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Avaliação Psicológica
Print version ISSN 1677-0471On-line version ISSN 2175-3431
Aval. psicol. vol.4 no.2 Porto Alegre Nov. 2005
EDITORIAL
O Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica tem a satisfação de apresentar à comunidade científica mais um número de sua revista. Por certo essa não é uma forma muito original de se iniciar um editorial. Em outra medida, revela o sentimento da editora, extensivo a toda equipe, no sentido de superar as dificuldades inerentes à publicação de periódicos no país e reunir manuscritos com a intenção de colaborar com o desenvolvimento científico da área. Nossos cumprimentos aos autores, aos membros do conselho editorial, aos pareceristas, e especialmente ao assistente editorial pela inestimável colaboração nesse produto que ora se apresenta e a Fabiano Koich Miguel, pela preciosa ajuda no processo editorial.
No primeiro artigo, os portugueses Rui Bártolo Ribeiro, do Centro de Psicologia da Força Aérea Portuguesa / Instituto Superior de Psicologia Aplicada, e Leandro S. Almeida, da Universidade do Minho, fazem um discussão sobre os componentes envolvidos na resolução de tarefas cognitivas, tendo como foco os tempos de reação frente aos estímulos. A partir de uma situação real de seleção profissional e utilizando-se das Matrizes Progressivas de Raven em sua versão Standard, os autores buscaram explicações não cognitivas para as diferenças individuais nesses tempos.
Verificar evidências de validade de critério para uma escala de desempenho em informática educacional foi o objetivo de Maria Cristina Rodrigues Azevedo Joly, da Universidade São Francisco, e Ronei Ximenes Martins, do Centro Universitário do Sul de Minas. Numa amostra de 1144 professores de educação básica foram aplicados os instrumentos Escala de Desempenho em Informática Educacional (EDIE) e Inventário de Identificação de Barreiras à Criatividade, e a análise das correlações indicou que o objetivo do trabalho foi alcançado.
Buscando adaptar o Study Skills Checklist para o português, Carla Alexandra da Silva Moita Minervino, da Universidade Estadual da Paraíba, e colaboradores analisaram fatorialmente as respostas de 1052 estudantes universitários das redes pública e privada do nordeste, obtendo seis fatores com explicação da variância total em 45,69%. A consistência interna também foi atestada, com alfa de Cronbach = 0,79, podendo-se concluir que o instrumento se mostrou como uma possibilidade de desenvolver o conhecimento auto-avaliativo, o que pode vir a promover reflexões sobre as estratégias de aprendizagem.
Estudar a validade e a precisão da versão brasileira de três questionários sobre aracnofobia foi o objetivo de Laura Camilo Granado, Francisco Javier Ropero Peláez e Mirian Garcia-Mijares, da Universidade de São Paulo. Os questionários, formas traduzidas dos originais americanos, foram aplicados em estudantes universitários e em um grupo com antecedentes de medo de aranha. Foram encontradas diferenças significativas entre os grupos e os coefiecientes alfa de Cronbach atestaram sua consistências interna. Além disso, análises fatoriais revelaram resultados próximos dos estudos originais.
Carlos Henrique Sancineto da Silva Nunes, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e Ricardo Primi, da Universidade São Francisco, utilizaram-se de várias amostras de um banco de dados referentes a um exame educacional de matemática aplicado no ano de 2002 no Estado da Bahia para verificar o impacto do tamanho da amostra sobre a calibração de itens por TRI (Teoria da Resposta ao Item). Os resultados indicaram que os parâmetros dos itens e a habilidade dos avaliados podem ser estimados adequadamente para amostras a partir de 200 participantes.
O texto de José Augusto Dela Coleta e Marília Ferreira Dela Coleta (Centro Universitário do Triângulo e Universidade Federal de Uberlândia) trata dos processos de construção e determinação de principais características métricas de um conjunto de oito escalas para medida dos fatores da cultura organizacional, além de outras duas que visam avaliar as qualidades percebidas de Instituições de Educação Superior e os sentimentos de a elas pertencer. Os autores concluem o estudo mostrando que os instrumentos utilizados apresentam indicadores de validade de construto e de conteúdo, além da precisão.
Vanessa T. A. T. de Ourofino, da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal e Denise de Souza Fleith, da Universidade de Brasília, buscaram comparar alunos superdotados, hiperativos e superdotados/hiperativos em relação à criatividade, inteligência, autoconceito, déficit de atenção e hiperatividade/impulsividade, comportamento anti-social e dificuldades de aprendizagem. Os resultados indicaram diferenças significativas entre os grupos em favor dos superdotados nas medidas de inteligência, autoconceito e criatividade, enquanto que os alunos hiperativos apresentaram um escore mais elevado nas medidas de desatenção, hiperatividade/impulsividade, comportamento anti-social e dificuldades de aprendizagem.
Em Março de 2004, foi realizado em São Paulo o I Encontro de Avaliação Psicológica na Formação dos Psicólogos, evento que contou com os maiores nomes da área no Brasil. Nesse evento, promovido pelo IBAP, assuntos relativos à ética, epistemologia, deficiências e avanços na formação em AP foram discutidos, sendo que a partir desse número a Revista Avaliação Psicológica tem o prazer de apresentar algumas das falas apresentadas no evento. Nesse número, Rosa Maria Lopes Affonso traz uma importante discussão acerca da importância da epistemologia no ensino da avaliação psicológica no processo psicodiagnóstico e Regina Sonia Gattas Fernandes do Nascimento, fazendo uma revisão sobre aspectos éticos envolvidos em questões de avaliação, fala sobre as perspectivas futuras para a área.
Finalizando esse número, duas normas técnicas e uma resenha são apresentadas. Maria Beatriz Zanarella Cruz, bolsista de Iniciação Científica CNPq da Universidade São Francisco traz uma descrição detalhada da Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC-III). Fabiano Koich Miguel, aluno do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São Francisco, apresenta o Teste Wisconsin de Classificação de Cartas (WCST). O Programa de Orientação Profissional Intensivo - POPI é apresentado por Maiana Farias Oliveira Nunes, também aluna do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São Francisco.
Ana Paula Porto Noronha
Editora