EDITORIAL

Editorial

A Revista Psicologia e Saúde (PSSA) vem a público com o seu primeiro número indexado no PePSIC. Esta meta foi alcançada em virtude da colaboração de muitas pessoas, desde aquelas que trabalham anônima e silenciosamente no suporte técnico, nas incontáveis revisões e na diagramação, passando pela moderação dos integrantes do Comitê Editorial e do Conselho Editorial até o inestimável trabalho dos pares revisores ou avaliadores.

O trabalho de gestão de um periódico científico, hoje no Brasil, só é possível graças à solidariedade entre os pesquisadores. No entanto, a solidariedade em tempos de produtivismo curricular vai se tornando cada vez mais escassa, fato que deixa um sabor de preocupação em relação ao gargalo que se está criando de maneira crescente no processo de avaliação e publicação da produção científica. Se em algum momento a publicação não refletir mais, em tempo real, a produção, o processo mesmo de avaliação de rendimento de pesquisadores e programas poderá sucumbir aos efeitos frenéticos do produtivismo curricular.

Não obstante estes desafios, o trabalho continua e apresentamos à consideração dos leitores algumas temáticas relevantes para a reflexão no campo da Psicologia e Saúde.

Repensar a formação em vista da competência profissional é uma tarefa que, além de difícil, é de fundamental importância para a ciência e a profissão na área da Psicologia. Esta competência epistemológica, técnica e reflexiva contribuirá para que o profissional possa construir o seu espaço de atuação nos novos campos que se abrem para a Psicologia no Brasil, como por exemplo, a atenção básica na saúde coletiva.

Outro desafio à ciência e à profissão de Psicólogo são as demandas de um perfil cada vez mais voltado para as questões comunitárias e identitárias: a primeira demanda diz respeito a ampliação do horizonte do exercício profissional para além do consultório e, a segunda, permite compreender a extensão e as repercussões sociais de um diagnóstico na vida daqueles que são assinalados e, em muitos casos, institucionalmente segregados como loucos.

Desejamos uma proveitosa leitura a todos e renovamos nossa expectativa de que este número da PSSA contribua, de alguma forma, para este permanente processo de reflexão da Psicologia como ciência e como profissão.

Márcio Luis Costa
Editor