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Revista Brasileira de Orientação Profissional

Print version ISSN 1679-3390On-line version ISSN 1984-7270

Rev. bras. orientac. prof vol.17 no.1 Florianópolis June 2016

 

ARTIGOS ORIGINAIS

 

Relações entre Autoeficácia para Escolha Profissional, Exploração e Indecisão Vocacional1

 

Relationships between Professional Choice Self-Efficacy and Vocational Exploration and Indecision

 

Relación entre Autoeficácia para Elección de Profesión, Exploración e Indecisión vocacional

 

 

Rodolfo A.M. Ambiel; Débora Noemí Hernández

Universidade de São Francisco, Itatiba-SP, Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O presente estudo teve como objetivo verificar as relações entre autoeficácia para escolha profissional, comportamento exploratório e indecisão vocacional. Para tanto, 272 estudantes de ensino médio de uma escola pública do interior de São Paulo responderam em sala de aula três instrumentos de avaliação. Os resultados mostraram correlações positivas entre fracas e moderadas entre autoeficácia e comportamento exploratório. Também verificou-se que autoeficácia é um preditor significativo dos comportamentos de exploração vocacional. Por fim, observou-se que há diferenças com tamanhos de efeito moderado entre grupos com alta e baixa indecisão em relação aos resultados dos outros instrumentos. Os resultados são discutidos à luz da literatura sobre os construtos considerados neste estudo e de suas implicações práticas.

Palavras-chave: comportamento exploratório, escolha profissional, orientação vocacional


ABSTRACT

This research aimed the verification of the relation between professional choice self-efficacy, exploratory behavior and vocational indecision. For that, 272 high school students from a public school of the countryside of São Paulo state answered to three scales that evaluated the mentioned constructs inside the classroom. The results showed positive correlations from weak to moderate between self-efficacy and exploratory behavior. It was also verified that self-efficacy is a significant predictor of exploratory behavior. Finally, it was observed that there is moderate effect size difference between groups of high and low indecision related to the results of other evaluated scales. The results are discussed based on the literature of the constructs considered on this research and its practical implications.

Keywords: exploratory behavior, occupational choice, vocational guidance


RESUMEN

El presente estudio tuvo como objetivo verificar las relaciones entre autoeficacia para la elección profesional, comportamiento exploratorio e indecisión vocacional. Con ese fin, 272 estudiantes de enseñanza media de una escuela pública del interior de São Paulo respondieron en el salón de clases a tres instrumentos de evaluación. Los resultados mostraron correlaciones positivas de débiles a moderadas entre autoeficacia y comportamiento exploratorio. También se verificó que la autoeficacia constituye un predictor significativo del comportamiento exploratorio vocacional. Por último, se observó que existen diferencias con tamaños de efecto moderado entre grupos con alta y baja indecisión con relación a los resultados de los otros instrumentos. Los resultados fueron discutidos a partir de la literatura sobre los constructos abordados en el estudio y considerando sus implicaciones prácticas.

Palabras clave: comportamiento exploratorio, elección profesional, orientación vocacional


 

 

Na vida da maioria dos adultos, o trabalho é considerado uma das atividades de maior relevância, demandando algumas tomadas de decisão prévias no sentido de se definir quanto à trajetória que se deseja ou que se é possível construir. Considerando que é na adolescência que os interesses profissionais e as percepções de habilidades tendem a se cristalizar, nem sempre esse aspecto da transição para a vida adulta é realizado de forma autônoma, necessitando de apoio para concretizá-lo. Assim, a Orientação Profissional (OP) procura auxiliar nesse processo, proporcionando reflexões por meio da atuação de orientadores que utilizam, em muitos dos casos, instrumentos de avaliação por meio dos quais pretendem identificar características que ajudem na orientação (Noronha & Ambiel 2006; Sparta, 2003).

Nascimento (2007) explica que esta área se vale de diversas abordagens e técnicas, afirmando que a orientação deve abordar as preferências no que se refere às atividades profissionais pretendidas pelo orientando. Nesse sentido, a utilização de técnicas de avaliação psicológica visando facilitar o processo de escolha profissional exerce um papel importante, especialmente os instrumentos de avaliação de interesse profissionais, que podem ser úteis ao planejamento e efetividade da intervenção, a depender da forma como seus resultados são utilizados (Ambiel, 2016), proporcionar oportunidades de exploração de si e do ambiente. Contudo, vale sempre lembrar que os Standards for educational and psychological testing (AERA, APA, & NCME, 2014) incentivamos orientadores a usarem outros tipos de materiais e técnicas juntamente com os resultados de vários testes, para assim ter uma avaliação mais completa da problemática do cliente.

Ao longo do século XX, tanto no Brasil quanto no exterior, a utilização de testes psicológicos no contexto da OP mostrou-se como prática corrente. Sparta, Bardagi e Texeira (2006) sugerem que modelos de avaliação psicológica em OP tem se desenvolvido desde o trabalho seminal de Parsons (1909) quando oficialmente a área foi fundada. Estes autores sugerem que duas concepções de avaliação foram construídas ao longo do século passado, que foram denominados de Modelo de Avaliação Psicológica Centrado no Resultado e Modelo de Avaliação Psicológica Centrado no Processo. O primeiro caracteriza-se por se centrar nos resultados de testes para a definição de uma escolha profissional, e era mais comumente utilizado na primeira metade do século XX, quando as opções de carreira eram restritas.

Porém, desde meados do século passado e mais fortemente a partir do início da década de 2000, o Modelo de Avaliação Psicológica Centrado no Processo tem ganhado espaço, propondo uma ênfase em proporcionar autoconhecimento das condições, limitações e possibilidades do orientando, bem como aprendizagens a respeito do processo de escolha. Nesse sentido, dentre as variáveis com implicações para um modelo mais focado no processo de escolha, neste estudo serão abordadas a autoeficácia para escolha profissional, os comportamentos exploratórios e a indecisão vocacional.

Nas últimas duas décadas, a teoria da autoeficácia tem sido muito discutida dentro da OP, sendo conceituada como as crenças de alguém em sua própria capacidade de organizar e realizar cursos de ações necessárias para produzir certas realizações (Bandura, 1997). A crença de autoeficácia é um dos fatores principais que influenciam o comportamento humano, uma vez que tende a modular quanto esforço, tempo, obstáculos e estresse uma pessoa poderá dispender, o que tende a se relacionar com a probabilidade de sucesso que uma pessoa tem para desempenhar uma determinada atividade (Bandura, 1997).

No contexto da OP, Hackett e Betz (1981) e Taylor e Betz (1983a) foram os pioneiros dos estudos com a autoeficácia relacionada à escolha profissional, propondo uma relação entre as crenças de um estudante em suas habilidades educacionais e ocupacionais com as profissões consideradas para a sua carreira. A este respeito, foi construída a Career Decision-Making Self-Efficacy Scale (CDMSES), a qual procura analisar a confiança de uma pessoa para realizar uma tarefa de escolha profissional. Criada a partir do modelo de maturidade de carreira de Crites (1961), que propôs cinco competências para a realização de uma escolha profissional, quais sejam, Correta Auto-avaliação, Coleta de Informações Ocupacionais, Seleção de Objetivos, Planejamento do Futuro e Solução de Problemas, sendo estes os fatores avaliados pelo instrumento, apesar de controvérsias sobre sua estrutura interna (Ambiel & Noronha, 2012). Mais tarde, Lent, Brown e Hackett (1994) agregaram a autoeficácia para escolha profissional ao modelo social cognitivo de desenvolvimento de carreira, que se trata de uma teoria composta por três segmentos, interligados, relacionados à formação e elaboração de interesses profissionais, escolha acadêmica e profissional, e performance e persistência nas atividades escolhidas.

No Brasil, há poucos estudos que abordam a au-toeficácia no contexto do desenvolvimento de carreira (Oliveira, Silva, Garcia, Melo-Silva, & Teixeira, 2014; Prisco, Martins, & Nunes, 2013; Sbicigo, Teixeira, Dias, & Dell'Aglio, 2012). Em um deles, Ambiel e Noronha (2014) construíram a Escala de Autoeficácia para Escolha Profissional (EAE-EP),baseados na literatura sobre a CDMSE, considerando o construto como sendo as crenças de um indivíduo para se engajar em tarefas de escolha profissional. No estudo de validação, foram abordados estudantes dos três anos do ensino médio, de escolas públicas e particulares, sendo que resultou uma estrutura de quatro fatores, quais sejam, Autoavaliação, Coleta de Informações Ocupacionais, Busca de Informações Profissionais Práticas e Planejamento de Futuro (Ambiel, Noronha, & Carvalho, 2015). Além disso, também foram encontrados resultados mostrando que pessoas com diferentes níveis de autoeficácia para escolha profissional apresentam perfis de personalidade específicos, sendo que Extroversão, Realização e Socialização são os principais preditores da autoeficácia (Ambiel & Noronha, 2016).

Portanto, a autoeficácia é um conjunto de crenças que influencia o engajamento e o sucesso no desempenho de um comportamento e, no caso específico da EAE-EP, a avaliação abarca crenças relacionadas à capacidade de avaliar-se adequadamente e de obter informações sobre a realidade e futuro profissional. Em outras palavras, os comportamentos que a autoeficácia influencia, tal qual abordada neste texto, são relativos à exploração de si mesmo e de seu meio ambiente, que são integrantes do conceito de exploração vocacional.

Jordaan (1963) foi o primeiro a pesquisar o conceito de comportamento exploratório vocacional e o descreveu como um conjunto de comportamentos em prol da solução de problemas relativos à escolha profissional. Segundo o autor, o comportamento exploratório está presente durante toda a vida, porém é mais evidente ou acentuado em momentos de transição em que o indivíduo deve tomar decisões importantes sobre sua carreira e, para isso, são necessárias informações que auxiliem neste processo. Ainda segundo Jordaan (1963), define-se comportamento exploratório pela busca e experimentação de conhecimento sobre o mundo e sobre si mesmo, que se dá, entre outros, num processo de escolha profissional.

Outro autor que estudou tal conceito foi Super (1963), que definiu a exploração como uma etapa dentro do desenvolvimento vocacional correspondente aos anos da adolescência e início da vida adulta, momento em que escolher uma ocupação exige do indivíduo um incremento do comportamento exploratório. Este autor dividiu a exploração em duas dimensões, quais sejam, exploração de si (self-exploration) e exploração do ambiente (environmental exploration), os quais sugerem a exploração dos próprios interesses ao mesmo tempo que, procura conhecer os possíveis ambientes educacionais e ocupacionais. Desta maneira o conhecimento sobre estas possibilidades fazem que o sujeito as avalie como objetivo de tomar a decisão que corresponda com seus interesses e gostos pessoais. A função de exploração é claramente adaptativa, pois quanto maior o conhecimento tanto de si quanto do ambiente educacional e do trabalho, o sujeito estará mais apto para se orientar em um mundo em constante mudança.

Neste sentido, no Brasil, foi elaborada a Escala de Exploração Vocacional (Teixeira et al., 2007; Teixeira & Dias 2011). Esta escala procura avaliar o comportamento de exploração vocacional de um indivíduo, no que se refere à procura de informações a respeito de carreiras. A fim de avaliar as propriedades psicrométricas da EEV, os autores Texeira e Diaz (2011), realizaram um estudo com 436 estudantes de ensino médio. Os resultados revelaram uma estrutura bifatorial, relativas à exploração de si e do ambiente, com alfas de Cronbach de 0,83 e 0,81 para estes fatores respectivamente.

Cabe ressaltar que, no contexto estrangeiro, há resultados de pesquisas evidenciando que a autoeficácia para escolha profissional é um preditor significativo de exploração vocacional, tanto em amostra de estudantes afro-americanos (Gushue, Schalan, Pantzer, & Clarke, 2006a) quanto de latino americanos (Gushue, Schalan, Pantzer & Clarke, 2006b). Assim, pode-se considerar que ambas as variáveis tendem a facilitar a escolha profissional.

Por outro lado, a indecisão vocacional é uma variável, ou estado psicológico, que tende a dificultar o efetivo engajamento em tarefas de escolha profissional (Gomes, 1995; Savickas, 1995). Apesar disso, Krumboltz (1992) acredita que a indecisão é um processo saudável, que pode favorecer que o indivíduo, ainda que de forma postergada, tome uma decisão mais legítima baseada no planejamento mental do futuro. Gomes (1995) e Savickas (1995) identificam a indecisão vocacional como um processo normal frente à dúvida proveniente de uma situação de mudança, sendo este um momento de desenvolvimento que pode se esclarecer com o tempo ou com acompanhamento adequado. No Brasil, há um instrumento para a avaliação da indecisão, que é a Escala de Indecisão Vocacional (EIV, Teixeira & Gomes, 1999), instrumento unifatorial que propicia a mensuração dos níveis de indecisão vocacional dos orientandos.

Taylor e Betz (1983b) e, posteriormente, Taylor e Popma (1990), realizaram estudos nos quais pretendiam verificar relação entre autoeficácia e indecisão na escolha de carreira. Ambos puderam observar que correlações negativas moderadas e altas entre os dois construtos. Além disso, no primeiro estudo também identificaram a autoeficácia como um forte preditor negativo de indecisão.

Também a este respeito, Betz e Luzzo (1996) realizaram uma revisão dos estudos já realizados a respeito da relação entre autoeficácia para escolha profissional e indecisão para escolha profissional. Foi verificado que todas as pesquisas revisadas constataram uma correlação significativa negativa entre as duas escalas e seus respectivos fatores, concluindo que quanto maiores os escores de autoeficácia menores os escores de indecisão. Ainda, observou-se em um estudo de intervenção, o aumento dos escores de autoeficácia e a diminuição dos escores de indecisão após orientação profissional (Blustein, 1989; Peterson, 1993, citados por Betz & Luzzo,1996).

Mediante o panorama apresentado, o presente trabalho tem como objetivo analisar o poder preditivo da auto--eficácia no comportamento exploratório e na indecisão. Além disso, também buscou-se analisar o efeito da indecisão na autoeficácia e no comportamento exploratório.

 

Método

Participantes

Participaram 272 estudantes do ensino médio, pertencentes a uma instituição pública do interior paulista, sendo que 36%cursavam o primeiro ano, 31,6% o segundo ano, 30,9% o terceiro ano e quatro participantes não forneceram esta informação. Dentre estes, 51,5% eram do sexo feminino, 47,4% do sexo masculino, enquanto três (1,1%) participantes não deram essa informação. A idade dos participantes variou de 14 a 19 anos, com média de 16,34 anos de idade (DP = 0,99).

Instrumentos

Escala de Autoeficácia para Escolha Profissional (EAE-EP, Ambiel & Noronha,2014). Nesta escala cada participante respondeu à questão "quanto você acredita em sua capacidade de...", numa escala Likert de quatro pontos, sendo que 1 representa "acredito pouco" e 4 "Acredito muito". O mesmo possui 47 itens que se dividem em quatro subescalas, que são: (a) Autoavaliação, o qual se refere à crença do indivíduo sobre suas capacidades de decidir-se por uma profissão a partir do conhe-cimentode suas próprias características pessoais, opiniões, interesses e habilidades; (b) Coleta de Informação Ocupacional, que avalia o quanto o indivíduo acredita ser capaz de buscar informações sobre profissões se valendo de diversas estratégias; (c) Busca de Informações Profissionais Práticas, refere-se à crença do sujeito quanto à sua capacidade para obter informações sobre o mundo do trabalho por meio de relacionamentos interpessoais; (d) Planejamento de Futuro, que diz respeito ao quanto o sujeito acredita que pode contemplar questões referentes a sua futura formação, profissão ou questões financeiras. O coeficiente alfa de Cronbachneste instrumento variou de 0,79-0,88 (Planejamento de Futuro e Autoavaliação respectivamente) para as subescalas. Nesta pesquisa os coeficientesforam muito semelhantes variando de 0,77-0,86 (Planejamento de Futuro e Coleta de informações Ocupacionais). Este instrumento obteve um alfa total de 0,94 e o mesmo resultado no presente estudo.

Escala de Exploração Vocacional (EEV, Teixeira et al., 2007; Teixeira & Dias 2011). Esta escala avalia o comportamento exploratório dos estudantes de ensino médio no que se refere à procura de informações a respeito de carreiras por meio de dois fatores, Exploração do Ambiente, ou seja, voltada para o exterior ou âmbito ocupacional e Exploração de Si, que se refere à autoexploração do indivíduo. Cada fatorcontém 12 itens (24 itens no total), numa escala Likert de cinco pontos variando de "raramente ou nunca" (1) a "muito frequentemente ou sempre" (5). Em relação à consistência interna da escala, o fator Exploração do Ambiente obteve alfa de Cronbach de 0,81 e o fator Exploração de Si obteve um alfa deCronbach de 0,83. No presente estudo os alfas foram de 0,86 para o fator Exploração do Ambiente e 0,82 para fator Exploração de Si.

Escala de Indecisão Vocacional (EIV, Teixeira e Gomes, 1999). Avalia o nível de indecisão vocacional de estudantes no último ano do ensino médio. Esta escala é unifatorial, formada por 30 itens, avaliados por meio de escala Likert de cinco pontos, sendo que quanto mais alta a pontuação, maior a indecisão do indivíduo. Quanto à consistência interna, a escala alcançou um alfa de Cronbach de 0,92 (Sparta, 2003), já no presente estudo a precisãofoi de 0,88.

Procedimentos

Inicialmente foi realizado o primeiro contato com a escola de ensino médio, e perante sua concordância em participar da pesquisa, o projeto foi submetido ao comitê de ética da Universidade São Francisco. Após o parecer favorável do comitê de ética, a escola foi contatada novamente para entregar o Termo de Consentimento Livre Esclarecido, que foram entregues aos pais dos participantes pela mesma informando que somente participará da pesquisa aqueles cujos responsáveis legais consentirem, e agendar uma data para a aplicação do instrumento. A coleta foi feita de maneira coletiva em sala de aula, com aproximadamente 40 alunos cada uma, a qual teve duração aproximada de 40 minutos. Os instrumentos foram aplicados por dois psicólogos e dois estudantes de psicologia bolsistas de iniciação científica.

Análise de dados

Visando atingir os objetivos propostos, foram realizados três tipos de análise, sendo estas de correlação de Pearson, regressão linear múltipla e ANOVA (análise de variância) com teste post hoc de Tukey. As magnitudes das correlações serão avaliadas de acordo com as indicações feitas por Dancey e Reidy (2013), sendo estas consideradas baixa (0,0-0,3), moderada (0,4-0,6), alta (0,7-0,9) e perfeita (1). Ainda segundo estes autores, a interpretação do tamanho do efeito (d de Cohen) das diferenças entre os grupos com diferentes níveis de indecisão divide-se em pequena (0,0-0,2), média (0,21-0,79) e grande (0,8-1).

 

Resultados

Inicialmente, serão apresentadas as correlações entre os instrumentos. Posteriormente, será evidenciada a análise e regressão e, por fim a ANOVA. A Tabela 1 mostra as correlações de Pearson entre a EAE-EP com EEV e EIV.

Primeiramente, foram correlacionados os fatores da EAE-EP com os fatores da EEV e da EIV, no qual das 15 possíveis correlações 11 foram significativas. A partir da Tabela 1, podem-se observar correlações positivas e moderadas (variando de 0,44 a 0,66) entre todos os fatores da EAE-EP e os fatores Exploração do Ambiente e Exploração de Si da EEV. Quanto às correlações com a Escala de Indecisão Vocacional, somente o fator Autoavaliação obteve uma correlação significativa, que foi negativa e baixa. De modo complementar, foram correlacionados também os fatores da EEV com o fator da EIV, sendo observada uma correlação positiva, baixa e moderada (r = 0,25; p < 0,01) entre indecisão e Exploração de Si.

A Tabela 2, por sua vez, mostra os resultados da regressão, na qual se buscou verificar o poder preditivo dos fatores da EAE-EP em relação ao comportamento exploratório, tal como avaliado pela EEV. Cabe ressaltar que todas as condições para a realização da regressão foram observadas (i.e., distribuição normal, colinearidade e fatores de inflação da variância - VIF).

No geral, pode-se observar que Autoavaliação, Busca de Informações Profissionais Práticas e Planejamento de Futuro são preditores significativos de Exploração, sendo que, juntos, estes fatores explicam 47% da Exploração do ambiente e 30% da Exploração de Si. Contudo, pode-se notar uma diferença entre os diferentes fatores, ou seja, em relação à exploração do ambiente os fatores Busca de Informações Profissionais Práticas (β = 0,23) e Planejamento de Futuro (β = 0,36) mostram-se melhores preditores do que a Autoavaliação (β = 0,16). Por outro lado, o resultado foi diferente quanto à exploração de si, sendo que Autoavaliação (β = 0,27) se mostrou um melhor preditor do que Busca de Informações Profissionais Práticas (β = 0,16) e Planejamento de Futuro (β = 0,17).

Por ultimo, para a realização da ANOVA com prova post hoc de Tukey a amostra foi dividida em três grupos de acordo com os percentis das pontuações na escala de indecisão, sendo estes grupos definidos com percentil até 25 (G1, baixa indecisão, médias até 60,25), percentis entre 26 e 75 (G2, indecisão média, de 60,26 a 90,99) e a partir do percentil 76 (G3,indecisão alta, acima de 91). Além disso, foi verificado o tamanho do efeito (dde Cohen) das diferenças entre os grupos. A seguir, na Tabela 3 encontram-se destacados os resultados dessas análises.

Em relação aos fatores Autoavaliação, Escore Total da EAE-EP e Exploração de Si da EEV, verifica-se que a prova de Tukey identificou diferenças significativas entre os grupos com baixa e alta indecisão, sendo que o grupo intermediário não se diferenciou dos demais. Contudo, o tamanho do efeito das diferenças entre os grupos 1 e 2, no caso da Autoavaliação e Escore Total (EAE-EP) e grupo 2 e 3, no que se refere à Exploração de Si (EEV) foi médio, sugerindo diferenças consistentes entre os grupos. Já para os fatores Coleta de Informação Ocupacional, Busca de Informações Profissionais Práticas e Planejamento de Futuro (EAE-EP) a prova de Tukey não mostrou diferença significativa entre os grupos, mas houve tamanho de efeito médio entre os grupos 1 e 3 em ambos os fatores.

 

Discussão

O presente estudo procurou verificar a correlação entre a Autoeficácia, o Comportamento Exploratório e a Indecisão, além de verificar a capacidade preditiva da autoeficácia em relação ao comportamento exploratório e identificar diferenças entre grupos com diferentes níveis de indecisão em relação à autoeficácia e comportamento exploratório. Como observado nos resultados, os fatores da EAE-EP correlacionaram-se positivamente com os fatores da EEV. Os fatores da EAE-EP, sendo eles Autoavaliação, Coleta de Informação Ocupacional, Busca de Informações Profissionais Práticas, Planejamento de Futuro, referem-se às crenças do indivíduo quanto à sua capacidade de decidir por uma profissão a partir dos conhecimentos das suas próprias características pessoais, opiniões, interesses e habilidades, de buscar informações sobre a profissão e sobre o mundo do trabalho de diversas maneiras e por meio das interações sociais, além de planejar a sua futura formação, respectivamente. Já a EEV divide-se em Exploração do Ambiente e Exploração de Si, os quais remetem a exploração voltada para o exterior ou âmbito ocupacional e à autoexploração do indivíduo, respectivamente. Já em relação aos fatores da EAE-EP, estes dizem respeito à avaliação da crença da capacidade de se engajar em tarefas de escolha profissional, nas quais se encontram implícitos os comportamentos exploratórios (Ambiel & Noronha, 2014; Teixeira & Dias, 2011). No mesmo sentido, Gushue, Schalan, Pantzer e Clarke, (2006b) constataram uma correlação positiva e significativa entre os dois construtos, mostrando que autoeficácia para tomada de decisões está relacionada às atividades de exploração de carreira.

Dentre as correlações, pode-se destacar a observada entre Planejamento do futuro e Exploração do Ambiente, e entre Autoavaliação e Exploração de Si, que foram as correlações mais elevadas em relação à EIV, com magnitudes moderadas. Remetendo os conceitos anteriormente citados, para realizar o Planejamento do Futuro o indivíduo deve explorar o ambiente no qual está inserido e o qual deseja alcançar no futuro, buscando informar-se sobre as tarefas, gratificações e possibilidades de satisfação futuramente em uma dada profissão. Da mesma forma, à medida que o indivíduo explora a si mesmo, ou seja, busca conhecer suas próprias aspirações, interesses e características pessoais, melhor o mesmo poderá fazer uma autoavaliação mais adequada e realista, aumentado sua crença de capacidade para a mesma tarefa.

Outro resultado observado foi a correlação negativa, ainda que nula, entre o fator Autoavaliação (EAE-EP) com a Escala de Indecisão Vocacional. Outros autores também constataram resultados parecidos, tais como Taylor e Betz (1983), Taylor e Popma (1990) e Betz e Luzzo (1996), sugerindo uma tendência negativa na correlação entre autoeficácia e indecisão para escolha profissional, embora os coeficientes encontrados pelos autores de maneira geral mostraram-se mais robustos. Encontrou-se também correlação moderada e baixa entre o fator da Exploração de Si (EEV) e a EIV e uma possível explicação para este resultado é que o comportamento autoexploratório pode fornecer as informações que o indivíduo precisa para tomar uma decisão conforme os seus gostos e preferências pessoais; assim, se o indivíduo tiver maior frequência comportamento exploratório tenderá a ter menos indecisão.

Outro resultado observado foi que os fatores Autoavaliação, Busca de Informações Profissionais Práticas e Planejamento de Futuro da EAE-EP são pre-ditores significativos de Exploração do Ambiente e de Si (EEV). Pode-se considerar que pela autoeficácia se referir à crença de uma capacidade, esta acontecerá antes do comportamento em si ser efetivamente realizado, mesmo que esta se veja afetada pelos acontecimentos anteriores na vida do indivíduo. Sendo assim, a alta autoeficácia do indivíduo o levaria a efetuar os comportamentos, pois o mesmo acredita que é capaz de efetuá-los e vice-versa (Lent et al., 1994). Sustentando os achados deste estudo, a pesquisa de Gushue, Schalan, Pantzer e Clarke (2006a), identificou a autoeficácia para tomada de decisões como um preditor significativo do comportamento de exploração profissional.

Por último, observa-se que foi possível distinguir pessoas com diferentes níveis de indecisão a partir da autoeficácia e da exploração vocacional. De forma específica, o fator Autoavaliação da EAE-EP e Exploração de Si, da EEV, foram os que demonstraram diferenças significativas em relação aos grupos de alta, média e baixa indecisão, sendo que especialmente as diferenças entre os grupos extremos foram mais proeminentes. Assim, pode-se observar que, na amostra deste estudo, a alta indecisão este presente especialmente naquelas pessoas com menor crença de capacidade para se descrever quanto aos interesses e características pessoais e também por aquelas pessoas baixas em comportamento exploratório de si mesmo. Este resultado reforça a importância do au-toconhecimento nos processos de escolha profissional, já destacados por autores como Gushue et al (2006a). Além disso, de acordo com Lent et al (1994), os comportamentos de escolha são influenciados pelas crenças de autoeficácia e, dessa forma, ao apresentarem baixos níveis de autoeficácia e consequentemente de comportamentos exploratórios de si, a indecisão vocacional pode emergir, dificultando os processos decisórios em relação à profissão.

 

Considerações Finais

Faz-se importante salientar que há poucas pesquisas no Brasil sobre autoeficácia para escolha profissional e a contribuição deste estudo é permitir observar esse cons-truto em relação a outros dois importantes para a compreensão do comportamento vocacional, quais sejam, exploração e indecisão para escolha profissional. Nesse sentido, pode-se argumentar que uma contribuição deste estudo foi identificar as relações entre autoeficácia e comportamento exploratório com a indecisão. Do ponto de vista da prática, esse resultado pode ser interessante para auxiliar psicólogos a delinearem as intervenções, especialmente no que diz respeito aos processos de autoconhecimento. Embora o estudo não forneça dados causais, é possível inferir que as crenças de capacidade para se autoavaliar tenham impacto nos comportamentos exploratórios de si e que isso esteja relacionado com altos níveis de indecisão. Dessa forma, no futuro, sugere-se fortemente que novos estudos sejam conduzidos buscando avaliar o impacto do desenvolvimento de ações de autoconhecimento na indecisão vocacional, por meio de estratégias longitudinais e com intervenções.

Por outro lado, o estudo apresentou como limitações uma amostra com características pouco heterogêneas, o que sugere a necessidade de novos estudos realizados com participantes de diferentes escolas, idades, e regiões do Brasil. Também houve uma limitação quanto à literatura recente de pesquisas com assuntos semelhantes, o que sugere a importância de novas pesquisas que empreguem a autoeficácia, exploração e indecisão para escolha profissional.

 

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Endereço para correspondência:
Rodolfo A.M. Ambiel
Rua Alexandre Rodrigues Barbosa, 45, Centro
Itatiba-SP
E-mail: ambielram@gmail.com

Recebido 04/11/2015
1aRevisão 02/05/2016
Aceite Final 16/09/2016

 

 

1 Apoio: CNPq.
Sobre as autoras
Rodolfo A. M. Ambiel é Doutor em Psicologia. Docente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São Francisco.
Débora Noemí Hernández é Graduanda em psicologia. Bolsista de Iniciação Científica PIBIC-CNPq.

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