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Revista da ABOP

Print version ISSN 1414-8889

Rev. ABOP vol.3 no.1 Porto Alegre June 1999

 

 

Estágio profissionalizante em orientação profissional: A visão de alguns psicólogos-estagiários (II)

 

 

Lucy Leal Melo-Silva17

Universidade de São Paulo - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Departamento de Psicologia e Educação

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este estudo objetiva apresentar a visão de alguns alunos sobre o estágio de Orientação Profissional, oferecido em um curso de Psicologia de uma Universidade pública. Os participantes foram nove psicólogos-estagiários que atuaram no serviço de extensão universitária, nos últimos três anos. Foi aplicado um questionário de avaliação com questões abertas e fechadas. Os resultados obtidos evidenciaram a relevância da aprendizagem relativa ao atendimento em grupo, especificamente ao papel de coordenador de grupo com base no referencial de grupo operativo Pichon-Rivière, ao treino na realização de entrevista de triagem e à aplicação do BBT, teste de fotos de profissões de Achtnich.

Palavras-chave: Formação de psicólogos, Formação em supervisão, Estágio profissional, Avaliação de estágio.


ABSTRACT

The aim of this study was to present a group of trainees views about the professional orientation training offered by a public University Psychology course. The participants were nine psychologists-trainees who worked in the University extension service during the last three years. An evaluation questionnaire was applied with open-ended and non-open-ended questions. The results evidenced the relevance of learning concerning attendance in groups, specifically the coordinator role based in the Pichon-Rivière operative group referential, the training to carry out screening interviews, and the BBT photos and professions test of Achtnich.

Keywords: Psychologists formation, Professional supervisors formation, Occupational training, Training evaluation.


 

 

A orientação profissional, desde sua origem, sobretudo no início deste século, tem apresentado mudanças em decorrência tanto das transformações em curso no mundo do trabalho, como em função do desenvolvimento da psicologia enquanto ciência e profissão.

Abordagens foram desenvolvidas e passaram a coexistir, oferecendo referenciais teóricos e práticos. Diversos autores analisaram as teorias de escolha profissional, como: a traço-fator, as desenvolvimentistas, as psicodinâmicas, as econômicas e as gerais: entre eles, Crites (1969), Pelletier (1974) e Martins (1978). Outros autores apontaram a insuficiência destas teorias, como Ferretti (1988) e Pimenta (1991).

Embora o conhecimento disponível sobre as teorias seja amplo, há um longo caminho a ser percorrido, em nosso país, no desenvolvimento de sistemas de avaliação dos processos de Orientação Profissional. É evidente a necessidade de análise das teorias, dos procedimentos e das técnicas que fundamentam as práticas, tanto quanto os resultados das intervenções na perspectiva do orientador e do orientando , como apontou Hiebert (1994). É preciso avaliar a eficácia dos programas de orientação profissional e desenvolvimento de carreira. Nesse sentido, conhecer a visão do aluno sobre o seu processo de ensino-aprendizagem constitui o objetivo deste estudo. Pretende-se, assim, contribuir com reflexões sobre a formação do orientador profissional na perspectiva de alguns psicólogos-estagiários.

 

Método

A hipótese deste estudo consiste na premissa de que o estágio em orientação profissional contribui para a formação profissional do psicólogo, notadamente para intervir como orientador profissional. Para verificar esta hipótese, realizou-se um questionário que foi encaminhado aos psicólogos-estagiários atuantes nas atividades de orientação profissional desenvolvidas nos últimos três anos (1997, 1998 e 1999). Este projeto é desenvolvido no Serviço de Orientação Profissional - SOP do Centro de Psicologia Aplicada – CPA da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP. As atividades de orientação profissional são desenvolvidas através da disciplina-estágio, do estágio oferecido diretamente no CPA, ou dos projetos de extensão universitária. Cumpre informar que a disciplina-estágio é oferecida no primeiro semestre, ficando a critério do estagiário definir-se pela sua continuidade no semestre posterior. A supervisão normalmente é realizada em grupo com uma carga horária de quatro horas, podendo ocorrer também individualmente e em dupla.

A fim de realizar este estudo foram distribuídos 21 questionários aos psicólogos-estagiários que foram supervisionados neste estágio. Participaram deste estudo 17 alunos e ex-alunos que foram estagiários de graduação e três profissionais que ingressaram na equipe, depois de formados, para realizarem aprimoramento.

O questionário foi elaborado em duas partes: a primeira, contendo sete questões abertas, a segunda, na qual o indivíduo responde em uma escala do tipo “likert” de 5 pontos para cada item apresentado. Existe espaço para a realização de comentários como mostra o anexo 1. Ele foi encaminhado juntamente com uma carta instruindo sobre os objetivos desta pesquisa. Solicitou-se que as respostas fossem efetuadas sem identificação do autor e entregues na secretaria do CPA, onde se colocou à disposição um disquete com o questionário que também poderia ser utilizado. Até o momento nove (43%) questionários foram respondidos. A amostra deste estudo é pequena e os dados podem ser considerados como pontos para reflexão.

A análise dos dados foi realizada com base nas respostas dos participantes em cada questão. Contou-se com a colaboração de uma supervisora da área para a revisão dos dados aqui apresentados. Seu papel foi o de conferi-los com os próprios questionários. A discussão foi feita articulando-se o conteúdo das respostas com o do programa da disciplina-estágio, do plano de estágio e com a literatura da área.

 

Resultados e discussões

As informações obtidas através dos questionários serão apresentadas e discutidas na seqüência das questões da primeira e segunda parte. Vale ressaltar que alguns informantes deram mais de uma resposta nas questões.

 

PRIMEIRA PARTE

Os motivos que levaram o psicólogo-estagiário a escolher o estágio profissionalizante em orientação profissional

Foram igualmente apontados três motivos principais para a escolha deste estágio. Um deles foi a expectativa de ampliação das possibilidades profissionais no mercado de trabalho do psicólogo, como registrado em três respostas. Outras respostas fizeram referência à experiência no atendimento ao adolescente, sobretudo no momento em que ele lida com sua indecisão frente ao vestibular. Atuar em grupo e aprender técnicas foi considerado relevante para outros três estagiários.

Sempre gostei da temática trabalho e mundo profissional. Tenho interesse em saber mais sobre as profissões, como as pessoas sentem e pensam suas escolhas profissionais; destacou um participante enquanto outro apontou a situação de desemprego no país como motivação para a realização deste estágio.

Em uma resposta destacou-se a importância para a atuação no consultório e um particular interesse pela realização de pesquisas neste campo. Foi registrado o interesse em atuar na área de educação, enfatizando que o trabalho desenvolvido pelo psicólogo em escolas particulares é predominantemente em orientação profissional. Uma resposta aponta problemas pessoais e familiares como motivos para o aluno interessar-se pelo estágio de orientação profissional. Enquanto outros destacaram o desejo de aprender outra forma de intervenção psicológica, diferente da psicoterapia, e de aperfeiçoar-se na área. O interesse pelo tema trabalho durante a disciplina Orientação Profissional I foi outra causa apontada, enquanto a insuficiência de conhecimento na área foi alegada como motivo para a realização do estágio por outro participante.

Foram explicitados diferentes motivos para a escolha deste estágio. Eles passam pela ampliação das possibilidades de mercado de trabalho, pela necessidade de aprendizagem de técnicas de intervenção diferentes do modelo diádico de atendimento psicológico e, nesse sentido, as técnicas de grupo são valorizadas. Observa-se nestes motivos uma preocupação com o desenvolvimento profissional enquanto psicólogo.

Manifestou-se interesse também pelas questões da adolescência, informações sobre o universo das profissões e o mundo do trabalho. Nesses argumentos o interesse parece ser predominantemente pela orientação profissional. Ampliando a análise, cumpre questionar se estes motivos não estão diretamente relacionados ã própria escolha. Estando os alunos da graduação no último anos do curso e os profissionais iniciando sua atuação nesta área, a definição da identidade profissional está, pois, sendo definida. Nesta situação os conflitos vocacionais são reeditados (Bohoslavsky, 1991) e estagiar na área responderia à necessidade de reparação da própria escolha vocacional.

A estrutura de inclinação profissional do psicólogo, com base no BBT, teste de fotos de profissões, método projetivo para a verificação da inclinação profissional (Achtnich, 1979) mostra a necessidade implícita, do profissional, de realizar atividades de ajuda e de lidar com mundo das idéias, da abstração e da pesquisa. Assim, o psicólogo/orientador em suas ações, além de ajudar o outro, estaria ajudando a si mesmo e, ao lidar com conceitos, elaborando o conhecimento acerca do mundo do trabalho e das profissões.

A visão de psicólogos-estagiários sobre a orientação profissional antes de realizarem a disciplina e o estágio

A idéia de que a orientação profissional consistia na aplicação de testes e de questionários de interesses, objetivando fundamentar a indicação de uma profissão e portanto de intervenção do orientador como agente ativo na relação, foi apontada em quatro respostas. Embora um dos participantes questionasse que o simples uso de testes não poderia ser eficaz, outro acreditava que o orientador analisaria quais seriam as possibilidades de colocação profissional de uma pessoa, considerando suas habilidades e o mercado de trabalho para, com base nestas informações, orientar qual caminho seguir. Outro participante acreditava que a prática da orientação profissional, por ser mais próxima da área educacional, seria mais simples do que a psicoterapia.

Muitas vezes a representação que as pessoas fazem da orientação profissional é decorrente de algumas práticas instituídas como, por exemplo, de intervenções que reduzem a orientação profissional à informação sobre as carreiras ou à aplicação de questionários realizados através de programas de informática.

Quando fiz algo chamado de orientação profissional, antes de entrar na faculdade, sentei-me diante de um computador e fiquei por mais de uma hora apertando duas teclinhas, mas pensava que não poderia ser só isso, que o campo e os trabalhos deveriam ser muito mais amplos que esse contato com computador.

A experiência relatada acima pode ser denominada de informação e não de orientação profissional. Acredita-se que diversas estratégias possam ser desenvolvidas objetivando práticas de diferentes naturezas. A orientação profissional tem conhecimento teórico e prático para contribuir em variadas modalidades de intervenção, seja em atendimentos individuais, em pequenos ou grandes grupos, em vivências com classes de alunos ou feiras de profissões, com pais, com a comunidade, ou com a mídia. O importante é denominar cada tipo de atividade de acordo com o que ela realmente propõe. Considerável responsabilidade pelo desprestígio da orientação profissional cabe tanto à qualidade questionável das intervenções realizadas quanto à denominação equivocada das práticas instituídas. Outro problema que a orientação encontra, na prática, refere-se às expectativas do orientador, do orientado, dos pais, dos educadores e da comunidade em geral, como mostra a menção abaixo.

Eu não tinha a dimensão das várias questões envolvidas na escolha profissional, principalmente o quanto os aspectos psicológicos são fundamentais – no sentido das escolhas profissionais estarem relacionadas à personalidade dos indivíduos e às necessidades envolvidas nesta escolha. A visão que eu tinha era que existia uma série de fatores envolvidos nas escolhas profissionais, mas que iríamos trabalhar muito sobre as informações e o mercado de trabalho.

Os quatro eixos temáticos de fundamental importância em processos de orientação profissional são, a saber: as questões da escolha, o autoconhecimento, as informações sobre as profissões e as reflexões sobre o mundo do trabalho. Onde será colocada a ênfase depende da estratégia planejada, considerando o referencial teórico e prático do orientador, a modalidade da intervenção, o número de encontros, o local e principalmente as necessidades da pessoa. Um modelo pré-estabelecido não é necessariamente eficaz em todos os contextos. Os eixos temáticos perpassam todos os atendimentos, a flexibilidade deve ocorrer em relação aos subtemas emergentes em cada contexto, tendo em vista o desenvolvimento do projeto de carreira do orientando.

Imaginava que a escolha profissional realmente fazia parte de um projeto de vida e por isso deveria ser feita com cautela.  A expectativa dessa participante aponta a importância da orientação profissional quando, além de facilitar as decisões sobre que profissão escolher, qual curso FAZER, ela contribui para as reflexões sobre quem SER, remetendo à definição da identidade profissional e vocacional, nas concepções de Bohoslavsky (1991) e Gelvain de Veinsten (1995).

O que permaneceu e o que modificou nesta visão após a realização do estágio

Três integrantes deste estudo registraram que tudo mudou. Exemplo disto é o relato de um dos participantes que associava a orientação à aplicação de testes. Agora entendo que os testes são só um instrumento para ajudar no processo. Outro participante ressaltou a importância do contato com pessoas no processo, concluindo que a orientação é muito vasta. Houve ampliação da visão anterior, na medida em que a orientação profissional procura abordar os aspectos que influenciam a escolha de forma geral e ampla. O processo de autoconhecimento foi valorizado positivamente como sendo diferente / protegido / facilitador. O contato consigo mesmo, com as informações sobre as profissões e com os resultados dos instrumentos foram considerados facilitadores para a escolha do cliente. Acredito que o contato com o estágio está me proporcionando um novo pensar sobre a orientação profissional e formar uma “imagem” sobre a mesma.

O papel do orientador visto como diretivo ou ativo, na questão anterior, passou a ser considerado como facilitador do processo de escolha profissional ou de planejamento de carreira, onde o orientador não iria indicar caminho, mas auxiliar a própria pessoa a trilhar seus possíveis caminhos.

A orientação profissional, enquanto campo de atividade do psicólogo, que atua considerando a subjetividade do orientando, pode ser melhor clarificada por um participante deste estudo, conforme relato a seguir.

Após a experiência do estágio, percebi que os encontros de orientação profissional tocam em pontos bem profundos dos clientes. É diferente do atendimento psicoterápico em vários aspectos. Porém nada simples como pensava. Achei muito interessante, pois não há dissociação entre profissão e o resto da vida do cliente.

No processo de ensino-aprendizagem é relevante diferenciar os objetivos da orientação profissional em relação aos da psicoterapia, como apontado anteriormente. Cumpre, ainda, analisar a interface existente entre os dois campos de atividade, considerando que é importante trabalhar a "escolha profissional" contextualizada no desenvolvimento da identidade pessoal. Mister se faz a integração entre o mundo interno e externo da pessoa.

As reflexões e a busca de informações sobre o trabalho, as profissões, foram consideradas como importantes. Um participante enfatizou a necessidade de amplos conhecimentos para a realização de intervenções eficazes.

O que permaneceu é que acredito muito que o orientador deve estar capacitado para trabalhar questões sobre as profissões e o mercado de trabalho, o que demanda estar sempre bem informado e ter uma compreensão ampla da realidade em que estamos inseridos.

A importância dada, na intervenção, aos aspectos que influenciam a escolha, como família e mercado de trabalho, possibilitou a ampliação da visão de um estagiário sobre a orientação.

Pode-se concluir que a maioria dos participantes deste estudo relataram diversas mudanças na percepção da orientação profissional, após a realização do estágio, e apenas um registrou que teve sua idéia reforçada de que um projeto de vida engloba uma escolha profissional adequada.

 

A aprendizagem teórica mais marcante do estágio

O conhecimento sobre a utilização do BBT (Achtnich, 1991) foi apontado por quatro participantes como sendo a aprendizagem teórica de maior relevância. O instrumento foi considerado útil quando aliado a outros fatores do processo de orientação. Dois participantes destacaram a estratégia clínica de Bohoslavsky como importante aprendizagem e outros dois integrantes salientaram que compreender o processo grupal segundo Pichon-Rivière (1994, 1995) foi muito significativo.

As discussões sobre o mundo do trabalho, também, foram marcantes para um integrante. Enquanto outro ressaltou a aprendizagem relativa ao fator dinâmico que envolve a origem e o desenvolvimento tanto da capacidade humana de decidir / escolher (exercício da liberdade), quanto do próprio mercado de trabalho.

Observou-se que o estágio marcou diferentemente os participantes em termos de teoria, cabendo destaque para o BBT e a técnica de grupo operativo.

Vale destacar que a fundamentação teórica deste estágio é alicerçada na utilização do BBT e do referencial teórico de grupo operativo pichoniano, como técnicas úteis para o aprofundamento na estratégia clínica, base das intervenções individuais e grupais. Um outro ponto a ser considerado é o fato de que as técnicas em pauta são pouco empregadas no campo da orientação profissional. A consideração final, e parece que mais significativa, refere-se ao fato de que o BBT e o grupo operativo constituem instrumentos interessantes que podem ser utilizados com eficácia em outras áreas da psicologia. Esta interpretação confere especial significado ao estágio, uma vez que a carreira profissional do estagiário está em construção, contribuindo assim, para o desenvolvimento de habilidades e competências específicas para o exercício da profissão de psicólogo, em diversas ocupações, particularmente na de orientador profissional.

 

A aprendizagem prática mais marcante do estágio

O atendimento em grupo foi considerado uma aprendizagem significativa na visão de cinco participantes. Destes, três apontam que a técnica de grupo operativo, aplicada à orientação profissional, possibilitou o treino nos papéis de coordenador e de observador. Atividades grupais como a técnica R-O, de Bohoslavsky (1991), adaptada para realização em grupo por Soares-Luchiari (1993) e a própria atuação com subgrupos foram destacadas como significativas.

A aplicação coletiva do BBT, incluindo as associações e a história das cinco fotos preferidas, foi tida como marcante para a aprendizagem prática, nas respostas de dois estagiários. Enquanto outro apontou como fundamental a aprendizagem dos primeiros passos para a compreensão dos fenômenos grupais e para o exercício da coordenação de grupo.

Quanto aos atendimentos realizados individualmente, houve uma menção favorável ao treino para a realização de entrevistas de triagem. E um participante destacou tanto o atendimento individual quanto o realizado em grupo como importantes na sua formação.

O primeiro foi pela riqueza e disponibilidade da pessoa atendida e o segundo, pelo próprio movimento grupal, por perceber que os temas discutidos, a superficialidade ou aprofundamento de certas questões, a busca ou não de informações, dependem do grupo e não de seus coordenadores.

A análise deste último registro torna-se significativa para o questionamento sobre o mito do coordenador enquanto responsável exclusivo pelo funcionamento do grupo. Tanto os estagiários como os clientes têm expectativas do papel diretivo do coordenador. Assim sendo, compreender a tarefa do grupo como responsabilidade de todos é fundamental na coordenação de grupos. Um grupo só se constitui grupo se ele assim o desejar. Cabe a quem o coordena facilitar a comunicação dos integrantes, objetivando o centramento na tarefa do grupo, tendo em vista as transformações necessárias e possibilitando ao grupo um salto qualitativo no seu desenvolvimento. Embora os integrantes também tenham responsabilidade pelo desenvolvimento do processo grupal, é preciso que fique clara a assimetria no papel de coordenador nas intervenções realizadas com base no referencial pichoniano.

A importância dada pelos estagiários aos atendimentos em grupo constitui um dado interessante, uma vez que o estágio propicia ainda a prática no atendimento individual. Apenas dois integrantes destacaram essa prática como relevante para a orientação. Por outro lado, esta avaliação faz sentido já que neste estágio de fato são priorizadas as atividades grupais em detrimento das atividades individuais, pois acredita-se que o treino na modalidade diádica de atendimento esteja sendo suprido nos estágios de área clínica.

O treinamento de coordenador de comunicação grupal, realizado antes do início do estágio, foi considerado relevante para um integrante, como mostra o registro abaixo.

A própria vivência com o grupo foi muito importante, principalmente os momentos de dificuldade. Houve um momento que considero fundamental, no qual o grupo teve muita dificuldade de falar sobre assuntos presentes, que incomodavam. Lidar com o grupo neste momento foi extremamente difícil, mas enriquecedor.

Para atuar em processos grupais, é fundamental alguma vivência anterior como integrante de um grupo e este treinamento estaria cumprindo este objetivo. Além disso, as reflexões feitas no treinamento beneficiam também o desenvolvimento do estagiário nas intervenções individuais.

 

Avaliação da supervisão

A supervisão do estágio foi avaliada por quatro participantes como boa e ainda por um como muito boa, atuando como suporte para os momentos em que nos víamos sem saída. Os integrantes destacaram a supervisão como importante para esclarecer alguns obstáculos, que não puderam ser percebidos durante os atendimentos devido à falta de prática, sendo desta forma considerada de grande auxílio. Apesar de exaustiva, foi muito rica a troca de experiência, referindo-se à supervisão realizada em grupo. Em relação à supervisão em dupla, uma participante fez a observação descrita a seguir.

Considero muito importante, pois aprendi muito em cada uma. Nos momentos de maior dificuldade, as supervisões ajudaram a clarear muito. Além disso, o fato de não haver imposição por parte da supervisora foi muito bom.

Há um registro sobre a importância da mediação da supervisora na relação entre a dupla de estagiários, em determinados momentos vividos com muita angústia e competição. A supervisão foi considerada importante para se adquirir uma outra visão sobre o caminhar do grupo.

Mencionou-se como positivos a oportunidade de discussão sobre os atendimentos, o acesso à bibliografia pertinente e a disponibilidade da supervisora no suporte fornecido ao estagiário no exercício do papel profissional, podendo, assim, experimentar suas capacidades e limites. Foi apontado ainda como positivo o relacionamento com pessoas e a troca de experiências profissionais que enriqueceram o processo de aprendizagem.

Acho que a principal contribuição das supervisões foi a de promover um “espaço psicológico” favorável ao desenvolvimento de nossa capacidade de analisar e programar os encontros e tarefas grupais, como também, de facilitar nossa liberdade em arriscar e usar a criatividade no contato com o outro (cliente/grupo), sem, no entanto, nos desviarmos do objetivo do nosso trabalho – o de ajudar.

Observou-se que limitações ou dificuldades com a supervisão deixaram de ser apontadas. Esta reflexão é importante uma vez que em pesquisas desta natureza a tendência geral é a do entrevistado responder de acordo com o que consciente ou inconscientemente julga que seria a expectativa do pesquisador. Na tentativa de obter dados sobre os aspectos desfavoráveis ao estágio a questão seguinte foi planejada.

 

Sugestões para a realização de outros estágios

As sugestões trouxeram contribuições no sentido de repensar as formas de atendimento, as supervisões e a ampliação do serviço de extensão. Desta forma os limites e as possibilidades do estágio foram apontados.

Quanto à ocorrência semestral do atendimento, sugeriu-se a realização do estágio anualmente, objetivando a realização de dois grupos e dois atendimentos individuais.

Considerou-se pertinente a sugestão da realização do estágio em dois semestres, pois indica a motivação do estagiário pela área.

Na opinião de um integrante, os atendimentos grupais deveriam contemplar a realização de todos os encontros de orientação profissional na técnica de grupo operativo, quando alguns não ocorrem neste enquadre por incompatibilidade com a técnica, por exemplo, a R-O (Representação Ocupacional) de Bohoslavsky. Foi sugerido ainda que os momentos de supervisão poderiam ocorrer no enquadre e grupo operativo. Por outro lado, o treinamento das técnicas específicas de orientação profissional e o estudo aprofundado sobre o trabalho e as profissões também devem ser contemplados.

Em relação às últimas sugestões, elas foram compartilhadas por outro integrante, que pontuou a necessidade do orientador estar bem informado sobre as carreiras, as transformações que estão ocorrendo não só no mundo do trabalho e sobre as formas de ingresso na universidade.

Ampliando a abrangência da orientação profissional, dois participantes apontaram a necessidade de pensar em mais possibilidades de atuação junto à comunidade.

Eu sugeriria a abertura de estágios que atendessem a necessidades mais atuais da comunidade, e que dizem respeito às transformações do/no mercado de trabalho e com as questões a estas relacionadas, como desemprego, reengenharia pessoal, empregabilidade, etc. Isto implicaria na diversificação da clientela atendida (não mais a grande maioria de adolescentes na fase de escolha), assim como no contexto do atendimento e nos conteúdos a serem trabalhados.

Três participantes deixaram de fazer sugestões por motivos diferentes, um deles afirmando que o estágio transcorre satisfatoriamente, o outro que não saberia dar uma sugestão, embora tenha me sentido um pouco perdida no início do estágio, tenha sentido que alguma coisa estava faltando, não conseguiria definir uma sugestão. E o terceiro afirmou que é necessário continuar a adaptação do estágio ao grupo de estagiários, coisa que personifica e maximiza a eficácia do estágio.

Outro participante disse que não teria nada a acrescentar mas a conservar, referindo-se à semana de formação de coordenador de comunicação grupal. Manteria, ainda, o encontro entre estagiários e profissionais por considerá-lo muito rico. E, acrescentaria outros estilos de grupo e coordenação além do operativo, destacou.

As sugestões dadas são pertinentes e retratam muitas reflexões levadas a termo tanto na disciplina obrigatória quanto no estágio no tocante ao desenvolvimento do profissional. As sugestões indicam, ainda, o grau de comprometimento dos estagiários com a realização de processos de orientação profissional competentes e mais democráticos, considerando a realidade social. Algumas sugestões, como a de ampliação de atividades, são difíceis de serem implementadas na graduação, tendo em vista a carga horária do estágio. Elas poderiam ser atendidas em cursos de especialização como sugerem as novas diretrizes curriculares.

 

SEGUNDA PARTE

Na segunda parte foi feita a classificação do grau de relevância da experiência obtida no estágio para a formação do psicólogo e de orientador profissional. Os resultados são apresentados no quadro 1.

Quadro 1 – Classificação quanto ao grau de relevância da experiência de estágio para a formação de psicólogo e de orientador profissional (N=9)

GRAU DE RELEVÂNCIA
ASPECTOS DO ESTÁGIO

Não
Consta

1*

2*

3*

4*

5*

1-Entrevista de triagem

-

-

-

-

5

4

2-Atendimento individual

 

 

1

1

-

6

3-Atendimento em grupo

-

-

-

1

1

7

4-Aplicação do BBT

-

-

-

1

2

6

5-Treinamento na técnica de grupo operativo

-

-

1

1

1

6

6-Realização de entrevista clínica

1

 

1

3

1

3

7-Supervisão dos atendimentos em grupo

-

-

1

1

3

4

8-Supervisão dos atendimentos individuais

-

1

-

1

4

3

9-Planejamento e relato das
sessões

-

-

1

2

2

4

10-Manejo de instrumentos e
técnicas

-

-

1

1

4

3

11-Reflexões sobre o mundo do
trabalho

-

-

-

2

3

4

12-Reflexões sobre questões éticas

-

-

-

2

2

5

13-Desenvolvimento da identidade profissional

-

-

-

-

5

4

14-Relacionamento com o cliente

-

-

-

-

4

5

15-Relacionamento com colegas

-

-

-

-

5

4

16-Relacionamento c/ supervisores

-

-

-

-

5

4

17-Relacionamento com secretárias

-

-

-

2

6

1

TOTAL

1

2

6

18

53

73

PORCENTAGEM (%)

0.6

1,3

3.9

11.8

34.6

47.7

 

(*) 1- nenhuma, 2- pouca, 3- regular, 4-relevante, 5- muito relevante.

É interessante observar que nesta parte da pesquisa a contribuição do estágio em orientação profissional, para a formação do psicólogo/orientador foi avaliada como muito relevante em 0.48% dos itens e como relevante em 0.35%, totalizando 0.82% das classificações favoráveis ao estágio.

Quando se observa a classificação apenas no grau muito relevante, o atendimento em grupo continua em destaque, confirmando as respostas obtidas na primeira parte da pesquisa (0.88%). O atendimento individual foi avaliado positivamente pela maioria dos sujeitos (0.66), entretanto, houve respostas classificando-o com nenhuma ou pouca relevância em suas aprendizagens. A aplicação do BBT e a Técnica de Grupo Operativo, instrumentos úteis para a realização da orientação profissional, foram avaliadas como muito relevantes (0.66%).

Considerando a soma das avaliações obtidas nos graus relevante e muito relevante, observa-se que foram classificados exclusivamente nesses graus os itens relativos ao treino na realização de entrevistas de triagem, o desenvolvimento da identidade profissional do psicólogo-estagiário e o relacionamento com os colegas, os supervisores e as secretárias. Pode-se inferir que o treino em coordenação de grupo, aliado à supervisão realizada também em grupo, tenha propiciado a facilitação das relações interpessoais.

Deixou a desejar para alguns estagiários a realização da entrevista clínica, que deverá merecer mais atenção em estágios posteriores. Mesmo sendo, esta habilidade, mais desenvolvida em estágios da área clínica, em psicoterapia, especificamente.

Nos comentários sobre atendimento e supervisão individual, há o registro de um participante que não chegou a realizar atendimento individual e outro que aponta o fato de que apenas um atendimento foi insuficiente porque não daria para fazer comparações. Uma integrante avaliou que o treinamento na função de coordenador de comunicação grupal, com base na técnica de grupo operativo, foi pouco relevante pois para ela essa técnica foi muito difícil.

Comentários adicionais explicitados nos itens da segunda parte, que avaliaram positivamente o estágio, confirmam as respostas descritas na primeira parte do estudo.

 

Conclusões

A avaliação na perspectiva do psicólogo-estagiário foi considerada importante por possibilitar a sistematização, ponto por ponto, dos itens do estágio e ainda por verificar que o mesmo está atingindo seus objetivos para a formação do psicólogo, capacitando-o a intervir em orientação profissional. O que nos leva a reconhecer que o estágio, de maneira geral, está indo de encontro às expectativas dos psicólogos-estagiários. Para eles o estágio cumpriu sua função, ou seja, a de ampliar suas idéias neste campo. Assim como em outras áreas da psicologia a supervisão tem a "ampliação da consciência" como seu maior objetivo.

Os objetivos gerais do estágio, relativos ao treino na utilização de instrumentos e técnicas específicas do campo da orientação profissional, também estão sendo alcançados, notadamente no tocante à aprendizagem do papel de coordenador de grupo, à aplicação e interpretação do BBT e à realização de entrevistas de triagem, capacitando os psicólogos-estagiários na realização do diagnóstico de orientabilidade. A preocupação dos psicólogos com a temática do mundo do trabalho atinge o objetivo de estimular a definição de uma postura profissional fundamentada na consciência crítica sobre a realidade social. Considera-se, com base nas respostas dos informantes, que os objetivos desse, estágio relativos à formação teórica, prática e ética, estão sendo atingidos na maioria das situações.

Além disso, é objetivo da formação prática oferecer condições para que os supervisionandos possam exercitar o papel de psicólogo/orientador, identificando seus limites e suas possibilidades que a partir daí possam também perceber as dificuldades e possibilidades dos orientandos. Este estudo visou contribuir com as reflexões sobre os limites e possibilidades também da prática desenvolvida no estágio em orientação profissional.

A supervisão em orientação profissional constitui uma atividade complexa. Assim como no processo de atendimento o orientador lida o tempo todo com a subjetividade do orientando, na supervisão o docente lida com a subjetividade dos estagiários. Avaliar o estágio passa pela subjetividade do aprendiz, ou seja, pela percepção de seu processo de aprendizagem. Valendo ressaltar que, em toda a sua complexidade, a avaliação foi considerada válida e fundamental.

Finalizando, considera-se que o objetivo do presente estudo foi alcançado, tendo em vista as reflexões sobre a prática profissional. Além disso, constituiu-se em uma oportunidade de compartilhar com outros supervisores os resultados desta avaliação.

 

Agradecimentos

Agradeço a colaboração dos psicólogos-estagiários que prontamente responderam ao questionário. Agradeço ainda à psicóloga clínica Terezinha Porto Noronha de Arruda Ferraz, pela colaboração na análise dos dados, e à Profa Carmem Lúcia Cardoso, pelos valiosos comentários.

 

Referências Bibliográficas

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ANEXO 1- QUESTIONÁRIO

 

AVALIAÇÃO SOBRE O ESTÁGIO EM ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

 

RESPONDA AS QUESTÕES ABAIXO (utilize o verso ou folhas adicionais se necessário):

1) Descreva os motivos que o levaram a escolher o estágio profissionalizante em Orientação Profissional.

2) Qual a visão que você tinha da Orientação Profissional anteriormente a qualquer contato com a área?

3) O que permaneceu e o que modificou nesta visão após a realização do estágio?

4) Qual foi para você a aprendizagem teórica mais marcante deste estágio?

5) Qual foi para você a aprendizagem prática mais marcante deste estágio?

6) Como você avalia a supervisão que teve?

7) Quais suas sugestões para a realização de outros estágios?

CLASSIFIQUE O GRAU DE RELEVÂNCIA DA EXPERIÊNCIA, PARA SUA FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE PSICÓLOGO E DE ORIENTADOR PROFISSIONAL, DOS ASPECTOS DO ESTÁGIO RELACIONADOS A SEGUIR E COMENTE-OS.

 

1- Nenhuma 2- Pouca 3- Regular 4- Relevante 5- Muito Relevante

1) Entrevista de triagem
1- Nenhuma   2- Pouca   3- Regular   4- Relevante  5- Muito relevante   Comente:

2) Atendimento individual
1- Nenhuma   2- Pouca   3- Regular   4- Relevante  5- Muito relevante   Comente:

3) Atendimento em grupo
1- Nenhuma   2- Pouca   3- Regular   4- Relevante  5- Muito relevante   Comente:

4) Aplicação do BBT
1- Nenhuma   2- Pouca   3- Regular   4- Relevante  5- Muito relevante   Comente:

5) Treinamento na técnica de grupo operativo
1- Nenhuma   2- Pouca   3- Regular   4- Relevante  5- Muito relevante   Comente:

6) Treinamento na realização de entrevista clínica
1- Nenhuma   2- Pouca   3- Regular   4- Relevante  5- Muito relevante   Comente:

7) Supervisão dos atendimentos em grupo
1- Nenhuma   2- Pouca   3- Regular   4- Relevante  5- Muito relevante   Comente:

8) Supervisão dos atendimentos individuais
1- Nenhuma   2- Pouca   3- Regular   4- Relevante  5- Muito relevante   Comente:

9) Treinamento no planejamento e relato das sessões
1- Nenhuma   2- Pouca   3- Regular   4- Relevante  5- Muito relevante   Comente:

10) Treinamento no manejo de instrumentos, técnicas e outros recursos da área
1- Nenhuma   2- Pouca   3- Regular   4- Relevante  5- Muito relevante   Comente:

11) Reflexões sobre o mundo do trabalho
1- Nenhuma   2- Pouca   3- Regular   4- Relevante  5- Muito relevante   Comente:

12) Reflexões sobre questões éticas
1- Nenhuma   2- Pouca   3- Regular   4- Relevante  5- Muito relevante   Comente:

13) Desenvolvimento de sua identidade profissional
1- Nenhuma   2- Pouca   3- Regular   4- Relevante  5- Muito relevante   Comente:

14) Relacionamento com cliente
1- Nenhuma   2- Pouca   3- Regular   4- Relevante  5- Muito relevante   Comente:

15) Relacionamento com colegas
1- Nenhuma   2- Pouca   3- Regular   4- Relevante  5- Muito relevante   Comente:

16) Relacionamento com supervisores
1- Nenhuma   2- Pouca   3- Regular   4- Relevante  5- Muito relevante   Comente:

17) Relacionamento com secretárias
1- Nenhuma   2- Pouca   3- Regular   4- Relevante  5- Muito relevante   Comente:

 

 

 

Endereço para correspondência
Lucy Leal Melo-Silva
Departamento de Psicologia e Educação
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP
Av. Bandeirantes, 3900 – Monte Alegre – CEP 14040-901 – Ribeirão Preto/ SP
Tel. (016) 602-3789
E-mail: lucileal@ffclrp.usp.br

 

 

17 Lucy Leal Melo-Silva – Docente do Departamento de Psicologia e Educação, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP (e-mail: lucileal@ffclrp.usp.br).

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