Services on Demand
article
Indicators
Share
Journal of Human Growth and Development
Print version ISSN 0104-1282
Rev. bras. crescimento desenvolv. hum. vol.20 no.2 São Paulo Aug. 2010
PESQUISA ORIGINAL ORIGINAL RESEARCH
Instrumentos que avaliam a relação entre pais e filhos
Measures to assess the relationship between parents and children
Vivian de Medeiros LagoI; Cassiane Echevenguá dos Santos AmaralII; Cleonice Alves BosaIII; Denise Ruschel BandeiraIV
IPsicóloga, Doutoranda em Psicologia pelo PPG Psicologia UFRGS
IIPsicóloga, Mestranda em Psicologia pelo PPG Psicologia UFRGS
IIIPsicóloga, Doutora em Psicologia pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade de Londres e professora de Graduação e Pós-Graduação do Instituto de Psicologia da UFRGS
IVPsicóloga, Doutora em Psicologia pelo PPG Psicologia UFRGS e professora de Graduação e Pós-Graduação do Instituto de Psicologia da UFRGS
RESUMO
O crescente número de diferentes configurações familiares torna necessário avaliar os tipos de relações estabelecidas entre pais e filhos. Diante da dificuldade de mensurar esses construtos, o objetivo do presente artigo é apresentar uma revisão sistemática sobre os principais instrumentos nacionais e internacionais que avaliam as relações entre pais e filhos. Para isso, foram realizadas buscas nos indexadores IndexPsi e PsycInfo nos meses de julho e agosto de 2007. Os resultados da revisão sistemática apontaram sete instrumentos da busca internacional e três da nacional como os mais citados nos resumos dos artigos pesquisados. É apresentada uma breve descrição de cada instrumento, com seus objetivos, dimensões avaliadas e público alvo. Estudos sobre evidências de validade e fidedignidade de alguns dos instrumentos também são apresentados. Conclui-se pela necessidade de realização de estudos de adaptação ou de construção de instrumentos nacionais para essa finalidade, tendo em vista a escassez de material disponível no Brasil.
Palavras-chave: relações pais-filho; escalas; revisão; avaliação.
ABSTRACT
The growing number of different family configurations demands for an assessment of the kind of relationships established between parents and children. Considering the difficulty of measuring these constructs, the aim of this paper is to present a systematic review about the main international and national measures that assess parent-child relations. In order to do that, searches were made in the IndexPsi and PsycInfo in the months of July and August 2007. The results of the systematic review pointed out seven international and three national measures as the most mentioned in the abstracts of the papers reviewed. A brief description of each measure is presented, with their purposes, assessed dimensions and the target population. Studies about validity and reliability of some measures are also presented. It is shown the necessity of adapting and creating national measures for this purpose, concerning the lack of available instruments in Brazil.
Key words: parent-child relations; scales; review; evaluation.
INTRODUÇÃO
Os indivíduos podem conhecer muitas pessoas ao longo de sua vida, mas ficam intimamente apegados somente a um pequeno número de pessoas de cada vez. Segundo Romanelli1, as relações entre gerações estão vinculadas ao modo pelo qual a experiência estratificada dos adultos configura um modo de ordenar a existência. A análise das relações entre pais e filhos pode ser um recurso para se examinar como os pais pensam o seu futuro, o dos filhos e o da família como um todo. Para isso é importante definir os conceitos de apego, vínculo e relações entre pais e filhos.
O apego é definido por Bee2 como uma variação do vínculo afetivo, onde existe a necessidade da presença do outro e um acréscimo na sensação de segurança na presença deste. No apego o outro é visto como uma base segura, a partir da qual o indivíduo pode explorar o mundo e experimentar outras relações. Bee2 usa o relacionamento pais e filhos para demonstrar a diferença entre apego e vínculo afetivo. O sentimento do bebê em relação a seus pais é um apego, na medida em que ele sente nos pais a base segura para explorar e conhecer o mundo à sua volta. O sentimento dos pais em relação ao filho é mais corretamente descrito por vínculo afetivo, já que os pais não experimentam um aumento em seu senso de segurança na presença do filho, e tampouco o filho tem para os pais a característica de base segura.
Segundo Robertson3, a formação do apego não se refere à afeição recíproca entre um bebê e um adulto, mas ao fenômeno pelo qual os adultos tornam-se comprometidos com as crianças que estiveram sob seus cuidados durante os primeiros meses de vida. O apego pode ser definido como um relacionamento ímpar entre duas pessoas, específico e duradouro ao longo do tempo. Os apegos intensos podem persistir durante separações longas no tempo e na distância, embora não haja nenhum sinal visível de sua existência. O apego é crucial para a sobrevivência de desenvolvimento do bebê e consequentemente da criança. A forma e o caráter do apego influenciarão a qualidade de todos os laços futuros com outros indivíduos.
Segundo Bowlby4, as mais intensas de todas as emoções surgem durante a formação, a manutenção, a ruptura e a renovação dos laços afetivos, que por essa razão são chamados de vínculos emocionais. O vínculo entre pais e filhos deve ser o mais forte de todos os laços humanos já que é a partir deste laço que se desenvolvem todas as ligações subseqüentes da criança.
Algumas pesquisas5,6,7 sugerem que a interação entre pais e filhos pode ser um dos fatores mais importantes no desenvolvimento das crianças. A qualidade da relação entre pais e filhos pode ser afetada pelos conflitos da relação conjugal. Um bom relacionamento pais-filhos pode atenuar os efeitos negativos do conflito marital, enquanto um relacionamento pais-filhos ruim pode reforçar os efeitos do conflito marital8. Os relacionamentos pais-filhos são importantes não apenas para o desenvolvimento das crianças, mas também o são para a saúde mental do adolescente. Relacionamentos seguros e estáveis com os pais, que façam o jovem sentir-se confortável no núcleo familiar, influenciam no tempo do adolescente dedicado à família e na procura por estabilidade emocional9. É na qualidade do relacionamento entre os membros da sua família que recai a maior ou menor possibilidade de bem-estar10.
O modo como os pais interagem entre si e com seus filhos relaciona-se a maior ou menor tranquilidade e segurança dos filhos. Conforme aponta Corneau11, a criança precisa reconhecer-se nos seus pais e ser reconhecida por eles, construindo a partir daí sua própria identidade. O relacionamento dos pais para com filhos engloba alguns aspectos, como a função de apoio, a proteção e responsabilidade com seus filhos, as práticas educativas, a preocupação com cuidados corporais e as necessidades afetivas dos filhos10,12.
Atualmente, o crescente número de diferentes configurações familiares torna necessário avaliar os tipos de relações estabelecidas entre pais e filhos. Diante da dificuldade de mensurar esses construtos, o objetivo do presente artigo é verificar o estágio atual dos instrumentos nacionais e internacionais que avaliam as relações entre pais e filhos.
MÉTODO
Foi realizada uma revisão sistemática dos principais instrumentos nacionais e internacionais cujo propósito é avaliar o relacionamento entre pais e filhos. A busca dos instrumentos internacionais foi realizada em julho de 2007. A base de dados Psychinfo foi utilizada, e nenhuma limitação de período foi estabelecida. Inicialmente foram definidas três palavras-chave: parents / children / relationships. Ao acessar o portal da Capes, através da base de dados PsycInfo, utilizou-se o Thesaurus com essas três palavras e foi encontrada como terminologia indexada "parent child relations". A partir disso, utilizou-se a busca avançada e foram combinados os termos "parent child relations" (in anywhere) e "instruments" (in anywhere), marcando a opção "journal articles". Foram encontrados 112 resumos de artigos indexados, citando mais de 40 instrumentos relacionados ao assunto.
Buscando esgotar todas as possibilidades, foi feita uma nova busca, combinando "parent child relations" e "instrument", também procurando apenas por artigos de periódicos e as terminologias em "qualquer lugar". A busca resultou em 345 resumos de artigos, dentre os quais foram encontrados sete instrumentos diferentes dos já então listados nos resumos da pesquisa anterior. Antes de realizar uma terceira pesquisa, retornou-se ao Theasaurus para buscar terminologias relacionadas à "assessment". Foi encontrado, dessa forma, "psychological assessment" e, então, combinaram-se os termos "parent child relations" e "psychological assessment". Foram encontrados 52 resultados, dentre os quais foram listados apenas dois instrumentos diferentes dos já então citados nas pesquisas anteriores. Por fim, buscou-se no Thesaurus a terminologia indexada para "psychological test", quando foi encontrada a terminologia "psychometrics". Portanto, a última pesquisa avançada realizada utilizou os termos "parent child relations" e "psychometrics", obtendo 50 resultados. Oito instrumentos ainda não citados nas pesquisas anteriores foram elencados no corpo dos resumos.
Do total de resumos analisados a partir das quatro diferentes formas de busca acima descritas, foram referidos 61 diferentes instrumentos. A partir dessa listagem, foi utilizada a busca simples, sendo digitado o nome de cada um dos instrumentos, com o objetivo de contabilizar o total de ocorrências de cada um. Foram selecionados os instrumentos que apresentaram um número de ocorrências superior a 50, totalizando sete instrumentos.
Para a busca dos instrumentos nacionais, optou-se pelas seguintes palavras-chave: relações/pais/filhos; relações/pais/criança; relações/instrumento; relações/teste; relações/avaliação; relações/escala; relações familiares/instrumento; relações familiares/teste; relações familiares/ avaliação e avaliações familiares /escala. A pesquisa foi realizada em agosto de 2007 no portal da Capes, através da base de dados Index Psi. Foram encontrados 273 resumos de artigos indexados, dentre os quais 16 instrumentos citados avaliavam as relações entre pais e filhos. Foram selecionados os três instrumentos que apresentaram maior número de ocorrências, que serão descritos juntamente com os instrumentos internacionais, na seção de resultados. O número total de ocorrências de cada instrumento é apresentado a seguir, ao lado dos autores de cada instrumento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados da revisão sistemática apontaram sete instrumentos da busca internacional e três da nacional como os mais citados nos resumos dos artigos pesquisados. A seguir, será apresentada uma breve descrição de cada instrumento, com seus objetivos, dimensões avaliadas e público alvo. Foram encontrados resultados de estudos sobre evidências de validade e fidedignidade de alguns dos instrumentos, os quais também serão apresentados.
Instrumentos Internacionais
1. Parenting Stress Index13 (399 ocorrências)
O Parenting Stress Index (PSI) é um instrumento elaborado para pais, composto por 120 itens de auto-relato. Pode ser utilizado com pais de crianças de um mês a doze anos de idade. Seu objetivo é identificar áreas de problemas nas relações pais-filhos, tais como: pais com necessidade de apoio e orientação, relações pais-filhos potencialmente disfuncionais e crianças com risco de problemas comportamentais e emocionais. Apesar de não ter sido criado para uso em ambiente forense, o PSI tem sido utilizado para avaliação de crianças com risco de abuso e também em situações de disputa de guarda13.
O instrumento é composto por escalas que avaliam distratibilidade, hiperatividade, adaptabilidade, reforços parentais, exigência, humor e aceitabilidade. A personalidade dos pais e as variáveis situacionais são avaliadas através de sete escalas: competência, isolamento, apego, saúde, restrição de papel e depressão do cônjuge. O PSI foi validado empiricamente para prever o comportamento observado dos pais e o ajustamento emocional e comportamental atual e futuro dos filhos13. Estudos transculturais realizados com populações chinesas14 e canadenses15 demonstraram sua validade em diferentes culturas. Contudo, esse instrumento não possui estudos de validação para a população brasileira.
O PSI avalia o nível do estresse no sistema pais-filhos. Sua revisão mais recente (Forma Seis) avaliou a fidedignidade e validade utilizando uma amostra de 534 pais. Os resultados indicaram uma fidedignidade ainda maior que as formas anteriores, o que confirma sua utilidade tanto para triagens quanto para avaliação teste/reteste em termos de efetividade nos programas e técnicas de intervenção. A Forma Seis do PSI apresentou indicadores de validade, sugerindo que os escores de domínio e das subescalas podem fornecer informações sobre fontes específicas de estresse no sistema pais-filhos16.
2. Parental Bonding Instrument (PBI)17 (349 ocorrências)
O Parental Bonding Instrument (PBI) foi desenvolvido para medir a qualidade de apego ou vínculo entre pais e filhos. O vínculo parental compreende duas principais dimensões: cuidado e controle. A dimensão do cuidado envolve afeição, aconchego, empatia, sensibilidade, frieza emocional, indiferença e negligência. A dimensão do controle ou superproteção é definida, em um pólo, pelo controle, superproteção, intrusão, contato excessivo, infantilização e prevenção de comportamento independente. O outro pólo dessa dimensão é definido pela permissão da independência e autonomia18.
O PBI foi criado com o objetivo de medir a contribuição do comportamento dos pais no desenvolvimento de um vínculo adequado entre pais e filhos. Esse instrumento foi elaborado através de análises fatoriais sucessivas, a partir de 14 itens retirados da literatura e considerados qualidades parentais importantes para o desenvolvimento típico. Trata-se de uma escala likert (0 a 3) auto-aplicável, com 25 perguntas em relação ao pai e à mãe, em que o sujeito responde o quão parecido aquele comportamento é com o comportamento dos seus pais até os seus 16 anos. O instrumento pode ser respondido tanto por pais quanto por mães, separadamente. São 25 itens, sendo 12 da dimensão cuidado e 13 da dimensão controle. Hauck, Schestatsky, Terra e Knijnik19 realizaram estudo de adaptação transcultural do PBI para o português brasileiro no que diz respeito à equivalência conceitual, equivalência dos itens, equivalência semântica, equivalência operacional, equivalência funcional e aprovação da versão final pelo autor original do instrumento.
3. Adult Attachment Interview (AAI)20 (338 ocorrências)
A Adult Attachment Interview (AAI) foi desenvolvida para explorar as representações mentais de apego dos pais manifestadas no discurso de linguagem de experiências da infância. O objetivo era prever a qualidade das interações pais-filhos e as relações de apego entre pais-bebê21.
Trata-se de uma entrevista estruturada, composta por 15 questões que focam nas experiências de apego infantis do entrevistado e os pensamentos atuais sobre as mesmas. A partir de uma transcrição da entrevista, a tarefa do avaliador é determinar uma classificação para a visão geral do "estado de espírito em relação ao apego". Os indivíduos são classificados, conforme uma escala de nove pontos, em seguros, inseguros, evitativos ou desorganizados22.
Com o objetivo de investigar as representações de apego, os sujeitos são solicitados a descrever seus pais como cuidadores, explicando essas descrições, descrever como seus pais respondiam ao sofrimento, e discutir suas relações atuais com seus pais. Eles também são solicitados a descrever quaisquer perdas significativas e/ou instâncias de abuso durante a infância. Os escores focam na acessibilidade de experiências precoces na memória e a coerência e plausibilidade da narrativa do sujeito23.
4. Parental Attitude Research Instrument24 (138 ocorrências)
O objetivo do Parental Attitude Research Instrument (PARI) é avaliar atitudes parentais e buscar o quanto elas se relacionam com o desenvolvimento de seus filhos. Com o propósito de evitar respostas com alto grau de concordância em função da desejabilidade social, os autores do PARI desenvolveram escalas mais diferenciadas, que descrevem atitudes contrárias àquelas geralmente aprovadas pelas opiniões em relação à educação dos filhos. Isso fez com que os pais frequentemente expressassem o sentimento de que eles não viam nenhum item com que pudessem concordar e, assim, não poderiam expressar suas próprias idéias. Para corrigir isso, foram incluídas escalas em que se esperavam níveis de confiança baixos e fraca discriminação. Essas escalas, denominadas "Rapport", são: Equalitarismo, Expressão de Afeto, Companheirismo, Encorajamento de verbalização e Autonomia da Criança24.
De forma a desenvolver um instrumento mais eficiente, os cinco itens mais confiáveis de cada escala foram selecionados para a forma final (IV) do PARI, que é composta por 115 itens, divididos em 23 escalas: Equalitarismo, Supressão da Agressão, Transgressão, Rigidez, Intrusividade, Supressão do Sexo, Aceleração do Desenvolvimento, Companheirismo, Deificação, Martírio, Encorajamento da Verbalização, Isolamento da Mãe, Dependência da Mãe, Medo de Machucar o Bebê, Dependência, Conflito Marital, Irritabilidade, Exclusão de Influências Externas, Rejeição do Papel no Lar, Evitação de Comunicação, Influência da Mãe, Desconsideração do Marido e Aprovação da Atividade24.
5. Parent-Child Relations Questionnaire25 (64 ocorrências)
O Parent-Child Questionnaire (PCR) foi desenvolvido para ser administrado a sujeitos, considerando o comportamento de seus próprios pais em relação a eles enquanto crianças. Existem formas separadas para Pais e Mães, com pequenas diferenças. Cada forma é normalmente completada em 20 minutos25.
Existem dez subtestes que compõem a escala. Desses, seis são compostos por 15 itens, e os outros quatros são compostos por dez itens cada. As seis primeiras categorias (Amor, Proteção, Exigência, Rejeição, Negligência e Permissividade) foram concebidas como estando relacionadas em um círculo contínuo. As outras quatro categorias são: Recompensa de amor simbólico, Recompensa de objeto direto, Punição de amor simbólico e Punição de objeto direto. A recompensa ou punição de amor simbólico dizem respeito a comportamentos de demonstrações de afeto ou não, enquanto a recompensa ou punição de objeto direto envolvem presentes ou retirada de brinquedos, por exemplo25.
Um grande número de itens foi selecionado ou adaptado a partir da literatura e outros foram construídos para adequar-se às dez categorias. Esses itens foram submetidos a colegas com descrições das categorias. Cada um independentemente designou cada item a uma categoria ou descartou-o. Todos os itens incluídos no questionário foram designados à mesma categoria por todos os juízes, e os mesmos itens foram originalmente usados para ambos os genitores. Os itens referem-se a comportamentos específicos, não a atitudes, de forma a reduzir algumas das dificuldades derivadas do uso de dados retrospectivos.
6. Inventory of Parent and Peer Attachment26 (52 ocorrências)
O Inventory of Parent and Peer Attachment (IPPA) é um instrumento de auto-relato para uso com adolescentes de idades entre 12 e 18 anos. São avaliados níveis de confiança, qualidade da comunicação e graus de raiva e alienação. Esse instrumento avalia a qualidade de apego a pais e amigos. Para cada uma das escalas de pais e amigos do IPPA, os itens avaliam três aspectos do apego incluindo confiança, comunicação e alienação. A escala Confiança avalia o grau de compreensão e respeito mútuos na relação de apego. A escala Comunicação avalia a extensão e qualidade da comunicação verbal, e a escala Alienação avalia os sentimentos de raiva e alienação interpessoal27.
A versão original do IPPA foi criada para avaliar o apego em adolescentes mais velhos. O instrumento avalia as dimensões positivas e negativas do afeto e cognição das relações de adolescentes com seus pais e amigos íntimos. Para cada um dos 28 itens que avaliam o apego parental e os 25 itens que avaliam o apego aos amigos, os respondentes devem avaliar o grau em que cada item é verdadeiro, numa escala likert de cinco pontos, variando entre "quase sempre ou sempre verdadeiro" e "quase nunca ou nunca verdadeiro". Através de uma análise de cluster, foi possível agrupar os itens em três fatores principais: confiança, comunicação e raiva e alienação, descritos acima27.
Gullone e Robinson27 desenvolveram uma versão revisada do IPPA (IPPA-R) para uso com adolescentes mais jovens e crianças. Para tal, foi preciso transformar a escala likert de cinco para três pontos: "sempre verdadeiro", "às vezes verdadeiro" e "nunca verdadeiro". Além disso, foi preciso adaptar a redação de 16 dos 28 itens de apego parental e de 14 dos 25 itens de apego a amigos, de forma a tornar a linguagem mais clara para a população alvo da versão revisada do instrumento. O estudo realizado por Gullone e Robinson demonstrou a precisão psicométrica do instrumento, revelando-se uma medida válida e fidedigna para uso com crianças e adolescentes jovens.
7. Parent Behavior Inventory28 (52 ocorrências)
O Parent Behavior Inventory (PBI) é uma medida breve do comportamento parental para uso com pais de crianças pré-escolares e escolares. Pode ser usado como um instrumento de auto-relato a ser respondido pelos pais, ou por outros familiares, ou como uma escala observacional. Suas formas paralelas oferecem aos clínicos e pesquisadores uma medida única capaz de avaliar informações de múltiplas fontes. As duas escalas independentes do PBI, Apoio/Engajamento e Hostilidade/Coerção têm suficiente validade de conteúdo, demonstram consistência interna adequada e validade teste-reteste, e relacionam-se a medidas de afeto parental, estresse parental e problemas de comportamento infantil28.
A dimensão apoio/engajamento corresponde ao construto afeto, que é reconhecido como uma dimensão definidora do estilo parental29,30. O afeto parental é caracterizado por uma aceitação geral da criança que inclui comprometimento com o bem-estar, responsividade às necessidades, engajamento nas atividades, entusiasmo acerca dos talentos, e sensibilidade aos estados emocionais da criança. A hostilidade/coerção foi definida como "o comportamento que expressa afeto negativo ou indiferença em relação à criança e pode envolver o uso de coerção, ameaça ou castigo físico para influenciar o comportamento da criança". O construto reflete a hostilidade assim como determinadas técnicas de controle disciplinares do comportamento infantil tais como ameaça, coerção, castigo físico ou culpa28.
O PBI pode ser utilizado de diferentes formas e em diferentes contextos (casa/clínica/laboratório). O instrumento avalia uma ampla variedade de comportamentos parentais que são importantes para a conceitualização de funcionamento familiar mal-adaptativo e compreensão das interações pais-filhos. Contudo, o PBI não cobre adequadamente a imensa variedade de práticas de controle parentais28.
O PBI pode auxiliar os pais a pensar na forma como se relacionam com seus filhos. No âmbito da pesquisa, pode ser usado para avaliar diferenças de grupos em relação à parentalidade e também para avaliar a co-variância de comportamentos parentais com eventos da vida diária, humor e comportamento infantil. Ademais, em razão de sua versatilidade, o PBI pode ser particularmente útil para avaliar os efeitos das variáveis de diferenças individuais no processo de informação parental e na convergência de instrumentos de auto-relato e observacionais28.
8. Escala de Responsividade e Exigência Parental31 (5)
As Escalas de Exigência e Responsividade obtiveram o maior número de ocorrências na busca nacional dos instrumentos que avaliam relacionamentos entre pais e filhos. Essas escalas foram utilizadas por Lamborn et al.31 em uma pesquisa que investigou a relação entre estilos parentais e padrões de competência e ajustamento na adolescência. Essas escalas são instrumentos de auto-relato, originalmente com oito e dez itens (para Exigência e Responsividade, respectivamente), nos quais os adolescentes avaliam atitudes e práticas de seus pais para consigo relacionadas às referidas dimensões. Os itens escolhidos foram selecionados de diversas pesquisas que investigaram dimensões de práticas parentais, sendo submetidos a uma análise fatorial exploratória com rotação oblíqua. De tal análise emergiram três fatores: responsividade, exigência e autonomia psicológica. Contudo, para efeitos de classificação de estilos parentais segundo o modelo de Maccoby e Martin29, apenas as medidas de responsividade e exigência foram utilizadas nas análises de Lamborn et al.31. No instrumento original, os itens apresentam opções de resposta diferenciadas (escalas dicotômicas ou Likert de 3, 4 e 7 pontos), sendo que para o cômputo total dos índices de exigência e responsividade os escores dos itens foram ajustados a fim de que todos contribuíssem com igual peso para o escore total. Cada adolescente avalia pai e mãe separadamente, sendo possível calcular um escore médio para a dupla parental. Nenhuma das escalas apresenta itens com sentido oposto ao que pretende ser avaliado.
9. Inventário de Percepção de suporte familiar IPSF32 (4)
O Inventário de Percepção de Suporte Familiar (IPSF) foi construído no Brasil a partir de diversos instrumentos internacionais. É um inventário composto por 42 questões, sendo todas fechadas, respondidas em uma escala de três pontos, modelo likert de sentido e pontuação crescente: 0 = "Quase Nunca ou Nunca", 1 = "Às vezes" e 2 = "Quase Sempre ou Sempre". O IPSF contempla três fatores: Afetivo-Consistente (21 itens), Inadaptação (13 itens) e Autonomia Familiar (8 itens). Segundo Baptista32, autor deste instrumento, o IPSF avalia a forma como o indivíduo percebe sua relação com a família. O primeiro estudo de validade de construto com o IPSF foi realizado com uma amostra de 346 estudantes universitários de uma instituição de ensino privado do interior de São Paulo. Mais recentemente, em uma análise para avaliar a configuração dos fatores do IPSF, Baptista32 utilizou um banco de dados com 1064 estudantes do ensino médio e universitário, de instituições públicas e particulares de São Paulo.
A primeira dimensão foi denominada de Afetivo-Consistente com 21 itens que versam sobre a expressão de afetividade entre os membros familiares (verbal e não verbal), interesse, proximidade, acolhimento, comunicação, interação, respeito, empatia, clareza nas regras intrafamiliares, consistência de comportamentos e verbalizações e habilidades na resolução de problemas. A segunda dimensão, denominada de Inadaptação Familiar, ficou composta por 13 itens referentes a sentimentos e comportamentos negativos em relação à família, tais como raiva, isolamento, incompreensão, exclusão, senso de não pertencimento, vergonha, irritação e relações agressivas (brigas e gritos). Essa dimensão engloba ainda a percepção de se os familiares competem entre si, são interesseiros e se culpam nos conflitos, ao invés de tentarem inter-relações mais pró-ativas. Por último, a dimensão denominada de Autonomia foi composta por oito itens com questões que podem assinalar relações de confiança, liberdade e privacidade entre os membros.
10. Teste Aperceptivo Familiar FAT33 (4)
O teste projetivo Family Aperception Test (FAT) foi desenvolvido por Sotile, Julian III, Henry e Sotile33, nos Estados Unidos. O FAT destina-se a crianças e adolescentes entre 06 e 15 anos de idade. Seu objetivo é avaliar, do ponto de vista de quem responde ao teste, o processo de funcionamento e a estrutura familiar. Tem como base a Teoria Geral dos Sistemas, que preconiza que o comportamento e as características pessoais dos indivíduos só podem ser entendidos como resultantes da interação com os outros membros da família. Assim, para compreender a individualidade, é necessário avaliar as variáveis do sistema familiar, uma vez que os problemas individuais não têm um sentido, mas sim uma função no contexto mais amplo em que surgem.
O FAT consiste em 21 lâminas-estímulo, que representam diversas situações de famílias comuns, em seu cotidiano, que induzem a diversas associações projetivas a respeito do processo e da estrutura familiar, bem como sentimentos vinculados ao relacionamento específico da família33. Cada lâmina traz, de certa forma, uma temática específica, envolvendo os relacionamentos entre pais, filhos, irmãos. No momento em que, para cada lâmina o sujeito é convidado a contar uma história, através da projeção, suas narrações irão denunciar fatores que determinam o funcionamento e a estrutura da família em questão. Os títulos das 21 lâminas são: lâmina do jantar, do som, do castigo, da loja do vestido, de uma cena doméstica, da faxina, do andar superior, do shopping center, da cozinha, do campo de baseball, do atraso, das tarefas escolares, da hora de dormir, do brincar de pegar, do jogo, das chaves, da maquiagem, da viagem, do trabalho, do espelho e do contato físico. A administração do FAT é parecida com a de outros testes projetivos temáticos, tal como o TAT e CAT. Pede-se ao sujeito que, para cada lâmina apresentada, conte uma história com início, meio e fim; caso a história esteja incompleta, faz-se um inquérito adicional, perguntando, por exemplo: "o que está acontecendo?", "o que aconteceu antes?", "e depois?", "como eles estão se sentindo?", "como esta história termina?".
O FAT é um instrumento projetivo aperceptivo, que diferentemente de outras técnicas aperceptivas, não objetiva a exploração de aspectos da dinâmica intrapsíquica do sujeito. Sua proposta é de que através de seu conjunto de imagens (lâminas) o sujeito elabore narrativas que denunciem dados sobre a natureza dos vínculos afetivos, a qualidade das relações familiares, a identificação de conflitos.
O presente artigo ressaltou a influência dos vínculos familiares na qualidade das relações interpessoais desenvolvidas ao longo da vida. As relações parentais exercerão importante papel no estabelecimento e manutenção de relacionamentos com amigos, parceiros e colegas de trabalho, interferindo constantemente na vida interpessoal do ser humano.
Devido à relevância do assunto, é importante que os psicólogos busquem formas de avaliar esses vínculos, contribuindo para o bem-estar psicológico dos indivíduos e buscando formas de intervenção que fortaleçam as relações entre pais e filhos. Assim sendo, a revisão de instrumentos apresentada teve como objetivo organizar de forma sistemática os principais instrumentos internacionais e nacionais utilizados para avaliar os relacionamentos entre pais e filhos.
Os dez instrumentos descritos estão distribuídos da seguinte forma: oito escalas, uma entrevista estruturada e um teste projetivo. Em relação ao público alvo do instrumento, a maioria é utilizada com adultos, sendo que dois instrumentos são exclusivamente para adolescentes, um é para pais e filhos e apenas um é para crianças e adolescentes. Percebe-se que boa parte dos instrumentos busca investigar o tipo de apego estabelecido entre os adolescentes e/ou adultos e seus pais, na tentativa de compreender e avaliar os vínculos estabelecidos no momento atual de suas vidas.
Foi observado ainda um reduzido número de instrumentos nacionais em comparação aos internacionais, como resultado da pesquisa realizada com as palavras-chave descritas no método. Dos três instrumentos da busca nacional, dois objetivam uma avaliação do funcionamento familiar mais ampla, não se restringindo apenas aos vínculos entre pais e filhos. Por outro lado, os instrumentos internacionais aqui apresentados restringem-se mais à avaliação do apego parental.
A análise dos instrumentos permite identificar, ainda, algumas áreas de carência, como por exemplo, instrumentos para serem aplicados nas próprias crianças. Os instrumentos aqui apresentados privilegiam relatos de adolescentes e adultos, mas é possível explorar o relato de crianças também, seja por meio do uso de escalas, desenhos ou de atividades lúdicas. Outra questão pouco abordada nos instrumentos descritos é a confrontação dos resultados obtidos pelos pais e pelos filhos, a fim de checar a veracidade das informações. Em situações mais específicas, como no contexto forense, esse dado é relevante e a triangularização das informações permitiria maior validade dos achados.
No que diz respeito ao acesso aos instrumentos internacionais aqui apresentados, o Parental Bonding Instrument (PBI) está disponível para a população brasileira, uma vez que já fora realizado estudo de adaptação transcultural do mesmo. O Inventory of Parent and Peer Attachment-Revised (IPPA-R) e o Parental Attitude Research Instrument (PARI) podem ser acessados através de artigos científicos publicados por seus autores - Gullone e Robinson27 e Schaefer e Bell24, respectivamente. Sobre os demais instrumentos foram encontrados artigos que tratam sobre suas propriedades psicométricas, mas os instrumentos em si não estavam disponíveis.
O presente artigo buscou apontar a relevância da avaliação do relacionamento pais-filhos e os principais instrumentos utilizados para esse propósito. Diante do apresentado, resta evidente a necessidade de realização de estudos de adaptação ou de construção de instrumentos nacionais para essa finalidade. Esses instrumentos serão de grande utilidade tanto na área clínica quanto na forense, para avaliações individuais ou de famílias.
REFERÊNCIAS
1. Romanelli G. O relacionamento entre pais e filhos em famílias de camadas médias. Paidéia. 1998;8(14-15):123-136. [ Links ]
2. Bee H. A Criança em Desenvolvimento. Porto Alegre: Artes Médicas; 1996. [ Links ]
3. Robertson J. A baby in the family: loving and being loved. London: Penguin Books Ltd; 1982. [ Links ]
4. Bowlby J. The making and breaking of affectional bonds. Br J Psychol. 1997;130:201-210. [ Links ]
5. Lerner RM, Spanier GB, Belsky J. The child in the family. In: Kopp CB, Krakow JB, editors. The child: Development in a social context; 1982. p. 392-455. [ Links ]
6. Parke RD, Slaby RG. The development of aggression. In: Hetherington EM, Mussen PH, editors. Handbook of child psychology: Vol. 4. Socialization, personality, and social development. New York: Wiley; 1893. p. 547-641. [ Links ]
7. Patterson GR. Coercive family process. Eugene, OR: Castalia Publishing; 1982. [ Links ]
8. Burman B, John RS, Margolin G. Effects of Marital and Parent-Child Relations on Children's Adjustment. J Fam Psychol. 1987;1:91-108. [ Links ]
9. Atwater E. Adolescence. New York: Prentice Hall; 1988. [ Links ]
10. Wagner A, Ribeiro L, Arteche A, Bornholdi E. Configuração familiar e o bem-estar psicológico dos adolescentes. Psicol Reflex Crit. 1999;12(1):147-156. [ Links ]
11. Corneau G. Paternidade e masculinidade. In: Nolasco S, editors. A desconstrução do masculino. Rio de Janeiro: Rocco; 1995. p. 43-52. [ Links ]
12. Dantas C, Jablonski B, Féres-Carneiro T. Paternidade: Considerações sobre a relação pais-filhos após a separação conjugal. Paidéia. 2004;14:347-355. [ Links ]
13. Abidin, RR. Parenting Stress Index (PSI). Psychological Assessment Resources. 1995 [acesso em 14 ago 2007]. Disponível em http://www.friendsnrc.org/download/outcomeresources/toolkit/annot/psi.pdf. [ Links ]
14. Tam K, Chan Y, Wong C. Validation of the Parenting Stress Index among Chinese mothers in Hong Kong. J Community Psychol. 1994;22(3):211-223. [ Links ]
15. Bigras M, LaFreniere PJ, Dumas JE. Discriminant validity of the parent and child scales of the parenting stress index. Early Educ Dev. 1996;7(2):167-178. [ Links ]
16. Loyd BH, Abidin RR. Revision of the Parenting Stress Index. J Pediatr Psychol. 1985;10(2):169-177. [ Links ]
17. Parker G, Tupling H, Brown LB. A Parental Bonding Instrument. Br J Med Psychol. 1979;52:1-10. [ Links ]
18. Canetti L, Bachar E, Galili-Weisstub E, De-Nour AK, Shalev AY. Parental Bonding and Mental Health in Adolescence. Adolescence [periodic online]. 1997 Summer [acesso em 14 ago 2007]; 126(32). Disponível em: http://findarticles.com/p/articles/mi_m2248/is_n126_v32/ai_19619419. [ Links ]
19. Hauck S, Schestatsky S, Terra L, Knijnik P. Adaptação transcultural para o português brasileiro do Parental Bonding Instrument (PBI). Rev Psiquiatr RS. 2006;28(2):162-168. [ Links ]
20. George C, Kaplan N, Main M. The Attachment Interview for Adults. Manuscript non published, University of California, Berkeley. 1984. [ Links ]
21. Van IJzendoorn M, Leiden U. Adult attachment representations, parental responsiveness, and infant attachment: a meta-analysis on the predictive validity of the Adult Attachment Interview. Psychol Bull. 1995;117(3):387-403. [ Links ]
22. Kennedy JH, Kennedy BC, Taylor KW. Assessment of Attachment in Children and Adolescents. [acesso em 10 set]. Disponível em: http://personal.georgiasouthern.edu/~jkennedy/HOAssessATT_02wpd.htm. [ Links ]
23. Crowell JA, Dominique Treboux EW , O'Connor E, Colon-Downs C, Feider O, Golby B, Posada G. Discriminant Validity of the Adult Attachment Interview. Child Dev. 1996;67(5):2584-2599. [ Links ]
24. Schaefer ES, Bell RQ. Development of a Parental Attitude Research Instrument. Child Dev. 1958;29:339-361. [ Links ]
25. Roe A, Siegelman M. A parent-child relations questionnaire. Child Dev. 1963;34:355-369. [ Links ]
26. Armsden GC, Greenberg MT (1987). The inventory of parent and peer attachment: Individual differences and their relationship to psychological well-being in adolescence. J Youth Adolesc. 1987;16(5):427-454. [ Links ]
27. Gullone E, Robinson K. The Inventory of parent and peer attachment - revised (IPPA-R) for children: a psychometric investigation. Clin Psychol Psychother. 2005;12(1):67-79. [ Links ]
28. Lovejoy MC, Weis R, O'Hare E, Rubin E. Development and initial validation of the Parent Behavior Inventory. Am Psychol Assoc. 1999;11(4):534-545. [ Links ]
29. Maccoby E, Martin J. Socialization in the context of the family: parent-child interaction. In: Hetherington EM, Mussen PH, editors. Handbook of child psychology: Vol. 4. Socialization, personality, and social development. New York: Wiley; 1893. p. 1-101. [ Links ]
30. Schaefer ES. A circumplex model for maternal behavior. J Abnorm Soc Psychol. 1959;59:226-235. [ Links ]
31. Lamborn SD, Mounts NS, Steinberg L, Dornbusch SM. Patterns of competence and adjustment among adolescents from authoritative, authoritarian, indulgent, and neglectful families. Child Dev. 1991;62:1049-1065. [ Links ]
32. Baptista MN. Desenvolvimento do Inventário de Percepção de Suporte Familiar (IPSF) PSICO-USF. 2005;10(1):11-19. [ Links ]
33. Sotile WM, Julian III A, Henry SE, Sotile MO. Family Apperception Test: Manual. Los Angeles: Western Psychological Services; 1991. [ Links ]
Correspondência para:
Denise Ruschel Bandeira
Rua Ramiro Barcelos, 2600 sala 120
CEP 90035-003 - Porto Alegre - RS
Recebido em 01 de setembro de 2009
Modificado em 26 de setembro de 2009
Aceito em 14 de novembro de 2009