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Ide
Print version ISSN 0101-3106
Ide (São Paulo) vol.34 no.52 São Paulo Aug. 2011
CARTA DO LEITOR
Prezada Lygia,
Foi com imenso prazer que li a sua entrevista no último número da revista ide, em um projeto e uma execução gráfica que ficaram muito bonitos; satisfação que se estendeu pela leitura dos demais artigos imersos no seu "jardim de esculturas".
A ideia de serem diversos os entrevistadores – lembro, em conversa, você ter se mostrado apreensiva com o resultado – acabou resultando interessante: além de o leitor conhecer um pouco as áreas de interesse e estilo, deu ensejo a você mostrar diversas facetas suas. Neste aspecto, a pergunta de Ricardo Karman, de quem nunca tinha ouvido referência, além de ela mesma ser muito bonita, parece ter estimulado especialmente uma dimensão poética em seu depoimento.
Dos entrevistadores me chamaram ainda a atenção a generosa pergunta do querido Raul Pereira e a da Ana Maria Belluzzo, que permitiu a você mencionar – sem aprofundar, já que nem era mesmo a ocasião – a questão do tangenciamento da arte e do ornamento. A propósito, estou lendo Arte como experiência, do John Dewey, que discute estes imbricamentos de uma forma muita apropriada.
Como o barro, que nas suas palavras "nunca termina de se expressar", mais entrevistadores houvesse, mais você teria para dizer. Como não fazê-lo sendo suas respostas um testemunho de vida e obra?
Receba meu abraço,
Julio Frochtengarten (membro efetivo da SBPSP)
Julio
Gostei tanto de haver recebido seu e-mail!
Quando me foi proposto o projeto, não entendi muito bem o "por que" dele. O "como" me encantou. Pouco escrevo, mas gosto de ler e o projeto me daria chance para um desafio. E você sabe que gostei muito? Principalmente porque passei a refletir mais sobre o meu fazer. E agora estou numa entaladela. Você desencadeia um processo aparentemente simples, e ele o leva para o além.
Estou a pensar e pensar. Que caminho tomar? Enquanto amadureço, vou trabalhando tranquilamente. Veja você onde nos metemos ingenuamente e de repente estamos dentro de um vulcão. E então me pergunto. Não é disto que gostamos de fato? Enfim, obrigada, muito obrigada, e quando nos encontrarmos pessoalmente continuaremos tentando, tentando... sempre tentando.
Beijo e obrigada.
Lygia Reinach (artista plástica)