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Aletheia
Print version ISSN 1413-0394
Aletheia no.37 Canoas Apr. 2012
ARTIGOS DE PESQUISA
A violência familiar como fator de risco para o bullying escolar: contexto e possibilidades de intervenção
Family violence as a risk factor for school bullying: context and possibilities for intervention
La violencia familiar como factor de riesgo para el bullying escolar: contexto y posibilidades de intervención
Lélio Moura Lourenço; Luciana Xavier Senra
Universidade Federal de Juiz de Fora
RESUMO
A violência doméstica (VD) ou familiar afeta a população mundial prejudicando a saúde, liberdade e bem-estar de indivíduos, famílias e comunidades. O bullying, um tipo de violência escolar, envolve comportamentos agressivos intencionais e repetitivos, físicos e psicológicos entre pares, visando prejuízo daquele percebido como frágil e indefeso. Pode relacionar-se às diversas experiências familiares e comunitárias. Realizou-se uma revisão de literatura com busca eletrônica pelos descritores bullying, violência doméstica e violência intrafamiliar nas bases Web of Science, Medline, PsycInfo, Dialnet e Redalyc, que tratassem da VD como fator de risco para bullying. Considerou-se autor, periódico, ano, metodologia e impactos desencadeados. Selecionaram-se 59 artigos. Os países mais produtivos foram EUA (50.85%) e Espanha (25.42%); 35.56% dos artigos apontaram a vítima de VD como vítima-agressora de bullying; e que os prejuízos e mais comuns são danos físicos, psicológicos, comportamentais e sociais para crianças e adolescentes, como apontaram 33.9% das publicações.
Palavras-chave: Violência doméstica ou familiar, Bullying, Revisão sistemática.
ABSTRACT
Domestic violence (DV) or family violence affects the world population impairing the health, freedom and well-being of individuals, families and communities. Bullying, a kind of school violence, physical and psychological behavior involves intentional repetitive and aggressive peer, thereby causing damage to that perceived as weak and helpless. Can you relate to the different experiences of family and community. A review of the literature with keywords bullying, domestic violence and bullying intrafamilial violence with electronic search in electronic databases Web of Science, Medline, PsycInfo, and Dialnet Redalyc, which treat DV as a risk factor for bullying. It was considered the author, journal, year, the methodology and the impacts. 59 articles were selected. The most productive countries were USA (50.85%) and Spain (25.42%). 35.56% of the articles point the DV's victim as victim-aggressor of the bullying, and that the losses are the most common physical, psychological, and behavioral and social consequences for children and adolescents, as indicated 33.9% of the publications.
Keywords: Domestic or family violence, Bullying, Systematic review.
RESUMEN
La violencia doméstica (VD) o familiar afecta la populación mundial perjudicando la salud, la libertad y en bienestar de individuos, familias y comunidades. El bullying, un tipo de violencia escolar, involucra comportamientos agresivos intencionales y repetitivos, físicos y psicológicos entre pares, visando prejuicio de aquel percibido como frágil y indefenso. Tal fenómeno puede relacionarse a las diversas experiencias familiares y comunitarias. Fue realizada una revisión de la literatura con busca electrónica utilizándose los descriptores bullying, violência doméstica e violência intrafamiliar en las bases de datos Web of Science, Medline, PsycInfo, Dialnet y Redalyc, que tratasen de la VD como factor de risco para bullying. Como variables fueron consideradas autor, periódico, ano, metodología e impactos desencadenados. Fueron elegidos 59 artículos. Los países más productivos fueron EUA (50.85%) y España (25.42%); 35.56% de los artículos indicaron la víctima de VD como víctima-agresora de bullying; y que los prejuicios más comunes son daños físicos, psicológicos, comportamentales y sociales para niños y adolescentes, como apuntaran 33.9% de las publicaciones.
Palabras clave: Violencia doméstica o familiar, Bullying, Revisión sistemática.
Introdução
A violência é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como "o intencional uso da força física ou do poder, em ameaça ou real, contra si próprio, outra pessoa, contra um grupo ou comunidade, que resulte ou tenha probabilidade de resultar em injúria, morte, dano psicológico, privação ou prejuízos no desenvolvimento" (Krug , Dahlberg, Mercy, Zwi, Lozano , 2002, p.5). Prioridade nas ações da OMS, o fenômeno tem sido considerado um problema de saúde pública global a partir do reconhecimento das suas sérias implicações de curto e longo prazo para a saúde, para o desenvolvimento psicológico e social de indivíduos, famílias e comunidades.
O estudo da violência familiar ou doméstica cometida por membros constituintes de uma família ganhou destaque no meio acadêmico há cerca de três décadas devido às repercussões e prejuízos desencadeados às vítimas. Lourenço, Cruvinel, Almeida e Gebara (2010), Gebara (2009) e Krug et al. (2002) mencionam que mesmo havendo déficit de dados relativos a esse problema, alguns estudos atribuem às modalidades de violência que acontecem em ambiente familiar como possíveis responsáveis pela maioria dos atos violentos que configuram os índices de morbi-mortalidade.
Reichenheim et al. (2011), no relatório sobre violência e lesões no Brasil, corroboram os estudos citados ao afirmarem que há carência de dados pertinentes às situações de violência doméstica-VD/familiar no Brasil e afirmam que isso contribui significativamente para o aumento das taxas de morbidade relacionada à violência. Esses autores apontam que a VD é um grave problema de saúde pública também em âmbito nacional, acometendo crianças, adolescentes e idosos com situações de violência física e psicológica.
O fenômeno da violência doméstica-VD e/ou familiar, exige dedicação à sua definição tanto quanto a violência de modo geral para as temáticas de intervenção em torno dessa subcategoria de violência. Dessa maneira, vale destacar que a definição de VD consiste em "todo ato ou omissão cometido por um membro da família em uma posição de poder, independentemente de onde ocorra, que prejudique o bem-estar físico ou a integridade psicológica, ou a liberdade e o direito ao desenvolvimento integral de outro membro da família" (Shrader & Sagot, 2000, p.10).
Senra, Almeida e Lourenço (2011) ressaltam que essa definição evidencia a necessidade do tema ser estudado de distintas maneiras, seja com foco social, da saúde e/ou da educação, bem como através da interrelação desses seguimentos com finalidade de intervenção. No entanto, mesmo existindo várias definições e compreensões do fenômeno de violência, com suas consequentes divergências de acordo com o que já foi colocado, é sabido que todas as implicações de um ato de violência colocam os seres humanos em condições de vítimas, autores e/ou testemunhas de tal ato.
A violência que ocorre no ambiente doméstico/familiar entre parceiros íntimos e contra crianças, adolescentes e idosos, tem sido significativamente destacada no cenário da saúde pública brasileira. Reichenheim et al. (2011) mostram que no Brasil a VD é um grave problema de saúde pública devido as altas taxas de maus tratos infantis, em relação às crianças e aos adolescentes, sobretudo os abusos físicos e a negligência. Os números revelam que a prevalência encontrada nos últimos quinze anos quanto ao abuso físico foi considerada alta (15,7%) mesmo se comparada à países como Índia (36%), o Egito (26%) e as Filipinas (37%), pois em países da América como Chile e EUA, as prevalências no mesmo período foram, respectivamente, 4% e 4,9%.
O relatório Violência e Lesões no Brasil feito por Reichenheim et al. (2011) mostrou ainda, que as estimativas brasileiras para a violência entre parceiros íntimos também foram superiores e que propiciam graves prejuízos à saúde da mulher e das crianças e adolescentes que vivem e/ou presenciam esse contexto. As consequências vão de arranhões ao óbito expressos pelas diferentes manifestações da violência, demandando alternativas por parte dos serviços sociais e de saúde.
No que se refere à vitimização de crianças e adolescentes, sujeitos considerados mais vulneráveis por ainda estarem em desenvolvimento, Oure e Calvette (2012), Lourenço, Salgado, Amaral, Gomes e Senra (2011), O'Donnel, Moreau, Cardeml e Pollastri (2010), Whiteside-Mansell, Bradley, McKelvey e Fussell (2009), Sani (2008) e Baldry (2003) evidenciaram que aqueles expostos à violência doméstica ou familiar, pela simples presença no contexto de conflitos, apresentam sérios problemas sociais e de saúde física e mental. Dentre eles: traumas no aparelho músculo esquelético; sintomas depressivos; baixa estima por si mesmos; transtorno de stress pós-traumático; problemas de ajustamento e conduta; agressividade; e, problemas no desempenho acadêmico e escolar, e até conduta aditiva (consumo precoce de álcool e drogas ilícitas e uso de tabaco). Vale ressaltar que os efeitos dos traumas físicos citados tendem a deixar marcas visíveis na pele e no sistema musculoesquelético. De uma maneira menos tangível, esses estudos mostraram associações entre abuso infantil e transtornos psiquiátricos em geral, tais como o uso de drogas, depressão, transtornos de conduta, agressividade e comportamento transgressor na idade adulta.
No Brasil, é possível estimar que 600 mil crianças e adolescentes sejam vítimas de diversas formas de violência doméstica (VD) e/ou intrafamiliar. Independente de tais formas, o impacto é decorrente de situações diretas e/ou indiretas de violência, seja a vitimização por exposição à VD, abuso ou negligência, ou a imposição de condutas agressivas e violentas diante de outras pessoas. Sobre a exposição (ver, ouvir e conviver) à violência intrafamiliar, vale apontar que ela é tratada como uma forma de abuso psicológico que prejudica o desenvolvimento do self e da competência social da criança (Gabatz, Neves, Beuter & Padoin, 2010; Biscegli, Arroyo, Halley & Dotoli, 2008; Sani, 2008).
Considerando as referidas características e impactos para os envolvidos no contexto de violência interpessoal, sobretudo na família, Pinheiro e Williams (2009), Antunes e Zuin (2008) e Pereira (2006) apresentam estudos relativos a outra modalidade de violência interpessoal, a violência escolar. De acordo com esses autores, ela envolve comportamentos agressivos e antissociais, incluindo danos ao patrimônio e, sobretudo, conflitos interpessoais, os quais tem sido objeto de importantes estudos nos Estados Unidos, Europa, Japão e Brasil. Essa modalidade de violência escolar em tais estudos é denominada bullying, ou seja, "agressividade entre pares de forma continuada e intencional (...) usualmente maldosa e persistente podendo durar semanas, meses ou anos e as vítimas estão normalmente em situação em que é difícil defenderem-se." (Pereira, 2006, p.45; Olweus, 1977).
Pinheiro e Williams (2009) e Pereira (2008) ressaltam o bullying como uma das formas de violência escolar por envolver conflitos interpessoais entre colegas de maneira que um ou mais alunos intimidam e agridem física e/ou psicologicamente seus pares, repetidamente e por um determinado período de tempo. Esses atos de intimidação e agressão do bullying são identificados pela intencionalidade das ações de magoar e ferir outra pessoa que seja vítima e alvo de comportamento e atos agressivos, como, por exemplo, bater, empurrar, tirar dinheiro, chantagear e ameaçar, atribuir apelidos pejorativos, humilhar, chamar nomes (xingamentos), excluir, rejeitar e ignorar o colega, etc. Nas palavras de Pereira (2008, p.18), "é a intencionalidade de fazer mal e a persistência de uma prática a que a vítima é sujeita o que diferencia o 'bullying' de outras situações ou comportamentos agressivos".
Bandura, Azzi e Pollydoro (2008) e Bandura, Ross e Ross (1961), afirmam que crianças e adolescentes podem aprender por observação e através de imitação de modelos cognitivos e de condutas parentais (ou não), a agressão física e verbal pela simples repetição do que foi observado. Ao compararem grupos expostos à agressividade, a não agressividade e ao controle, os escores de imitação da agressão física e verbal eram maiores para os grupos diretamente expostos aos modelos agressivos do que para aqueles que não presenciaram um modelo agressivo, sendo ainda maiores os escores relacionados aos modelos masculinos de agressividade. Isto é, os meninos tendem a reproduzir mais facilmente um modelo de agressividade física, enquanto as meninas repetem mais facilmente um modelo de agressividade verbal, o que não é muito comum entre os meninos.
Pinheiro e Williams (2009), Antunes e Zuin (2008) e Pereira (2008; 2006) salientam a característica multifatorial do bullying. Tais fatores podem ser socioeconômicos, culturais, o temperamento do indivíduo e as influências de familiares, colegas e da comunidade. Além desses, sobretudo, as relações de desigualdade de poder em casa/família e na escola, a ausência de coesão, a ambivalência no envolvimento emocional com pais, irmãos e colegas, com clima emocional frio e assimétrico. As relações de desigualdade de poder na família revelam um lar com cotidiano hostil e permissivo em que há uso de violência como forma de disciplina, sem quaisquer habilidades para resolução de conflitos, o que leva as crianças e adolescentes reproduzirem tais condutas com colegas e professores.
As formas mais comuns de ocorrência do bullying evidenciam a violência doméstica e/ou familiar como fator de risco para essa modalidade de violência escolar, que foi também estudada por Baldry (2003). Através do estudo, a autora constatou que os agressores (bullies) possuíam pais conflitantes e autoritários, o que a permitiu constatar que lares violentos são fatores de risco significativos para o desenvolvimento de comportamentos antissociais e de bullying.
O presente estudo objetivou realizar uma revisão sistemática da literatura para o levantamento de artigos científicos indexados em bases de dados que tratassem da contextualização da violência familiar ou doméstica como fator de risco para o bullying escolar, a fim de traçar algumas possibilidades de novos estudos e intervenções frente às essas variáveis.
Especificamente, objetivou: (a) verificar a frequência de países, periódicos, base de dados, metodologias usadas, palavras chave e a autoria das publicações sobre a temática; (b) identificar os papéis de atuação (expectador/observador, vítima e agressor) de crianças e adolescentes nos contextos de violência familiar ou doméstica e de envolvimento em bullying relatados nas publicações; (c) identificar e quantificar os tipos de impactos da violência familiar ou doméstica e do bullying ressaltados pelas publicações; e (d) discutir e avaliar as constatações enumeradas pela pesquisa, e delinear algumas possibilidades de intervenção para a temática em estudo.
Método
A revisão sistemática da literatura, realizada através de pesquisa Bibliométrica no presente estudo, foi realizada mediante uma busca eletrônica de artigos indexados em bases de dados, procurando identificar publicações num período de oito anos que tratassem da violência familiar como fator de risco para a ocorrência de bullying escolar. Foram selecionados estudos dos últimos oito anos (2005-2012), pela necessidade de se considerar uma fonte de literatura científica mais atual sobre o tema.
Para análise das publicações foram utilizadas metodologias de pesquisa qualitativa e quantitativa. Essas metodologias são complementares quando se objetiva descrever e conhecer um dado fenômeno e seu contexto. No estudo qualitativo foram analisados, com processamento de dados no software Excel, os resultados identificados nos artigos que evidenciassem a VD como fator de risco para o bullying escolar, o papel de atuação de crianças e adolescentes nos contextos de violência doméstica e de bullying e os tipos de impactos e prejuízos desencadeados para os envolvidos. Quanto aos dados quantitativos procurou-se investigar, por meio da técnica da análise de conteúdo, a frequência de: a base de dados, autoria, países, periódicos e ano das publicações, metodologia e tipos de impactos da violência doméstica e do bullying salientados nos artigos para as crianças e adolescentes (Reveles & Takahashi, 2005).
Etapas para coleta e análise de dados
Etapa I – A coleta de dados foi pelo meio de busca eletrônica através da associação dos descritores bullying domestic violence e bullying intrafamilial violence nos bancos de dados das seguintes bases: (a) Web of Science (base multidisciplinar, que agrega conteúdos das revistas de maior impacto acadêmico em diversos seguimentos acadêmicos), (b) Medline (reúne publicações das ciências da saúde em geral por compor a biblioteca virtual em saúde), (c) Dialnet (base ibérica multidisciplinar composta por revistas e jornais de universidades portuguesas e espanholas, de grande impacto na comunidade científica europeia), (d) Redalyc (rede de revistas científicas da América Latina e Caribe, Portugal e Espanha), e (e) PsycInfo (reúne literatura do campo psicológico, vinculada a American Psychological Association). As referidas bases foram escolhidas para serem abarcadas publicações oriundas de diversos países com intuito de identificar o impacto da temática em estudo em âmbito mundial. Os descritores foram utilizados no idioma inglês por serem comuns aos dicionários de termos de busca em cada uma dessas bases.
Foram selecionados os artigos do período de 2005 a 2012 (primeiro semestre), observando, autor, país, periódico, ano da publicação, metodologia de estudo e tipos de impacto da violência doméstica e do bullying para as crianças e adolescentes e seus respectivos papeis de atuação nos fenômenos mencionados. Incluíram-se as publicações que continham os referidos descritores no título e abstract. Excluíram-se livros, capítulos de livro, monografia e teses.
Etapa II – associação dos dados identificados e quantificados quanto aos tipos de impactos da violência familiar ou doméstica e do bullying ressaltados pelas publicações para discussão e avaliação desses novos dados enumerados, visando o delineamento de algumas possibilidades de intervenção para a temática em estudo.
Resultados
De acordo com a busca realizada, foram catalogados 381 artigos e selecionados 59 no período entre 2005 e 2012 (primeiro semestre). Considerando a produção por ano, observou-se a seguinte indexação: 2005(3); 2006(3); 2007(8); 2008(7); 2009(7), 2010 (17), 2011(11) e 2012(3). No que se refere às indexações por países, os Estados Unidos (50.85%) e a Espanha (25.42%) se destacaram com o maior percentual de artigos produtivos em todo o período. O Brasil e a Finlândia, cada um, ficou com 5.08% do total publicado e analisado. Portugal, México e Colômbia representaram individualmente 3.39%, enquanto Reino Unido e Suíça apresentaram menores percentuais de produtividade, ambos atingiram juntos 3.38% das publicações no período.
Dentre os periódicos, aqueles que apresentaram maior frequência nas publicações entre 2005 e 2012 (primeiro semestre) foram Journal of School Violence (13.56%), Aggression and Violent Behavior (6.78%), Pediatrics (6.78%) e School psychology quarterly (6.78%), sobre os quais é apresentada uma breve descrição.
O Journal of School Violence é um periódico dedicado às publicações sobre pesquisas e intervenções realizadas no ambiente escolar que visem identificar e inibir situações de violência. Ele está indexado principalmente na PsycInfo. O Aggression and Violent Behavior é um periódico indexado nas bases Web of Science voltado para publicação de pesquisas e intervenções de cunho clínico sobre as temáticas de agressão e violência de modo geral. O Pediatrics é um jornal da Academia Americana de Pediatria, indexado nas bases Web of Science, Medline e PubMed e com publicações dedicadas à saúde física e psicológica de crianças e adolescentes. O School Psychology Quarterly abarca as publicações da divisão de psicologia escolar da Associação Americana de Psicologia e é direcionado para a divulgação de pesquisas empíricas cujo objetivo principal seja intervir e prevenir situações de violência e agressão em contexto escolar. Os demais periódicos evidenciaram, cada um, percentuais de 5.08% (3), 3.39%(2) e 1.69%(1) do total de artigos analisados no presente estudo, conforme pode ser verificado na Tabela 1.
Em relação aos autores, aqueles que mais publicaram no período em estudo foram: Arseneault, L., Finkelhor, D., Ormrod, R. e Turner, H., cada um com 5.08% (3) do total de artigos. Bowes, L., Noret, N., Poteat, V.P. e Rivers, I. foram autores que representaram, individualmente, 3.39% (1) do total de publicações analisadas. Os demais se equipararam num mesmo percentual, 1.69%, cada um com apenas uma publicação em todo o período.
No que concerne às metodologias explicitadas e descritas pelos artigos analisados, verificou-se a predominância das pesquisas transversais 27.12% (16) e qualitativas 22.03% (13) sobre temática. Foram também identificados estudos de surveys (15.25%), revisão sistemática da literatura (13.56%), longitudinais (5.08%), coorte (5.08%), correlacionais (5.08%), documentais (3.39%) e comparativos (3.39%).
Referente aos papéis de atuação de crianças e adolescentes nas situações de violência doméstica (VD) ou familiar e bullying constatou-se que em 35.59% (21) das publicações que a atuação era como vítimas-agressoras de bullying quando pelo menos presenciavam (vítima indireta) situações de violência doméstica; em 25.43% (15) eram bullies (agressores de bullying) quando vítimas diretas de VD; em 15.25% (9) dos artigos eram vítimas de bullying quando vítimas diretas e/ou indiretas de violência doméstica ou familiar; em outros 15.25% (9) eram, simultaneamente, vítimas diretas de VD e de bullying; e em 8.47% (5) eram vítimas diretas de VD e agressoras de bullying.
Em relação aos tipos de impactos da violência doméstica ou familiar e do bullying para crianças e adolescentes (Tabela 2) em 28.81% dos artigos selecionados foram verificados problemas sociais e de conduta que envolvem: movimentos corporais tensos, choro, comprometimento das relações interpessoais e das habilidades sociais, repetição intencional de condutas violentas e agressivas (bullying) e problemas no desempenho acadêmico e escolar. Em 23.73% possuem algum problema fisiológico relacionado a condições cardíacas, dores de cabeça, transtornos do sono e distúrbios alimentares.
O maior percentual refere-se aos problemas psicológicos desencadeados pelo contexto de violência doméstica ou familiar vivenciados simultaneamente com o bullying (Tabela 2). Do total de artigos analisados, 47.46% salientam prejuízos para crianças e adolescentes que consistem em reações de evitação, baixa estima por si mesmo, medos, insegurança, ansiedade, depressão, transtorno de stress pós-traumático, ambivalência de sentimentos, percepção distorcida de si mesmo; uso de substâncias psicoativas (álcool, tabaco). Ademais, as publicações relataram, de maneira geral e em sua maioria, a ocorrência simultânea dos impactos e prejuízos e até de todos os tipos de problemas em concomitância, considerando a gravidade, seja do contexto de bullying e/ou violência doméstica ou familiar como demonstrado a Tabela 2.
Esses dados evidenciaram, mais uma vez, o impacto provocado pelo fenômeno da violência em diferentes contextos e, consequentemente, em quaisquer faixas etárias, com danos para todos os envolvidos direta e/ou indiretamente, conforme é apresentado pela Organização Mundial da Saúde-OMS (Krug et al, 2002).
Discussão
A pesquisa realizada legitimou os dados constatados na literatura no que concerne a violência doméstica ou familiar enquanto fator de risco para a ocorrência de bullying na escola. Inicialmente, isso foi verificado pelo aumento significativo aumento do número de estudos com essa temática, como revelam os dados relativos às publicações por ano no período analisado. Vale ressaltar que não se pode afirmar que em 2012 houve um declínio dessas publicações por se tratar de uma análise que compreende apenas o primeiro semestre.
Os dados referentes às metodologias utilizadas nos estudos explicitados nos artigos podem indicar, devido à predominância dos estudos transversais (27.12%), surveys (15.25%), qualitativos (22.03%) e de revisão de literatura (13.56%), que os dois fenômenos possuem uma associação e que requerem uma descrição e compreensão mais detalhada, específica e complexa já que o impacto de curto, médio e até longo prazo na vida de suas principais vítimas (crianças e adolescentes) envolve os seguimentos de saúde física e psicológica, além do social e a vivência em comunidade, conforme foi evidenciado através dos resultados da tabela 2.
Os diversos estudos analisados por essa pesquisa, embora apontassem diferentes objetivos de investigação, demonstram percentuais bastante significativos e comuns entre eles, sobretudo no relato dos papéis de atuação nas situações de VD e de bullying, corroborando a VD como um fator de risco. Isto é, nos estudos de prevalência, por exemplo, vale destacar o de Bauer et al. (2006), publicado no Pediatrics, cujo N foi igual a 112 indivíduos de ambos os sexos, com idades variando de 6 a 13 anos, e o objetivo geral foi identificar o bullying e a vitimização em crianças que foram expostas à violência por parceiros íntimos-IPV (sigla utilizada no inglês), através da utilização da Escala Tática de Conflitos Revisada-2 (CTS-2).
Os resultados alcançados pelos referidos autores demonstraram que 61% das crianças estavam em situação de bullying, 55% em situação de vitimização, e desses, 97% dos bullies (agressores) foram também vítimas de exposição à IPV. De acordo com Bauer et al (2006), mesmo que tais resultados não explicitassem relação direta com a IPV, as crianças que foram expostas a esse tipo de violência tendiam à externalização de condutas agressivas com outras crianças, o que faz da violência entre parceiros íntimos um fator de risco para situações de bullying.
Além do estudo mencionado, vale salientar também o de Rey e Ortega (2008), que estimaram a prevalência de bullying e a coexistência com outras formas de violência na Nicarágua. O estudo foi feito com amostra representativa de 2813 estudantes, sendo que 55% deles eram mulheres e 45% homens que cursavam a escola secundária. O instrumento utilizado foi o questionário de Olweus (1977) adaptado para esse país por estes autores no ano de 2003 como o Questionário sobre Convivência, Violência e Experiência de Risco-COVER.
Os dados da pesquisa de Rey e Ortega (2008) destacaram que a participação perante o bullying ocorreu de três maneiras mais evidenciadas: (a) 12.4% vítimas; (b)10.9% agressor e (c) 11.7% agressor vitimizado. Do percentual de vitimização, todos relataram situações de abuso e maus tratos por parte de outras pessoas, principalmente do contexto familiar. Em relação ao percentual de agressores também houve manifestação da violência nas diferentes modalidades, ou seja, verbal, psicológica, física e social, e principalmente maus tratos por parte dos pais. Isso aponta, mais uma vez, que violência doméstica ou familiar é um fator de risco para o bullying.
As consequências e impactos da VD e do bullying podem ser identificadas em diversos níveis da vida de uma criança e/ou adolescente. Constatou-se que o impacto de tal relação traz prejuízos para a vida desses indivíduos, ocasionando, muitas vezes, não apenas comprometimento da saúde psicológica e física, mas também das relações interpessoais e sociais na família, na escola e na comunidade (Tabela 2). Isso aponta para os fatores de risco associados a partir de dados de um estudo conduzido por Reichencheim, Dias e Moraes (2006), o qual evidenciou que a associação de outros fatores tais como idade da mulher (menor ou igual a 25 anos), homem com escolaridade inferior a 8 anos, presença de crianças menores de 5 anos no domicílio, e abuso de álcool e drogas ilícitas pelo companheiro aumentam consideravelmente o risco de ocorrência da violência física entre parceiros e entre pais e filhos.
Dados do Centers for Disease Control and Prevention-CDC, divulgados em abril de 2011 sobre uma pesquisa realizada nos Estados Unidos com 5.807 estudantes de cento e trinta e oito escolas médias de Massachusetts, revelaram que tanto aqueles que eram abusadores e vítimas de bullying estavam mais propensos ao suicídio e a cometerem atos contra si mesmos em comparação com outros estudantes, o que corrobora os estudos de Olweus (1978, 1977), quem identificou e caracterizou situações e comportamentos agressivos intencionais e recorrentes entre pares no contexto escolar.
O referido estudo constatou também que tais estudantes estavam sujeitos a fatores de risco como sofrer abuso por parte de um familiar e/ou serem testemunhas de violência doméstica, e a terem prejuízos para a saúde mental com transtornos psicológicos e envolvimento com consumo de substâncias. Os resultados amostrais revelaram em números que a proporção de estudantes que recebiam maus tratos físicos de um familiar, foi de 2,9 para as vítimas de bullying, 4,4 para os agressores e 5,0 para os que eram tanto agressores como vítimas se comparados a outros estudantes. A proporção de probabilidades de ser testemunha de violência doméstica foi, respectivamente, de 2,6; 2,9 e 3,9.
Embora o contexto familiar seja compreendido como o espaço primordial de acolhimento e suporte para as crianças e adolescentes, nem sempre este cenário se apresenta dessa forma, como nos casos em que este ambiente é marcado pelo fenômeno da violência. Segundo o Ministério da Saúde brasileiro e a Fundação Oswaldo Cruz (2010), a violência doméstica ou intrafamiliar está presente nas relações hierárquicas e entre gerações caracterizadas por maneiras agressivas e violentas de a família se relacionar e solucionar conflitos, bem como utilizada como estratégia de educação. Inclui, também, a falta de cuidados básicos com os filhos e a exposição da criança a situações violentas em casa, na escola, na comunidade ou na rua. Contudo, é importante ressaltar que uma criança ou um adolescente pode ser afetado por mais de uma modalidade de violência, especialmente, em situações crônicas e graves, mesmo porque muitas destas situações se relacionam.
O envolvimento com a violência de figuras tão significativas (familiares) para a criança, como os pais, responsáveis originalmente pelo seu acolhimento e proteção e com as quais se identifica, suscita diferentes reações na mesma. Ela pode assumir uma postura passiva diante dessa realidade ou ativa, buscando interferir de maneira que a situação seja interrompida. Isto acontece de acordo com a forma como a criança constrói no seu psiquismo os significados e as representações sobre a experiência vivenciada, por meio de recursos próprios. Neste sentido, os estudos evidenciados pela pesquisa salientaram também que não serão todas as crianças vítimas diretas e/ou indiretas da violência doméstica e/ou intrafamiliar que responderão negativamente e/ou estarão necessariamente envolvidas em contextos de bullying, visto que a presença de apoio somado a fatores de proteção podem exercer um papel fundamental. Dentre estes, destacam-se: o ambiente escolar, o relacionamento com a vizinhança, o suporte advindo de demais membros familiares, entre outros (Venturini; Bazon & Biasoli-Alves, 2004).
Pinheiro e Williams (2009), Bauer, Herrenkohl e Lozano (2006) destacaram que a violência doméstica ou familiar enquanto fator de risco para a ocorrência de bullying pode ser identificada a partir do aumento de situações de violência escolar. De acordo com esses autores, esse tipo de violência caracteriza-se por condutas agressivas e antissociais que acontecem na escola, incluindo conflitos interpessoais, que nos últimos anos tem desencadeado ocorrências mais graves como o uso de arma de fogo e até homicídios, além de agressões a professores e demais funcionários, ou envolvimento em grupos característicos do fenômeno da violência em ambiente urbano como as denominadas gangues (ou "bondes" conforme a variabilidade dos jargões regionais).
Segundo Sani (2008), não é possível estabelecer um modelo reativo da criança à violência doméstica, ocorrendo, inclusive, reações bastante divergentes. Contudo, diversos fatores podem auxiliar na compreensão desse impacto, tais como: idade, gênero, frequência, intensidade e severidade dos conflitos, sua resolução, as formas de expressão da violência, o suporte social e comunitário. O conhecimento dessa realidade é essencial para que melhores formas de prevenção e minimização dos efeitos negativos possam ser determinadas.
Além disso, para que o impacto da VD e do bullying sobre crianças e adolescentes seja avaliado, é necessário o entendimento de que a infância e a adolescência são etapas da vida extremamente delicadas e importantes, que requerem significativos investimentos afetivos e de suporte social. Os cuidados prestados pela família, por outros grupos sociais e instituições às crianças e adolescentes, influenciarão significativamente na sua possibilidade de sobrevivência e de bem-estar. Servirão também como uma espécie de espelho de valores no qual ela vai se refletindo e formando suas ideias sobre si mesma, sobre o outro e sobre o mundo em que vive (Deslandes, Assis & Santos, 2005).
Como possibilidades de intervenção, os estudos destacados na presente revisão de literatura enumeram: (a) a descrição e delimitação dos fenômenos e dos contextos em que eles estão presentes; (b) a participação ativa dos envolvidos (vítimas e agressores) e de sua rede de suporte afetivo para a tomada de decisões e estabelecimento de estratégias que atenuem e amenizem os impactos e prejuízos; (c) o envolvimento de profissionais de diversos seguimentos (saúde, educação, assistência social e jurídico) para efetivação de trabalhos interdisciplinares e com funcionamento na modalidade de rede de assistência (Voisin & Honge, 2012; Mustanoja, Luukkonen, Hakko, Rasanen, Saavala & Riala, 2011; Ali, Swahn & Sterling, 2011).
Considerações finais
Diante desses dados, salienta-se que estudos com metodologias quantitativas (estudos transversais e de levantamento, por exemplo) e qualitativas (estudo de casos clínicos ou grupos focais), são fundamentais para a continuidade de pesquisa como sugerem as análises do presente estudo, bem como para o urgente delineamento de estratégias de intervenções comunitárias, já que a violência doméstica ou familiar e o bullying são fenômenos que interferem negativamente também na convivência interpessoal e de grupos na família, na comunidade e na escola, como revelam os relatórios de violência no Brasil divulgado em 2011 e sobre bullying em 2010.
Dessa forma, quaisquer abordagens profissionais, preventivas ou de intervenção, devem ser efetivadas e consideradas sempre de modo interdisciplinar, acrescentando aí também a importância da intersetorialidade, para que o trabalho se configure como uma rede de proteção, assistência, estratégias educacionais e pedagógicas articuladas e metodologicamente definidas com objetivo promover bem estar e qualidade de vida a todas as crianças e adolescentes personagens da relação Bullying-Violência Doméstica.
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Endereço para contato
E-mail: lelioml@hotmail.com
Recebido em agosto de 2012
Aceito em setembro de 2012
Lelio Moura Lourenço – Professor Associado da Universidade Federal de Juiz de Fora. Doutor em Psicologia Social PUC SP; Líder do Núcleo de Estudos em Violência e Ansiedade Social (NEVAS).
Luciana Xavier Senra – Mestre em Psicologia pelo PPG PSI da Universidade Federal de Juiz de Fora; Membro do Núcleo de Estudos em Violência e Ansiedade Social (NEVAS).