Services on Demand
article
Indicators
Share
Avaliação Psicológica
Print version ISSN 1677-0471On-line version ISSN 2175-3431
Aval. psicol. vol.7 no.3 Porto Alegre Dec. 2008
ARTIGOS
Diferenças relacionadas ao sexo observadas no Cheklist de Relações Interpessoais - revisado
Sex differences observed in the Checklist of Interpersonal Relations - revised
Gleiber CoutoI, *; Monalisa MunizII, **; Luc VandenbergheIII, ***; Antonius Cornelius van HattumIV, ****
I Faculdade de Estudos Administrativos de Belo Horizonte
II Universidade São Francisco e Faculdades Integradas Einstein de Limeira
III Universidade Católica de Goiás
IV Faculdade de Divinópolis
RESUMO
O objetivo do estudo foi verificar diferenças Relacionadas ao sexo nas dimensões do Checklist de Relações Interpessoais - Revisado. Participaram 551 estudantes com idades variando entre 13 e 52, sendo 66% (n=366) do sexo feminino. Foi realizada uma Análise Discriminante utilizando-se o método stepwise para verificar a melhor combinação de escalas capaz de explicar as diferenças nos perfis entre os sexos. Para tanto foi estabelecido como variável dependente o sexo e como variáveis independentes os escores nas escalas. Ao final da análise foi sugerida uma função composta por seis escalas que classificou corretamente 64,4% dos casos, portanto uma discriminação razoável dos grupos na variável dependente. Verificou-se também que a variável que mais contribuiu foi a escala Dominância e a que menos contribuiu foi a escala Confiança. Também existe variação dos escores na função relacionados com a série escolar que, todavia, não apresentou efeito interativo com a variável sexo.
Palavras-chave: Relações interpessoais, Personalidade, Gênero, Cloit-r.
ABSTRACT
The aim of the present study was to verify sex related differences in the dimensions of the CLOIT-R. Participants were 551 students between 13 and 52 of which 66% (n=366) was female. Discriminant analysis was performed, using a stepwise method to obtain the combination of scales that would explain the difference in profiles between both sexes best. For the analysis, sex was chosen as the dependent variable while the scores on the scales were the independent variables. At the end of the analysis, a composed function of six scales was determined, that correctly classified 64,4% of the cases, thus providing a reasonable discrimination for the dependent variable. The variable that contributed most was the Dominance scale and the one that contributed least was the Confidence scale. Function scores also varied with school grade but this relation did not interact with the variable sex.
Keywords: Interpersonal relations, Personality, Gender, Cloit-r.
Introdução
Segundo Pervin e John (2004) não existe uma definição unânime de personalidade. O conceito aplicado depende da preferência teórica assumida pelo observador. Uma teoria define a forma de coletar e sistematizar dados, sugerindo qual direção de pesquisa é mais proveitosa e contribui para unir as informações existentes sobre determinado construto, sinalizando também como obter novas descobertas. A finalidade das teorias é estudar o indivíduo intensamente, procurando saber o que eles são, como se tornaram daquela forma e porque se comportam de certa maneira. Para esses autores "a personalidade representa aquelas características da pessoa que explicam padrões consistentes de sentimentos, pensamentos e comportamentos" (p. 23).
A personalidade se estrutura ao longo do desenvolvimento humano, sendo influenciada tanto por fatores sociais quanto biológicos, este último, muitas vezes, não é abordado por diversos pesquisadores. Os seres humanos são um produto biossocial, ou seja, além da aprendizagem, dos fatores externos ao nosso modo de conceber o mundo, a forma como agimos e pensamos também é influenciada por fatores hereditários. Esses fatores condicionam as pessoas, mas podem não ser determinantes do jeito de ser delas (Juan-Espinosa, 2006).
As diferenças individuais desenvolvidas durante o processo de construção da personalidade se refletem nos relacionamentos interpessoais e não raramente são causas de conflitos entre as pessoas. Uma forma para se compreender a dinâmica dos relacionamentos interpessoais foi proposta por Leary (1957), que desenvolveu um modelo capaz de representar o universo da personalidade. Este autor organizou os diferentes elementos que compõem a personalidade, em dois eixos que representam as duas dimensões fundamentais das relações interpessoais, segundo a teoria de Sullivan (1953), quais sejam, Poder, representando a dicotomia Submissão-Dominância e Afiliação, representando a dicotomia Amabilidade-Hostilidade.
Segundo Leary (1957), a personalidade pode ser definida como o conjunto dos padrões consistentes das transações que um indivíduo tem com outros. Estas transações são as atitudes e os impactos que causam nas interações interpessoais. Certos padrões de transações se repetem sobremaneira nos relacionamentos interpessoais de um indivíduo em particular. Isto ocorre porque as formas de interagir com outros são mantidas pelos padrões complementares que eles induzem nessas pessoas. Assim, padrões de comportamento amorosos e dominadores, de uma pessoa, induzem nas outras pessoas atitudes amorosas e submissas, que levam a primeira pessoa a continuar agindo de forma amorosa e dominadora, e o contrário também seria verdadeiro. Quando a interação se torna rígida, as atitudes de cada um dos membros da díade induzem, cada vez mais exatamente, as atitudes no outro, que induzem ainda mais o primeiro comportamento.
Kiesler (1983) elaborou inventários para avaliar padrões de relacionamento interpessoal e uma estrutura teórica para interpretação dos resultados que se basearam no trabalho de Leary (1957). Os inventários foram revisados, em 1987, e denominados Check List of Interpersonal Transactions-Revised (CLOIT-R). A estrutura teórica, chamada de Círculo Interpessoal é constituída por 16 posições interpessoais que são diferentes misturas de Dominação-Submissão e de Amabilidade-Hostilidade. Cada uma das posições é uma classe prototípica de atos. O significado do termo "prototípico" utilizado aqui indica que não há uma qualidade definidora que é decisiva para a inclusão ou exclusão de certo comportamento. Para que um ato seja classificado como integrante de uma das classes, depende da similaridade com exemplares típicos daquela classe. Uma posição interpessoal é caracterizada por um conjunto de disposições ou atitudes interpessoais. Cada posição é compreendida, no círculo de Kiesler (1983), em termos da soma de freqüências de atos observáveis. Estas disposições e atitudes não têm um status explicativo, isto quer dizer que elas são representações de padrões típicos do comportamento do indivíduo, mas não o explicam. A explicação, nessa concepção, é de que os padrões de comportamento são o resultado de aprendizagem social (Kiesler, Goldston & Schmidt, 1991).
As diferenças entre os padrões de comportamento interpessoal parecem se agravar quando se acrescenta uma segunda variável, o gênero. As comparações feitas com o intuito de diferenciar o gênero masculino do feminino, principalmente com relação aos papéis sociais estão presentes desde os primórdios da sociedade e estão longe de acabar. Na literatura científica podem ser encontradas pesquisas cujos resultados apontam diferenças de gênero em ajustamento psicológico, comparação social e esteriótipos e também em algumas categorias de expressão comportamental (Lippa, 1995; Guimond, & Cols, 2006; Jost & Kay, 2005). Por exemplo, Stennes, Burch, Sen e Bauer (2005), em um estudo longitudinal, estudaram o desenvolvimento do vocabulário e as ações de comunicação de crianças de ambos os sexos. Os autores acompanharam crianças com idades variando entre 9 meses e meio a 36 meses. Os resultados indicaram que dos 13 aos 18 meses há diferenças de gênero nas ações comunicativas e dos 24 aos 36 meses, meninos e meninas, possuem palavras mais típicas de acordo com seu gênero. Os autores supõem que o ambiente diferenciado para os gêneros pode contribuir para o vocabulário típico das crianças em relação ao seu gênero.
As dinâmicas sociais e ações comunicativas também foram estudadas em crianças com média de idade de 8 anos e 7 meses com objetivo de analisar possíveis diferenças entre os gêneros. As informações obtidas indicaram que os meninos utilizaram mais ações controladoras e ações interruptivas negativas quando se encontravam em grupos mistos, ao passo que as meninas demonstraram ações mais afiliativas nesse contexto. Ações colaborativas foram observadas em todas as crianças, mas em maior freqüência quando estavam apenas com crianças do mesmo gênero (Leman, Ahmed & Ozarow, 2005).
Else-Quest, Hyde, Goldsmith e Van Hulle (2006) conduziram um estudo de meta-análise com o objetivo de investigar diferenças de gênero em relação ao temperamento em crianças com idades variando entre 3 meses a 13 anos. As análises apontaram que controle inibitório e sensibilidade perceptual apresentaram diferença significativa entre os gêneros favorecendo as mulheres. Já intensidade de prazer e atividades que envolvem jogos bruscos são significativamente mais incidentes em meninos. Por fim, afetividade negativa não apresentou diferença entre os gêneros.
Em pesquisa que abordou o suporte social, Neff e Karney (2005) identificaram que não há diferença significativa nessa habilidade ao se comparar homens e mulheres. Participaram desse estudo 146 casais que estavam no primeiro semestre do casamento. Os casais compareceram a três sessões nas quais executavam tarefas caracterizadas por interações de suporte social e tiveram seus comportamentos avaliados segundo o Sistema de Codificação de Interações de Suporte Social (SSICS). Os resultados dessa pesquisa sugeriram que o tempo dispensado ao fornecimento do suporte foi a variável que apresentou diferença em função do gênero. As mulheres tenderam a fornecer maior tempo de suporte. Outro dado apresentado diz respeito a qualidade do suporte social, por exemplo, nos dias que os maridos estão estressados elas oferecem suporte de melhor qualidade do que os maridos quando elas estão estressadas (Neff & Karney, 2005).
O viés de gênero no critério diagnóstico foi investigado por Boggs e cols. (2005), que verificaram essa questão em quatro desordens de personalidade de acordo com o DSM-IV, quais sejam, borderline, esquizotípico, evitativo e obsessivo-compulsivo. No entanto, nenhuma dessas desordens apresentou resultado significativo que sustentasse a influência do gênero, apenas os diagnósticos de bordeline tenderam a evidenciar essa característica. Entretanto, Widiger e Samuel (2005) em um artigo teórico que procurava fundamentar os direcionamentos para embasar as evidências para a avaliação das desordens de personalidade, enfatizaram que se deve considerar o viés de gênero.
A diferença de gênero em relação ao neuroticismo foi abordada em dois estudos realizados por Oliveira (2002). O primeiro teve a participação de 454 sujeitos de ambos os sexos e vários níveis de escolaridade; o segundo foi composto por uma amostra de nações diferentes, uma de caboverdianos e outra de portugueses, também tendo escolaridade diversificada. Nos dois estudos o autor encontrou diferenças significativas de média que indicavam maiores pontuações para as mulheres no inventário de neuroticismo.
Ao analisar as propriedades psicométricas da escala de Reyes (1995), Noriega & Cols (2003) tinham o objetivo de mesurar Lócus de Controle em uma população da região Nordeste do Brasil e fazer comparações com um setor da população mexicana. Entre seus resultados foi verificado que a dimensão de controle social apresentou diferença significativa de gênero, tendo as mulheres às médias mais altas. No referido estudo contou-se com uma amostra de aproximadamente 600 sujeitos divididos em três grupos de 200 pessoas cada, sendo 100 homens e 100 mulheres distribuídos por cotas de idade. O primeiro grupo na faixa dos 14 aos 22 anos, o segundo na faixa dos 23 aos 35 anos e o terceiro dos 36 aos 70 anos (Noriega & Cols, 2003).
Caprara, Steca, Zelli e Capana (2005), também investigando as propriedades psicométricas de uma escala para mensurar pró-sociabilidade de adultos, ao se analisar o Funcionamento Diferencial do Item (DIF), foram observadas diferenças de gênero em nove itens. Dentre eles, cinco itens que se referiam à empatia e suporte emocional privilegiavam as mulheres e quatro itens que possuíam conteúdos de ação ou assistência imediata, favorecendo os homens. O estudo contou com uma amostra de 2574 indivíduos adultos com idade variando dos 18 aos 92 anos distribuídos em 1278 homens e 1296 mulheres. Segundo os autores, os dados corroboram a literatura existente sobre as diferenças de gênero no comportamento social.
Os resultados das pesquisas relatadas apontam para pelo menos duas questões importantes. A primeira se refere ao fato de que homens e mulheres desde a mais tenra idade apresentam várias diferenças de atitudes e expressões de comportamento social. Portanto, torna-se importante saber identificar tais diferenças e aprender a lidar com elas, principalmente no que diz respeito ao relacionamento interpessoal, com o objetivo de promover relacionamentos saudáveis. Rose e Rudolph (2006) fizeram uma revisão crítica na literatura sobre as diferenças entre os gêneros e apontaram que o ajustamento dessas diferenças ocorre não apenas pela família, sociedade ou por fator biológico, mas também, pelo relacionamento entre os gêneros, o que tende a ser benéfico para ambos no que diz respeito ao desenvolvimento emocional e comportamental. A segunda questão tange o fato de que as diferenças de gênero são, muitas vezes, observadas nos escores de testes psicológicos que objetivam medir dimensões independentes delas. Os instrumentos podem apresentar diferenças em seus resultados que sejam reflexos das diferenças entre os gêneros e não na dimensão psicológica avaliada. Desta forma, no trabalho de construção ou de adaptação de um instrumento para uma cultura diferente da qual ele foi concebido, o pesquisador deve estar atendo a este tipo de diferença. De modo que, futuros usuários poderão dispor dessa informação, permitindo uma melhor interpretação dos resultados e, por conseqüência, melhora na qualidade da avaliação (Anastasi & Urbina, 2002; Cronbach, 1996).
Após a tradução e adaptação da forma de autoclassificação do CLOIT-R para a população brasileira (Couto, Van Hattum, Vandenberghe & Benfica, 2005), iniciaram os primeiros estudos sobre suas propriedades psicométricas. Couto, Vandenberghe, Van Hattum, e Campos (2006) apresentaram uma investigação da estrutura interna do instrumento na qual foi usada análise fatorial exploratória. Os resultados apontaram uma solução em três fatores que após a rotação explicaram 55,04% da variância total. A distribuição das escalas em três fatores e sua representação no espaço tridimensional indicaram uma ordem circular para os escores das escalas do inventário.
A fidedignidade do inventário foi investigada estimando os coeficientes do Alfa de Cronbach. Os resultados apontaram o valor de Alfa de 0,88 para o inventário, as dezesseis escalas principais apresentaram coeficientes que variaram de 0,38 a 0,54 (M = 0,47), nas escalas derivadas os valores variaram entre 0,57 e 0,67 (M = 0,62) com apenas três valores menores que 0,60 para os octantes tradicionais, e 0,57 e 0,66 (M = 0,61) com apenas dois valores menores que 0,60 para os octantes não tradicionais. Os valores dos quadrantes são todos maiores que 0,70, variando entre 0,74 e 0,77 (M = 0,76) e dos hemisférios variaram entre 0,80 e 0,81 (M = 0,80). Estes resultados demonstraram que nas escalas derivadas, os octantes, quadrantes, hemisférios e eixos, apresentaram adequados índices de precisão, enquanto que nas escalas principais, apontaram a necessidade de mais estudos utilizando procedimentos diferentes de estimação da precisão, especialmente, o teste-reteste (Couto & cols., 2006).
Os resultados das pesquisas observadas neste estudo apontaram o impacto que as diferenças de gênero exercem nas dimensões psicológicas. De modo especial esses resultados alertam o pesquisador para o cuidado que deve ser tomado na construção de medidas dessas mesmas dimensões. Tendo em vista as características presentes neste cenário o objetivo desse estudo foi o de verificar se haviam diferenças significativas entre os gêneros nas dimensões que compõem a forma adaptada do CLOIT-R e se essas diferenças poderiam estar associadas com a série escolar.
Método
Participantes
Participaram desta pesquisa 551 estudantes da região metropolitana de Belo Horizonte e da região leste do estado de Minas Gerais, com idades variando entre 13 e 52 anos (M= 17,8 e DP= 4,7), sendo que 8 pessoas não informaram sua idade. A amostra foi composta por 66% (n=366) de sujeitos do sexo feminino e 34% (n=185) do sexo masculino. Quanto à escolaridade 15% (n=85) estavam cursando a última série do ensino fundamental, 23% (n=126) estavam cursando a primeira série do ensino médio, 25% (n=137) estavam cursando a segunda série do ensino médio, 26% (n=141) estavam cursando a terceira série do ensino médio e 11% (N=62) estavam cursando o segundo e terceiro semestre do ensino superior.
Instrumento
Check List of Interpersonal Transactions - Revised (CLOIT-R), trata-se de um inventário construído com a finalidade de mapear o comportamento interpessoal de pessoas alvo. Cada inventário contém 96 proposições que descrevem ações que podem ocorrer em interações entre pessoas. Na forma de autoclassificação todas as proposições são iniciadas com a partícula "Quando estou com outras pessoas..." (que fica centralizada no início de cada página). Os sujeitos são solicitados a ler as proposições e marcar aquelas que descrevem os tipos de interações mais característicos de sua conduta. As proposições estão divididas nas 16 subescalas bi-dimensionais, cujas definições caracterizam sujeitos com tendência a apresentar padrões de comportamento como os descritos a seguir.
Dominância (A): o sujeito assume responsabilidade com as pessoas com quem está interagindo, aceita ordens e situações de rotina, aceita exemplos, instruções ou avisos das mesmas. Freqüentemente tenta persuadir vigorosamente estas pessoas a seus pontos de vista ou resiste e "defende-se" de tentativas de persuasão.
Competição (B): o sujeito mantém-se firme para demonstrar seu humor às pessoas com quem está interagindo; põe seus interesses à frente, disputa ou desafia a exposição delas. Freqüentemente desdenha frente ao conhecimento ou contribuição delas ou dá o seu melhor para colocar essas pessoas em condições inferiores.
Desconfiança (C): O sujeito dissimula com as pessoas com quem está interagindo ou escapa de perguntas sobre suas próprias intenções ou motivos, procura detectar ou descobrir intenções prejudiciais dessas pessoas. Freqüentemente desconfia das ações úteis delas, acusa-as de um julgamento injusto sobre ele ou encontra dificuldade em perdoar qualquer mal, ofensa ou desapontamento vindo delas.
Frieza afetiva (D): o sujeito encontra dificuldade em expressar cordialidade, aceitação ou aprovação às pessoas com quem está interagindo; espera obediência aos princípios, regras ou regulamentos. Freqüentemente encontra faltas no comportamento delas, avalia-as de forma insensível ou desprendida; tem pouca simpatia ou clemência a respeito da fraqueza ou comportamento irregular delas.
Hostilidade (E): o sujeito por várias vezes quebra as regras com as pessoas com quem está interagindo, faz o que quer ou viola o espaço delas, recusa-se a cumprir ou cooperar com os apelos ou pedidos delas. Freqüentemente opõe-se ou dificulta as sugestões delas, é brusco, rude ou insolente com elas; discute, queixa-se ou ofende essas pessoas.
Isolamento (F): o sujeito protege sua privacidade com as pessoas com quem está interagindo; mantém-se distante, descomprometido ou insensível; ignora ou não se interessa pelas ocupações pessoais delas ou parece querer retirar-se da presença delas para seguir suas atividades solitárias.
Inibição (G): o sujeito trabalha de forma séria, precisa e correta sobre as exposições das pessoas com quem está interagindo; comporta-se racional e reservadamente com elas. Freqüentemente delimita e pesa todos os aspectos antes de decidir ou agir, minimiza expressões de sentimentos ou avaliações; evita compromissos, posições ou ações com elas.
Insegurança (H): o sujeito tenta ser modesto ou evita ser pretensioso como as pessoas com quem está interagindo; admite prontamente suas próprias deficiências ou faltas, aceita culpa ou apologias delas. Freqüentemente parece necessitado e solicita suporte ou ajuda das pessoas; permanece culpado, desesperançado ou deprimido na companhia delas.
Submissão (I): o sujeito empenha-se para evitar tomar responsabilidades com quem está interagindo, é rápido em suportar ou cumprir os direcionamentos dados. Freqüentemente consente que os desejos e preferências dessas pessoas sejam feitos, concorda com suas opiniões; volta atrás quando questionado ou desafiado, hesita em adotar qualquer oposição, atitude ou posição.
Deferência (J): o sujeito tenta "aceitar" as pessoas com quem está interagindo com normalidade ou satisfação, faz apenas aquilo que foi pedido, é hesitante em tomar iniciativas para com essas pessoas. Freqüentemente é rápido em observar e seguir aquilo que foi pedido, ou fala favoravelmente, dá crédito ou faz comentários entusiásticos a respeito delas.
Confiança (K): o sujeito é cândido e honesto sobre suas intenções ou motivos; confia nas reclamações das pessoas com quem esta interagindo sobre suas próprias intenções e motivos. Freqüentemente acredita no que elas dizem e encontra-se desprotegido, simpatiza e perdoa qualquer transtorno ou ação das pessoas que o possa prejudicar.
Calor afetivo (L): o sujeito é rápido em expressar cordialidade, aprovação ou aceitação para com as pessoas com quem está interagindo; é gentil e compreensivo com os sentimentos delas. Freqüentemente é indulgente em julgar cumprimentos, princípios, regras e regulamentos das pessoas; aponta força e princípios dessas pessoas, é compassível ou não opina diante das mesmas.
Amigabilidade (M): o sujeito é rápido em cooperar ou assistir as pessoas com quem está interagindo, faz sua parte, é cortês, atencioso ou diplomático; é paciente e complacente, respeita os direitos dessas pessoas e evita qualquer ofensa; encoraja, ajuda ou as conforta.
Sociabilidade (N): o sujeito tenta ser atento e susceptível as pessoas com quem está interagindo, pergunta e interessa-se sobre ocupações pessoais dessas pessoas, expressa satisfação e alegria em sua presença. Freqüentemente parece querer iniciar um novo contato e incluí-las em atividades.
Exibicionismo (O): o sujeito é despreocupado e espontaneamente expressivo com as pessoas com quem está interagindo, fala ou faz pequenas premeditações, fala facilmente com essas pessoas. Freqüentemente expressa ou age de forma exageradamente emocional, enfeita os fatos e faz comentários surpreendentes, tenta tornar agradável ou excitante as relações.
Segurança (P): o sujeito tenta firmemente tranqüilizar-se e confiar nas pessoas com quem está interagindo, faz comentários de forma assegurada, evita mostrar-se culpado. Freqüentemente comporta-se formalmente, empenha-se em confiar em seus próprios recursos para tomar decisões enfrentando suas dificuldades ou problemas, expressa prazer em si mesmo, faz menção de seus méritos ou sucessos.
Cada uma delas contém 6 proposições que descrevem relações em dois niveis de intensidade, três proposições de intensidade moderada as quais uma marca coresponde a um ponto e outras três em um nivel de extrema intensidade para as quais uma marca recebe dois pontos. O resultado bruto é obtido somando-se os pontos, 1 ou 2 dependendo do nivel de intensidade da proposição, para cada marca registrada pelo sujeito na folha de respostas. Cada escala pode receber um escore bruto que varia entre 0 e 9 pontos (Kiesler, Goldston & Schmidt, 1991).
Procedimentos e Plano de Análise
Nas escolas escolhidas os alunos foram convidados a participar da pesquisa, aqueles que concordaram em participar assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Para os alunos menores de 18 anos foi encaminhado o TCLE para que os pais consentissem com sua participação na pesquisa. Para a coleta os alunos foram orientados a responder a forma de autoclassificação do teste na versão papel e caneta. A aplicação foi realizada de forma coletiva nas salas de aula, e durou aproximadamente uma hora.
Foi realizada uma Análise Discriminante utilizando-se o método stepwise para verificar a existência da melhor combinação de escalas capaz de explicar o máximo de diferenças nos perfis de escores médios entre os sexos. Para esta análise foi estabelecido como variável dependente o sexo e como variáveis independentes os escores nas dezesseis escalas que compõe o CLOIT-R.
Em seguida, verificou-se se as variações dos escores nas escalas que compõem a Função Discriminante em relação a variável Sexo sofrem efeito interativo com a variável Série Escolar. Para tanto, foi efetuada uma Análise de Variância Fatorial (ANOVA) 6 (escalas da função discriminante) vs 5 (série) vs 2 (sexo) envolvendo medidas repetidas. A variável dependente foi o fator formado pelas escalas que compõem a Função Discriminante. A variável independente intra-sujeito com medidas repetidas foi o tipo de escala (B, N, D, H, J e K) presente na função discriminante. Esse fator trata basicamente da diferença de conteúdos entre as escalas e é importante, sobretudo, tratando-se de efeito interativo com outras variáveis independentes. O efeito principal desse fator relaciona-se às diferenças de dificuldade entre as escalas, aqui entendida como dificuldade de adesão ao conteúdo semântico dos itens. As duas outras variáveis independentes entre-grupos foram, a Série Escolar e o Sexo dos alunos. A variável destacada nesse estudo, em função dos objetivos propostos, foi o Sexo. A variável Série Escolar consiste em uma variável de controle, pois, foi adotada a hipótese é de que as diferenças nos padrões de relacionamento interpessoal ligadas ao gênero possam ser modificadas ao longo das experiências de interação, especialmente aquelas oferecidas nos vários anos do ensino regular. Desta forma, a série escolar acabaria sendo um indicador, mesmo que indireto, da dinâmica dos relacionamentos interpessoais.
Em resumo, o interesse foi de investigar o efeito principal do sexo esperando-se uma diferenciação na configuração dos escores das escalas que compõe a função correlacionada com o aumento das séries. Também o efeito da interação Série Escolar vs tipo de escala buscando-se evidenciar padrões diferenciados de configuração dependendo da habilidade avaliada.
Resultados e discussão
Tendo em vista a relevância das diferenças de gênero sobre as medidas individuais de várias dimensões psicológicas, o presente estudo pretendeu investigar esta influência e, neste sentido, confia-se que represente uma contribuição à área. Não obstante, não é possível deixar de apontar algumas de suas limitações potenciais. A amostra de participantes foi heterogênea e convencional, no sentido de apresentar grupos com representação desproporcional de sujeitos, especialmente, no último ano do ensino fundamental, e do ensino superior. Foi desproporcional também na variável sexo, sendo a maioria dos sujeitos do sexo feminino, e não se controlou, com relação à série escolar, a dependência administrativa (publico/particular) das escolas. Foi igualmente reduzida, limitando qualquer generalização das comparações efetuadas. Destaca-se ainda que como fonte de evidência de validade o gênero usado como critério externo apresenta limitadas possibilidades de interpretação. Por ser um estudo exploratório, de método correlacional, faz-se necessário a réplica utilizando outras amostras, com vistas a se identificar possíveis flutuações do efeito. Também careceu de conhecer a extensão com que os fatores desta medida se correlacionariam com a desejabilidade social, apesar de ser conhecido que alguns padrões de relacionamento interpessoal são mais desejáveis do que outros. Portanto, caberia conhecer até que ponto as pontuações dos participantes não revelam seu desejo por manifestar padrões mais aceitos. A propósito, os resultados encontrados são aqui discutidos.
A primeira providência a ser tomada para se realizar uma Análise Discriminante é verificar o resultado do teste de ajuste M'Box que informa se o conjunto de dados apresenta as condições necessárias para realização da Análise Discriminante. O pré-requisito a ser examinado é se os valores das covariâncias das variáveis independentes nos grupos da variável dependente não apresentam diferenças significativas. No caso presente os resultados encontrados foram (M'Box = 28,40) [F(21, 527528,860) = 1,33; p < 0,14]. Portanto, o resultado do teste de igualdade de matrizes de covariância indica que as matrizes nos dois grupos são iguais, tornando adequado o uso de avaliação pela Análise Discriminante.
A Tabela 1 mostra os valores do coeficiente de ajuste Lambda de Wilks, e do coeficiente F que indica o tamanho da diferença entre os dois grupos da variável dependente. As mudanças nos valores são apresentadas passo a passo para cada escala introduzida na função discriminante. Os valores expressos indicam a contribuição de cada variável associada a função calculada. Pode-se notar que, por um lado, a medida em que são adicionadas variáveis na função, o valor do Lambda diminui, portanto, o ajuste melhora. Mas, por outro lado, o valor de F diminui, ilustrando que as diferenças entre os dois grupos diminuem. Pode-se dizer que ao final da análise a função sugerida composta pelas seis escalas apresenta um índice razoável de discriminação entre os grupos da variável dependente. Trata-se também da melhor combinação possível de escalas do instrumento para essa finalidade. Foi observado que a variável que mais contribuiu, ou seja, apresenta a maior diferença entre os sexos foi a escala Dominância (B) e a que menos contribuiu foi a Confiança (K).
A Tabela 2 mostra a freqüência e respectiva porcentagem de casos corretamente classificados por meio da função discriminante. Pode-se observar que no grupo feminino houve uma melhor classificação do que no grupo masculino. Houve mais homens classificados indevidamente no grupo das mulheres, exatamente 5% a mais, sugerindo que, na amostra examinada, existem mais homens que apresentaram padrões de relacionamento interpessoal parecidos com os das mulheres. No cômputo geral, a função apresenta um total de 64,4% de casos corretamente classificados, portanto, uma discriminação razoável dos grupos da variável dependente.
Em seguida foi computado um escore para a função discriminante considerando a combinação de cada uma das escalas que a compõe. E então, foram usados os valores dessa nova variável como referência para tentar separar os grupos de sexo diferente. Para tanto, foi calculada uma diferença de médias pela ANOVA. Os resultados dessa análise sugerem que a magnitude da diferença, expressa pelo valor de [F(1, 550) = 56,725; p < 0,05], encontrada é significativa. Dessa forma, pode-se interpretar que os dois grupos pertencem a populações diferentes, ou seja, eles apresentam resultados divergentes nessa variável e a probabilidade desse resultado acontecer ao acaso é muito baixa.
A Tabela 3 apresenta os resultados da ANOVA Fatorial 6 (Escalas da função) vs 5 (séries) vs 2 (sexo) tendo como variáveis dependentes os escores nas seis escalas da Função Discriminante e variáveis independentes as Escalas da Função (FD), o Sexo e a Série Escolar dos participantes. Observou-se que todos os efeitos principais e interações de dois níveis foram significativos, porém, com magnitudes diferentes, com exceção da variável sexo que na situação entre sujeitos apresentou valores marginalmente significativos. Tal fato sugere que existe diferença significativa de dificuldade entre as escalas que compõe a função discriminante, e também, que a variável Sexo é responsável por parte da variância na configuração das escalas e o mesmo pode ser dito para a variável Série Escolar. No entanto o efeito combinado das duas variáveis não é significativo tanto na situação intra-sujeitos quanto na situação entre sujeitos. Uma interpretação possível é que existem diferenças significativas nos escores das escalas da função sob a influência do Sexo, também o mesmo foi observado com relação a influência da Série Escolar. Porém, não existe efeito interativo das variáveis Sexo e Série Escolar, ou seja, as diferenças nos padrões de interação interpessoal, de acordo com o sexo não apresentam variações que são afetadas pela variável Série Escolar.
A Figura 1 apresenta uma ilustração das diferenças de médias encontradas nas escalas que compõem a função discriminante. Pôde-se notar que as médias mais baixas foram encontradas na escala de Frieza Afetiva (D) e as mais altas na escala de sociabilidade (N) para ambos os sexos. Ao se comparar os grupos as mulheres apresentaram médias menores que os homens na escala D e maiores na escala N.
Considerações finais
Considerando os objetivos deste estudo que foi investigar possíveis diferenças de gênero, presentes nos escores das dezesseis escalas que compõe o CLOIT-R, e se as diferenças estariam relacionadas com a série escolar. A importância desse tipo de investigação pode ser medida pela freqüência na qual a literatura especializada relata diferenças relacionadas ao gênero encontradas na expressão de vários tipos de comportamentos (Stennes & cols, 2005; Else-Quest & cols, 2006).
Os resultados encontrados mostraram que a combinação de seis escalas do CLOIT-R é passível de discriminar de maneira razoável os indivíduos conforme seu gênero. Nas escalas Competição (B), Frieza afetiva (D) e Deferência (J), os homens apresentaram maiores médias do que as mulheres, que por sua vez, apresentaram as maiores médias nas escalas sociabilidade (N), Insegurança (H) e Confiança (K). Tal configuração sugere a interpretação de que, por um lado, os homens são mais competitivos, frios e deferentes nas suas relações interpessoais quando comparados com as mulheres. Por outro lado, as mulheres são mais sociáveis, inseguras e confiam mais nas pessoas em suas relações interpessoais quando comparadas com os homens.
Essas propostas interpretativas se aproximam dos resultados de Leman, Ahmed e Ozarow (2005), nos quais os meninos utilizaram mais ações controladoras e ações interruptivas negativas quando em grupos mistos, ao passo que as meninas demonstraram ações mais afiliativas nesse contexto. Também de Neff e Karney (2005) que encontraram que as mulheres tendem a fornecerem maior tempo de suporte; e de Noriega e cols. (2003) quando verificaram que as mulheres têm as médias mais altas na dimensão de controle social. Ao seguir essa tendência de resultados, Caprara e cols. (2005) encontraram que as mulheres são melhores no que se refere à empatia e ao suporte emocional, e os homens no que se refere à ação ou assistência imediata.
As interpretações sugeridas neste estudo, apesar de se aproximarem das verificadas pelos autores acima descritos, precisam ser encaradas com cuidado. Primeiro, porque o resultado apresentado na forma da combinação de escalas para formar a função discriminante proposta, precisa ser replicado em outros estudos com outras populações para se demonstrar sua estabilidade. Considera-se que as escalas que compõem a função poderão ser adotadas como referência de interpretação para distinção de gêneros. Além disso, os resultados desta pesquisa também apontaram o fato de que as variações de média nas escalas da função discriminante estão relacionadas com a série escolar, e esse aspecto precisa ser mais bem estudado, com fins de se compreender como a série escolar afeta as mudanças nos padrões de relacionamento interpessoal. Apesar de o efeito de série não afetar as diferenças relacionadas ao sexo, talvez as configurações encontradas, que apóiam as interpretações sugeridas para o perfil, se alterem considerando a série escolar que os indivíduos estão freqüentando. Nesse caso, um estudo apresentando um delineamento que controle melhor a distribuição dos indivíduos nas respectivas séries é indicado.
Assim sendo, deve-se tentar replicar primeiro a composição das escalas da função discriminante. Uma vez que outros resultados suportem essa configuração, então, se deve buscar pelas variações em relação aos grupos de séries diferentes. Feitas tais considerações, os resultados encontrados são promissores no que diz respeito a qualidade da adaptação brasileira do CLOIT-R e sua posterior utilidade para a essa população. Apoiados na sugestão de Rose e Rudolph (2006), de que o relacionamento entre os gêneros, é benéfico para ambos, no desenvolvimento emocional e comportamental, a disponibilidade de um instrumento que seja capaz de diagnosticar adequadamente padrões desadaptativos de relações interpessoais facilite a tarefa de tomada de consciência e a mudança em direção ao desenvolvimento interpessoal adaptado.
Referências
Anastasi, A. & Urbina, S. (2000). Testagem Psicológica. Porto Alegre: Artmed. [ Links ]
Boggs, C. D., Morey, L. C., Skodol, A. E., Shea, M. T., Sanislow, C. A., Grilo, C. M., McGlashan, T. H., Zanarini, M. C. & Gunderson, J. G. (2005). Differential Impairment as an Indicator of Sex Bias in DSM-IV Criteria for Four Personality Disorders. Psychological Assessment, 17(4), 492-496. [ Links ]
Caprara, G. V., Steca, P., Zelli, A. & Capanna, C. (2005). A New Scale for Measuring Adults' Prosocialness. European Journal of Psychological Assessment, 21(2), 77-89. [ Links ]
Couto, G., Van Hattum, A. C., Vandenberghe, L. & Benfica, E. (2005). Tradução, análise semântica e adaptação do Check List of Interpersonal Transactions - Revisado. Avaliação Psicológica, 4(1), 45-57. [ Links ]
Couto, G., Vandenberghe, L., Van Hattum, A. C. & Campos, H. R. (2006). Propriedades Psicométricas do Checklist De Relações Interpessoais - Revisado. Psicologia Argumento, 24(47), 15-28. [ Links ]
Cronbach, L. J. (1996). Fundamentos da Testagem Psicológica. Porto Alegre: Artes Médicas. [ Links ]
Else-Quest, N. M., Hyde, J. S., Goldsmith, H. H. & Van Hulle, C. A. (2006). Gender Differences in Temperament: A Meta-Analysis. Psychological Bulletin, 132(1), 33-72. [ Links ]
Guimond, S., Chatard, A., Martinot, D., Crisp, R. J. & Redersdorff, S. (2006). Social Comparison, Self-Stereotyping, and Gender Differences in Self-Construals. Journal of Personality and Social Psychology, 90(2), 221-242. [ Links ]
Jost, J. T., Kay, A. C. (2005). G Exposure to Benevolent Sexism and Complementary Gender Stereotypes: Consequences for Specific and Diffuse Forms of System Justification. Jornal of Personality and Social Psychology, 88(3), 498-509. [ Links ]
Juan-Espinosa, M. (2006). Bases biológicas da personalidade. Em: C. Flores-Mendoza & R. Colom (Orgs.). Introdução à Psicologia das Diferenças Individuais (pp.263-299). Porto Alegre: Artmed. [ Links ]
Kiesler, D. J. (1983). The 1982 Interpersonal Circle: a taxonomy for complementarity in human transactions. Psychological Review, 90, 185-214. [ Links ]
Kiesler, D. J., Goldston, C. S. & Schmidt, J. A. (1991). Manual for Check List of Interpersonal Transactions - Revised and Check List of Psychoterapy Transactions - Revised. Virginia Commonwealth University. [ Links ]
Leary, T. (1957). Interpersonal Diagnosis of Personality. New York: Ronald. [ Links ]
Leman, P. J., Ahmed, S. & Ozarow, L. (2005). Gender, Gender Relations, and the Social Dynamics of Children's Conversations. Developmental Psychology, 41(1), 64-74. [ Links ]
Lippa, R. (1995). Gender-Related Individual Differences and Psychological Adjustment in Terms of the Big Five and Circumplex Models. Jornal of Personality and Social Psychology, 69(6), 1184-1202. [ Links ]
Neff, L. A. & Karney, B. R. (2005). Gender Differences in Social Support: A Question of Skill or Responsiveness? Jornal of Personality and Social Psychology, 88(1), 79-90. [ Links ]
Noriega, J. A. V., Albuquerque, F. J. B., Alvarez, J. F. L., Oliveira, L. M. S. & Coronado, G. (2003). Locus de Controle em uma População do Nordeste Brasileiro. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 19(3), 211-220. [ Links ]
Oliveira, J. H. B., (2002). Neuroticismo: Algumas variáveis diferenciais. Análise Psicológica, 4 (X), 647-655. [ Links ]
Pervin, L. A. & John, O. P. (2004). Personalidade: Teoria e Pesquisa. Porto Alegre: Artimed. [ Links ]
Rose, A. J. & Rudolph, K. D. (2006). A Review of Sex Differences in Peer Relationship Processes: Potential Trade-offs for the Emotional and Behavioral Development of Girls and Boys. Psychological Bulletin, 132(1), 98-131. [ Links ]
Stennes, L. M., Burch, M. M., Sen, M. G. & Bauer, P. J. (2005). A Longitudinal Study of Gendered Vocabulary and Communicative Action in Young Children. Developmental Psychology, 44(1), 75-88 [ Links ]
Sullivan, H. S. (1953). The Interpersonal Theory of Psychiatry. New York: Norton. [ Links ]
Widiger, T. A. & Samuel, D. B. (2005). Evidence basead assessment of personality disorders. Psychological Assessment, 17(3), 278-287. [ Links ]
Endereço para correspondência
E-mails: gleibercouto@labape.com.br
Recebido em Abril de 2007
Reformulado em Setembro de 2008
Aceito em Novembro de 2008
Sobre os autores:
* Gleiber Couto: psicólogo, doutor em avaliação psicológica pela Universidade São Francisco - USF. Pesquisador colaborador do Laboratório de Avaliação Psicológica e Educacional - LabAPE. Professor associado ao curso de psicologia da Faculdade de Estudos Administrativos de Belo Horizonte - FEAD, professor convidado na Academia de Polícia Militar de Minas Gerais, e psicólogo clínico com experiência no diagnóstico e tratamento (Terapia Comportamental-Cognitiva) de pacientes portadores de transtorno psiquiátrico.
** Monalisa Muniz: psicóloga, doutoranda em avaliação psicológica pela Universidade São Francisco - USF. Bolsista FAPESP vinculado ao Laboratório de Avaliação Psicológica e Educacional - LabAPE e do Laboratório de Avaliação Psicológica em Saúde Mental - LAPSaM.
*** Luc Vandenberghe: psicólogo, doutor em psicologia pela Université de L'Etat a Liege - ULg - Liege, Bélgica. Professor associado ao Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu em Ciências Ambientais e de Saúde e do Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu em Psicologia, Universidade Católica de Goiás, UCG - Goiânia, GO.
**** Antonius Cornelius van Hattum: biólogo, mestre em etologia humana e neurobiologia pela Universiteit van Amsterdam - UvA - Amsterdam, Paises Baixos. Professor associado ao curso de psicologia da Faculdade de Divinópolis / FACED - Divinópolis, MG e do English for Scientists / EnfoS - Belo Horizonte, MG.