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Estudos e Pesquisas em Psicologia
On-line version ISSN 1808-4281
Estud. pesqui. psicol. vol.9 no.2 Rio de Janeiro Sept. 2009
EDITORIAL
Eleonôra Torres Prestrelo I; Adriana Benevides Soares II; Ana Maria Lopes Calvo Feijoo II; Anna Paula Uziel II; Ariane Patrícia Ewald II; Deise Mancebo III
I Professor Assistente do Instituto de Psicologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro/UERJ - Rio de Janeiro, RJ, Brasil
II Professor Adjunto do Instituto de Psicologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro/UERJ - Rio de Janeiro, RJ, Brasil
III Professor Titular do Instituto de Psicologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro/UERJ - Rio de Janeiro, RJ, Brasil
O volume 9, número 2 da revista eletrônica Estudos e Pesquisas em Psicologia vem a público no momento em que o Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro(1964 -2009) encontra-se em plena comemoração dos seus 45 anos. O Projeto Psi 45 vem se concretizando ao longo deste ano com a participação de alunos, professores, técnicos e funcionários que fazem parte desta história. São 45 anos de conquistas acadêmicas na graduação que, de certa forma, propiciaram o surgimento da pós-graduação, hoje com quatro especializações e duas pós-graduações stricto senso, e a consolidação do Serviço da Psicologia Aplicada, que vem ampliando a oferta de campos de experimentação em diferentes áreas de atuação em Psicologia.
A Revista Estudos e Pesquisas em Psicologia também faz parte destas conquistas e há nove anos participa desta história, trazendo artigos nacionais e estrangeiros, comunicações científicas e resenhas que tratam da diversidade dos saberes em Psicologia, bem como de suas interfaces.
Este número da Revista consta de um artigo estrangeiro escrito por Carla Alexandra Filipe Narciso com o título “Espaço público, acção política e práticas de apropriação: conceito e procedências”, além de 14 artigos de autores nacionais. No artigo internacional, a autora problematiza o conceito de espaço público, no que se refere à organização do espaço do cidadão e o espaço da política, destacando as ações do poder público e da iniciativa privada, que têm o poder de materializar e induzir as expressões sociais dos indivíduos em “Filhos de mulheres presas: o papel materno na socialização dos indivíduos”, Claudia Stella reflete sobre o papel que as mães encarceradas podem exercer no processo de socialização de seus filhos. Jorge Guilherme Teixeira da Fonseca trata do tema “O cultivo de si e o individualismo”, trazendo uma crítica à lógica de dominação na sociedade moderna, lembrando que “esta sociedade foi construída por nós, logo também pode ser destruída por nós, e substituída por outra melhor”. O texto “Expressões faciais de emoção em bebês: importância e evidências”, apresentado por Deise Maria Leal Fernandes Mendes e Maria Lúcia Seidl de Moura, aponta para a conveniência de se adotar uma perspectiva sociocultural e evolucionista na formulação de hipóteses e produção de novos estudos empíricos sobre o desenvolvimento das emoções infantis. Em “Um bebê no CAPSI: uma clínica possível”, Pedro Moacyr Brandão Junior, através de uma perspectiva lacaniana, apresenta um estudo de caso no qual confirma a possibilidade de atendimento a bebês nessa Instituição. Ainda tratando o tema da infância, Sheila Maria da Rocha Antony traz o artigo intitulado “Os ajustamentos criativos da criança em sofrimento: uma compreensão da Gestalt-Terapia sobre as principais psicopatologias da infância”, onde contextualiza a criança doente como uma forma de expressão da interrupção de sua auto-regulação organísmica, forma de preservação numa família adoecida. Felipe Tavares Paes Lopes escreve sobre “Bourdieu e Goffman: um ensaio sobre os pontos comuns e as fissuras que unem e separam ambos os autores a partir da perspectiva do primeiro”, no qual aponta para a idéia de que ambos os modelos buscam analisar a dimensão fenomênica do ser e termina por concluir com as principais críticas que Bourdieu faz ao modelo subjetivista goffmaniano. Leonardo Barros Soares e Luciana Lobo Miranda, em “ Produzir subjetividades: o que significa?” discutem a temática da produção de subjetividade a partir dos escritos do pensador francês Félix Guattari. Idilva Maria Pires Germano em “As ruínas da cidade grande: imagens da experiência urbana na literatura brasileira contemporânea” retrata como a prosa de ficção brasileira contemporânea revela que a cidade tem sido objeto privilegiado de reflexão e imaginação poética. Thaís Zerbini e Gardênia Abbad pretendem mostrar como pesquisas em avaliação de treinamentos a distância ainda são incipientes. Regina Célia Cavalcante Maia, Adriana Benevides Soares e Mara Sizino da Victoria buscam, em seu estudo, comparar as habilidades sociais de professores do ensino fundamental e educação infantil bem como verificar as correlações entre as habilidades sociais e a inteligência. Jean Von Hohendorff e Wilson Vieira de Melo em “Compreensão da morte e desenvolvimento humano: contribuições à Psicologia Hospitalar” concluem que a morte é compreendida de maneira distinta durante as fases do desenvolvimento humano. Em “A gestão da atividade do motorista de ônibus: um olhar ergológico”, Francinaldo do Monte Pinto e Mary Yale Neves expõem um estudo sobre a atividade de gestão do trabalho efetuada pelo motorista de ônibus na cidade de João Pessoa/Pb. Por fim, em “Transformações da subjetividade no exercício do trabalho imaterial”, Sonia Regina Vargas Mansan aponta para o fato de que as relações de trabalho sofreram diferentes transformações nas últimas décadas, alterando a maneira como cada trabalhador implica-se com suas atividades. A sessão especial tem como título “Psicanálise, saúde mental e universidade”, no qual Doris Luz Rinaldi e Sonia Alberti fazem uma homenagem aos dez anos de funcionamento do Programa de Pós-graduação em Psicanálise. A comunicação de pesquisa apresentada por Maria Clara Rebel Araújo e Ricardo Vieiralves-Castro aborda os principais aspectos da pesquisa “Santo Daime: Teoecologia e Adaptação aos tempos modernos”. Por fim, a resenha dessa edição, de Leandro Castro Oltramari trata do título “Ler o amor, pensar o amor” de Leandro Konder.
Esperamos que os artigos aqui presentes contribuam na ampliação das reflexões de nossos leitores.
Endereço para correspondência
Comissão Editorial
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