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Avaliação Psicológica
Print version ISSN 1677-0471On-line version ISSN 2175-3431
Aval. psicol. vol.15 no.spe Itatiba Aug. 2016
Avaliação dos Interesses Profissionais no Brasil: revisão da produção científica
Professional Interests Evaluation in Brazil: Scientific literature review
Evaluación de los intereses profesionales en Brasil: revisión de la producción
Rodolfo Augusto Matteo Ambiel1,I; Karen Cristina Alves LamasII; Lucy Leal Melo-SilvaIII
IUniversidade São Francisco
IIUniversidade Salgado de Oliveira
IIIUniversidade de São Paulo
RESUMO
O objetivo deste estudo foi analisar a produção científica sobre a avaliação dos interesses profissionais em periódicos brasileiros. Para a recuperação dos artigos, empregou-se o termo interesses profissionais e suas variações no campo de busca da plataforma BVS-Psi, que disponibiliza acesso a revistas da área de Psicologia indexadas nas bases de dados SciELO e PePSIC. Corresponderam aos critérios de inclusão 38 artigos. Dentre os principais resultados, verificaram-se início recente das publicações, predomínio de estudos correlacionais e com amostras de estudantes do Ensino Médio e 10 instrumentos de interesses utilizados. Discutem-se as dificuldades terminológicas na recuperação dos artigos, as diferenças entre o número de instrumentos pesquisados e disponíveis para a comercialização e a necessidade da diversificação de objetivos e métodos de estudo quando se trata da avaliação dos interesses.
Palavras-chave: interesses profissionais, avaliação psicológica, revisão de literatura.
ABSTRACT
The aim of this study was to analyze the scientific literature on vocational interest assessment in Brazilian journals. Articles were identified using the search term "professional interests" and its variations in the BVS-Psi platform which provides access to Psychology journals indexed in the SciELO e PePSIC databases. Thirty-eight articles met the inclusion criteria. Among these main results, the researchers verified timeliness of publication dates, predominance of correlational studies, samples consisting of secondary education students, and ten instruments of interest that were employed. This review discusses the terminological difficulties in recovering appropriate articles, the difference between the number of instruments researched and available for commercial application, and the need for diversification in objectives and methods of study when it comes to the evaluation of interests.
Keywords: professional interests, psychological assessment, literature review.
RESUMEN
El objetivo de este estudio fue analizar la producción científica referente a la evaluación de intereses profesionales en periódicos brasileños. Para la recuperación de los artículos se empleó el término "intereses profesionales" y sus variantes en el campo de búsqueda de la plataforma BVS-Psi, que proporciona acceso a revistas en el área de Psicología indizadas en las bases de datos SciELO y PePSIC. Treinta y ocho artículos cumplieron los criterios de inclusión y entre los principales resultados se verificaron publicaciones recientes, predominio de estudios de correlación y muestras compuestas por estudiantes de Enseñanza Secundaria, así como se constató que fueron utilizados 10 instrumentos para evaluación de intereses. Se discuten las dificultades terminológicas en la recuperación de los artículos, las diferencias entre el número de instrumentos investigados y disponibles para la comercialización, y la necesidad de diversificar los objetivos y los métodos de estudio cuando se trata de evaluación de los intereses.
Palabras-clave: intereses profesionales, evaluación psicológica, revisión de literatura.
No domínio da Orientação Profissional e de Carreira, o construto interesse profissional é um dos mais relevantes na pesquisa e na prática. Os interesses profissionais, quando identificados, tendem a motivar os indivíduos em direção a determinados contextos profissionais (Rounds & Su, 2014), configurando-se em um traço relativamente estável para responder a um conjunto de estímulos ocupacionais, como já definido por Savickas (1999). Diversos autores concordam que os resultados obtidos por meio de instrumentos de avaliação dos interesses profissionais revelam um padrão de gosto, aversão ou indiferença a atividades, áreas ou situações ocupacionais (Savickas, 1995; Lent, Brown, & Hackett, 1994). Ainda, para Low, Yoon, Roberts, e Rounds (2005), os interesses podem ser entendidos enquanto tendências disposicionais relativamente estáveis ao longo da vida.
É fato que a pesquisa sobre interesses profissionais se desenvolveu em torno de sua avaliação, mais especificamente, com a construção e o uso de inventários (medidas de autorrelato), o que ocorreu desde as primeiras publicações sobre o tema. Podem ser citados como referenciais desse início o questionário de autoavaliação para alunos do final do Ensino Fundamental criado por Jesse Davis em 1914 e o Instituto Carnegie que, após a publicação do primeiro inventário padronizado de interesses profissionais em 1920, instigou o desenvolvimento de pesquisadores propulsores da área, como Fryer e Strong. Os estudos tiveram e ainda têm como foco os adultos e os estudantes universitários. Na segunda metade do século XX, foram construídos alguns instrumentos que atenderam a pessoas com baixo nível de escolaridade e com necessidades especiais (Harrington & Long, 2013).
A literatura internacional mostra que as possibilidades de uso dos testes de interesses profissionais extrapolam a principal, senão única, área de aplicação no Brasil, ou seja, a Orientação Profissional e de Carreira. Os testes que avaliam interesses podem ser utilizados, por exemplo, na prática de seleção de pessoas, de recolocação profissional e de planejamento para a aposentadoria (Hansen, 2005). Exemplo disso é o estudo de Van Iddekinge, Putka e Campbell (2010), que encontrou dados bastante favoráveis quanto à validade dos interesses na predição de diversos critérios relativos ao desempenho no trabalho e intenções de continuidade na vaga, além de incrementar a validade de medidas de inteligência geral e personalidade para as mesmas condições.
Diante das mudanças no mercado de trabalho e do atual contexto econômico, além dos cenários tradicionais, os inventários de interesses podem ser utilizados para auxiliar um público preocupado com outras questões, para além da primeira escolha profissional dos adolescentes. Estudantes do Ensino Superior, profissionais experientes que se encontram desempregados, iniciantes que foram demitidos e estudantes que saem da escola básica com déficits em competências para atuar profissionalmente são grupos que também poderiam ser amplamente beneficiados pelas avaliações (Harrington & Long, 2013).
No contexto estrangeiro, estudos de metanálise tem lançado luz sobre diversos aspectos dos interesses profissionais, do ponto de vista de seu desenvolvimento, estabilidade e relações com outros construtos. Por exemplo, Su, Rounds e Armstrong (2009) investigaram dados sobre diferenças entre os sexos em manuais de 47 inventários de interesses e encontraram tamanhos de efeitos grandes indicando que homens preferem atividades realistas e investigativas, enquanto as mulheres têm maiores interesses pelo tipos artístico, social e convencional. Em outra metanálise, Low, Yoon, Roberts e Rounds (2005) descobriram que os interesses apresentam grande estabilidade ao longo da vida e que tende a aumentar fortemente durante os anos típicos de ingresso e permanência no Ensino Superior, mantendo-se estável até por volta dos 40 anos. Outros estudos de metánalise com os interesses concluíram ainda que os tipos investigativo e realista se correlacionaram positivamente com medidas de fator g de inteligência (Pässler, Beinicke, & Hell, 2015) e foram capazes de predizer o salário anual de trabalhadores americanos (Huang & Pearce, 2013).
No Brasil, há diversos estudos que buscaram analisar a produção científica da área de Orientação Profissional e de Carreira, de forma geral ou com escopo específico, o que tem ajudado a avaliar e a ampliar o conhecimento sobre o que se tem produzido sobre a área. Tais estudos têm buscado revisar a produção científica a partir da análise de publicações distribuídas ao longo de certo período de tempo (Aguiar & Conceição, 2012; Noronha & Ambiel, 2006), de periódicos especializados na área (Ambiel, Pinto, Lamas, Ottati, & Joly, 2014; Noronha et al., 2014; Marin Rueda, 2009; Teixeira, Lassance, Silva, & Bardagi, 2007) ou de outras formas de divulgação científica, como as teses, dissertações e congressos científicos (Melo-Silva, Leal, & Fracalozzi, 2010; Noronha et al., 2006), além de aspectos específicos, como a avaliação psicológica aplicada à Orientação Profissional e de Carreira (Ambiel & Polli, 2011).
De forma específica quanto à avaliação, a preocupação com os instrumentos de medida utilizados em processos de intervenção, notadamente sobre a dimensão psicológica interesses, já é antiga (Noronha, Freitas, & Ottati, 2003), uma vez que estes, historicamente, têm se constituído como uma das principais ferramentas utilizadas na área, ainda que mais recentemente a avaliação de outras variáveis processuais venham ganhando espaço (Sparta, Bardagi, & Teixeira, 2006; Ambiel, 2015). Mesmo nos estudos sobre a produção científica da área de Orientação Profissional e de Carreira como um todo, alguns estudos também indicaram a relevância da avaliação dos interesses, sendo o principal construto estudado nos artigos. Por exemplo, Noronha e Ambiel (2006) identificaram que a avaliação de interesses correspondeu a quase um quarto dos instrumentos utilizados em artigos sobre Orientação Profissional e de Carreira em 1950 e 2005, sendo que esse número subiu para quase um terço dos instrumentos utilizados nos artigos publicados entre 2006 e 2010 (Aguiar & Conceição, 2012). Por sua vez, o estudo de Ambiel e Polli (2011), focalizou especificamente pesquisas sobre avaliação psicológica em Orientação Profissional e de Carreira no período entre 2000 e 2011, identificando que metade dos instrumentos utilizados nas pesquisas era sobre interesses profissionais.
Por outro lado, o estudo de Noronha et al. (2014) identificou que apenas cerca de 10% dos instrumentos utilizados em artigos publicados pela Revista Brasileira de Orientação Profissional entre 2007 e 2011 avaliavam o construto em questão. Também no estudo de Ambiel et al. (2014) observou-se que a palavra-chave vocational interests correspondeu a apenas 0,7% dos 403 artigos publicados pelo periódico Journal of Vocational Behavior, entre 2007 e 2011. Tais resultados podem ter ocorrido porque essas revistas, embora tenham como foco o comportamento vocacional ou a carreira, não incidem, necessariamente, sobre a área de avaliação psicológica, estreitamente ligada aos interesses profissionais, como explicado anteriormente.
Dessa forma, pode-se compreender que a avaliação dos interesses profissionais é uma prática importante entre os psicólogos que atuam em Programas e Serviços no domínio da Orientação Profissional e de Carreira, e um campo profícuo para pesquisadores da Psicologia brasileira. Tendo em mente que a necessidade de se avaliar periodicamente a produção científica de áreas ou assuntos específicos é premente para que o avanço do conhecimento possa ser consolidado, estudos dessa natureza tendem a contribuir fortemente para uma maior visibilidade e credibilidade tanto dos estudos sobre interesses profissionais, quanto para a área como um todo ao disponibilizar estudos sobre instrumentos que podem ser utilizados na prática. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa é levantar e revisar a produção científica veiculada em periódicos brasileiros, indexados nas plataformas on-line SciELO e PePSIC, sobre a avaliação dos interesses profissionais.
Método
Seleção das Fontes
A recuperação dos artigos foi realizada por meio da plataforma Biblioteca Virtual em Saúde-Psicologia (BVS-Psi http://www.bvs-psi.org.br/), que disponibiliza acesso às bases de dados SciELO e PePSIC. Essa fonte foi escolhida por possibilitar a recuperação de trabalhos publicados em periódicos da área de Psicologia, área de conhecimento que versa sobre a avaliação dos interesses profissionais.
Procedimento
Inicialmente, para a recuperação dos artigos, foi empregado o termo interesses profissionais, já que, ao consultar a lista de terminologias em Psicologia da base de dados consultada, esse é o termo sugerido, mesmo quando se busca por outros relacionados, como interesses vocacionais e interesses ocupacionais. A busca se deu em qualquer campo indexado, sem delimitar período de tempo, intentando ampliar a sensibilidade da busca. Foram recuperados, no total, 128 artigos em 02 de outubro de 2015. Entretanto, a maioria dos trabalhos (n=84; 65,63%) de fato não tratava de interesses profissionais, mas contava com, ao menos, uma palavra do termo pesquisado. Apenas 33 (25,78%) atenderam aos critérios de inclusão, quais sejam, apresentar pesquisa empírica com amostra brasileira e que tenha utilizado pelo menos um instrumento de avaliação de interesses profissionais. Desses artigos analisados, 33,33% estavam disponíveis na SciELO; 57,58% (n=19) na PePSIC; e 9,09% (n=3) estavam em ambas as bases de dados. (n=11)
Buscando ampliar o corpus da análise, mesmo que a lista de terminologia expusesse o termo anteriormente pesquisado como a referência para o assunto, buscou-se, da mesma forma, levantar a produção relacionada com os termos interesses vocacionais e interesses ocupacionais. Assim, para o primeiro termo, houve o retorno de oito referências do PePSIC e seis do SciELO e, para o segundo, o retorno foi de quatro e seis, respectivamente. Contudo, novamente, grande parte dos estudos não cumpriam os critérios estabelecidos, enquanto que, em outros casos, tratavam-se de artigos já recuperados na primeira busca. Dessa forma, cinco novos artigos, que ainda não haviam sido recuperados anteriormente com o termo interesses profissionais, entraram para a análise, sendo que dois foram recuperados pelo termo interesses vocacionais e três por interesses ocupacionais. Em todos os casos, os artigos foram publicados em periódicos indexados na base de dados SciELO. Portanto, este estudo contou com uma amostra total de 38 artigos que versavam sobre a avaliação de interesses profissionais com amostras brasileiras.
Fundamentando-se na literatura sobre cientometria (Stumf et al., 2006; Witter, 1999) e interesses profissionais (Sodano, 2015), foram analisadas as seguintes variáveis: periódico e ano de publicação, quantidade e origem institucional de autores, palavras-chave, objeto e natureza do estudo, características da amostra (escolaridade, área profissional, sexo e tamanho), instrumentos de interesses profissionais utilizados e variáveis associadas.
Resultados e Discussão
Os resultados foram organizados em quatro blocos complementares. Inicialmente serão descritos os resultados relativos às publicações, como periódicos e ano de publicação. Em seguida, serão abordados resultados referentes à autoria; complementando, as questões metodológicas serão analisadas e, por fim, aspectos relativos aos instrumentos utilizados e às variáveis associadas.
Conforme já descrito nos procedimentos, apenas cerca de um quarto dos artigos recuperados se enquadraram nos critérios de inclusão deste estudo. Do total, os periódicos que mais contribuíram para o estudo foram a Revista Brasileira de Orientação Profissional (n=11) e a Avaliação Psicológica (n=4), sendo que a maior parte da produção esteve diluída em uma grande quantidade de periódicos. Esse dado replica os achados de Ambiel e Polli (2011) e era esperado, uma vez que esses periódicos divulgam estudos que se localizam na intersecção dos temas aqui abordados, quais sejam, a temática dos interesses profissionais e dos instrumentos de avaliação. Ainda em relação a qualidade das revistas científicas destacadas, é importante notar que possuem boa classificação no Qualis de 2014, ambas são A2. Além disso, estão indexadas em bases de dados internacionais como PsycINFO, Scopus e Redalyc, o que amplia o acesso ao conteúdo científico produzido no Brasil.
Em relação aos anos de publicação, observou-se que a produção se dividiu entre 2002 e 2015, com exceção de 2003, ano em que não houve qualquer publicação sobre o tema. Por outro lado, os anos de 2009 (n=6) e 2012 (n=7) foram os que mais contaram com publicações selecionadas. Vale ressaltar que nenhum limite quanto ao ano mínimo das publicações foi imposto na busca. Assim, pode- -se afirmar que no Brasil as investigações nesse domínio são recentes, reforçando o que a literatura já apontava, sobre um crescimento expressivo das publicações na área de Orientação Profissional e de Carreira desde o início da década de 2000 (Noronha & Ambiel, 2006; Aguiar & Conceição, 2012). Neste início de século, os dois periódicos mencionados anteriormente Revista Brasileira de Orientação Profissional e Avaliação Psicológica passaram a circular initerruptamente, consistindo em relevantes espaços de publicação e divulgação do conhecimento na interseção das duas áreas.
Quanto à autoria, foram observados estudos com variação entre um e sete autores, sendo que cerca de 70% dos artigos foram escritos por dois (n=14) ou três (n=12) autores, o que está em consonância com estudos anteriores, em diferentes períodos desde meados do século passado (Noronha & Ambiel, 2006; Aguiar & Conceição, 2012). Em relação à instituição de procedência dos autores, apenas um estava alocado em uma universidade estrangeira, canadense. Destacaramse a Universidade São Francisco (campus Itatiba), sede de 20 autores dos 38 artigos analisados, em seguida, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Universidade Luterana do Brasil (RS), que contribuíram com quatro autores cada. Esses dados também corroboram os achados de Aguiar e Conceição (2012) que já destacavam a relevância das instituições paulistas e gaúchas na produção da área da Orientação Profissional e de Carreira.
Também é possível refletir a partir dos dados que há grupos de pesquisa se dedicando sobre o assunto, mas que as parcerias entre pesquisadores de diferentes instituições, embora aconteça, ainda são poucas. Além disso, são manuscritos também predominantemente de autoria brasileira, o que evidencia a necessidade de estímulo à internacionalização da Orientação Profissional e de Carreira no Brasil, conforme defendido por Ambiel et al. (2014), e a colaboração multicêntrica, o que já se iniciou mas ainda não foi detectado no período abordado por este estudo.
No que se referem às questões metodológicas, uma informação importante acerca das temáticas abordadas nos estudos pode ser extraída das palavras-chave escolhidas pelos autores para indexação de seu artigo. Nessa análise, observou-se que, no total, os 38 artigos apresentaram 137 palavras-chave, com uma média de 3,6 termos por artigo. De forma bruta, as palavras-chave com maior ocorrência foram avaliação psicológica (n=20), interesses profissionais (n=19) e orientação profissional (n=15). Em seguida, 15 termos tiveram ocorrências entre duas e seis vezes e 39 termos apareceram apenas uma vez.
Contudo, ao se fazer uma análise mais detida, percebeu- se que alguns termos que podem ser considerados equivalentes ou mesmo sinônimos mostraram-se distribuídos ao longo dos artigos, tais como interesses profissionais, interesse profissional e interesses vocacionais. Dessa forma, para uma melhor qualidade da análise, a Tabela 1 apresenta a distribuição dos termos já com os equivalentes agrupados.
Observa-se que, mesmo após o agrupamento de termos equivalentes ou sinônimos, os três termos com maior frequência continuam muito destacados dos demais em termos de frequência de ocorrência, como mostrou a Tabela 1. Contudo, notou-se uma inversão na ordem deles, sendo que os termos referentes aos interesses assumiram a condição de mais frequentes. Por ser mais abrangente, o conceito interesses não requer adjetivação, sendo apropriado como palavra-chave.
Especificamente na análise que considera a junção de termos tidos como equivalentes ou sinônimos para o enquadramento na terminologia da BVS-Psi é possível inferir a predominância do foco no construto interesse no domínio da Orientação Profissional e de Carreira com foco no uso de ferramentas da Avaliação Psicológica, espaço no qual as duas áreas da Psicologia se encontram. Por outro lado, é sabido que os autores seguem a terminologia da BVS-Psi, que é bastante limitada para o domínio da Orientação Profissional e de Carreira.
No que se referem ao objeto e à natureza do estudo, as pesquisas (n=25), em sua maioria, caracterizam-se como estudos correlacionais, ou seja, aqueles que se detiveram a explorar a associação entre variáveis. Os demais artigos são de estudos psicométricos (n=10), isto é, aqueles que tiveram como objetivo exclusivo a investigação de propriedades psicométricas de um instrumento (por exemplo, estrutura fatorial, consistência interna, entre outras), além de dois relatos de experiência e um estudo de caso. Esses dados são coerentes com o tipo de análise empregada, já que 34 artigos foram predominantemente quantitativos, enquanto apenas um foi qualitativo e outros três foram mistos.
Dessa forma, pode-se afirmar que predominam estudos quantitativos na interface da Orientação Profissional e de Carreira com a Avaliação Psicológica. Além disso, no contexto da avaliação não foram recuperados estudos com delineamento quase experimental ou experimental, o que evidencia o caráter transversal como características da área. Outro detalhe que chama a atenção é que não foram encontrados estudos de caso ou relatos de experiência sobre a avaliação dos interesses em grupos ou contextos profissionais específicos. Evidencia-se, assim, que permanecem lacunas de estudos sobre avaliação da intervenção, como já apontado por Melo-Silva (2000) e Melo-Silva e Jacquemin (2001).
Em relação ao nível de escolaridade dos participantes dos estudos, a predominância foi em relação aos estudantes de ensino médio, que compuseram as amostras de 22 artigos (57,9%). Em seguida, aparecem os estudantes de graduação, que participaram exclusivamente em seis artigos. Ainda, houve estudos com amostras mistas de estudantes do ensino fundamental e médio; médio e graduação e um estudo que contava com estudantes de todos os níveis de ensino e ainda profissionais já formados. No entanto, entre os trabalhos que tiveram profissionais como participantes (n=3), apenas um identificou a área profissional, pois teve como foco a análise de interesses profissionais em uma amostra de soldados do exército, os demais que investigaram a relação entre interesses e áreas profissionais o fizeram com amostras de universitários. Esse achado reflete uma condição histórica da área no Brasil, que é a visão da intervenção em Orientação Profissional e de Carreira relacionada fortemente à primeira escolha para o exame vestibular e às próximas escolhas na universidade (Sparta et al, 2006; Noronha et al., 2003), à despeito de achados consistentes encontrados na literatura internacional sobre a possibilidade dos interesses predizerem desempenho e sucesso no trabalho (Huang & Pearce, 2013; Pässler et al., 2015).
Quanto ao sexo dos participantes, em 35 casos (92,1%) as amostras foram mistas, sendo que em dois artigos houve a participação apenas de homens e em um artigo, apenas de mulheres. Foi avaliado também o tamanho da amostra, que variou entre um até 6824 participantes, sendo que 50% dos estudos contaram com amostras de até 200 pessoas com média de 556,6 pessoas por estudo, com desvio padrão de 1136. Em relação à idade, foram coletadas as informações contidas nos artigos sobre a média de idade dos participantes. Esse valor variou entre 15,20 até 42,7 anos de idade, sendo que a média das médias de idade foi de 19,07 anos (DP=5,98). Esses achados reforçam o resultado anterior, que já mostrava que o público predominante ainda é o de adolescentes em transição do ensino médio para o ensino superior. Além disso, as amostras na média contaram com quantidades expressivas de participantes de ambos os sexos, o que pode denotar preocupações com a construção de amostras heterogêneas e representativas, possivelmente com foco na normatização dos instrumentos, o que parece busca sanar um problema histórico dos instrumentos de avaliação de interesses no Brasil (Noronha et al. 2003).
No quarto bloco de resultados, são focalizadas as medidas ou instrumentos de avaliação dos interesses profissionais e as variáveis associadas. A Tabela 2 mostra a relação dos instrumentos utilizados em função da frequência, natureza e nacionalidade.
Os resultados apresentados na Tabela 2 mostram que um total de dez instrumentos foram utilizados nos 38 artigos analisados, sendo que a frequência de uso dos mesmos foi no total de 47, o que evidencia que em apenas cerca de um quarto dos estudos analisados foram utilizados mais do que um instrumento.
Dentre as medidas mais utilizadas, destaca-se a Escala de Aconselhamento Profissional (EAP), que foi referida em 15 artigos. Trata-se de um instrumento produzido no Brasil em um programa de pós-graduação altamente qualificado, que realiza muitas pesquisas científicas, logo seu número de publicações é alto.
Além disso, também se sobressai a grande quantidade de medidas baseadas no modelo de Holland, contemplando mais da metade dos instrumentos (SDS completo ou apenas a escala de atividades, ATPH, ITIP, EIV e UNIACT). Esse é um dos modelos mais estudados depois das teorias e modelos desenvolvimentistas, com replicações em diversas culturas. Esse resultado indica que os pesquisadores brasileiros buscam, também, investigar teorias internacionais.
Um dado que chama a atenção é que apenas um instrumento de autoexpressão (método projetivo) tem sido utilizado, que é o Teste de Fotos de Profissões (Berufsbilder Test, BBT-Br, sigla do alemão), indicado para aconselhamento individual e para pequenos grupos, o que requer formação clínica especializada por suas bases psicodinâmicas. Esse resultado é destoante de outros estudos nacionais, que indicaram o BBT-Br como um dos instrumentos mais estudados (Aguiar & Conceição, 2012; Ambiel & Polli, 2011; Noronha & Ambiel, 2006), o que se deve provavelmente à restrição imposta pela terminologia da BVS-Psi. Além disso, o BBT-Br é objeto de muitas produções, de teses e capítulos de livros, que versam sobre características de grupos específicos, relatos de experiências, sobre situações clínicas e outras variáveis associadas aos interesses. E, ainda, os estudos psicométricos são publicados, predominantemente, nos manuais, fontes que devem ser sempre consultadas por pesquisadores e profissionais da orientação. A Tabela 3 apresenta a lista de variáveis que foram associadas aos interesses no conjunto dos estudos analisados.
Como se pode perceber, a variável que foi mais associada aos interesses nos artigos foi o sexo, no sentido de se compreender diferenças entre homens e mulheres em relação aos seus interesses. Esse dado, além de complementar os achados anteriores deste mesmo estudo sobre o equilíbrio das amostras quanto ao sexo, vai no sentido de estudos estrangeiros que têm buscado compreender tais diferenças nos interesses e em como isso pode refletir nas escolhas (Su et al., 2009). Além disso, correlações entre interesses e outras variáveis psicológicas, tais como personalidade e inteligência, também foram alvo dos pesquisadores de forma destacada. Essa é uma tendência contemporânea que aparece nos estudos analisados, quando se verificam, por exemplo, comparações entre a teoria das personalidades vocacionais de Holland e o Modelo dos Cinco Grandes Fatores de Personalidade Big Five, mas que reflete também uma ideia típica do modelo de orientação iniciado por Frank Parsons ainda na primeira década do século XX, centrado no resultado de testes de interesses, inteligência e personalidade (Sparta et al., 2006). Tal achado sugere que é urgente a apropriação de perspectivas mais atuais sobre o desenvolvimento de carreira por parte de pesquisadores brasileiros, já que as variáveis frequentemente associadas aos interesses profissionais abordadas nos estudos analisados já foram extensivamente pesquisadas na literatura internacional (Low et al, 2005; Su et al, 2009).
Os resultados obtidos estão em consonância com o objetivo e o delineamento deste estudo: investigar a avaliação de interesses o que leva indubitavelmente aos instrumentos sejam eles objetivos ou projetivos. Uma contribuição para reflexão pode ser desenvolvida em direção ao questionamento sobre a difusão do uso dos instrumentos na intervenção neste milênio. Diferentemente do uso realizado na primeira metade do século passado, na contemporaneidade podem e devem ser utilizados em processos dinâmicos que elucidem características pessoais que visem aprofundar o autoconhecimento de usuários de serviços, de forma a contribuir com as pessoas nas reflexões sobre si e a construção da carreira.
Este trabalho teve como objetivo revisar a literatura brasileira sobre a avaliação de interesses profissionais, a partir dos periódicos indexados e disponíveis em duas importantes bases de dados digitais nacionais, que são a SciELO e a PePSIC. Considera-se que o objetivo do estudo foi cumprido, uma vez que foi possível fazer um mapeamento de algumas investigações associadas à temática em questão, bem como identificar algumas das características das publicações e de seus autores.
O trabalho de analisar a produção científica tem o mérito de apresentar de uma forma sucinta e concentrada um panorama sobre o que tem sido pesquisado e divulgado em uma área de conhecimento ou assunto específico. Na área de Orientação Profissional e de Carreira, tal como descrito na introdução deste artigo, já se encontram disponíveis diversos estudos desse tipo que mapearam a literatura da área como um todo ou com especificidades de veículo de comunicação e mesmo de subárea, tal como a avaliação psicológica. Contudo, no Brasil ainda não havia um estudo que mapeasse especificamente a avaliação de interesses profissionais, que é o construto central da área e é nesse sentido que este estudo contribui com a produção do conhecimento.
Alguns dados chamaram especialmente a atenção e devem ser recuperados. Um deles é que, embora a maioria dos instrumentos utilizados sejam baseados no modelo hexagonal de Holland, que é a teoria de interesses profissionais mais estudada e aceita no mundo todo, no Brasil, atualmente (outubro de 2015) não há instrumentos disponíveis para uso profissional baseados em tal modelo. No Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (SATEPSI), do Conselho Federal de Psicologia (CFP) há a indicação de parecer favorável ao SDS, um dos instrumentos mapeados neste estudo; contudo, o mesmo não se encontra disponível para a comercialização, causando uma situação atípica e limitando a atuação de profissionais brasileiros. No futuro, pesquisadores brasileiros deveriam levar em conta essa lacuna e empreender esforços para disponibilizar, comercialmente ou não, instrumentos baseados nesse modelo para o uso profissional.
Outro aspecto que chama a atenção é que, apesar de todos os avanços na área da Orientação Profissional e de Carreira, ao longo do último século e desde o início dos anos 2000, ainda foi observada a tendência de estudos de interesses com habilidades cognitivas e personalidade. É necessário que os pesquisadores, em estudos vindouros, busquem ampliar o conhecimento das relações entre interesses e outros construtos e variáveis critério, e mesmo pesquisas que analisem perfil de interesses, estabilidade e congruência.
Quanto às limitações do presente estudo, ressalta-se a restrição da busca a bases de dados que disponibilizam acesso apenas a artigos científicos. Sabe-se que grande parte das pesquisas empreendidas no Brasil está publicada, apenas, na forma de teses e dissertações. Além disso, outras fontes de recuperação de artigos são sugeridas para futuras investigações como bases de dados internacionais, para averiguar as publicações de pesquisas realizadas no Brasil em periódicos estrangeiros, bem como, o uso de recursos adicionais como o Google Acadêmico e a Plataforma Lattes, além de bancos de teses e dissertações da CAPES e das universidades.
Não obstante, verificou-se que as pesquisas brasileiras sobre interesses profissionais analisadas possuem foco em estudantes de ensino médio, predomínio de estudos correlacionais, de comparação entre os sexos e com variáveis tradicionais. E, embora ocorra destaque dos estudos psicométricos, verifica-se pouca disponibilidade dos instrumentos para uso profissional. Portanto, há necessidade de novas investigações que utilizem a avaliação dos interesses profissionais tanto para construir e replicar teorias em território nacional quanto para diversificar e ampliar o uso profissional dos instrumentos e o público que pode se beneficiar. Com políticas públicas para a oferta da Orientação Profissional nas escolas a pesquisa também avançará para outros grupos populacionais, problemas e problemáticas.
Espera-se com este estudo contribuir com as investigações acerca do estado da arte no domínio da avaliação psicológica em sua interface com as questões de carreira e, assim, disponibilizar mais um retrato das investigações que estão sendo realizadas no cenário brasileiro, intentando incentivar e fundamentar novas pesquisas. Além disso, a expectativa é que no futuro novos estudos com este enfoque sejam realizados e que as parcerias multicêntricas, nacionais e internacionais, apresentem resultados mais destacados, tanto no que se refere aos estudos sobre instrumentos de avaliação de interesse, como do uso deles em intervenções para avaliar as dimensões psicológicas, e os processos e resultados de Programas e Serviços.
Referências
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recebido em outubro de 2015
reformulado em agosto de 2016
aprovado em agosto de 2016
Sobre os autores
Rodolfo Augusto Matteo Ambiel: é Doutor em Psicologia pela Universidade São Francisco. Docente do Programa de Pós- Graduação Strico Sensu em de Psicologia da Universidade São Francisco, São Paulo, Itatiba São Paulo, SP Brasil.
Karen Cristina Alves Lamas: é Doutora em Psicologia pela Universidade São Francisco e professora do curso de graduação em Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira Campus Juiz de Fora, MG Brasil.
Juliana Cerentini Pacico: é psicóloga, docente da Graduação e da Pós-Graduação em Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP). É pesquisadora CNPq.
1Endereço para correspondência: Universidade São Francisco, Rua Alexandre Rodrigues Barbosa, 45, Centro, 13251-900, Itatiba-SP. E-mail: ambielram@gmail.com