Scielo RSS <![CDATA[Revista da Abordagem Gestáltica]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=1809-686720190002&lang=en vol. 25 num. 2 lang. en <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org <![CDATA[<b>Editorial - dossier Renaud Barbaras</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672019000200001&lng=en&nrm=iso&tlng=en <![CDATA[<b>Belonging</b>: <b>toward a phenomenology of the flesh</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672019000200002&lng=en&nrm=iso&tlng=en O texto busca interrogar o verdadeiro sentido e alcance ontológico da experiência do corpo ou da carne, num movimento, inclusive, para além de Merleau-Ponty. Para tanto, trata-se de perguntar se esse sentido do ser do corpo, ao invés de uma solução, não indicaria um problema mal colocado haja vista que tal noção parece se limitar quanto à descrição do seu modo mesmo de existir. Ora, o que aqui advogamos é que essa experiência fundamental é a do pertencimento. É, pois, na medida em que pertencemos ao mundo que temos um corpo: ter um corpo não significa outra coisa mais do que pertencer. Nessa direção, propomos uma fenomenologia do pertencimento da qual só há aparição do mundo a partir de dentro dele, isto é, via uma inscrição nele próprio. Assim, a comunidade ontológica e a diferença fenomenológica constituem duas faces de uma mesma moeda, já que é por sermos do mundo num sentido mais profundo do que os demais entes que somos capazes de fazê-lo aparecer como nenhum ente o faz. Tal é o verdadeiro sentido de ser da carne: ela não é corpo nem consciência, mas uma posse (perceptiva) do mundo que é a contrapartida de uma desaposse (carnal) por esse mundo.<hr/>The text seeks to interrogate the true meaning and ontological scope of the experience of the body or the flesh, in a movement, even beyond Merleau-Ponty. For this, it is a matter of asking whether this sense of the being of the body, instead of a solution, would not indicate an ill-placed problem, since such a notion seems to be limited as to the description of its own mode of existence. Now, what we advocate here is that this fundamental experience is that of belonging. It is, therefore, insofar as we belong to the world that we have a body: to have a body means nothing else than to belong. In this direction, we propose a phenomenology of belonging, of which there is only the appearance of the world from within it, that is, via an inscription on it. Thus the ontological community and the phenomenological difference are two sides of the same coin, since it is because we are of the world in a deeper sense than the other entities that we are able to make it appear as no one does. Such is the true sense of being of the flesh: it is not body nor consciousness, but a possession (perceptive) of the world which is the counterpart of a (carnal) disappearance.<hr/>El texto busca interrogar el verdadero sentido y alcance ontológico de la experiencia del cuerpo o de la carne, en un movimiento, incluso, más allá de Merleau-Ponty. Para ello, se trata de preguntar si ese sentido del ser del cuerpo, en vez de una solución, no indicaría un problema mal planteado puesto que tal noción parece limitarse a la descripción de su modo de existir. Ahora bien, lo que aquí abogamos es que esa experiencia fundamental es la de la pertenencia. Es, pues, en la medida en que pertenecemos al mundo que tenemos un cuerpo: tener un cuerpo no significa otra cosa más que pertenecer. En esa dirección, proponemos una fenomenología de la pertenencia de la cual sólo hay aparición del mundo desde dentro de él, es decir, vía una inscripción en él mismo. Así, la comunidad ontológica y la diferencia fenomenológica constituyen dos caras de una misma moneda, ya que es por ser del mundo en un sentido más profundo que los demás entes que somos capaces de hacerlo aparecer como ningún ente lo hace. Tal es el verdadero sentido de ser de la carne: no es cuerpo ni conciencia, sino una posesión (perceptiva) del mundo que es la contrapartida de una decepción (carnal) por ese mundo. <![CDATA[<b>The enigma of belonging to what escapes us</b>: <b>on the a priori of the phenomenological correlation according to R. Barbaras</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672019000200003&lng=en&nrm=iso&tlng=en Há já algum tempo que o leitor competente de filosofia contemporânea procura nos textos de R. Barbaras os ensinamentos e possibilidades teóricas de um projeto filosófico inovador. A originalidade deste projeto, em nosso entender, encontra uma primeira grande sedimentação em Introduction à une philosophie de la vie. Nesta ocasião, gostaríamos de regressar àquele "primeiro" texto com o objetivo de meditar sobre a importância da proposta original, aí enfrentada de modo detalhado, de pensar o "a priori da correlação fenomenológica" como vida.<hr/>The competent reader of contemporary philosophy has recognised in the works of R. Barbaras the teachings and theoretical possibilities of an original philosophical project. In our view, the first sedimentations of such a project are to be found in Introduction à une philosophie de la vie. In this paper we would like to came back to this major book in order to tackle the ingenious analysis of the "a priori of the phenomenological correlation" in terms of life.<hr/>Hace algún tiempo que el lector competente de filosofía contemporánea busca en los textos de R. Barbaras las enseñanzas y posibilidades teóricas de un proyecto filosófico innovador. La originalidad de este proyecto, a nuestro entender, encuentra una primera gran sedimentación en Introduction à une philosophie de la vie. En esta ocasión, quisiéramos regresar aquel "primer" texto con el objetivo de meditar sobre la importancia de la propuesta original, allí enfrentada de modo detallado, de pensar el "a priori de la correlación fenomenológica" como vida. <![CDATA[<b>Approaches to the phenomenological and metaphysical problem of feeling in Renaud Barbaras</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672019000200004&lng=en&nrm=iso&tlng=en Com Métaphysique du sentiment (2016), Renaud Barbaras propõe uma teoria do sentimento singular e radical, que, ao mesmo tempo, constitui uma nova etapa na prossecução, ampliação e aprofundamento da sua "fenomenologia da vida". Reconhecendo a sua dívida para com Mikel Dufrenne, tal elaboração teórica afirma, porém, a sua originalidade por meio de um diálogo crítico com os fenomenólogos que problematizaram a sensibilidade e a afetividade: Martin Heidegger, Maurice Merleau-Ponty, Michel Henry e Henri Maldiney. Aquém e além do plano subjetivista dos afetos e emoções, o sentimento, para Barbaras, consiste na experiência arquiafetiva de abertura à profundidade do mundo, aquém e além dos entes finitos. Esta noção, todavia, apenas ganha seu pleno significado, claro está, quanto situada e articulada no contexto da teoria do "desejo transcendental", entendido como avanço fenomenalizante do sujeito. O sentimento inicia o desejo ao desejado. Ele suscita e orienta o movimento insaciável do desejo em direção à profundidade inexaurível do Mundo - Mundo para o qual nos abriu de modo originário.<hr/>With Métaphysique du sentiment (2016), Renaud Barbaras proposes a unique and radical theory of feeling, which, at the same time, constitutes a new stage in the pursuit, extension and deepening of his "phenomenology of life". Acknowledging his debt to Mikel Dufrenne, this theoretical elaboration nevertheless affirms its originality through a critical dialogue with the phenomenologists who have problematized the issues of sensibility and affectivity: Martin Heidegger, Maurice Merleau-Ponty, Michel Henry and Henri Maldiney. Below and beyond the subjectivist dimension of affections and emotions, feeling, for Barbaras, consists in the archi-affective experience of openness to the deepness of the world, below and beyond finite entities. This notion, however, only gains its full meaning, of course, as articulated with the theory of "transcendental desire", understood as the phenomenalizing advancement of the subject. Feeling initiates the desire to the desired. It arouses and directs the insatiable movement of desire towards the inexhaustible deepness of the World - the world to which it opened us in an originary way.<hr/>Con Métaphysique du sentiment (2016), Renaud Barbaras propone una teoría del sentimiento singular y radical que, al mismo tiempo, constituye una nueva etapa en la prosecución, ampliación y profundización de su "fenomenología de la vida". Al reconocer su deuda con Mikel Dufrenne, tal elaboración teórica afirma, sin embargo, su originalidad por medio de un diálogo crítico con los fenomenólogos que problematizaron la sensibilidad y la afectividad: Martin Heidegger, Maurice Merleau-Ponty, Michel Henry y Henri Maldiney. Aquella y más allá del plano subjetivista de los afectos y emociones, el sentimiento, para Barbaras, consiste en la experiencia arquiafetiva de apertura a la profundidad del mundo, allá y más allá de los entes finitos. Esta noción, sin embargo, sólo gana su pleno significado, claro está, como está situada y articulada en el contexto de la teoría del "deseo trascendental", entendido como avance fenomenalizante del sujeto. El sentimiento inicia el deseo al deseado. Él suscita y orienta el movimiento insaciable del deseo hacia la profundidad inagotable del Mundo - Mundo para el cual nos abrió de modo originario. <![CDATA[<b>Around Renaud Barbaras' notion of privative anthropology</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672019000200005&lng=en&nrm=iso&tlng=en Nosso objetivo é abordar a originalidade da filosofia da vida de Renaud Barbaras, a partir da apresentação e discussão de sua noção de antropologia privativa, que, para nós, é o marco decisivo do que viria a ser seu pensamento filosófico, que se completaria com uma cosmologia e uma metafísica. Também abordaremos o ponto de eventual tensão com uma perspectiva fenomenológica, e encerraremos com uma questão sobre sua concepção geral de vida.<hr/>Our goal is to approach the originality of Renaud Barbara's philosophy of life by presenting and discussing his notion of privative anthropology. In our view, that notion is the decisive point of what would become his philosophical thought, which would be completed with a cosmology and a metaphysics. We will also approach what might be a point of tension with a phenomenological perspective and will close with a question on his general concept of life.<hr/>Nuestro objetivo es abordar la originalidad de la filosofía de la vida de Renaud Barbaras, a partir de la presentación y discusión de su noción de antropología privativa, que para nosotros es el marco decisivo de lo que vendría a ser su pensamiento filosófico, que se completaría con una cosmología y una metafísica. También abordaremos el punto de eventual tensión con una perspectiva fenomenológica, y encerremos con una cuestión sobre su concepción general de vida. <![CDATA[<b>Intentionality</b>: <b>Merleau-Ponty and Barbaras</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672019000200006&lng=en&nrm=iso&tlng=en Neste artigo pretendemos abordar as filosofias de Merleau-Ponty e Barbaras explorando alguns elementos básicos da noção de intencionalidade e suas implicações no pensamento de ambos os filósofos. Retomando, brevemente, a noção de intencionalidade em Husserl passaremos a apropriação feita por Merleau-Ponty em seus textos inicias, a fim de trazer o modo como a intencionalidade aparece ligada ao movimento do corpo próprio no mundo. Depois abordaremos alguns textos de Barbaras que ampliam os sentidos do a priori correlacional apontando para os limites abertos por uma fenomenologia da vida.<hr/>In this article, we intent to approach Merleau-Ponty and Barbaras's philosophies, exploring some of the basic elements about intentionality and their implications in the thoughts of both philosophers. Retaking, briefly, Husserl's notion of intentionality, and moving forwards on Merleau-Ponty's perspective in his initials texts, in order to bring along the way that intentionality appears connected to the movement of "own body"-in-the-world. Afterwards we'll aproach some of Barbaras's texts that increase the a priori correlational's sense and indicate opening boundaries by phenomenology of life.<hr/>En este artículo pretendemos abordar las filosofías de Merleau-Ponty y Barbaras explorando algunos elementos básicos de la noción de intencionalidad y sus implicaciones en el pensamiento de ambos filósofos. Retomando brevemente la noción de intencionalidad en Husserl pasaremos la apropiación hecha por Merleau-Ponty en sus textos iniciales, a fin de traer el modo como la intencionalidad aparece ligada al movimiento del cuerpo propio en el mundo. Después abordaremos algunos textos de Barbaras que amplían los sentidos del a priori correlacional apuntando hacia los límites abiertos por una fenomenología de la vida. <![CDATA[<b>Sartre by Barbaras</b>: <b>movements of a critical reading</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672019000200007&lng=en&nrm=iso&tlng=en Neste trabalho nos propomos a apresentar alguns movimentos da leitura crítica que Renaud Barbaras realiza da filosofia de Sartre. Para tal, escolhemos como fio condutor a retomada que este autor faz do dualismo de base da filosofia sartriana, em continuidade com a crítica de Merleau-Ponty, porém de modo a abrir outros caminhos de reflexão. Gostaríamos de evidenciar nestes caminhos o quanto Barbaras não somente potencializa a crítica precedente, mas realiza aproximações e problematizações originais que, ao mesmo tempo em que tornam mais evidentes os impasses da filosofia sartriana, não deixam de abrir novas possibilidades de investigação. Estas últimas nuances serão apontadas através da crítica propriamente barbarasiana da questão do outro e do desejo em Sartre.<hr/>In this work we propose to present some movements of the critical reading that Renaud Barbaras performs of Sartre's philosophy. For this, we have chosen as the guiding thread the author's reiteration of the basic dualism of Sartre's philosophy, in alignment with Merleau-Ponty's critique, but seeking to open other paths of reflection. We would like to point out in these paths that not only does Barbaras enhance the preceding critiques, but makes original approaches and problematizations, which makes the impasses of Sartre's philosophy more evident while also opening new possibilities for investigation. These later nuances will be pointed out through a properly Barbarasian critique of the question of the other and the of the desire in Sartre.<hr/>En este trabajo nos proponemos presentar algunos movimientos de la lectura crítica que Renaud Barbaras realiza de la filosofía de Sartre. Para eso escogimos, como hilo conductor, la recuperación que este autor hace del dualismo de base de la filosofía sartriana, en continuidad con la crítica de Merleau-Ponty, como modo de abrir otros caminos de reflexión. En estos caminos nos gustaría evidenciar la manera en que Barbaras no solo potencializa la crítica precedente sino el modo en que realiza aproximaciones y problematizaciones originales, que al mismo tiempo en que tornan más evidentes los impases de la filosofía sartriana, no dejan de abrir nuevas posibilidades de investigación. Estos últimos matices son puntuados a través de la crítica propiamente barbarasiana de la cuestión del otro y el deseo en Sartre. <![CDATA[<b>Desire and negation - lack in situated in the heart of being (a tribute to Barbaras)</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672019000200008&lng=en&nrm=iso&tlng=en Propomos, no texto que se segue, retomar a fina e acurada leitura realizada por Barbaras em torno da problemática sartriana do desejo e sua relação com a negação. Trata-se de pensar o fenômeno da falta situada no coração do ser. É, portanto, no contexto desse tema que nasce a questão posta por Barbaras: "Como pode haver desejo, se o desejado não pode ser de alguma maneira?". Busca-se mostrar que, para além de certo realismo ingênuo de Sartre, há uma enorme diferença entre a ontologia fenomenológica não idealista e a ingenuidade realista pela qual insiste-se em ler a ontologia sartriana. Assim, ao invés da identificação entre desejo e falta (o que, irremediavelmente, indica certo grau de vontade), a ontologia de Sartre é - sem mais - ontologia da negatividade: Ser e Nada referem-se ao ser categorial (ontológicos), enquanto ser-para-si e ser-em-si são existentes (ônticos, fenômenos enfim); numa palavra, Sartre perverte intencionalmente o método puritanamente fenomenológico.<hr/>The purpose of this paper is to reflect about Barbaras' lecture of the Sartrian desire problem and its relation to negation. This question is situated inside the phenomenon of lack in the heart of being. It is, therefore, in the context of this theme that the question posed by Barbaras arises: "How can exists desire, if the desired cannot be in any way?" The point is demonstrating that, beyond Sartre's naïve realism, there is a huge difference between the non-idealist phenomenological ontology and the naïve realistic by which ones insists on reading the Sartrian ontology. Thus, instead of the identification desire and lack (which inevitably indicates a certain degree of will), Sartre's ontology is - in fact - ontology of negativity: Being and Nothing refer to being categorial (ontological), but being-to-itself and being-in-themselves are existential (ontically - they are both phenomena); in this way, Sartre deliberately changes the purity phenomenological method.<hr/>En el texto siguiente, proponemos retomar la fina y exacta lectura realizada por Barbaras a respecto de la problemática sartriana del deseo y su relación con la negación. Busca-se pensar el fenómeno de la falta situada en el corazón del ser. Es, por lo tanto, en el contexto de ese tema que nace la cuestión planteada por Barbaras: "¿Cómo puede haber deseo, si lo deseado no puede ser de alguna manera?". Intenta-se mostrar que, además de cierto realismo ingenuo de Sartre, hay una diferencia entre una ontología fenomenológica no idealista y la ingenuidad realista por la que se insiste en leer la ontología sartriana. Por lo tanto, en lugar de la identificación entre deseo y falta (lo que, sin remedio, indica cierto grado de voluntad), la ontología de Sartre es - sin embargo - ontología de la negatividad: Ser y Nada se refieren al ser categorial (ontológicos), mientras el ser-para-si y ser-en-sí son existentes (ónticos, fenómenos al cabo); en una palabra, Sartre no sigue el método puritanamente fenomenológico. <![CDATA[<b>On the interpolation interiority and exteriority</b>: <b>the criticism of Barbaras to the Hans Jonas phenomenology of life</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672019000200009&lng=en&nrm=iso&tlng=en Pretende-se nesse artigo recuperar as bases da crítica de Renaud Barbaras à fenomenologia da vida de Hans Jonas tal como essas se apresentam na sua obra de 2008 Introduction à une phénoménologie de la vie. Para tanto, trata-se de levantar, entre outros argumentos, o problema da interpolação entre a interioridade e a exterioridade, o que teria permanecido, segundo Barbaras, como um problema não solucionado na tese de Jonas, o que levaria à impossibilidade de sua fenomenologia da vida, stricto senso. Embora não desenvolver-se-á a argumentação nesse trabalho, apontar-se-á, contudo, a possível resposta de Hans Jonas por meio do conceito de "vida expressiva", que indica a insistência na relação e na inter-compreensão como fenômeno mais originário da vida.<hr/>This paper aims to recover the basis of Renaud Barbaras's critique of the Hans Jonas's phenomenology of life life, as presented in his 2008 work Introduction à une phénoménologie de la vie. In order to do so, it is a question of raising the problem of the interpolation between interiority and exteriority, which would have remained, according to Barbaras, as an unresolved problem in Jonas's thesis, which would lead to the impossibility of his phenomenology of life, stricto senso. Although the argument will not be developed in this work, it will be pointed out, however, Hans Jonas's possible answer through the concept of "expressive life", which indicates the insistence on relation and inter-understanding as a phenomenon originating from life.<hr/>Se pretende en este artículo recuperar las bases de la crítica de Renaud Barbaras a la fenomenología de la vida de Hans Jonas tal como éstas se presentan en su obra de 2008 Introducción a la unión de la filosofía de la vie. Para ello, se trata de plantear, entre otros argumentos, el problema de la interpolación entre la interioridad y la exterioridad, lo que habría permanecido, según Barbaras, como un problema no solucionado en la tesis de Jonás, lo que llevaría a la imposibilidad de su fenomenología de la vida, stricto sentido. Aunque no se desarrollará la argumentación en ese trabajo, se señalará, sin embargo, la posible respuesta de Hans Jonas por medio del concepto de "vida expresiva", que indica la insistencia en la relación y en la intercomprensión como fenómeno más originario de la vida. <![CDATA[<b>On ethics, Merleau-Ponty and phenomenology</b>: <b>echoes of a dialogue with Renaud Barbaras</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672019000200010&lng=en&nrm=iso&tlng=en O artigo retoma um diálogo da autora com Renaud Barbaras em que versavam sobre o projeto de investigação de uma ética a partir do pensamento de Merleau-Ponty e busca, doravante, aprofundar questões-chave de tal diálogo. Assim, ora perscrutando as dificuldades para se pensar uma ética a partir de uma filosofia cujo solo é fenomenológico e, pois, descritivo - o que se oporia à perspectiva propriamente prescritiva da ética, para Barbaras - ; ora, ao contrário, voltando-se para a relação recíproca entre a disposição fenomenológica do pensamento e a ética - segundo compreende a autora -, o fato é que na lida com tais questões, ver-se-á se insinuando ao longo do texto os três traços que dão o tom do seu contorno: (i) as aproximações e dissonâncias entre ética e fenomenologia, (ii) a ética que deriva daí - ou pelo menos alguns dos seus traços - e, por fim, o fluxo de uma amizade - no sentido dos antigos - vivida no debate destas questões: aquela entre a autora e Renaud Barbaras, filósofo a quem o dossiê em mãos - ou em vista! - rende homenagem.<hr/>This article follows up on a conversation between its author and Renaud Barbaras, reflecting on a project of investigation of ethics based on the thought of Merleau-Ponty, by addressing key questions resulting from this conversation in more depth. It does so by exploring the difficulties of thinking ethics from a phenomenological, hence, descriptive, philosophy starting point - which, for Barbaras, would be opposed to the prescriptive perspective proper to ethics; and, on the contrary, by looking at the reciprocal relation between the phenomenological disposition of the thinking and ethics - as the author understands it. Dealing with such questions, three lines appear progressively in the text, giving its outline: (i) the approximations and dissonances between ethics and phenomenology, (ii) the ethics that derivates from there - or at least some of its lines, and at last (iii) the flow of a friendship, born from debating these questions, between the author and Renaud Barbaras, philosopher to whom this text pays tribute.<hr/>El artículo retoma un diálogo de la autora con Renaud Barbaras en que versaban sobre el proyecto de investigación de una ética a partir del pensamiento de Merleau-Ponty y busca, en adelante, profundizar cuestiones clave de tal diálogo. Así, ora escrutando las dificultades para pensar una ética a partir de una filosofía cuyo suelo es fenomenológico y, pues, descriptivo - lo que se opondría a la perspectiva propiamente prescriptiva de la ética, para Barbaras -; por el contrario, volviéndose hacia la relación recíproca entre la disposición fenomenológica del pensamiento y la ética - según comprende la autora -, el hecho es que en la lectura con tales cuestiones, se verá insinuando a lo largo del texto los textos (2) la ética que deriva de ahí - o al menos algunos de sus rasgos - y, por fin, el flujo de una amistad -, en el sentido de los antiguos - vivida en el debate de estas cuestiones: aquella entre la autora y Renaud Barbaras, filósofo a quien el dossier en manos - o en vista! - rinde homenaje. <![CDATA[<b>The poetic-philosophical experiences of Fernando Pessoa and the non-philosophy of Alberto Caeiro</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672019000200011&lng=en&nrm=iso&tlng=en À medida que prioriza a existência, as experiências expressas nos poemas de Caeiro encontram eco na filosofia fenomenológica. Nesse contexto, Renaud Barbaras apresenta uma leitura profunda e original da obra caeriana, ao pensá-la a partir de problemas frequentados sobretudo pela fenomenologia de Merleau-Ponty. Com efeito, no ensaio Fenomenologia e Literatura: a não filosofia de Fernando Pessoa, Barbaras revela como as experiências cultivadas nos poemas que integram a obra de Caeiro vão além de determinadas soluções ensaiadas pelo filósofo francês, e configuram uma perspectiva radical sobre o pensamento e a existência, que pode e deve ser considerada pela filosofia. Ao abordar o pensamento poético-filosófico de Pessoa, e a leitura que Barbaras faz da poesia de Caeiro, este ensaio tratará do diálogo entre os discursos poético e filosófico, buscando mostrar como o poético pode ser um espaço privilegiado para o desenvolvimento de experiências de teor filosófico que excedem e, todavia, compõem a filosofia.<hr/>By centering on existence, the experiences expressed in Caeiro's poems reverberate in phenomenological philosophy. In this context, Renaud Barbaras presents a deep and original reading of the Caerian corpus by approaching it from problems that had been explored by Merleau-Ponty's phenomenology. In his essay Fenomenologia e Literatura: a não filosofia de Fernando Pessoa, Barbaras shows how the experiences in the poems of Caeiro transcend certain solutions that had been developed by the French philosopher, leading to a radical perspective on thought and existence, which can and should be explored by philosophy. By approaching the poetic-philosophical thought of Pessoa and Barbaras's reading of Caeiro's poetry, this essay explores the dialogue between the poetic and philosophical discourses, showing how the poetic can also be a privileged setting for the development of philosophical experiences that exceed, while also make, philosophy.<hr/>A medida que prioriza la existencia, las experiencias expresadas en los poemas de Caeiro encuentran eco en la filosofía fenomenológica. En ese contexto, Renaud Barbaras presenta una lectura profunda y original de la obra caeriana, al pensarla a partir de problemas frecuentados sobre todo por la fenomenología de Merleau-Ponty. En efecto, en el ensayo Fenomenología y Literatura: la no filosofía de Fernando Pessoa, Barbaras revela cómo las experiencias cultivadas en los poemas que integran la obra de Caeiro van más allá de determinadas soluciones ensayadas por el filósofo francés, y configuran una perspectiva radical sobre el pensamiento y la existencia, que puede y debe ser considerada por la filosofía. Al tratar el pensamiento poético-filosófico de Pessoa, y la lectura que Barbaras hace de la poesía de Caeiro, este ensayo tratará del diálogo entre los discursos poético y filosófico, buscando mostrar cómo el poético puede ser un espacio privilegiado para el desarrollo de experiencias de contenido filosófico que exceden y, sin embargo, componen la filosofía. <![CDATA[<b>The praise of the poetic in Renaud Barbaras</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672019000200012&lng=en&nrm=iso&tlng=en O artigo se propõe a um balanço fenomenológico acerca do estatuto do poético tal qual é instituído por Renaud Barbaras. Tomando como linha de frente, os trabalhos de Merleau-Ponty, Barbaras, no entanto, busca ultrapassá-la ao vislumbrar outro horizonte possível para além da habitual divisão entre filosofia e literatura. A superação desse limite parece encontrar na obra poética de Fernando Pessoa uma amostra viva de interlocução. O que se descobre nessa obra, como pano de fundo, é uma aliança entre poesia e metafísica de modo que a práxis literária, enquanto "não-filosofia", mantém, a bem da verdade, uma "vida clandestina" como experiência de pensamento. O artigo conclui ensejando outros recortes possíveis que dão vazão a essa mesma perspectiva de análise, como se encontra, por exemplo, na criação literária de Clarice Lispector ou, ainda, no ensaísmo poético-filosófico de Bento Prado Jr.<hr/>The article proposes to a phenomenological balance about the poetic statute as established by Renaud Barbaras. Taking Merleau-Ponty's works as the front line, Barbaras, however, seeks to overcome it by glimpsing another possible horizon beyond the usual division between philosophy and literature. The overcoming of this limit seems to find in Fernando Pessoa's poetic work a living example of interlocution. What is discovered in this work, as a backdrop, is an alliance between poetry and metaphysics so that literary praxis, as "non-philosophy", holds, for the truth, a "clandestine life" as an experience of thought. The article concludes with other possible clipping that gives rise to this same perspective of analysis, as found, for example, in the literary creation of Clarice Lispector or, still, in the poetic-philosophical essayism by Bento Prado Jr.<hr/>El artículo se propone a un balance fenomenológico acerca del estatuto del poético tal cual es instituido por Renaud Barbaras. Tomando como línea de frente, los trabajos de Merleau-Ponty, Barbaras, sin embargo, busca superarla al vislumbrar otro horizonte posible más allá de la habitual división entre filosofía y literatura. La superación de ese límite parece encontrar en la obra poética de Fernando Pessoa una muestra viva de interlocución. Lo que se descubre en esta obra, como telón de fondo, es una alianza entre poesía y metafísica de modo que la praxis literaria, en cuanto "no filosofía", mantiene, a la verdad, una "vida clandestina" como experiencia de pensamiento. El artículo concluye con otros recortes posibles que dan flujo a esa misma perspectiva de análisis, como se encuentra, por ejemplo, en la creación literaria de Clarice Lispector o, aún, en el ensayismo poético-filosófico de Bento Prado Jr. <![CDATA[<b>Um livreto sobre o homem</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672019000200013&lng=en&nrm=iso&tlng=en O artigo se propõe a um balanço fenomenológico acerca do estatuto do poético tal qual é instituído por Renaud Barbaras. Tomando como linha de frente, os trabalhos de Merleau-Ponty, Barbaras, no entanto, busca ultrapassá-la ao vislumbrar outro horizonte possível para além da habitual divisão entre filosofia e literatura. A superação desse limite parece encontrar na obra poética de Fernando Pessoa uma amostra viva de interlocução. O que se descobre nessa obra, como pano de fundo, é uma aliança entre poesia e metafísica de modo que a práxis literária, enquanto "não-filosofia", mantém, a bem da verdade, uma "vida clandestina" como experiência de pensamento. O artigo conclui ensejando outros recortes possíveis que dão vazão a essa mesma perspectiva de análise, como se encontra, por exemplo, na criação literária de Clarice Lispector ou, ainda, no ensaísmo poético-filosófico de Bento Prado Jr.<hr/>The article proposes to a phenomenological balance about the poetic statute as established by Renaud Barbaras. Taking Merleau-Ponty's works as the front line, Barbaras, however, seeks to overcome it by glimpsing another possible horizon beyond the usual division between philosophy and literature. The overcoming of this limit seems to find in Fernando Pessoa's poetic work a living example of interlocution. What is discovered in this work, as a backdrop, is an alliance between poetry and metaphysics so that literary praxis, as "non-philosophy", holds, for the truth, a "clandestine life" as an experience of thought. The article concludes with other possible clipping that gives rise to this same perspective of analysis, as found, for example, in the literary creation of Clarice Lispector or, still, in the poetic-philosophical essayism by Bento Prado Jr.<hr/>El artículo se propone a un balance fenomenológico acerca del estatuto del poético tal cual es instituido por Renaud Barbaras. Tomando como línea de frente, los trabajos de Merleau-Ponty, Barbaras, sin embargo, busca superarla al vislumbrar otro horizonte posible más allá de la habitual división entre filosofía y literatura. La superación de ese límite parece encontrar en la obra poética de Fernando Pessoa una muestra viva de interlocución. Lo que se descubre en esta obra, como telón de fondo, es una alianza entre poesía y metafísica de modo que la praxis literaria, en cuanto "no filosofía", mantiene, a la verdad, una "vida clandestina" como experiencia de pensamiento. El artículo concluye con otros recortes posibles que dan flujo a esa misma perspectiva de análisis, como se encuentra, por ejemplo, en la creación literaria de Clarice Lispector o, aún, en el ensayismo poético-filosófico de Bento Prado Jr.