EDITORIAL

 

 

Entregamos a vocês, leitores e leitoras da NPS, mais uma edição com práticas colaborativas, terapias comunitárias, pesquisas na área da família e casais e temas afins a nossas perspectivas teóricas e epistemológicas da linha editorial da Nova Perspectiva Sistêmica. Temos tido o compromisso constante de manter relatos de práticas, pesquisas e reflexões teóricas que possam ser úteis para as práticas profissionais, estudos e pesquisas de nosso público de leitores/as.

Como tem sido usual, iniciamos com um artigo internacional traduzido, intitulado “Caminhando lado a lado”: práticas colaborativas nos tratamentos de saúde mental e uso de substâncias, de   Ottar Ness,   Marit Borg,   Randi Semb e   Bengt Karlsson. Trata-se de um estudo qualitativo - realizado com grupos focais com profissionais de saúde mental - que teve como objetivo identificar as principais características sobre como os profissionais de saúde mental colaboram com os usuários dos serviços e suas famílias.

Ainda no tema da saúde mental, o segundo artigo desta edição titula-se Colaborando na trajetória de superação em saúde mental: grupo de ouvidores de vozes, de Clarissa Mendonça Corradi-Webster, Eduardo Augusto Leão e Lívia Sicaroni Rufato. Este artigo buscou descrever a experiência de trabalho grupal com ouvidores de vozes, analisando as vivências deste fenômeno. É um relato de experiência onde se evidencia a construção de redes, estratégias de superação e para melhora de relacionamentos.

O terceiro artigo tem o título Pipa Corporativa: uma ferramenta da terapia narrativa aplicada às famílias empresariais, e tem a autoria de Eduardo Ribeiro do Val. O autor utiliza a metodologia da Pipa da Vida, de David Denborough, no contexto organizacional, com uma empresa familiar, auxiliando a família a superar conflitos.

O seguinte texto titula-se Divórcio, recasamento e a relação entre padrastos e enteados: reflexões endereçadas aos terapeutas de família, de Marcelo Richar Arua Piovanotti e Denise Duque. O texto traz reflexões e desafios muito pertinentes para terapeutas de família sobre configurações familiares que incluem a presença de padrastos. Defendem a ideia de que a função paterna e a função do padrasto não necessitam entrar em conflito, podendo conviver dialogicamente com suas especificidades.

Ainda sobre parentalidades, temos o quinto artigo desta edição, A paternidade e fatores associados ao envolvimento paterno, de Mariana Schubert Backes, Ana Paula Sesti Becker, Maria Aparecida Crepaldi e Mauro Luís Vieira. O trabalho refere-se a uma pesquisa qualitativa que buscou identificar os fatores que interferem no envolvimento dos pais de crianças de quatro a seis anos. Os autores indicam aspectos relacionados a modelos de paternidade, relação com a mãe, característica pessoais e rede de apoio.

Seguindo para o sexto artigo, apresentamos o texto Mulheres que denunciaram violência conjugal e romperam a relação: concepções sobre suas ações, sobre o homem autor de violência e sobre a violência, de Paola Rodegherii Galeli e Clarissa Antoni. A partir de estudo qualitativo, buscou-se compreender a violência conjugal a partir da percepção de cinco mulheres. Segundo o estudo, nem sempre estas mulheres qualificam as atitudes destes homens como abusivas, tornando mais complexo o rompimento do ciclo de violência.

O último artigo desta edição tem o título Contribuições do modelo bioecológico do desenvolvimento humano para a intervenção psicossocial com adolescentes em conflito com a lei, de Mariane Comelli dos Santos e Elisangela Böing. As autoras buscam, a partir de uma pesquisa documental, trazer articulações teóricas que auxiliem na prática da intervenção psicossocial e medidas socioeducativas com adolescentes em conflito com a lei, referenciando a complexidade do tema.

Para finalizar, vamos para as seções desta edição. Em Conversando com a Mídia temos uma resenha do filme Insulto, escrita por Adriana Scoz da Cunha Lima, Maria Gabriela Mantaut Leifert e Roberto Ricardi Costard. Na seção Ecos, retomamos um artigo da NPS de n. 30, de abril de 2008, de Marisa Japur (in memorian). Cristina Ruffino nos convida a revisitar este texto e relembrar os ensinamentos desta importante autora, que muito colaborou na história da NPS e do construcionismo social brasileiro; oportunidade para homenageá-la, em decorrência de seu falecimento, neste ano. Em Estante de Livros, Maria Luiza Bambini Vasconcellos nos convida à leitura do livro Antonio, de Beatriz Bracher. Sem mais, finalizo este editorial desejando que a leitura da edição seja produtiva e instigadora, trazendo novos horizontes, conhecimentos e reflexões.

 

Adriano Beiras - Editor Coordenador NPS