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Revista da SPAGESP
Print version ISSN 1677-2970
Rev. SPAGESP vol.21 no.2 Ribeirão Preto Jul./Dec. 2020
ARTIGOS
A vivência do lazer em família
The experience of family leisure
La vivencia del recreación en la familia
Fátima Maria da Costa Roberto1; Ana Paula Pereira Macedo2; Normanda Araujo de Morais3
Universidade de Fortaleza, Fortaleza-CE, Brasil
RESUMO
A literatura menciona a importância do lazer na vida em família, ressaltando as interações significativas que promove e suas contribuições ao bem-estar da família. Buscou-se compreender a vivência do lazer a partir da perspectiva do grupo familiar, descrevendo as possíveis influências da experiência do lazer na dinâmica das mesmas. Participaram três famílias, que responderam a um questionário sociodemográfico e a uma entrevista do grupo familiar, além de terem produzido registros fotográficos de momentos de lazer. Para análise das entrevistas, incluindo os relatos acerca das fotografias, utilizou-se a Análise de Conteúdo. Verificou-se que as famílias descreveram atividades e concepções de lazer diversas e que todas mencionaram os efeitos positivos que a vivência coletiva do lazer gera às suas dinâmicas, favorecendo a convivência, o diálogo e a alegria. No entanto, as limitações de tempo, dinheiro, de acesso a opções de lazer e de conciliação das demandas de gerações diferentes foram descritos como empecilhos para a vivência familiar do lazer. Conclui-se refletindo acerca das implicações dos achados para políticas públicas de lazer e para uma educação para o lazer.
Palavras-chave: Lazer; Família; Dinâmica familiar.
ABSTRACT
The literature mentions the importance of leisure in family life, highlighting the significant interactions it promotes and its contributions to family well-being. It sought to understand the experience of leisure from the perspective of the family group, describing the possible influences of the experience of leisure on their dynamics. Three families participated, who answered a sociodemographic questionnaire and an interview of the family group, besides having produced photographic records of leisure moments. For the analysis of the interviews, including the reports about the photographs, the Content Analysis was used. It was verified that the families described various leisure activities and conceptions and that all mentioned the positive effects that the collective experience of leisure generates to their dynamics, favoring the coexistence, the dialogue, and the joy. However, the limitations of time, money, access to leisure options, and the conciliation of the demands of different generations were described as impediments to the family experience of leisure. We conclude by reflecting on the implications of the findings for leisure public policies and leisure education.
Keywords: Leisure; Family; Family dynamics.
RESUMEN
En la literatura se menciona la importancia de la recreación en la vida familiar, destacando las importantes interacciones que promueve y sus contribuciones al bienestar de la familia. Trató de comprender la experiencia de recreación desde la perspectiva del grupo familiar, describiendo las posibles influencias de la experiencia de recreación en su dinámica. Participaron tres familias que respondieron a un cuestionario sociodemográfico y a una entrevista del grupo familiar, además de haber producido registros fotográficos de los momentos de recreación. Para el análisis de las entrevistas, incluyendo los informes sobre las fotografías, se utilizó el Análisis de Contenido. Se comprobó que las familias describían diversas actividades y concepciones de recreación y que todas mencionaban los efectos positivos que la experiencia colectiva de recreación genera a sus dinámicas, favoreciendo la convivencia, el diálogo y la alegría. Sin embargo, las limitaciones de tiempo, dinero, acceso a opciones de recreación y la conciliación de las demandas en las diferentes generaciones se describieron como impedimentos para la experiencia familiar de recreación. Concluimos reflexionando sobre las implicaciones de los hallazgos para las políticas públicas de recreación y para la educación del recreación.
Palabras clave: Lazer; Familia; Dinámica familiar.
O lazer constitui uma necessidade humana complexa, praticada através de experiências prazerosas e individuais, segundo o gosto e os recursos disponíveis de cada um. Busca satisfazer necessidades sociais, emocionais e físicas dos indivíduos, sendo percebido e avaliado de acordo com seu sistema de valores e aspirações (Marcellino, 2002). Está associado, ainda, à potencialização do desenvolvimento humano e à satisfação de vida, ao lado da educação, saúde e emprego (Pereira, 1997).
Os dicionários e o senso comum utilizam as expressões lazer, tempo livre e ócio como sinônimas. Mas tempo livre é um "tempo de liberdade" não atravessado por compromissos (atividade de trabalho) em que o indivíduo, a salvo de controles internos e externos, é livre para escolher (Paradiso, Favero, Bedin, & Sarriera, 2012). O ócio, por sua vez, independe da atividade em si, do tempo e tampouco do nível econômico ou formação de quem o vivencia (Aquino & Martins, 2013).
Apesar dos resultados positivos e de seus benefícios, na idade adulta o lazer tende a ser menos valorizado porque demanda um "tempo livre", seja para o indivíduo repousar, divertir-se ou desenvolver sua livre capacidade criadora após desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais (Dumazedier, 2008). Além disso, tempo livre é matéria escassa em "um tempo sem tempo", em que predominam a pressa, as mensagens e respostas instantâneas, o individualismo, as relações aligeiradas e superficiais, o excesso de estímulo, de atividades e de trabalho.
A família contemporânea sofre o impacto dessas transformações. Ela é o resultado de um processo histórico que traz no bojo papéis com novos arranjos, que redesenham novas configurações, gerando novos conceitos e olhares sobre si. Ao constatar que o conceito de família vem se diversificando pela diversidade de configurações (nuclear, monoparental, reconstituídas, homoparental, etc.) e pelas (re) definições sobre o que e quem define família (consanguinidade x laços de afeto), tem-se optado pelo termo famílias no plural, para contemplar a pluralidade de formas de ser e viver em família (Osório, 2011; Wagner, Tronco, & Armani, 2011).
As famílias são consideradas um microssistema fundamental para o desenvolvimento humano, sendo em geral o contexto no qual a maioria das pessoas estabelecem as suas primeiras relações interpessoais (Morais, Lima, & Fernandes, 2014). Por microssistema se entende o ambiente imediato em que a pessoa em desenvolvimento estabelece interações face a face, por meio de vivências baseadas na afetividade (Bronfenbrenner, 1979/1996).
A Abordagem Bioecológica do Desenvolvimento Humano (ABDH) apresenta-se como recurso teórico para compreender e estudar a família (Martins & Szymanski, 2004), que apreende o indivíduo em sua complexidade sistêmica, pois prevê que para a compreensão das vivências da família (no caso específico desse artigo – o lazer), cada pessoa seja estudada à luz de seus processos biopsicológicos e em interação com os diferentes contextos nos quais está inserida, desde aos mais imediatos até os mais remotos, ao longo do tempo (Narvaz & Koller, 2011). Dessa forma, entende-se o lazer como um processo proximal, que demanda a participação ativa do indivíduo (ou família) em interações recíprocas com outras pessoas, objetos e símbolos no seu ambiente, que pode facilitar o desenvolvimento e a dinâmica familiar (Bronfenbrenner,1997/1996).
A família se apresenta como o núcleo observado nesse estudo, como um microssistema no qual cada membro (pessoa) vivencia e percebe o lazer como uma das interações que pode favorecer seu desenvolvimento. O mesossistema é o conjunto dos microssistemas (família, escola, amigos, trabalho) em que a pessoa ou família interagem no seu processo de desenvolvimento. O exossistema é construído por ambientes nos quais a pessoa não participa ativamente, mas que exercem influência indireta no seu desenvolvimento, como o trabalho dos pais e a rede de apoio, podendo afetar de maneira positiva ou negativa a vivência do lazer em família. O macrossistema é constituído pelas ideologias, crenças, valores, religiões, formas de governo, culturas e subculturas presentes no dia a dia das pessoas, influenciando no seu desenvolvimento.
A literatura menciona a importância do lazer na vida em família e destaca sua contribuição ao longo de todo ciclo vital, ressaltando as interações significativas que promove e suas contribuições ao bem-estar da família (Azevedo & Carvalho, 2006). Cada família tende a escolher atividades de lazer de acordo com os objetivos priorizados para cada fase da vida, tais como compreender o mundo infantil; compartilhar e transmitir conhecimentos na fase adulta; brincar com os netos e ensiná-los na fase ampliada da família (casamento dos filhos e nascimento dos netos). Dessa forma, os conteúdos das situações de lazer vividas sozinho ou com membros da família dependem da fase de vida e refletem as tendências culturais (Iwanowicz, 2000).
Apesar de todo interesse científico pelo lazer e sua importância na construção de interações familiares saudáveis, uma revisão sistemática revelou a escassez de publicações, principalmente, brasileiras, acerca do lazer a partir da compreensão do microssistema família (Roberto, 2014). O presente artigo tem como objetivo, portanto, compreender a vivência do lazer a partir da perspectiva do grupo familiar, descrevendo as possíveis influências da experiência do lazer na dinâmica das mesmas. Espera-se com esse estudo contribuir ao campo de estudos do lazer, assim como dos estudos sobre família. Em especial, valoriza-se o foco na temática do lazer, o qual – conforme já mencionado – está associado a experiências prazerosas e à satisfação com a vida.
MÉTODO
DELINEAMENTO
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de natureza exploratória e descritiva.
PARTICIPANTES
Participaram do estudo três famílias (incluindo crianças, adultos e idosos) escolhidas através de sorteio entre as participantes do Projeto "Família Nosso Bem Maior" que tem como objetivo estreitar os vínculos da família com a escola e dos pais com seus filhos - realizado em uma escola da rede particular no interior do Ceará. O número de famílias pa rticipantes atendeu ao critério de saturação. Já a escolha do local de recrutamento das famílias foi por conveniência, dada a facilidade de acesso da pesquisadora a essa instituição.
A Tabela 1 apresenta uma descrição detalhada das famílias participantes desse estudo, descrevendo para cada componente os seguintes aspectos (idade, escolaridade e ocupação).
A análise da Tabela 1 mostra que duas famílias (Famílias 1 e 2) são nucleares e que apenas a terceira tem a presença de outros familiares (avós e tios). Duas delas têm três filhos (Família 2 e 3) e a primeira, um único filho. Em duas famílias as mães são donas de casa. Na segunda família a mãe exerce uma atividade remunerada. Dois pais são comerciantes (Famílias 1 e 3) e um é policial (Família 2). A renda média das famílias é de R$ 5.800,00, variando de R$ 3.400,00 a R$ 8.000,00.
INSTRUMENTOS
Questionário socioeconômico: especialmente elaborado para esse estudo pelas autoras do artigo, contém itens como sexo, idade, escolaridade, religião, renda familiar, ocupação, escolaridade e composição familiar.
Entrevista estruturada com o Grupo Familiar: a entrevista elaborada pelas autoras do estudo para essa pesquisa é composta de seis questões: descrição de um dia típico da semana e do final da semana; definição de lazer; principais atividades de lazer vivenciadas pela família e individualmente por cada um dos membros; avaliação dos momentos de lazer em família; percepção acerca da contribuição dos momentos de lazer em família para o bem-estar da família e dificuldades para vivenciar o lazer em família. Foi solicitado que as famílias registrassem com fotos os momentos considerados como vivência do lazer em família. Em seguida, marcou-se um momento para os participantes descreverem as impressões e significados dessas fotos. A primeira autora os estimulou perguntando: onde e como foi tirada; por quem; como se deu a escolha do espaço/atividade a ser fotografado; quem estava presente e, especialmente, os sentimentos e as percepções acerca da atividade de lazer vivenciada em família.
PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS
Após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética da Universidade de origem das autoras, a pesquisa foi apresentada às famílias. Esclareceu-se que elas responderiam um questionário sociodemográfico e a uma entrevista em que deveria contar com o maior número de integrantes possível. Após o aceite, a primeira autora deu início à coleta de dados nas residências dos participantes.
A entrevista foi realizada com o maior número possível de integrantes do grupo familiar, independentemente do tipo de configuração familiar (nuclear, monoparental, extensa, etc.). O local e hora da entrevista foram acordados com cada família. A entrevista durou em média quarenta e cinco minutos e foi conduzida pela primeira autora. Após a primeira entrevista, solicitou-se que as famílias registrassem em fotografias alguns momentos de lazer. No segundo encontro, que durou cerca de quarenta minutos, pesquisadora e participantes conversaram sobre as fotos. Este segundo momento de entrevista (acerca das fotografias) foi igualmente gravado e transcrito para posterior análise.
PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE DADOS
Tanto as entrevistas estruturadas do grupo familiar, quanto o conteúdo das falas dos participantes acerca das fotografias foi submetido à Análise de Conteúdo (Bardin, 1979). Primeiro organizou-se as temáticas através de leitura flutuante, formulação de hipóteses, objetivos e elaboração de indicadores. Depois, partiu-se para as unidades de registro e codificação dos dados. As temáticas foram categorizadas a partir das classificações dos dados por semelhanças e diferenciações. Para fins de análise e discussão dos dados desse estudo, utilizou-se como base teórica alguns conceitos da Abordagem Bioecológica do Desenvolvimento Humano e a literatura sobre lazer e família.
PROCEDIMENTOS ÉTICOS
Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da instituição de origem das autoras (CAAE: 16559519.4.0000.5052). Após a explicação dos objetivos da pesquisa e a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), solicitou-se a todos os participantes adultos das famílias que concordaram em participar do estudo que assinassem o referido termo. No caso de crianças e/ou adolescentes, os pais assinaram o TCLE.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Análise de Conteúdo gerou quatro categorias temáticas, definidas a priori a partir do roteiro de entrevista: concepções de lazer; atividades de lazer vividas em família; avaliação dos momentos de lazer em família e consequências para a dinâmica da família; e, por fim dificuldades para a vivência do lazer em família.
CONCEPÇÕES DE LAZER
Acerca do que entendiam como lazer, os participantes elencaram diversas atividades, como por exemplo: sair com as crianças; ir à praia ou rio; visitar a sogra; ficar com o marido ou filhos; viajar; caçar; pescar; ter um tempo para cuidar de si; cuidar da mente; fazer o que gosta; jogar futebol, dentre outras. Verifica-se que os participantes para definirem o que para eles é lazer, tenderam a dar exemplos de atividades que realizam, conforme ilustram os trechos:
Sair com as crianças, ir a uma praia, um rio. Na minha sogra, no Castanhão [açude], vamos à barragem com as crianças. Ficar com meu marido, filhos, com minha família, isso é lazer. Sempre trabalhando, aquela correria do dia-a-dia e final de semana é pra gente (Mãe, Família 3).
Lazer é o momento de relaxar na vida, descontração, se não tiver, não se vive como é pra viver (Filho, Família 2).
Na primeira fala, a participante faz uma analogia ao tempo social, um tempo de aceleração que leva as pessoas a uma arritmia e no qual apenas o presente é valorizado (Rocha & Sousa, 2014). O conceito de lazer como direito universal, enfatizado pelo filho da Família 2, o coloca como uma necessidade vital, atrelada à qualidade de vida, a qual não deveria ser considerada como luxo ou privilégio de poucos (Crespo, 2011). Além disso, segundo o artigo 24 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU, 1948), o lazer é um direito o qual ninguém deve ser privado. Tal direito está relacionado ao tempo de lazer individual e familiar, envolvendo diretamente a qualidade de vida dos indivíduos.
A dimensão do lazer como consumo gerador de prazer é evidenciada na fala do Pai da Família 1: "Ficar com a família, pescar, brincar com o filho; ir à praia com a família, ir ao shopping, fazer compras". Essa concepção ilustra uma noção de lazer característica da sociedade contemporânea - lazer como possibilidade de consumo (Aquino & Martins, 2013).
A vinculação do lazer à dimensão criativa foi mencionada pela Mãe da Família 1: "Fazer meus bichinhos de artesanato". Através do lazer, a participante pode se engajar em atividades que proporcionam autonomia pessoal e dignidade de viver cotidiano. O tempo vivido para si e a oportunidade de fazer o que se gosta também foi citado por uma integrante da Família 3 (tia): "Lazer é um tempo que a gente tira pra cuidar de si. Cuidar da mente, fazer o que se gosta". Pode-se inferir que esse lazer é uma relação sujeito e experiência vivida, atividade de satisfação, considerando-o como parte da vida, como disponibilidade da pessoa (tia) para vivenciar um tempo, no qual as obrigações laborais foram suspensas e ela passa a fruir dessa experiência ímpar (Marcellino, 2002).
A partir da diversidade de atividades descritas e concepções envolvendo o lazer, verifica-se que este é um tema amplo, ligado a diferentes aspectos e circunstâncias como sexo, etnia, escolaridade, status socioeconômico, habilidades físicas, história de vida, valores pessoais etc (Avital, 2015; Mielke, Malta, Sá, Reis, & Hallal, 2015). Por exemplo, as diferenças entre os gêneros nas participações de lazer estão relacionadas à estrutura e normas sociais, refletindo aspectos culturais mais amplos, de forma que, em última instância, cada pessoa tende a definir e vivenciar o lazer de forma única.
ATIVIDADES DE LAZER VIVIDAS EM FAMÍLIA
Viajar se destaca na lista de atividades de lazer vivenciadas pelas famílias. A preferência tem relação com a insatisfação em relação às estruturas de lazer e até mesmo de comércio/serviços oferecidas na cidade, como também, pelas características biopsicológicas e as características construídas na interação com o ambiente. A Família 1, por exemplo, possuía vivências anteriores em cidade grande – capital.
Lazer aqui? Como? Não tem. Viemos de uma cidade grande, capital e no começo foi muito difícil, agora estamos nos acostumando e descobrimos algumas opções como: viajar a Mossoró [município do interior do RN], Limoeiro [município do interior do CE] e, também à Fortaleza. Lá sim, podemos ir ao Shopping, que tem muitas opções de divertimento, principalmente pro nosso filho. Ir ao cinema, enfim, é bem melhor (Pai, Família 1).
A cidade tem muito lugar bonito e bom pra se ir, gosto muito, mas minha filha mora em Mossoró e é muito bom ficar todo mundo junto, brincando, conversando, a família toda junta, unida, isso é muito bom mesmo (Avó Materna, Família 3).
Viajar é uma possibilidade de um afastamento do cotidiano, coberto de subjetividade e, portanto, de uma nova busca de prazer (Beltrán-Bueno, & Parra-Meroño, 2017). Nesse sentido, a motivação da Família 1 encontra-se na insatisfação com estruturas oferecidas pela cidade e, principalmente, no resultado e envolvimento advindos da experiência de viajar e no que a capital oferece. A Família 3 parece ser mais motivada pela afetividade, pelo desejo de se reunir com outros membros da família, como expressou a avó materna.
Na preferência das famílias pesquisadas, ir à praia, tomar banho de rio e açude ocupam uma segunda posição. Além de serem atividades prazerosas, fazem parte dos costumes culturais da cidade. Nos feriados e nas férias, os habitantes da cidade, independentemente da classe socioeconômica, costumam ir a uma praia situada na cidade vizinha. Um hábito que advém do fato da cidade não ser litorânea. Banho de açude, por ser uma atração diferente das oferecidas na cidade, também proporciona interações com outros membros da família (no caso da Família 3). O banho de rio é a atividade de lazer mais realizada por quem não tem condição financeira ou não quer viajar.
Brincar - terceira atividade mais citada pelos participantes - significa um caminho natural do desenvolvimento humano, gerando efeitos de competência e um alicerce sólido para o desenvolvimento cognitivo e emocional (Cordazzo & Vieira, 2007). O brincar na percepção dos participantes significa agir de maneira lúdica e criativa proporcionando bem-estar ao microssistema familiar. Ademais, o brincar está relacionado com o desenvolvimento de funções neuropsicológicas na infância, visto que estimula as atividades executivas, contribuindo assim com a memória, as habilidades sociais e a flexibilidade cognitiva da criança (Fahel & Pinto, 2017).
O espaço potencial entre a subjetividade e sua expressão objetiva se dá na experiência da criança, do adolescente e também do adulto. Todos brincam em conformidade com sua idade e seus processos de maturação. Desse modo, não importa o brinquedo e/ou a atividade realizada, mas o processo e o que ele potencializa, conforme ilustrado nas falas seguintes: "Jogar de bola com o papai." (Filho, Família 1) e "Brincar de fazer bonecas com minhas netas....ah...ah! me lembro da infância, fico feliz e com saudade daqueles tempos, tempos bom." (Avó materna, Família 3)
O futebol e o videogame foram a quarta atividade de lazer mais mencionada pelos participantes. Futebol foi a mais citada pelos homens. As meninas são menos incentivadas que os meninos por parte da família a participarem e a falarem sobre futebol. Conforme relata o Pai, Família 2: "O futebol é uma atividade que faço com meu filho e, às vezes, com meus amigos."
Pescar e caçar são respectivamente a quinta e sexta atividade de lazer em família. Mas somente uma mulher falou claramente sobre essas atividades. Isso permite inferir que a pesca feminina não faz parte da cultura local. Paraíso (2010) clarifica que as práticas (atividades) de lazer devem ser analisadas como textos culturais e, ao investigá-las, o pesquisador deve observar o que é ensinado, preservado e divulgado. Nesse sentido, as atividades são compreendidas como artefatos culturais que espelham e produzem a cultura.
AVALIAÇÃO DOS MOMENTOS DE LAZER EM FAMÍLIA E CONSEQUÊNCIAS PARA A DINÂMICA FAMILIAR
A avaliação que as famílias fizeram dos momentos de lazer não decorre das atividades em si, mas dos significados que cada um conferiu a essas atividades. Uma mesma atividade pode ser vista como prazerosa, tediosa ou até mesmo nem ser considerada como lazer (Witt & Bishop, 2009), favorecendo ou não a dinâmica familiar.
Acerca das consequências que a vivência do lazer pode trazer para a dinâmica da família, verificou-se que os participantes entendem o lazer como um contexto para afirmação (consolidação) da família, facilitando os processos proximais. O lazer com os filhos e/ou cônjuge implica um interesse comum e um contexto de interação que foi apreendido pelos adultos como oportunidade para fortalecer os laços entre os membros da família e construir um sentido de família (Freysinger, 1995; Orthner & Mancini, 1990). Em síntese, o lazer aproxima, agrega e facilita as interações, trazendo bem-estar e melhorando a dinâmica familiar, conforme ilustram as seguintes falas: "É muito gostoso todo mundo junto, fico feliz." (Mãe, Família 2); "Traz alegria, bem-estar, fico feliz... Muito feliz, ter a família toda, participando, não é?" (Pai, Família 1); e "Momentos muito bons, especiais, pois brincar com os filhos ajuda na aproximação." (Pai, Família 2)
A coparticipação da família em atividades de lazer pode influenciar positivamente a satisfação da família, suas interações, favorecendo a estabilidade familiar. As avaliações realizadas pelos membros das famílias participantes do estudo referendam essa teoria: "Me sinto confortável, estou com quem eu quero, com minha família." (Mãe, família 1); "Todo mundo junto, acho bom, fico feliz. (...) me sinto muito bem com todos na minha presença, fico muito feliz." (Avó, Família 3); e "Momentos de alegria que não trocaria por nada." (Pai, Família 1) O brincar em família, presente em várias falas, enfatiza a relação entre o brincar e a possibilidade de integração da família e expressão de afeto: "Brincar junto é importante a partir do momento que acontece a integração da família, a expressividade do afeto" (Tia, Família 3). E esse "brincar junto" se refere a todo grupo familiar 3 que durante a pesquisa fez alusão ao prazer de estarem juntos e das muitas conversas e brincadeiras vivenciadas por todos.
A Família 3, constituída de quatro gerações, permitiu uma análise da experiência do lazer em família em ciclos vitais variados. Demonstrando que o afeto aproxima e diminui a distância das etapas diferentes do ciclo vital: "Tudo unido, se divertindo junto. A união vale tudo. Estou muito feliz com os meus netos. Um faz bem ao outro." (Avó Materna, Família 3).
Goldfarb e Lopes (2006), ao teorizarem sobre o relacionamento intergeracional, apontam como natural o encontro das gerações e que o papel da família é constituir laços fortes e vínculos duradouros, além de promover a autonomia e independência dos seus membros. Vivências de lazer em família, além de recreativas e lúdicas, possibilitam aproximações que enriquecem as interações.
As avaliações das vivências de lazer em família foram tecidas no viés da positividade, sustentadas por percepções como: dão alegria a todos; promove a integração da família; favorece o diálogo e a aproximação; traz bem-estar à família. Algumas falas ratificam essas percepções: "Lazer em família é muito bom, a gente aprende um pouco mais da vida do outro pra ajudar. E pelo fato de estar junto." (Filha Adolescente, Família 3) e "Quando estou em lazer na família fico bem, é tão bom. É um bem-estar para todos. Muito bom mesmo, uma integração." (Mãe, Família 2)
As experiências guardam um sentido conotativo ao considerar o significado que têm para as pessoas em interação da vivência naquele ambiente, para além das características objetivas do meio. Os processos proximais acontecem no contexto dos microssistemas, alavancando o desenvolvimento. Mas a eficácia desses padrões depende da estrutura e do conteúdo desses processos. As falas da Família 1 sobre as fotos dos momentos de lazer em família ilustram o conteúdo acima: "É uma experiência boa, ficamos felizes ao olhar pro nosso filho tão feliz brincando." (Pai, Família 1 – A foto retrata a mãe, o pai sorrindo e observando o filho brincar no parquinho de um shopping em Fortaleza); e "Meu quebra-cabeça tá lindo! Meu pai e minha mãe montou comigo. Tô feliz." (Filho/criança, Família 1 – A foto retrata os pais e a criança montando o quebra-cabeça). Na fotografia 3, também tirada em casa, pai, mãe e filho estão em frente à sua residência. A mãe sentada na calçada (sorrindo muito) e o filho ajudando o pai a plantar uma árvore. "Meu filho gosta muito de plantas e nós também. Um dia desse me pediu pra plantar girassol, hoje foi uma árvore. Estamos felizes." (Mãe, Família 1)
A Família 2 escolheu três fotografias. Na primeira, todos tomam banho de rio e estão muito risonhos. O pai com a filha nas costas, o filho/adolescente brincando de bola com a irmã menor. A mãe não aparece porque foi a fotógrafa. "Estávamos na Ilhota [rio], você sabe onde é, não sabe? Foi muito legal, fiquei muito feliz e fiz questão de registrar esses momentos." (Mãe, Família 2). A segunda fotografia retrata toda a família: a mãe, o pai com a caçula no colo e, em segundo plano, o filho adolescente e a outra filha. Todos sorrindo, seus semblantes irradiam alegria. A foto foi feita na praia, mas não retratou o contexto (praia-mar), apenas os membros da família (como uma selfie). O pai ao falar do que representava esse momento ficou emocionado e se expressou assim:
Foi um momento mágico. Como já falei, meu trabalho demanda muito ou quase todo o meu tempo. Como policial não tenho hora nem dia certo pra viajar, ficando difícil pra nós a vivência do lazer. Mas quando posso sempre é muito gostoso e importante pra todos nós (Pai, Família 2).
A terceira foto traz apenas o pai (com sorriso largo no rosto), o filho/adolescente e a filha do meio. A caçula (denominação dada pela mãe) estava com a mãe, registrando o momento de lazer. Sobre ele, a mãe e o filho/adolescente se colocaram, assim:
Essa também foi na Ilhota [rio]. É o lugar mais perto para fazer lazer em família. Tem o rio pra tomar banho, brincar e se tem a opção das barracas com comidas. Todo mundo muito feliz mesmo (Mãe, Família 2).
Momentos de muita alegria, oportunidade de juntar toda família, ficar perto dos pais, pois ele viaja muito e fica difícil fazer lazer com todos. Estou muito feliz (Filho, Família 2).
Quanto às fotografias, a Família 3 escolheu apenas duas fotos. A primeira foi tirada em uma praia da cidade vizinha e estavam presentes o pai, a mãe com a "pequena" (denominação dada pela mãe) nos braços e os dois filhos. Apenas a filha mais velha sorria.
Quem tirou a foto foi minha tia, o sol estava quente e todo mundo fez careta, só eu sorri. Mas foi muito legal, me diverti muito apesar de ter quer ajudar a minha mãe a cuidar da minha irmãzinha (Filha/adolescente, Família 3).
A segunda fotografia foi tirada em Mossoró (cidade do interior do RN) na casa de outro membro (filha) da família. Na foto, a avó e o avô estão sentados numa cadeira à beira da piscina. O pai, a mãe, a tia e os sobrinhos estão em pé. Todos sorriem.
Fiquei muito feliz ao registrar esses momentos. Trata-se de um momento interessante, importante para os filhos, pela presença mais intensa dos pais, e importante também para os pais que percebem a necessidade de estarem mais presentes, no dia-a-dia de seus filhos. Entendemos que o lazer em família torna mais cúmplice a relação entre pais e filhos. É um momento de crescimento enquanto família, que deve ser vivenciado mais rotineiramente. (Pai e Mãe, Família 2).
Outros integrantes da Família 2 confirmam a satisfação e alegria com a cena retratada: "Gosto muito de vir pra cá, brinco muito com meus irmãos e primos, é muito legal. Só não gosto mais porque tenho que acordar muito cedo pra viajar." (Filha, Família 3). "Como na cidade não tem o que eu gosto, adoro vir pra cá, além de reunir a família, aproveito pra ir ao cinema, a uma livraria. Fico muito feliz." (Tia, Família 3); e "A dificuldade é viajar, já sou velha, doente e acho cansativo, mas fico feliz, vejo minha outra filha, meus netos, a família unida, fico feliz sim." (Avó, Família 3).
A partir das imagens e depoimentos se conclui que o lazer favoreceu a convivência entre o grupo familiar; ampliou as relações de amizade, proporcionou troca de experiências; potencializou a família como um microssistema importante para o desenvolvimento de todos. Foi consenso nas três famílias que vivenciar atividades de lazer em família promove diálogo, aproximação, compreensão e alegria (Azevedo & Carvalho, 2006).
DIFICULDADES PARA A VIVÊNCIA DO LAZER EM FAMÍLIA
Das dificuldades apresentadas pelas famílias para a vivência conjunta do lazer em família, a mais citada foi a questão do tempo (Família 1 e 3) e o fator econômico (Família 2), como ilustrado nas frases a seguir: "No final do mês o dinheiro acaba, aí fica difícil ter lazer, são três filhos... Fica complicado.." (Pai, Família 2) e "Lazer aqui é muito complicado, se não for particular, oferecido pelo poder público não tem quase nada." (Mãe, Família 2). No caso da família 3, além do tempo, ela teve que solucionar demandas advindas dos ciclos vitais (transgeracionalidade) para conciliar as divergentes preferências de lazer: "É difícil de combinar os horários da minha tia, tem minha irmã pequena, meu pai viaja, minha avó dorme cedo, é duro pra juntar todo mundo." (Filha, Família 3).
Além do tempo livre, as dificuldades estão no macrossistema e nas características pessoais dos membros de cada família. O trabalho dos pais (exossistema) também aparece como potencializador (família1) e como disfuncional (famílias 2 e 3). Essas dificuldades encontradas na vivência do lazer advêm do microssistema família, das transições e interações do exossistema (trabalho dos pais) e também do macrossistema (cidade em que se vive, suas ideologias, instituições sociais, formas de governo, religiões). Contextos que afetam a vida dos membros das famílias pesquisadas, influenciando o desenvolvimento do microssistema familiar e, consequentemente, as vivências de lazer.
Nessa pesquisa, cada membro da família olhou as dificuldades de vivenciar essa experiência de lazer, reconstruiu e potencializou recursos (qualidades positivas) para superá-las. A Família 1 tem um grau de exigência maior acerca da disponibilidade de ofertas de lazer na cidade do interior em que vivem, por já terem vivido na capital. Na Família 2 as dificuldades relacionadas a tempo (pai policial militar com pouco tempo livre) e dinheiro (mesossistema – trabalho) foram superadas com o planejamento do tempo e a busca de uma atividade gratuita, no caso, banho de rio.
No que diz respeito às dificuldades trazidas pela Família 3, elas passam por diversas questões como: maior número de integrantes (oito pessoas); diferença de idades e preferências e dificuldades advindas do macrossistema (cultura da cidade em que vivem). No entanto, a concepção positiva de família e como esse grupo a internaliza, favoreceu o intercâmbio geracional: aumento da vitalidade; capacidade para enfrentar as doenças; oportunidades de aprendizagem; o não isolamento; fortalecimento da autoestima e dos laços familiares (Crespo, 2011). Alicerçada nessa concepção, essa família percebeu suas dificuldades de vivência do lazer, mas se mobilizou para vivenciar essas atividades para além das dificuldades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O artigo teve como objetivo compreender a vivência do lazer a partir da perspectiva do grupo familiar, descrevendo as possíveis influências da experiência do lazer na dinâmica das mesmas. Verificou-se que as atividades e concepções de lazer que foram descritas são variadas, refletindo a influência do contexto sociocultural e a experiência subjetiva que cada integrante do grupo familiar tem acerca desse construto. Todas as famílias mencionaram os efeitos positivos que a vivência coletiva do lazer gera em suas dinâmicas, seja porque favorecem a convivência, o diálogo, a aproximação ou a alegria no sistema familiar. No entanto, as limitações de tempo, dinheiro, opções de lazer e as limitações de conciliar demandas de gerações diferentes foram descritos como aspectos que dificultam a vivência do lazer em família.
Espera-se que os resultados desse estudo provoquem reflexões sobre a importância dessa vivência no que diz respeito à potencialização dos processos proximais, suscitando o desenvolvimento de intervenções psicoeducativas que contribuam e fortaleçam o lazer em família. Urge uma nova educação para o lazer, na qual este não esteja vinculado estritamente a consumo, mas ao cuidado genuíno de si e do outro e, consequentemente, vinculado à promoção de saúde e satisfação com a vida. Além disso, chama- se a atenção para a necessidade que políticas públicas de lazer possam ser incrementadas. Estas devem promover espaços públicos de lazer (praças, academias de ginástica, quadras esportivas, bibliotecas, teatros, cinemas e museus), os quais tenham acesso gratuito e possibilitem o acesso de famílias de diferentes estratos econômicos e sociais.
Em termos metodológicos, o estudo considerou múltiplas vozes em diferentes momentos do ciclo vital (crianças, adolescentes, adultos e idosos) e as relações entre seus subsistemas (conjugal, fraterno, paterno). A análise de fotografias como recurso metodológico permitiu maior apreensão dos sentidos do lazer em família, pois as imagens autoproduzidas e autointerpretadas possibilitaram a captação de novos olhares dos participantes, ampliando os sentidos explicitados nas entrevistas. Estudos futuros poderão investir no desenvolvimento de metodologias como observação participante ou etnografia, além de focarem em famílias de outras configurações (monoparentais e homoparentais, por exemplo) ou de estratos mais vulneráveis econômica e socialmente.
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Endereço para correspondência
Normanda Araujo de Morais
E-mail: normandaaraujo@gmail.com
Recebido: 12/06/2019
Reformulado: 23/04/2020
Aceito: 24/04/2020
1 Fátima Maria da Costa Roberto é Mestra em Psicologia pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Integrante do Laboratório de Estudos dos Sistemas Complexos: casais, família e comunidade (LESPLEXOS).
2 Ana Paula Pereira Macedo é graduanda em Psicologia pela UNIFOR. Integrante do LESPLEXOS.
3 Normanda Araujo de Morais é Doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Docente do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Unifor. Coordenadora do LESPLEXOS.