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Revista de Psicologia da UNESP

On-line version ISSN 1984-9044

Abstract

FRANCA, Sonia Aparecida Moreira. Conversações. Rev. Psicol. UNESP [online]. 2013, vol.12, n.1, pp.36-50. ISSN 1984-9044.

Neste ensaio, realizamos uma leitura crítica de dois textos clássicos da literatura psicológica. Os textos de Maria Luiza Siquier de Ocampo e Maria Esther García Arzeno, que se encontram no livro O processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas (1981). Para as autoras, a entrevista é um campo relacional. Logo, o modo como este se realiza depende de como se efetuam as forças que sobrecodificam o encontro, por conseguinte, sua realização depende de como o saber psicológico se oferta. Entretanto, observamos que o campo conceitual exposto pelas autoras, ora está a caminhar no interior da hipótese freudiana, ora na teoria do sujeito da consciência. Afinal, qual conceito de homem estaria a permear as proposições teóricas enfocadas por essas autoras e as práticas delas decorrentes? A partir da leitura do texto de Gilles Deleuze, Una Entrevista, qué es? para qué sirve? - primeiro capítulo de seu livro Diálogos com Claire Parnet, de 1977, vemos que a arte de construir um problema pode durar uma vida inteira e, geralmente, em uma entrevista, quase sempre não se tem esta oportunidade. A leitura crítica destes clássicos respaldada na filosofia da diferença, nos permite concluir que uma conversação é um campo de experimentação dotado de murmúrios, é uma linha de tempo a proporcionar ao pensamento uma corrente de ar fresco para os que nunca puderam ser pensados. Neste sentido, os clássicos modelos de entrevistas psicológicas, pautados em roteiros, pouco acrescentam à compreensão das emoções em um sentido dialógico, mas, ao contrário, não faz outra coisa senão inventar o objeto que se quer diagnosticar, aprisionando-o em um único sentido, o do entrevistador.

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