EDITORIAL

O primeiro número de Arquivos Brasileiros de Psicologia em formato eletrônico, lançado ao final de 2005, trouxe de volta a revista após a ausência de três anos. Vencemos um obstáculo. Este segundo número, quatro meses depois, nos mostra a extensão do desafio: garantir a continuidade. Arquivos Brasileiros de Psicologia constituiu, durante muito tempo, o único veículo de difusáo e discussão da Psicologia no Brasil, e neste caminho conquistou o respeito da comunidade científica brasileira da área.

Os tempos mudaram. Hoje, nos incumbe manter o padrão de qualidade e o reconhecimento dos nossos pares como no passado, frente à multiplicidade de revistas em circulação, às exigências crescentes das instâncias avaliadoras, e ao nosso desejo de crescer nas zonas de interface da Psicologia, no diálogo com áreas afins e no debate contemporâneo de idéias e dos problemas da nossa sociedade.

Num passado não tão distante, se escrevia pela vontade de fazê-lo ou por ter-se algo a dizer, fruto de um tempo de amadurecimento, de elaboração, como dizia Virgínia Kastrup na sua saudação à revista. Hoje, escrever é um imperativo da dinâmica produtivista que caracteriza a academia. Isto coloca para todos nós novos desafios.

Foi nesse tempo passado que Arquivos Brasileiros de Psicologia granjeou o carinho que ora nos testemunham os apoios de diversas ordens: autores, pareceristas, órgãos de fomento, IBICT (que nos possibilitou o uso do sistema eletrônico de editoração da revista), associações e revistas da área - e aqui cabe registrar nosso agradecimento especial ao Clio-Psyché - Programa de Estudos e Pesquisas em História da Psicologia e à Psicologia & Sociedade. Isto nos reconforta na idéia de que isto é o produto de uma política editorial de acolhida e de abertura à diversidade e à novidade.

A continuidade, portanto, se abre para a permanência desta postura e para as mudanças do presente. A conversão ao novo formato está concluída, e despendeu bastante da nossa energia. O entusiasmo da equipe técnica foi, sem dúvida, outro apoio importante nesta travessia. Agora, se trata de manter o ritmo de navegação constante, cumprindo os compromissos já arrolados.

O lançamento deste número é para nós motivo de comemoração, mas é também uma convocação à comunidade brasileira de psicologia e aos nossos parceiros para o prosseguimento e ao desenvolvimento desta empreitada coletiva que se configura como a revista Arquivos Brasileiros de Psicologia.

Angela Arruda
Editora