heidegger points towards the need to create a science of the psyche that conceives man - his health and his illness - without reducing him to a representing mind, to a symptom-generating machine, to an object that can be causally explained. In launching that challenge, the Heideggerian philosophy defies the consolidated Freudian psychoanalysis denouncing it as being indebted to modern metaphysics, since its conception of man as a psychic apparatus controlled by impulses establishes the representation as the only form of access to reality, reifies human life reducing it to a field of physical-mathematical powers. Hence, Heidegger defends the possibility of a "science of man" that cannot be reduced to a reifying discourse. The present communication points out that Freudian psychoanalysis does not contemplate human existing in its non-reifying modes of dealing with reality and further shows that that possibility was found in Winnicott's theory of maturation. <![CDATA[<b>O acontecer humano</b>: <b>alguns apontamentos</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-432X2006000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Pretendemos mostrar neste artigo alguns aspectos da teoria do amadurecimento de Winnicott e da teoria da acontecência (Geschichtlichkeit) de Heidegger, a fim de apresentar alguns apontamentos sobre o existir humano e tentar encontrar encaminhamento para questões como as seguintes: Qual é o estatuto de ser do doente psíquico? Pode-se dizer que o doente psíquico tem o mesmo modo de ser do não-doente? Em que medida podemos dizer que ele é quando denominamos, por exemplo, que um certo paciente é esquizofrênico, ou é psicótico etc.?<hr/>In this article, we attempt to show some aspects of maturation theory of Winnicott and of happening (Geschichtlichkeit) theory of Heidegger, in order to present some notes about the human existence and try to find addressing for questions like that: Which is the statute of being of the person who is psychically sick? Can we say that he is in the same way of being of the one who is not sick? In which terms can we say that he is when we state, for example, that one patient is schizophrenic, that another is psychotic, etc.? <![CDATA[<b>Winnicott e Heidegger</b>: <b>temporalidade e esquizofrenia</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-432X2006000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O objetivo deste trabalho é estabelecer algumas conexões entre a psicanálise de D. W. Winnicott e a analítica existencial de M. Heidegger. Viso, em particular, 1) examinar as observações de Heidegger sobre a estrutura do Dasein do recém-nascido, formuladas no parágrafo 15 de Einleitung in die Philosophie (Introdução á Filosofia, GA 27) à luz das concepções de Winnicott sobre a constituição do si-mesmo infantil, dando ênfase especial à temporalidade primitiva do bebê e ao caráter temporal do trauma; 2) analisar, levando em conta a teoria winnicottiana dos distúrbios esquizofrênicos, as observações sobre um caso de esquizofrenia feitas por Heidegger no Seminários de Zollikon.<hr/>The objective of this work is to establish some links between D. W. Winnicott’s psychoanalysis and M. Heidegger’s existential analytic. Particularly, I intend, first, to examine Heidegger’s remarks on the Dasein structure of the new-born baby, formulated in paragraph 15 of Einleitung in die Philosophie (Introduction to Philosophy, GA 27) enlightened by Winnicott’s conceptions on infantile selfconstitution, giving special emphasis to the baby’s primitive temporality and the temporal character of trauma; secondly, considering Winnicottian theory of schizophrenic disturbances, I intend to analyze the observations on a case of schizophrenia made by Heidegger in the Seminars of Zollikon. <![CDATA[<b>De Freud a Winnicott</b>: <b>aspectos de uma mudança paradigmática</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-432X2006000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Depois de esboçar os elementos essenciais do paradigma freudiano, o artigo prossegue descrevendo a crise desse paradigma tal como ela foi vista por Winnicott, para articular, na sua terceira e última parte, alguns dos aspectos mais inovadores da mudança paradigmática operada pelo psicanalista inglês na disciplina psicanalítica.<hr/>After presenting in outline the essential elements of the Freudian paradigm, the article goes on to describe its crisis as experienced by Winnicott, in order to articulate, in the third and last section, some of the most innovative aspects of the paradigmatic change introduced by Winnicott into the discipline of psychoanalysis. <![CDATA[<b>Notas sobre o abandono do conceito de pulsão na obra de Winnicott</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-432X2006000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Nesta comunicação pretendo apresentar algumas indicações que mostram que Winnicott abandonou o conceito de pulsão. Primeiro, retomo as críticas de Winnicott aos conceitos de pulsão de vida e de morte; segundo, explicito com mais detalhes que o conceito freudiano de pulsão (Trieb) é um conceito díspar, em sua natureza e conteúdo, do conceito winnicottiano de instinto; e, por fim, numa pequena alusão, comento que Winnicott substituiu o Trieb de Freud por outros conceitos, a saber, os de instinto, necessidade e de desejo.