Scielo RSS <![CDATA[Revista Polis e Psique]]> http://pepsic.bvsalud.org/rss.php?pid=2238-152X20170001&lang=pt vol. 7 num. 1 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://pepsic.bvsalud.org/img/en/fbpelogp.gif http://pepsic.bvsalud.org http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-152X2017000100001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>O destino não pode esperar</b>: <b>apontamentos sobre a inelutável improrrogabilidade</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-152X2017000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente texto associa a noção de improrrogável ao destino que não pode esperar, ou seja, aos acontecimentos que afetam uma vida de forma intempestiva e inelutável. Aponta este momento, como próprio ao tempo kairós, que possibilita ultrapassagens e devires frente a momentos de crise e teste às potências do corpo, impessoais e indeterminadas. Corpo-esgotado e não apenas cansado. O improrrogável, assim, se torna irmão do desastre, da catástrofe, da morte e do devir. Ergue-se como um destino realizado às nossas costas e às nossas custas e pode constituir-se em ocasião de artesania de um corpo-sem-órgãos que expele elementos potenciais para além do ressentimento e da queixa.<hr/>This text relates the notion of the non-deferrable to a destiny that cannot wait, to events which affect a life in an untimely and ineluctable way. This moment is aligned as belonging to kairos time which facilitates surpassings and becomings in face of moments of crisis which test the impersonal and indeterminate powers of a body-of a body-exhausted and not just tired. The non-deferrable thus becomes the next-of-kin of disaster, of catastrophe, of death and of becoming. It presents as a destiny realised behind our backs and on our backs and which possibly gives rise to an artesanal crafting of a body-without-organs which releases potential elements that go beyond complaint and resentment.<hr/>Este texto asocia la noción de lo improrrogable a un destino que no puede esperar, es decir, a los eventos que afectan una vida de manera inoportuna e ineludible. Se apunta este momento como proprio al tiempo kairós que posibilita más-allás y devenires frente a momentos de crisis a fin de poner a prueba los poderes impersonales e indeterminados de un cuerpo, de un cuerpo-agotado y no sólo cansado. De este modo, lo improrrogable se convierte en el hermano del desastre, de la catástrofe, de la muerte y del devenir. Se destaca como un destino realizado a nuestras espaldas y sobre nuestras espaldas y que puede dar ocasión a la artesania de un cuerpo sin órganos que expulsa elementos potenciales más allá del resentimiento y de la queja. <![CDATA[<b>A urgência das inquietações</b>: <b>uma improrrogável militância</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-152X2017000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente artigo dedica-se a interrogar as relações possíveis entre o derradeiro curso ministrado por Michel Foucault no Collège de France - A coragem da verdade - e as urgências de militância demandadas por um mundo que não cessa de acontecer. Assim, extrai duas passagens breves e quase desimportantes do curso ditado por Foucault em 1984 - os excertos iniciais e finais - , nos quais Foucault anuncia uma delicada relação com o tempo: entre o tarde e o tarde demais. É, pois, entre o tarde e o tarde demais que é alocada a atitude de militância - quando o mundo demanda o improrrogável, quando há muito a ser feito, quando a luta torna-se força de abertura daquilo que já se é. O artigo faz-se em dois movimentos intercalados: a aproximação com as aulas ministradas por Foucault e a publicização narrativa de uma militante - performatizando a improrrogável junção entre a coragem da verdade e uma vida não-fascista.<hr/>This article deals with the possible relations between the last course given by Michel Foucault in the Collège de France - The Courage of Truth - and the urgencies of political militancy demanded by a world that never ceases to happen. Thus, it draws two brief and almost unimportant passages from Foucault's 1984 course - the initial and final excerpts - in which Foucault announces a delicate relationship with time: between the late and the too late. It is, then, between the late and the too late that the attitude of militancy is allocated - when the world demands the non-extendable, when there is much to be done, when the struggle becomes the opening force of what one already is. The article is made in two intercalated movements: the approximation with the classes taught by Foucault and the narrative of a militant - performatizing the non-extendable junction between the courage of the truth and a non-fascist life.<hr/>Este artículo está dedicado a examinar las posibles relaciones entre el último curso ministrado por Michel Foucault en el Collège de France - El coraje de la verdad - y la emergencia de militancia por un mundo que no cesa de suceder. Por lo tanto, dibuja dos pasajes breves y casi sin importancia del curso enseñado por Foucault en 1984 - los extractos iniciales y finales - en el que Foucault anuncia una delicada relación con el tiempo: entre tarde y demasiado tarde. Por lo tanto, es de entre tarde y demasiado tarde de que se asigna a la actitud militante - cuando el mundo demanda del improrrogable, cuando hay mucho por hacer, cuando la lucha se convierte en la fuerza de abertura de lo que ya se es. El artículo se divide en dos movimientos intercalados: el enfoque de las clases enseñadas por Foucault y la narrativa de una militante - performatizando la unión entre el coraje de la verdad y la vida no fascista. <![CDATA[<b>A cidade dos anjos do improrrogável</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-152X2017000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A cidade tem sido objeto de inúmeras escritas. Escrevem maldizendo-a os desertores que rumam às suas casas no campo ou às suas comunidades autossustentáveis. Escrevem clamando por ela os ocupados nas escolas, nos prédios abandonados, nas praças, nas universidades. Escrevem preocupados os economistas com suas sacras probabilidades. O que torna improrrogável que escrevamos a cidade? Perseguindo esta interrogação, colocamos em cena um personagem interpelado por uma voz que o exorta a caminhar pelas ruas de um Rio de Janeiro que lhe desorienta os sentidos intoxicados de confortáveis certezas. Em seguida pensamos tal processo à luz do materialismo filosófico de Epicuro e Lucrécio, com vistas à proposição de uma escrita urbana que não apenas interpreta fenômenos urbanos, mas que, transgredindo o sensível, inventa cidades e subjetividades.<hr/>The city has been object of countless writings. Cursing it write the deserters while depart to its country houses or self-sustainable communities. Claiming for it write the occupiers at schools, abandoned buildings, parks, universities. Concerned write the economists with its sacred probabilities. What makes unextendable that we write the city? On this quest we screened a character haunted by a voice which urges him to walk on the Rio de Janeiro’s streets that disorientates his senses intoxicated by comfortable certainties. On the following we analyze this process by the light of the Epicurus and Lucretius’ philosophical materialism, aiming to propose an urban writing that doesn’t interpret urban phenomena but transgressing the senses creates cities and subjectivities.<hr/>La ciudad está siendo objeto de innumerables escritas. La escriben los desertores mientras rumban hacia sus casas de campo o comunidades auto-sostenibles. La escriben los ocupas en las escuelas, los edificios abandonados, las universidades. Escriben pesarosos los economistas con sus sacras probabilidades. ¿Qué hace improrrogable que escribamos la ciudad? En esta búsqueda hemos puesto en cena un personaje azumbrado por una voz que le insta a caminar por las calles de un Rio de Janeiro que le desorienta los sentidos intoxicados de confortables certezas. A continuación hemos pensado este proceso bajo la luz del materialismo filosófico de Epicuro y Lucrecio, objetivando la proposición de una escrita urbana que no solamente interpreta los fenómenos urbanos, aunque transgrediendo el sensible inventa ciudades y subjetividades. <![CDATA[<b>O signo da nossa paixão</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-152X2017000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Tendemos a confundir o urgente com o improrrogável, mas o improrrogável não é da ordem das tarefas feitas ou por fazer, por muito urgentes que sejam. O improrrogável, de fato, não admite sequer a sua mediação pelo projeto. Mesmo na confusão das batalhas nas quais nos vemos involucrados como atores da nossa própria história, quando qualquer coisa que não contribua para a obra humana parece poder esperar, faz ouvir a sua voz. Exige uma consumação imediata, uma entrega total e cega. A literatura, a arte e a filosofia, constituem formas privilegiadas do improrrogável. O presente ensaio pretende explorá-las, a partir de alguns exemplos significativos, em ordem a mostrar o modo em que constituem o signo de uma paixão capaz de nos tornar ingovernáveis.<hr/>We tend to confuse the urgent with the undeferrable, but the undeferrable does not belong to the order of the tasks, no matter how urgent they could be. The undeferrable, in fact, does not admit the mediation of the projects. Even in the confusion of the battles we fight as actors of our own history, it raise its voice. It demands an immediate consummation. Literature, art and philosophy, constitute privileged forms of the udeferrable. This essay aims to explore them, through the exam of some revealing cases, in order to show the way they constitute the sign of a passion able to make us ungovernable subjects.<hr/>Tendemos a confundir lo urgente con lo improrrogable, pero lo improrrogable no es del orden de las tareas hechas o por hacer, por muy urgentes que sean. Lo improrrogable, de hecho, no admite siquiera la mediación por el proyecto. Incluso en la confusión de las batallas en las cuales nos vemos involucrados como actores de nuestra propia historia, cuando cualquier cosa que no contribuya para la obra humana parece poder esperar, hace oír su voz. Exige una consumación inmediata, una entrega total y ciega. La literatura, el arte y la filosofía constituyen formas privilegiadas de lo improrrogable. El presente ensayo pretende explorarlas, a partir de algunos ejemplos significativos, en orden a mostrar el modo en que constituyen el signo de una pasión capaz de tornarnos ingobernable. <![CDATA[<b>Amor e revolta</b>: <b>contribuições de Hannah Arendt e Albert Camus para uma ética absurda</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-152X2017000100006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo traz as contribuições do literato e filósofo argelino Albert Camus para se problematizar a ética desde a perspectiva de uma filosofia existencial, mais especificamente, de uma Filosofia do Absurdo. Pretende-se com esse referencial retirar o problema ético de sua dimensão puramente intelectual para - a partir daquilo que será proposto como uma substancialização da ética - apontar as relações concretas dessa discussão com a vida, isto é, com a materialidade pressuposta nos modos de viver - ou estilos existenciais -, isto é, no modo como as pessoas relacionam-se consigo mesmas, com os outros e com o mundo. Depois de apresentadas as noções de “absurdo” e “revolta” cunhadas por Albert Camus, é feita uma aproximação destes com o conceito de Amor Mundi discutido por Hannah Arendt. Conclui-se, assim, que a ultrapassagem do absurdo em direção a novos estilos éticos pode se dar pela assunção do amor como um movimento de luta, constante e ininterrupto, responsável por valorizar a singularidade do viver.<hr/>This article brings the contributions of the Algerian writer and philosopher Albert Camus to discuss ethics from the perspective of an existential philosophy, more specifically, a Philosophy of the Absurd. It is intended with this referential to remove the ethical problem of its purely intellectual dimension to - on the basis of which will be proposed as a substantiation of ethics - pointing out the concrete relations of this discussion with life, i.e., with the presupposed materiality of ways of living - or existential styles -, i.e., in the way people relate with themselves, with others and with the world. After presented the notions of "absurd" and "revolt" presented by Albert Camus, it is made an approach of these to the concept of Amor Mundi discussed by Hannah Arendt. It follows, therefore, that the exceeding of the absurd toward new ethical styles can be given by the assumption of love as a constant and uninterrupted movement of struggle responsible for valuing the uniqueness of living.<hr/>Este artículo presenta aportes del escritor y filósofo argelino Albert Camus para discutir la ética desde la perspectiva de una filosofía existencial, más específicamente, una Filosofía del Absurdo. Se pretende con esta referencia retirar el problema ético de una dimensión puramente intelectual hacia - a partir de lo que se propone como una substancialización de la ética - apuntar las relaciones concretas de esta discusión con la vida, es decir, con la materialidad presupuesta en los modos de vivir - o estilos existenciales -, o sea, en los modos de relación consigo mismo, con los otros y con el mundo. Después de presentados las nociones de "absurdo" y "revuelta" acuñados por Albert Camus, se hace uma aproximación com el concepto de Amor Mundi discutido por Hannah Arendt. Concluye, que la superación de lo absurdo hacia nuevos estilos éticos se puede dar por la asunción del amor como un movimento de lucha, constante e ininterrumpido, responsable por valorar la singularidad del vivir. <![CDATA[<b>Embates discursivos e significantes vazios nas manifestações de junho de 2013</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-152X2017000100007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O objetivo deste trabalho é propor uma investigação sobre os embates discursivos entre diversas identidades políticas, encenados nas ruas e no espaço virtual, durante as manifestações realizadas nas capitais brasileiras durante o mês de junho de 2013. Através do pensamento de Ernesto Laclau (1994) e Chantal Mouffe (1990), especificamente em torno dos conceitos de “antagonismo” e “significantes vazios”, propõe-se uma análise de determinadas produções e recepções de enunciados do embate estabelecido entre os diversos grupos que participaram das manifestações realizadas nas capitais brasileiras durante o mês de junho de 2013. Os significantes vazios permitiram verificar a emergência de significados antagônicos nas produções discursivas surgidas nas ruas e nos ambientes virtuais como um modo de articulação de antagonismos e identidades políticas.<hr/>The goal of this paper is to propose an inquiry about the discursive struggle performed at the streets and at the virtual space among the many political identities present in the demonstrations of June 2013 in Brazil´s biggest cities. It is proposed an analysis of certain production and reception of utterances of the struggle established among the many groups that took part in the demonstration through the framework of Laclau´s and Mouffe´s concepts of “antagonism” and “empty signifiers”. The latter allowed us to verify the emergency of antagonistic meanings in the discursive production found in the streets and virtual spaces as a way to articulate antagonism and political identities.<hr/>El objetivo de este trabajo es proponer una investigación sobre las confrontaciónes discursivas entre diferentes identidades políticas, que tuvo lugar en las calles y en el espacio virtual, durante las manifestaciones celebradas en las capitales brasileñas durante el mes de junio de 2013. A través del pensamiento de Ernesto Laclau (1994) Chantal Mouffe (1990), específicamente en torno a los conceptos de "antagonismo" y "significantes vacíos", proponemos un análisis de cierta producción y recepción de enunciados en la confrontación que se estableció entre los distintos grupos que participaron de las manifestaciones que tuvieron lugar en las capitales brasileñas durante el junio de 2013. Los significantes vacíos han permitido verificar la emergência de significados antagónicos en las producciones discursivas surgidas en las calles y espácios virtuales como un modo de articulación antagonismos y las identidades políticas. <![CDATA[<b>A escrita, o silêncio da literatura improrrogável no pensamento blanchotiano</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-152X2017000100008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente texto busca traçar um diálogo a partir da noção de escrita, silêncio da literatura do pensamento blanchotiano, em que esta escrita é apresentada como uma literatura improrrogável. Mas o que seria uma escrita improrrogável? Maurice Blanchot, em sua tessitura, apresenta-nos a partir de seus textos ensaísticos que o escrever é fazer da coisa uma imagem que, longe de representá-la, retrata sua ausência, sua impossibilidade de ser sempre a mesma, sua instabilidade no tempo e sua falta de significação. Escrever, portanto, é denunciar o vazio que se esconde por detrás de cada palavra. Lidamos neste texto com uma concepção bastante especial da escrita, esta literatura Improrrogável que resiste aos tempos sombrios vivenciados em nossos dias. Essa ideia foi delineada neste trabalho por meio das concepções Blanchotianas que neste artigo denominamos por uma literatura Improrrogável, questionando a importantes figura do escritor, ou do autor, considerando que Maurice Blanchot não estabelece diferença entre os dois termos. Ele desaparece, em seu sentido convencional. O autor está morto. Mas quem escreve? No sentido blanchotiano, a morte do autor está relacionada à ausência do condutor todo-poderoso que fala a linguagem do dictare. Isto é, produzir o discurso que pede obediência e oferece descanso, “que só demanda a docilidade e promete o grande repouso da surdez interior”.<hr/>The present text seeks to draw a dialogue based on the notion of writing, silence of the Blanchotian literature of thought, in which this writing is presented as an irreplaceable literature. But what would be a non-extendable writing? Maurice Blanchot, in his tessitura, shows us from his essay texts that writing is to make of the thing an image that, far from representing it, portrays its absence, its impossibility to be always the same, its instability in time And its lack of significance. Writing, therefore, is denouncing the emptiness that hides behind every word. We deal in this text with a rather special conception of writing that is this Improrable literature, which resists the dark times experienced in our day. This idea was outlined in this work through the Blanchotian conceptions that in this article we call an Improrable literature, questioning the important figure of the writer, or the author, considering that Maurice Blanchot makes no distinction between the two terms. It disappears, in its conventional sense. The author is dead. But who writes? In the blanchotiano sense, the death of the author is related to the absence of the all-powerful conductor who speaks the language of dictare. That is, to produce the discourse that calls for obedience and offers rest, "which only demands docility and promises the great repose of inner deafness".<hr/>En este artículo se traza un diálogo a partir de la noción de escritura, el silencio de la literatura blanchotiano pensamiento, que la escritura se presenta como una literatura no extensible. Pero lo que sería una escritura no extensible? Maurice Blanchot en su tesitura, nos muestra a partir de sus textos ensayísticos, la escritura es hacer algo una imagen que, lejos de representar Retrata su ausencia, su incapacidad de ser siempre el mismo, su inestabilidad en el tiempo y su falta de significación. La escritura, entonces, es reportar el vacío que se esconde detrás de cada palabra. Nos ocupamos en este trabajo con una concepción muy especial de escritura que no es extensible esta literatura, que se opone a los tiempos oscuros que experimentan en la actualidad. Esta idea fue esbozada en este trabajo a través de conceptos Blanchotianas en esta convocatoria artículo de una literatura no extensible cuestionar el escritor importante de la figura, o el autor, mientras que Maurice Blanchot establece ninguna diferencia entre los dos términos. Desaparece en el sentido convencional. El autor ha muerto. Pero, ¿quién escribe? En blanchotiano sentido, la muerte del autor se relaciona con la ausencia de todo poderoso conductor que habla el lenguaje de dictare. es decir, producir el discurso que pide obediencia y ofrece descanso, "que sólo exige docilidad y promete un gran resto de la sordera interior". <![CDATA[<b>Suplementos de escrituras</b>: <b>De errâncias e destinos</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-152X2017000100009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A escritura, por um lado, contempla o dono das mãos que rabiscam, num prazer irresistível que toma aquele que escreve de si para si; por outro, segue, ganha asas e voa, percorre rumos ignorantes da existência de porto seguro, assumindo desvios, num destino errante. O que acomete nosso pensamento, como tema improrrogável, poderia ser traduzido em termos como individualismo e autocontemplação; também destinos errantes e desvios. Não se trata simplesmente da solidão da escrita, mas de um olhar autorreferido, encerrado, enviesado apenas por si mesmo. De modo semelhante, não se trata simplesmente da diversidade de modos de olhar, representar e entender os signos, mas de uma potência de múltiplos destinos e sentidos do que é escrito. Com inspiração no filme Into the wild, propõe-se um pensamento acerca da produção escrita.<hr/>Scripture, on one hand, includes the owner of the hands that draw, an irresistible pleasure that takes himself; on the other hand, takes wings and flies, travels ignoring directions, taking detours, a wandering destination. We are affected, as an unextended theme today could be translated into terms like individualism and self-contemplation; also wandering destinations and detours. It is not just the writing solitude, but a self- reported look, closed, based only by yourself. Similarly, it is not simply the diversity of ways of looking, representing and understanding the signs, but multiple destinations and senses of what is written. Inspired by the movie Into the wild, it is proposed a thought about writing production. Inspired by the movie Into the wild, it is proposed a reflection about written creation.<hr/>La escritura, por una parte, incluye al dueño de las manos que hacen garabatos, un placer irresistible que atrapa a aquél que escribe de sí mismo para sí mismo; por otra parte, le sigue, gana alas y vuela, recorre rumbos ignorantes de la existencia de refugio seguro, tomando desvíos, en un destino errante. Lo que afecta a nuestro pensamiento, como tema no prorrogable, podría traducirse a términos como individualismo y autocontemplación; también destinos errantes y desvíos. No es sólo la soledad de lo escrito, sino una mirada subjetiva / introspectiva, cerrada, sesgada solo por sí misma. Del mismo modo, no se trata simplemente de la diversidad de formas de ver, representar y entender las señales, sino la potencia de los múltiples destinos y sentidos de lo que está escrito. Inspirado en la película Into the wild, se propone una reflexión sobre la producción escrita. <![CDATA[<b>... Cartografia...</b>: <b>uma política de escrita</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-152X2017000100010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente ensaio promove algumas reflexões sobre a ideia de cartografia a partir da Filosofia da Diferença de Gilles Deleuze. Seu objetivo principal é movimentar um plano de composição entre as linhas da escrita acadêmica, entendendo que a cartografia não seria um método, mas um modo de experimentação, de avaliação da vida, que põe a escrita como uma política da existência.<hr/>This test promotes some reflections about cartography idea from philosofy of difference Gilles Deleuze. Its main purpose is moving a compound plan between the lines of academic writing, understanding that the cartography would not be a method, but an experimental manner, evaluation of life, that puts writing like a politics of existence.<hr/>Este documento oferece algunas reflexiones sobre la idea de la cartografía de la filosofía de ladiferencia de Gilles Deleuze. Su principal objetivo es mover un avión compuesto entre las líneas de la escritura académica, entendiendo que la cartografía no sería un método, sino un modo de prueba, la evaluación de la vida que pone la escritura como una existencia política. <![CDATA[<b>A menina e a mulher</b>: <b>literatura e narrativas de vida</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-152X2017000100011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Esse relato foi feito na tentativa de ilustrar uma história de vida de uma mulher que vive em uma casa nas margens de rios e palafitas da cidade de Santos. Esta mesma mulher vive complexidades e possibilidades que foram enunciadas a partir dos encontros que ocorreram. As tramas vividas pela mulher ganharam (ainda mais) vida a partir dos momentos em que se deu voz aos acontecimentos, quando entrou em contato com suas próprias memórias e perguntas, com sua vida presente, com suas próprias palavras que ganharam tons, (múltiplas) vozes, espaços, escutas. Na tentativa de compor com seus dias, foram levados fragmentos literários para o despertar de encontros: com ela mesma, com novos afetos, com outros mundos. Os momentos vividos durante o processo foram subsidiados pelo método da Cartografia. Assim, este trabalho não se desdobra em constatações, afirmações e certezas, mas em sensações e perguntas lançadas nas entrepalavras que permeiam os (nossos) cotidianos.<hr/>This work was written in an attempt to illustrate a life story of a woman who lives in a house along the riverbanks and palafittes in the city of Santos. This very woman faces complexities and possibilities which have been raised up in the meetings that have happened. The storylines this woman has experienced have gained (even more) life due to the moments when she gave voice to occurrences, when she got in contact with her own memories and questionings, with her current life, with her own words that emerged and gained tones, (multiple) voices, spaces, listening. In order to compose her daily life, literary passages were used to awake meetings: with herself, with new feelings of affection, with other worlds. The moments experienced during the process were subsidized by the Cartography method. Therefore, this work does not unfold in findings, statements and certainties, but instead in sensations, doubts and questions released in wordings that pervade (our) everyday lives.<hr/>Este relato se hizo en un intento de ilustrar una historia de vida de una mujer que vive en una casa en las orillas de los ríos de la ciudad de Santos. Esta misma mujer vive complejidades y posibilidades que fueron listadas a partir de los encuentros que se lograran. Las tramas vividas por la mujer ganaron (aún más) vida a partir de los momentos que se dío la voz a los acontecimientos, cuando esta entra en contacto sus propios recuerdos y preguntas con su vida actual, en sus propias palabras que ganaron tonos (múltiples), voces, espacios, escuchas. Con la intención de componerlas con sus días, fragmentos literarios fueron llevados para el despertar de los encuentros: consigo misma, con nuevos afectos, con otros mundos. Los momentos vividos durante el proceso fueron subsidiados por el método Cartografía. Por lo tanto, este trabajo no se desarrolla en comprobaciones, afirmaciones o certezas, sino con sensaciones y preguntas lanzadas en las entrelíneas que atraviesan (nuestro) día a día. <![CDATA[<b>Acoplamentos Louco-Formiga</b>: <b>qual o impostergável para um corpociborgue?</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-152X2017000100012&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Aportando para o campo dos estudos científicos da saúde provocações sobre o corpociborgue, o artigo traça um percurso textual inusitado para estudar a saúde na contemporaneidade. Produzindo acoplamentos do conto de ficção-científica -A Formiga Elétrica, de Philip K. Dick, com as (des)construções poéticas do Corpo-sem-Orgãos, de Antonin Artaud, apreendeu-se que, após tornar o corpo máquina, insurge impostergável um potente desejo de retorno, pois o andróide (vir-a-ser do ciborgue) luta - após atingir sua perfeição como máquina - para conquistar a vida e suas sensações (memórias, inscrições, riscos). Buscou-se pensar os movimentos de corpos (im)possíveis que se rebelam contra sua ciborguização para que a vida possa escapar: rasgos nos territórios da clínica; deslocamentos de realidade; imaginação; subversão da norma e desconstrução do controle sobre o corpo; fabulação de corpos-humanos-outros na saúde coletiva. Corpo-sem-Órgãos para outras clínicas (im)possíveis.<hr/>Contributing to the field of health scientific studies with provocations on cyborgbody, the article provides an unusual textual route to study health in contemporary society. Producing linkages between science-fiction short story "The Electric Ant" by Philip K. Dick, with the Antonin Artaud‘s poetic (dis)constructions of the Body-without- Organs, was apprehended that, after rendering the body as a machine, protested postponed a powerful desire of return, as the android (the cyborg becoming) struggles - after reaching its perfection as a machine - to conquer life and its sensations (memories, inscriptions, risks). Was quested to think the movements of (im)possible bodies who rebel against their cyborgzation so that life can escape: tears in the clinic territories; reality shifts; imagination; standards subversion and deconstruction of control over the body; other-human-bodies fabulation in collective health. Body-without-Organs to other (im)possible clinics. <![CDATA[<b>O improrrogável colocar-em-crise do cotidiano</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-152X2017000100013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt The perpetual crisis of Late Capitalism, ubiquitously present in our quotidian as background to all being-doing, is confronted by the non-method of the mise-en-crise of our devising. By putting our quotidian in crisis, we educe crisis from the future and invoke the infinite potential of the anarchive-a drawing forth which produces chaos within process so that difference inhabits repetition. We rely on the active forgetting of inherited disciplined knowledges and perfected operating procedures to actualise modes and practices of composition which enable experimentation through a multiplicity of contemplations and aberrant becomings. We espouse an affirmative, immanent critique as a mode of knowing and composing so that when we ask -What next? we leave no other course of action other than the ineluctable exercise of our subjectivity as the facticity of resolution of crisis.<hr/>A crise perpétua do capitalismo tardio, presente de forma ubíqua em nosso cotidiano como pano de fundo de todo ser-fazendo, é confrontada com o não-método da mise-en- crise de nossa concepção. Colocando nosso cotidiano em crise, geramos crise do futuro e invocamos o potencial infinito do anarquivo - um desdobramento que produz o caos dentro do processo para que a diferença habite a repetição. Contamos com o esquecimento ativo de conhecimentos disciplinados herdados e procedimentos operacionais aperfeiçoados para atualizar modos e práticas de composição que permitem a experimentação através de uma multiplicidade de contemplações e de devires aberrantes. Adotamos uma crítica afirmativa e imanente como um modo de conhecer e compor, de modo que quando perguntamos "O que vem depois?", não deixamos outro curso de ação além do exercício inelutável de nossa subjetividade como facticidade de resolução de crises.<hr/>Confrontamos la crisis perpétua del capitalismo tardio, presente de forma ubíqua en nuestro cotidiano como tela de fondo de todo ser-hacer, con el no-método de la -puesta en crisis de nuestra concepción. Abrazando el potencial infinito del anarquivo invocamos en el presente una crisis futura para que surja el caos dentro del proceso. Contamos con el olvido activo de conocimientos disciplinares y praticas perfeccionadas a fin de elaborar modos y prácticas de composición que posibiliten una multiplicidad de contemplaciones y devenires aberrantes. Como estrategia para lidiar con una crisis, proponemos una crítica inmanente, afirmativa, como modo de construcción de saberes que se basan sobre la filosofía de la diferencia y su articulación, de forma que cuando preguntemos ¿Que sigue ahora? no dejamos ningún otro curso que el ejercicio de nuestra subjetividad como hecho factible de la diferencia. <![CDATA[<b>O que seria uma tese barthesiana?</b>]]> http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-152X2017000100014&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A partir de textos inéditos de Roland Barthes (principalmente a dissertação sobre Ésquilo, os numerosos trabalhos doutorais inacabados e as anotações para o seminário sobre “Os problemas da tese e da pesquisa”), definimos as características de uma tese barthesiana: 1) ela não tem necessariamente um tema, seu objetivo é fabricar um objeto; 2) ela abandona seu método durante o percurso; 3) ela é desgraciosa, mas procura mesmo assim seduzir; 4) é uma maneira específica de orientar o desejo.<hr/>From several unpublished texts (mainly the dissertation about Ésquilo, the numerous unfinished doctorals works and the notes for the seminary on "The problems of the thesis and research"), we defined the characteristics of a barthesian thesis: 1) it doesn't necessarily have a theme, it's objective is to fabricate an object; 2) it abandons it's method during the course; 3) it is ungraceful, but even so seeks to seduce; 4) it is a specific way to orient the desire.<hr/>A partir de diversos textos inéditos (principalmente la disertación sobre Esquilo, los numerosos trabajos doctorales inacabados y las anotaciones para el seminario sobre “Los problemas de la tesis y de la investigación”), definimos las características de una tesis barthesiana: 1) no tiene necesariamente un tema, su objetivo es fabricar un objeto; 2) abandona su método durante el recorrido; 3) es desgarbada, pero todavía busca seducir; 4) es una manera específica de orientar el deseo.