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Revista da SPAGESP
Print version ISSN 1677-2970
Rev. SPAGESP vol.8 no.1 Ribeirão Preto June 2007
ARTIGOS
Música removendo barreiras e minimizando resistências de usuários de substâncias 1
Music removing barriers and minimizing resistance of drug users
Música removiendo barreras y disminuyendo las resistencias de los usuarios de drogas
Altino Bessa Marques Filho 2; Cassiano Lara de Souza Coelho 3; Lazslo Antonio Ávila 4
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - FAMERP
RESUMO
Um aspecto essencial para o sucesso de um programa de redução de danos é a facilidade do contato entre os profissionais envolvidos e os usuários de drogas. Música popular pode ser empregada com a finalidade de remover barreiras, melhorando a comunicação com o usuário. Através de uma canção composta com finalidade didática foram analisadas motivações psicológicas e as conseqüências já presentes ou futuras do uso de drogas. O texto musical e uma abordagem psicanalítica foram apresentadas aos alunos da graduação de medicina e enfermagem da FAMERP, que responderam a um questionário específico, e participaram de um grupo de reflexão. Ficou demonstrado que a apresentação de música com finalidade didática é um recurso útil para a minimização das resistências, facilitando a transmissão de conhecimentos para alunos. Acredita-se que a aplicação desse mesmo método para grupos de risco possa ter efeitos benéficos em relação à redução de danos. Música pode remover barreiras. Da mesma forma que textos musicais podem aliciar os jovens para se iniciar no uso, podemos usar a mesma estratégia no sentido contrário. Estudos sobre o uso da música como forma de remover barreiras deveriam ser estimulados.
Palavras-chave: Transtornos relacionados ao uso de substâncias; Prevenção; Grupo.
ABSTRACT
A successful drug harm reduction program depends on the easy communication among its participants. Popular music can be used as a tool to remove barriers, improving the communication with the drug users. Psychological motivation and present or future consequences of drug use were analyzed using a song composed with didactic purposes. Music lyrics and a psychoanalytical approach were presented to the graduation students of medicine and nursing of FAMERP (São José do Rio Preto Medicine and Nursing College), who answered a specific questionnaire, and took part of a reflexive group. Music is an interesting didactic tool that minimized resistances, making technical information easier to understand. Harm reduction approaches advocate lessening the harm of drugs through education. Applying this method to drug users is a beneficial tool in order to reduce drug harms. Music can remove barriers. The same way music can motivate people to initiate on drugs, we can use it in the opposite direction. Studies involving the use of music, as a tool to remove barriers should be encouraged.
Keywords: Substance-related disorders; Prevention; Group.
RESUMEN
Uno de los aspectos esenciales para el suceso de un programa de redución de daños es la facilidad de contacto entre los profesionales involucrados y los usuarios de drogas. La música popular puede ser empleada con la finalidad de remover barreras, mejorando la comunicación entre el profesional de salud y el usuario. Mediante una canción compuesta con finalidad didáctica fueron analizadas motivaciones psicológicas y las consecuencias ya presentes o futuras del uso de drogas. El texto musical y un abordaje psicoanalítico fueron presentadas a los alumnos de graduación de medicina y enfermería de la Facultad de Medicina de São José do Rio Preto, que respondieron a cuestionario especifico y participaran de un grupo de reflexión. Demostramos que la presentación de música con finalidad didáctica es un recurso útil para la minimización de las resistencias, facilitando la transmisión de conocimientos para alumnos. Acreditase que la aplicación de ese método para grupos de riesgo pueda tener efectos benéficos en relación a la reducción de daños. Música puede remover barreras. De la misma forma que textos musicales pueden atraer jóvenes para iniciarse en el uso, podemos usar la misma estrategia en el sentido contrario. Estudios sobre el uso de la música como forma de remover barreras debieran ser estimulados.
Palabras clave: Trastornos relacionados con substancias; Prevención; Grupo.
INTRODUÇÃO
A Redução de Danos é um modelo alternativo e inovador para abordagem de dependentes químicos, consistindo em um conjunto de medidas de saúde pública voltadas a minimizar as conseqüências adversas do uso de drogas. Tem como princípio fundamental o respeito e a liberdade de escolha dos usuários que não conseguem ou não querem parar de usar drogas, objetivando, portanto a redução ou minimização de riscos decorrentes do consumo (FIGLIE, BORDIN, LARANJEIRA, 2004).
Um dos princípios básicos para o sucesso de um programa de redução de danos é o acesso a serviços de baixa exigência como uma alternativa para abordagens tradicionais de alta exigência, facilitando o contato entre os profissionais de saúde mental envolvidos no tratamento e os usuários de álcool e outras drogas. Nesse sentido, torna-se fundamental a remoção de barreiras e a baixa exigência dos serviços de tratamento, minimizando as resistências do portador de transtornos relacionados a substâncias em se submeter a um acompanhamento por uma equipe especializada (DIAS et al., 2003).
A música popular brasileira (MPB) pode ser empregada com outros objetivos além do entretenimento, como o de minimizar resistências, melhorando a comunicação entre os que tratam e o usuário. Dessa forma pode-se trabalhar melhor a crítica do indivíduo em estágios de pré-contemplação (em que ele ainda não tem perspectivas de diminuir o uso ou de se tornar abstinente) e contemplação (em que a pessoa já admite a possibilidade de redução ou de suspensão da substância), de acordo com o modelo proposto por Prochaska e DiClemente (1986).
A música popular pode ser usada como um instrumento terapêutico para motivar adolescentes com transtornos de relacionamento com seus pares e com adultos, além de comportamentos inapropriados. Para Keen (KEEN, 2004), as canções podem ser empregadas com sucesso na ajuda a adolescentes para se engajarem em processos psicoterapêuticos, minimizando suas resistências, tornando o terapeuta um adulto confiável. As diversas técnicas utilizadas por este autor são: discussão sobre os textos contidos nas palavras cantadas, audição, a feitura de letras, a composição musical e a execução das músicas. As técnicas empregadas por esse autor nos remetem à Musicoterapia, mas ao promover debates sobre os temas e ao estimular que os pacientes componham, notam-se alguns pontos de confluência com a proposição desta tese, como a iniciativa de proporcionar aos portadores de determinado distúrbio mental que o conheçam melhor por meio da palavra cantada. O trabalho em grupo, realizado como grupo de reflexão, pode aprofundar a compreensão do problema e desenvolver estratégias que capacitem os indivíduos a um melhor manejo do problema.
O objetivo do presente trabalho foi verificar a adequação de um instrumento de prevenção do uso abusivo de drogas, composto por uma música elaborada especialmente para esta finalidade, utilizada em conjunto com um questionário e seguida por um processo de discussão realizado em grupo (grupo reflexivo), visando o aprofundamento das questões. Foram aplicados em turmas dos cursos de Medicina e Enfermagem da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, e visam tanto finalidades didáticas quanto preventivas.
A MÚSICA COMO INSTRUMENTO TERAPÊUTICO
Por meio de uma canção composta por Marques Filho, com finalidade didática, foram analisadas motivações psicológicas, ambivalência para manutenção e as conseqüências já presentes ou futuras do uso de drogas. As atividades do autor (Altino Bessa Marques Filho) como preceptor de psicopatologia na Residência e de aulas teóricas e práticas de psiquiatria no curso de graduação da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, SP (FAMERP) e a experiência em festivais de MPB resultaram na letra de “Finge mente”.
O texto musical e uma abordagem psicanalítica, realizada em forma de grupo reflexivo, foram apresentadas a duas turmas de alunos da graduação de Medicina e Enfermagem da FAMERP, respectivamente do 4º ano médico e 1ª série de Enfermagem. Os alunos, 42 do curso de Medicina e 52 do curso de Enfermagem responderam a um questionário específico, que continha questões sobre o uso de substâncias, seu significado e conseqüências (conforme anexo, ao final).
Apresentaremos a seguir o texto dessa canção:
FINGE MENTE
Ô, mina, me traz o seu cais
Bitucas, sonhos irreais
Afasta os demônios
E acenda os meus neurônios tão banais
Nicotina em meus gibis sexuais
Ô, mina, quando você traz
(...seu corpo... seus quadris... fatais...)
Só pra passear em minha retina
É que eu fico infeliz feliz demais
Heroína em meus gibis sexuais
(...oh! Meu país...)
Para a massa desse amor
Para a minha boca à toa
A farinha era da boa
Mas era pouca e se acabou
Eu finjo que não vou atrás (..cola?..istiga?)
Na fissura (
você dá bola?...)
Finjo que nem vejo
(...você rebola!...)
Rola o desejo
(...deixa que eu rele...)
A brancura da sua pele eu farejo
(
e peço mais
e peço bis...)
Heroína em meus gibis sexuais
(
oh! Minha paz
Oh! Minha atriz...)
Para a massa desse amor
Para a minha boca à toa
A farinha era da boa
Mas era pouca e se acabou
Eu finjo que nem quero mais
(
seu cheiro, seu gosto, seu lero secreto, mas
)
Me meto
(
é um ataque... voraz...)
Todo em seu trajeto
(
em seu rosto, minhas digitais
)
Com toque de craque
(...que avião!...)
Mais um baque pro meu coração inquieto
(...por um triz...)
Heroína em meus gibis sexuais (...correria!...)
Para a massa desse amor
Para a minha boca à toa
A farinha era da boa
Mas era pouca e se acabou
(...o que é que eu fiz?...)
(...ai, meus ais!...)
(...ai, minha cicatriz...)
Juntamente com a música, elaborada por Altino Bessa Marques Filho e por ele vertida para o inglês, com a colaboração de Cassiano Coelho e David Hewitt, e o cartaz, elaborado pelo artista Vladimir Vaz, o material reunia algumas frases-estímulo, elaboradas por Lazslo A. Ávila, para propiciar uma reflexão quanto aos possíveis significados inconscientes associados à droga-adição, conduzida em um processo grupal, na forma de grupo de reflexão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Apresentamos, agora, os resultados numéricos da aplicação dos questionários.
A turma 1, do 4º ano do curso de Medicina, composta por 42 respondentes, apresentou uma porcentagem de acertos para a primeira questão de 95,24% (com intervalo de confiança entre 83% e 99%), mesmos índices atingidos também para a segunda questão. As questões 3, 4 e 5 obtiveram índices iguais, com 92,86 % de acertos (intervalo de confiança de 80% a 98%). Para a questão 6, houve uma maior dispersão de respostas, já que não havia uma resposta correta para a pergunta, e as porcentagens foram: 21,43% para “aulas expositivas sem recursos visuais”, 28,57% para “aulas expositivas com recursos visuais”, 7,14% para “aulas realizadas em grupos com posterior apresentação e discussão”, e 42,86% para “aulas expositivas com recursos áudio-visuais tipo power-point e com músicas” (intervalo de confiança de 28% a 59%). Vale ressaltar que o item “aulas que os próprios alunos preparam” não recebeu nenhuma menção (0%).
A turma 2, do 1º ano do curso de Enfermagem, composta por 52 respondentes, apresentou uma porcentagem de acertos para a primeira questão de 96,15% (com intervalo de confiança de 87% a 99%). Quanto à segunda questão, o resultado foi de 73,08% (com intervalo de confiança entre 59% e 84%). A terceira questão atingiu 86,54% (com intervalo de confiança entre 74% e 94%). A quarta questão, de conteúdo mais teórico, obteve 48,08% para a alternativa correta (com intervalo de confiança entre 25% e 53%). A quinta questão recebeu 88,46% das respostas (com intervalo de confiança entre 76% e 95%). A última questão alcançou 76,92% (com intervalo de confiança entre 63% e 87%) para “aulas expositivas com recursos áudio-visuais tipo power-point e com músicas”, e índices iguais de 11,54% para as alternativas “aulas expositivas com recursos visuais” e “aulas realizadas em grupos com posterior apresentação e discussão”.
O uso e abuso de drogas é um tema extremamente complexo e multifatorial. Nenhuma abordagem simplista se justifica em um assunto que é universal, já que tem sido praticado pelos mais diferentes povos, ao longo de toda a história registrada. Além disso, sabe-se que qualquer atividade humana é regida por determinantes muito diversificados, que abrangem aspectos sociológicos, etnológicos, econômicos, entre outros. O uso e abuso de substâncias psicoativas é um fenômeno com dimensões psíquicas, biológicas, sociais e culturais, que tem sido objeto de muitas abordagens visando sua compreensão e a elaboração estratégias curativas e preventivas.
Uma perspectiva psicanalítica sobre o uso das drogas vem se construindo ao longo dos anos. Desde os estudos iniciais desenvolvidos por Freud sobre a cocaína (FREUD, 1886/1995), passando por autores como Glover (1932), Kernberg (1985) e pelo importante pesquisador francês Claude Olivenstein (1988, 1995), a psicanálise tem fornecido importantes modelos para a compreensão desse ato.
Dado que muitas drogas implicam em alterações psíquicas, é naturalmente um campo importante de investigação sobre o psiquismo, tanto em condições cotidianas e mais adaptadas, quanto no funcionamento psicopatológico. Mas a psicanálise, de modo geral, não se pretende como a única, nem como a principal abordagem para assunto tão complexo. A maioria dos psicanalistas entende que um tema que envolve a economia de muitos países do mundo, em que a droga pode ser o principal item de produção e exportação, não possa ser entendido apenas em sua dimensão psicológica. Mas são sempre sujeitos concretos que a utilizam e, nesse entido, é de relevância que uma leitura atenta dos determinantes inconscientes do uso e abuso de drogas seja realizada.
Nossa abordagem consiste em uma perspectiva preventiva, indutora de respostas cognitivas e emocionais, visando a que o sujeito receba criticamente a informação transmitida e possa refletir sobre as vinculações da droga com aspectos significativos de suas vivências, tais como: o desejo, a fantasia, a expressão da vontade de onipotência, e ainda outros conteúdos. Na medida em que a música é uma forma universal de comunicação, e utilizando ainda do poder sugestivo das imagens, busca-se levar o sujeito que recebe esta comunicação a um momento reflexivo, e ao mesmo tempo lúdico, sobre um tema tão controverso como o uso/abuso de drogas. O grupo favorece este processo, propiciando identificações cruzadas e uma dinâmica de interações que fortalecem os participantes individuais e pode conduzir a uma melhor conscientização e resolutividade para este sintoma.
A seguir transcrevemos o texto referente à análise psicanalítica do assunto, que intencionalmente é breve, visando a uma não ruptura do contexto da imagem associada à música, mas que ao mesmo tempo convida a que os sujeitos em grupo possam ir construindo uma captação crítica das motivações que permeiam o consumo das drogas.
DROGAS EM UMA LEITURA PSICANALÍTICA
O que é o desejo? Força motriz da vida, sede incessante, procura interminável. Todo desejo remete à infância (gibis). Mas o desejo ameaça com a loucura, e qualquer completude, qualquer fechamento, qualquer oclusão, passam a ser buscados & buscados com loucura. E o desejo re-inicia, permanente, inacabado. O corpo da mulher concentra as fantasias & sua posse torna-se a droga. Seu domínio, sua conquista & a fantasia da plenitude, do gozo total, do apaziguamento, afinal... Que farofa fazer com esta farinha? Esta pele tão branca, farinha de trigo, cocaína. Quem é essa heroína que vai acabar com todos os medos? Quem é essa mulher-deusa, que vai acalmar todas as angústias? Quem é essa mulher-droga que, total, nunca vai se acabar? Se o sexo, tão bom, uma hora acaba e nunca sacia, sempre vem de novo, imperioso. Qual mulher será aquela que é todas as mulheres? Qual é a droga que é todas as drogas, todas as sensações, resposta para todas as necessidades? Qual é o desejo que vai substituir todos os desejos? Em qual gibi está o super-herói que não precisa de nada? Como escapar do círculo vicioso da vida, círculo do desejo, círculo do desejo circulante? A música sempre recomeça. Não para nunca. A angústia também não. A droga, o sexo, a fantasia: qual é a diferença? A diferença é a mesma que existe entre a vida e a morte, Eros e Tanatos: fazer do círculo uma reta, um caminho. Fazer do desejo um instrumento para a criação da vida. Fazer do sexo uma canção. Fazer dos conflitos e da angústia uma trilha para o crescimento mental, pessoal. Recusar a droga e junto com ela todas as mentiras.
Buscar o conhecimento e a liberdade. Cantar a canção da vida: essa também nunca termina.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A apresentação de música com finalidade didática é um recurso útil para a minimização das resistências, facilitando a transmissão de conhecimentos para grupos de risco, portadores, familiares, comunidade e estudantes, podendo ter efeitos benéficos em relação à redução de danos.
Música pode remover barreiras. Da mesma forma que textos musicais podem aliciar os jovens para se iniciar no uso, podemos usar a mesma estratégia no sentido contrário. A canção popular diz que “o artista deve ir onde o povo está” (Fernando Brandt e Milton Nascimento). A redução de danos promove acesso a serviços de baixa exigência, sendo que os defensores dessa abordagem estão dispostos a encontrar o indivíduo em seus próprios termos & encontrá-lo onde estiver e não onde deveria estar.
Portanto, a música pode se utilizada como forma de minimizar resistências e facilitar o acesso ao tratamento. Os grupos de reflexão são um contexto adequado para estas formas de trabalho e favorecem o aprofundamento dos temas e melhores condições para a mudança de atitudes. Mais estudos sobre o uso da música e do trabalho grupal como formas de remover barreiras deveriam ser estimulados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIAS, J. C.; SCIVOLETTO, S.; SILVA, C. J.; LARANJEIRA, R. R.; ZALESKI, M.; GIGLIOTTI, A. et al. Redução de Danos: posições da Associação Brasileira de Psiquiatria e da Associação Brasileira para Estudos do Álcool e Outras Drogas. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 52, n. 5, p. 341-348, 2003. [ Links ]
FIGLIE, N. B.; BORDIN, S.; LARANJEIRA, R. Aconselhamento em dependência química. São Paulo: Roca; 2004. [ Links ]
FREUD, S. (1886). A cocaína. In: _______. Trabalhos pré-psicanalíticos. Trad. J. Salomão Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas. Rio de Janeiro: Imago; 1995, v. 1, p. 37-55. [ Links ]
GLOVER, E. On the etiology of drug-addiction. International Journal of Psychoanalysis, v. 13, p. 298-328, 1932. [ Links ]
PROCHASKA, J. O.; DICLEMENTE, C. C. Towards comprehensive model of change. In: MILLER, W. R.; HEALTHER, N. (Eds.). Treating addictive behaviors: processes of change. New York: Plenum; 1986. p. 3-27. [ Links ]
KEEN, A. W. Using music as a therapy tool to motivate troubled adolescents. Society for Work Health Care, v. 39, n. 3-4, p. 361-373, 2004. [ Links ]
KERNBERG, O. Borderline conditions and pathological narcissism. London: Jason Aronson, 1985. [ Links ]
OLIVENSTEIN, C. A droga. São Paulo, SP: Brasiliense; 1988. [ Links ]
OLIVENSTEIN, C. A clínica do toxicômano: a falta da falta. Porto Alegre, RS: Artes Médicas; 1995. [ Links ]
Endereço para correspondência
Altino Bessa Marques Filho
E-mail: habmrecepcao@terra.com.br
Lazslo Antonio Ávila
E-mail: lazslo@terra.com.br
Recebido em 10/04/07.
1ª Revisão em 21/04/07.
Aceite Final em 28/06/07.
1 Trabalho apresentado no 17th International Conference on the Reduction of Drug Related Harm, April 30-May 4, 2006, Vancouver, Canadá.
2 Médico psiquiatra, professor adjunto do departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - FAMERP, coordenador do programa de Residência em Psiquiatria da FAMERP.
3 Médico psiquiatra, supervisor do ambulatório de transtornos relacionados a substâncias da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - FAMERP.
4 Psicólogo, professor adjunto dos cursos de graduação e pós-graduação stricto-senso do Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - FAMERP, membro e docente da SPAGESP e NESME.
QUESTIONÁRIO
1- Substâncias psicoativas devem ser:
a- Eliminadas da face do planeta
b- Ter sua compreensão estendida a todos os campos do conhecimento humano
c- Música popular não deveria fazer parte de palestras sobre temas científicos
d- Deixados à livre vontade das pessoas que querem experimentá-los, de nada adiantando os esforços da comunidade científica em procurar minimizar seus efeitos
e- Não abordadas por textos de música popular compostas com finalidade didática pois seria apenas uma tentativa de se igualar aos grupos/intérpretes de “rap” ou de “rock” que fazem a apologia das mesmas
Resposta b
2- Redução de danos:
a- Trata-se do reconhecimento da impotência dos profissionais da saúde mental em resolver de vez o problema do álcool e das drogas<
b- Trata-se de algo mais viável do que exigir abstinência a todos os portadores/usuários
c- Trata-se de uma política que evita danos a outrem, não se levando em conta os sofrimentos do próprio portador/usuário
d- Para que este modelo alternativo realmente reduza danos é necessária sua associação a serviços de alta exigência por parte da equipe especializada
e- Trata-se de uma política em que a equipe tem de atuar com firmeza e alta exigência para realmente reduzir danos
Resposta b
3- Quanto ao uso de substâncias psicoativas, assinale a alternativa incorreta:
a- É tema complexo
b- É tema multifatorial
c- É tema simplista já que a dependência é questão de tudo ou nada
d- É tema universal
e- É registrado em toda a história da humanidade
Resposta c
4- Pré-contemplação:
a- É um estágio em que o usuário ainda não está observando a substância de sua preferência
b- É a fase que antecede a um sorteio de consórcio de substâncias em que o usuário ou dependente ainda pode ser contemplado
c- É um estágio em que o indivíduo ainda não tem perspectivas de diminuir o uso ou de se tornar abstinente
d- é um estágio em que a pessoa já admite a possibilidade de redução ou de suspensão da substância
e- É um estágio em que o usuário/dependente é acometido pela síndrome amotivacional em que apenas pensa em suas obrigações, sem procurar executá-las
Resposta c
5- Música popular:
a- Não pode ser usada como instrumento terapêutico dadaa seriedade do contexto da terapia
b- De nada adianta para adolescentes com transtornos de relacionamento com seus pares e com adultos
c- De nada adianta para adolescentes com comportamentos inadequados
d- Pode minimizar resistências dos adolescentes, tornando o terapeuta um adulto confiável
e- Não serve para proporcionar maior conhecimento ao portador de determinado transtorno mental
Resposta d
6- Assinale qual o formato de aulas teóricas que prefere e que acredita poder tornar o ensino mais prazeroso e fácil:
a- Aulas expositivas sem recursos visuais (tipo Power Point)
b- Aulas expositivas com recursos visuais (tipo Power Point)
c- Aulas que os próprios alunos preparam
d- Aulas realizadas em grupos com posterior apresentação e discussão.
e- Aulas expositivas com recursos visuais (tipo Power Point e com músicas)