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Estilos da Clinica

Print version ISSN 1415-7128

Estilos clin. vol.7 no.13 São Paulo  2002

 

Editorial

 

 

Estilos vem, mais uma vez, conversar com os profissionais que praticam a chamada clínica psicanalítica ampliada. Ou seja, dirige-se àquele público que entende a psicanálise como a prática de uma ética, não importando o setting em que é praticada.

Desta vez, trata-se de discutir o lugar da transferência no hospital e na escola. No dossiê de Estilos, o leitor encontrará uma discussão histórica feita por Janine Filloux, que procura apontar os equívocos em que incorreram os primeiros autores interessados em manejar a transferência na sala de aula. Filloux faz um estudo de alguns artigos publicados na Zeitschrift für Psychoanalytische Pädagogik, a Revista de Pedagogia Psicanalítica, publicada em Viena entre 1926 e 1937. Nesse artigo, desfaz-se a ilusão de uma aplicação ou de um manejo diretos da transferência pelo professor em sala de aula. Trata-se ainda de um artigo que é útil ao pesquisador sobretudo pela profusão de referências bibliográficas sobre o tema.

Em outro artigo, Elisabete Monteiro faz a necessária crítica à ilusão pedagógica da existência de uma adequação na relação professor-aluno. Não há, segundo ela, ajuste possível nessa relação. Em sua conclusão, defende a idéia de que há uma recusa da realidade transferenciai pela pedagogia, que repousa no fato de a pedagogia atual ter, na realidade, medo da transferência.

Na discussão sobre a transferência no trabalho em hospitais, Bernard Penot convoca o leitor a examinar com ele a noção de transferência subjetal, conceito que serve de ferramenta à leitura da transferência que pode ser acionada por pacientes psicóticos. Alude ainda ao psicótico como "carta roubada" para deslindar um mecanismo de repetição a que alguns pacientes induzem seus cuidadores em situações institucionais. Ferramentas de leitura que são, diga-se de passagem, de grande utilidade nesse difícil trabalho. Maria Cristiane Nali também focaliza a transferência em situação hospitalar, destacando a importância de essa ser escutada, já que no contexto hospitalar se lida com o que ficou como resto, sem resposta, das demandas dirigidas aos outros tratamentos.

Espera-se que os artigos apresentados neste número provoquem nossos leitores e os incitem a escrever novos artigos em torno desse tema: Estilos lhes dará espaço. Sintam-se desde já convocados!

 

Cristina Kupfer