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Psicologia USP

On-line version ISSN 1678-5177

Psicol. USP vol.7 no.1-2 São Paulo  1996

 

ARTIGOS ORIGINAIS

 

Adaptação do Inventário de Estratégias de Coping1 de Folkman e Lazarus para o português2

 

The adaptation of Coping Strategies Inventory by Folkman and Lazarus into Portuguese

 

 

Mariangela Gentil Savóia; Paulo Reinhardt Santana; Nilce Pinheiro Mejias

Departamento de Psicologia - Universidade São Marcos
Instituto de Matemática e Estatística e Instituto de Psicologia - USP

 

 


RESUMO

Este estudo tem por objetivo adaptar o Inventário de Estratégias de Coping para o português. Para a tradução foram utilizados quatro juízes, que indicaram ser a tradução fidedigna ao inventário original com relação à interpretação das questões. Para a precisão foram utilizados os procedimentos de teste e reteste e o método das metades. Para a validade, validade concorrente, fatorial e consistência interna. Os resultados dos testes indicam que a adaptação do questionário é satisfatória. Os sujeitos responderam de maneira coerente ao questionário, os itens apresentaram consistência interna, a análise fatorial foi altamente consistente em relação ao estudo norte-americano e os grupos estudados mantêm uma certa homogeneidade quanto à resposta a uma determinada estratégia de coping.

Descritores: Inventário de estratégias de coping. Comportamento de coping. Precisão dos testes. Validade estatística. Estresse.


ABSTRACT

The purpose of this study is to adapt to Portuguese Folkman and Lazarus' questionnaire on the ways of coping with stressful life events. A translation of this questionnaire to Portuguese was first examined by four judges, who considered it adequate in terms of interpretation. The reliability of the Portuguese form was estimated by test-retest and split-half methods. The validity was basically evaluated by the factor analysis method. The results showed correspondence between the original form of the questionnaire and its translation .

Index terms: Coping Strategies Inventory. Coping behavior. Test reliability. Statistical validity. Stress.


 

 

O volume da literatura em relação a medidas de coping não tem se mostrado extenso quanto à quantidade de instrumentos construídos, inclusive no Brasil.

As medidas de coping refletem as classificações de estratégias adotadas pelos autores. Assim, Moss e Billings (l982) organizaram estas estratégias em três diferentes áreas, de acordo com a preferência do sujeito: enfoque avaliativo - avaliar e reavaliar uma situação, tentando definir o seu significado; enfoque no problema - lidar com situações de realidade, modificando ou eliminando as fontes de estresse; enfoque emocional - trabalhar as emoções causadas pelos estressantes procurando manter o equilíbrio afetivo. Estas categorias não são mutuamente exclusivas e os processos de medida que elas implicam são de difícil interpretação.

O inventário de estratégias de coping de Folkman e Lazarus (1985) é um questionário que contém 66 itens que englobam pensamentos e ações que as pessoas utilizam para lidar com demandas internas ou externas de um evento estressante específico. Geralmente esse evento é relatado em uma entrevista com uma breve descrição de quem estava envolvido, o local em que se deu o evento e o que aconteceu. Cada administração do questionário centraliza-se no processo de coping e não-coping a uma situação particular como estilos ou traços de personalidade.

Stone e Neale (1984) desenvolveram uma lista com 55 itens que englobam a descrição de como os sujeitos haviam lidado com a situação estressante. Estes itens foram classificados em 8 categorias: distração, redefinição da situação, ação direta, catarse, aceitação, suporte social, relaxamento, religião.

McCrae (1984) desenvolveu um instrumento de 118 itens distribuídos em 28 categorias, em um estudo com o objetivo de verificar se as estratégias de coping são devidas a variáveis de personalidade; o que determinaria a escolha por uma ou outra estratégia, independente da situação estressante. Se isto fosse verdadeiro, poderíamos esperar um padrão de coping individual altamente consistente, para várias situações estressantes, o que não foi encontrado. Os resultados indicaram que é a situação que determina o padrão para estratégias de coping, e não variáveis pessoais. Tanto Stone e Neale (1984) quanto Folkman e Lazarus (1985) corroboram esta conclusão.

Lipp (1984) em seu Inventário de Controle de Estresse agrupa as estratégias de coping em: 1) aspectos fisiológicos que englobam exercícios físicos, práticas gerais de nutrição e saúde, formas de relaxamento; 2) sistemas de apoio, envolvendo o suporte social da família e de amigos, sessões de psicoterapia, freqüência a uma igreja; 3) trabalho voluntário, recreação e hobbies; 4) habilidades interpessoais e de controle que englobam treinamentos e experiências de crescimento pessoal.

Dos instrumentos mencionados, o Inventário de Estratégias de Coping de Folkman e Lazarus (1985) foi escolhido para ser adaptado por ter sido construído e validado de acordo com os critérios técnicos de boa aceitabilidade e conteúdo. (Anexo 1).

Folkman, Lazarus, Dunkel-Schetter, De Longis e Gruen (1986) analisaram os itens deste inventário pela técnica estatística da análise fatorial, já que as pessoas usualmente elegem um grande número de estratégias frente a uma determinada situação, conforme sugeriam as pesquisas desenvolvidas por eles anteriormente.

Duas escalas foram construídas por meio da análise fatorial. A primeira escala é derivada de um estudo de eventos estressantes relatados por uma amostra de casais de meia-idade. A segunda é derivada de uma amostra de estudantes frente a um exame acadêmico. Os autores sugerem que em geral se utilize a primeira escala porque foi construída a partir de uma amostra grande de sujeitos e de muitos eventos estressantes. Entretanto, se a investigação envolve exames acadêmicos ou estudantes, a segunda escala poderia ser mais apropriada. Como se pretende com este estudo uma utilização mais geral para esse instrumento, optou-se por construir uma escala semelhante à primeira do estudo de Folkman e Lazarus. No estudo destes dois autores, a escala consiste em 8 diferentes "fatores", sugeridos pela análise fatorial, cada um avaliando a extensão com que um sujeito utiliza estratégias de coping. São os seguintes os fatores encontrados:

Fator 1 - confronto (itens 46, 7, 17, 28, 34 e 6); Fator 2 - afastamento (itens 44, 13, 41, 21, 15 e 12); Fator 3 - autocontrole (itens 14, 43, 10, 35, 54, 62 e 63); Fator 4 - suporte social (itens 8, 31, 42, 45, 18 e 22); Fator 5 - aceitação de responsabilidade (itens 9, 29, 51 e 25); Fator 6 - fuga-esquiva (itens 58, 11, 59, 33, 40, 50, 47 e 16); Fator 7 - resolução de problemas (itens 49, 26, 1, 39, 48 e 52); Fator 8 - reavaliação positiva (itens 23, 30, 36, 38, 60, 56 e 20).

Face às informações sobre a validade desta escala e as características do instrumento buscou-se neste estudo adaptar o inventário de coping para sua utilização em língua portuguesa. Para tanto tomou-se como modelo a adaptação do Inventário Sheppard feita por Neri (1986), cujo procedimento foi utilizado com algumas modificações. Embora o objeto de estudo seja diferente, os objetivos de trabalho são semelhantes: verificar a adequação da tradução do inventário, verificar a confiabilidade e a validade do instrumento com sujeitos brasileiros.

 

MÉTODO

ADEQUAÇÃO DA TRADUÇÃO DO INVENTÁRIO PARA O PORTUGUÊS

A tradução, realizada por Savóia, foi primeiramente submetida a revisão técnica de um professor do Departamento de Letras da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. A versão assim obtida foi aplicada a quatro outros psicólogos brasileiros com domínio da língua inglesa. Quinze dias mais tarde esses quatro psicólogos responderam à versão inglesa do Inventário.

VERIFICAÇÃO DA VALIDADE

Validação concorrente

A validade da forma do questionário em português foi verificada com 100 sujeitos universitários. A instrução dada era que se reportassem a uma situação de estresse ocorrida na última semana. Em seguida, foi aplicado o Inventário de Controle de Estresse de Lipp (1984), devendo o sujeito respondê-lo de acordo com a mesma situação de estresse eleita para o inventário em estudo.

Validação fatorial

Tal como no estudo de Folkman e Lazarus (1985) foi feita uma análise fatorial com rotação oblíqua (Guilford, 1954), isto é, foram encontrados os grupos de itens que se relacionam entre si e que avaliam o sujeito num padrão específico de comportamento ou fator. Foi também estimada a validade fatorial de cada item, ou seja, a correlação do item com o respectivo fator.

Consistência interna

Diz respeito à homogeneidade dos fatores dentro de um inventário. Para verificar a consistência interna foi calculada a correlação entre o escore total e cada fator. Este cálculo foi feito tanto com os dados obtidos com os sujeitos do estudo de validade quanto com os dados dos sujeitos do estudo de precisão, obtidos na sessão de teste.

VERIFICAÇÃO DA CONFIABILIDADE

Teste - reteste

A confiabilidade da forma em português foi verificada com 76 estudantes universitários brasileiros que responderam ao Inventário em duas ocasiões consecutivas, separadas por um intervalo de 15 dias. Em ambas as ocasiões os sujeitos foram instruídos a que respondessem referindo-se a uma mesma situação estressante, que deveria ter ocorrido uma semana antes da primeira aplicação. 37 sujeitos tiveram o reteste apresentado em forma distinta da do teste, sendo que a nova ordem das questões foi obtida por um sorteio aleatório. Foram calculados os coeficientes de correlação de Pearson entre os resultados do teste e reteste.

Método das metades

Além deste procedimento de teste-reteste, tal como foi feito por Neri (1986), foi utilizado o método das metades, ou seja, os itens que compõem este instrumento foram agrupados em duas metades, comparando-se as respostas dos indivíduos a estas metades. Nesta avaliação de precisão, foram utilizados os 71 escores obtidos na primeira aplicação do instrumento, já que este método requer apenas resultados de uma sessão. Cada fator foi subdividido em metades, que foram então comparadas. Além das correlações entre as metades de cada fator, foram estimados coeficientes de precisão de cada fator através da fórmula de Spearman e Brown (Anastasi, 1965).

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

TRADUÇÃO

Para verificar a adequação da tradução, foram obtidos coeficientes de correlação entre os escores do inventário aplicado em português e os escores do inventário aplicado em inglês para os quatro juizes. A menor correlação encontrada foi de 0,138, referente ao juiz C, e a maior, 0,703, referente ao juiz B. Para os juizes A e D, as correlações obtidas foram 0,552 e 0,401, respectivamente.

Estes resultados indicam que a tradução se manteve fidedigna ao original com relação à interpretação das questões.

VALIDADE

Validação concorrente

A fim de fazer comparações entre os instrumentos de Folkman e Lazarus (1985) e Lipp (1984) (validação concorrente), estabeleceu-se correspondências entre as categorias que continham conteúdos semelhantes. Como se pode constatar, as categorias avaliadas pelos dois instrumentos não são todas equivalentes. Para este estudo, as categorias dos dois testes que foram consideradas semelhantes para serem comparadas foram:

 

 

Para os demais fatores não foi possível estabelecer nenhuma correspondência, ou seja, o instrumento que se propunha a validar era mais abrangente em termos de categorias do que o concorrente, englobando mais atitudes e comportamentos que o instrumento de Lipp (1984), o qual, embora com objetivos diferentes dos de Folkman e Lazarus (1985) em estudo, era o único do conhecimento dos pesquisadores utilizado no Brasil.

Os resultados mostraram uma baixa correlação entre os escores totais dos dois instrumentos (0,143, p = 0,050); dando-se o mesmo quando comparados os fatores das duas escalas. (Tabela 1).

 

 

Pode-se explicar esta baixa correlação devido ao fato de que a variabilidade de medida dos dois instrumentos é discrepante. No instrumento em estudo (Inventário de Estratégias de Coping) cada fator apresenta uma variabilidade grande, isto é, os fatores que englobam um maior número de estratégias podem assumir valores entre 0 e 21 como, por exemplo, no fator 8 que contém 7 itens, onde cada um varia de 0 a 3. No concorrente (Inventário de Controle de Estresse) os fatores assumem valores de 0 ou 1. Isto torna compreensível e até esperada a não concordância entre os dois instrumentos. Portanto os instrumentos de que se dispunha, além de não categorizarem coping igualmente, apresentam escalas de medida muito diferentes.

Como foi dito anteriormente, o Instrumento de Lipp era o de que se dispunha para fazer este procedimento, mas devido ao acima exposto não se mostrou tão abrangente como a escala de medidas e categorias de análise do instrumento de Folkman e Lazarus. Isto se deve provavelmente aos objetivos de construção de cada escala. A de Lipp propõe-se a analisar comportamentos em situação terapêutica, sendo administrado e discutido face a face; a escala de Folkman e Lazarus foi construída com finalidades de pesquisa.

Validação fatorial

Através de análise fatorial, utilizando o método dos fatores principais com rotação oblíqua, obtiveram-se 8 fatores que correspondem às escalas de estratégias de coping (com explicação de 70,8% da variância total). Os resultados mostraram que grande parte dos itens encontrados em cada fator são os mesmos obtidos no estudo de Folkman e Lazarus, como se pode ver na Tabela 2.

 

 

Validação por consistência interna

Com relação à consistência interna, tanto para o grupo de validade quanto para o grupo de teste, obtiveram-se correlações entre fatores e escore total de 0,424 a 0,688, (p<0,001) como se pode ver na Tabela 3.

 

 

O teste de igualdade de correlações apresentado na Tabela 4 mostrou que as correlações obtidas, comparando-se fator a fator nos dois grupos, são estatisticamente iguais (p>0,120), indicando que os fatores mantêm homogeneidade quanto a resposta a uma determinada estratégia de coping.

 

 

PRECISÃO

Método teste-reteste

Foram calculados os escores totais em cada sessão, Total do Teste e Total do Reteste, e calculados os escores para cada fator (obtidos pela análise fatorial): Fator 1 - teste e Fator 1 - reteste, e assim sucessivamente, até Fator 8 - teste e Fator 8 - reteste. O coeficiente de correlação obtido entre os escores totais do teste e reteste foi de 0,704. Com relação às comparações dos fatores, a menor correlação obtida foi de 0,396, referente ao Fator 7 (Resolução de problemas), e a maior, 0,693 correspondente ao Fator 6 (Fuga-esquiva).

Os resultados mostraram que os sujeitos responderam ao questionário de maneira coerente, isto é, as respostas obtidas no reteste se mantiveram estáveis em relação ao teste. Isto se deu também no grupo que respondeu às questões com a ordem alterada, como pode ser observado na Tabela 5.

 

 

Método das metades

Com relação ao método das metades, todas as correlações obtidas apresentaram um nível descritivo p<0,001, indicando uma boa consistência interna. O Fator 4 (Suporte social) obteve a maior correlação e, conseqüentemente, o maior coeficiente de precisão, estimado pela fórmula de Spearman e Brown (0,663 e 0,797, respectivamente). Os menores valores encontrados foram referentes ao Fator 3 (Autocontrole), com 0,282 (correlação) e 0,440 (coeficiente de precisão). Estes dados encontram-se na Tabela 6.

 

 

CONCLUSÕES

Os resultados dos testes empregados mostraram que o instrumento é preciso e válido para o estudo de estratégias de coping, segundo os padrões comumente aceitos em Psicologia.

Foi possível demonstrar que existe correspondência entre a versão original em inglês e a sua tradução para o português. No que diz respeito à precisão pelo método teste-reteste, os sujeitos responderam ao questionário de maneira coerente, isto é, as respostas obtidas no reteste se mantiveram estáveis em relação ao teste. Pode-se dizer, portanto, que o instrumento tem uma boa estabilidade temporal. Com respeito à precisão pelo método das metades, podemos dizer que o instrumento tem uma boa consistência interna.

Os resultados da análise fatorial foram bastantes similares aos do estudo de Folkman e Lazarus (1985). As diferenças podem ser por exemplo, devidas a algumas diversidades culturais entre norte-americanos e brasileiros. Quanto à validação concorrente, foram obtidas correlações muito baixas, a maior parte não significante, o que pode ser devido a: a) diversidade de objetivos entre os dois testes; b) as estratégias de coping do instrumento de Lipp (1984) serem menos abrangentes; c) os níveis das escalas de medida dos instrumentos serem diferentes. A validação por consistência interna mostrou que os fatores mantêm uma certa homogeneidade quanto à resposta a uma determinada estratégia de coping.

Podemos dizer que os resultados obtidos nas tentativas descritas de se adaptar este Inventário já permitem que se parta para sua aplicação em estudos onde haja a necessidade de identificar maneiras de se lidar com o estresse.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANASTASI, A. Testes psicológicos: teoria e aplicação. São Paulo, Herder / EDUSP, 1965.         [ Links ]

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FOLKMAN, S. ; LAZARUS, R. S. ; DUNKEL-SCHETTER, C. ; DeLONGIS, A. ; GRUEN, R. J. Dynamics of a stressful encounter: cognitive appraisal, coping, and encounter outcomes. Journal of Personality and Social Psychology, v. 50, n. 5, p. 992-1003, 1986.         [ Links ]

GUILFORD, J. P. Psychometric methods. New York, McGraw Hill Book, 1954.         [ Links ]

LIPP, M. E. N. Stress e suas implicações. Estudos de Psicologia, v. 1, n. 3/4, p. 5-19, 1984.         [ Links ]

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MOSS, R. H. ; BILLINGS, A. Conceptualizing and measuring coping resources and process. In: GOLDBERGER, L. ; BREZNITZ, S. , eds. Handbook of stress: theorical e clinical aspects. New York, Free Press, 1982. p. 212-30.         [ Links ]

NERI, A. L. O Inventário Sheppard para medida de atitudes em relação à velhice e sua adaptação para o português. Estudos de Psicologia, v. 3, n. 1/2, p. 23-42, 1986.         [ Links ]

STONE, A. A. ; NEALE, J. M. New measure of daily coping: development and preliminary results. Journal of Personality and Social Psychology, v. 46, n. 4, p. 892-906, 1984.        [ Links ]

 

 

Agradecimentos: Professor Dr. Chisthopher John Pattison do Departamento de Línguas Modernas da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

1 Preferiu-se empregar o termo coping no seu original em inglês, devido à utilização generalizada desta expressão dentro da comunidade científica brasileira. O seu significado se aproxima das expressões "lidar com" ou "enfrentamento", ou seja, habilidades para lidar com ou enfrentar situações de estresse.
2 Este trabalho contou com apoio financeiro do CNPq.

 

 

ANEXO 1

Quadro 1: Inventário de Estratégias de Coping de Folkman e Lazarus

Leia cada item abaixo e indique, fazendo um círculo na categoria apropriada, o que você fez na situação _________________________, de acordo com a seguinte classificação:

0. não usei esta estratégia

1. usei um pouco

2. usei bastante

3. usei em grande quantidade

1. Me concentrei no que deveria ser feito em seguida , no próximo passo. 0 1 2 3
2. Tentei analisar o problema para entendê-lo melhor. 0 1 2 3
3. Procurei trabalhar ou fazer alguma atividade para me distrair. 0 1 2 3
4. Deixei o tempo passar - a melhor coisa que poderia fazer era esperar, o tempo é o melhor remédio. 0 1 2 3
5. Procurei tirar alguma vantagem da situação. 0 1 2 3
6. Fiz alguma coisa que acreditava não daria resultados, mas ao menos eu estava fazendo alguma coisa. 0 1 2 3
7. Tentei encontrar a pessoa responsável para mudar suas idéias. 0 1 2 3
8. Conversei com outra(s) pessoa(s) sobre o problema, procurando mais dados sobre a situação. 0 1 2 3
9. Me critiquei, me repreendi. 0 1 2 3
10. Tentei não fazer nada que fosse irreversível, procurando deixar outras opções. 0 1 2 3
11. Esperei que um milagre acontecesse. 0 1 2 3
12. Concordei com o fato, aceitei o meu destino. 0 1 2 3
13. Fiz como se nada tivesse acontecido. 0 1 2 3
14. Procurei guardar para mim mesmo(a) os meus sentimentos. 0 1 2 3
15. Procurei encontrar o lado bom da situação. 0 1 2 3
16. Dormi mais que o normal. 0 1 2 3
17. Mostrei a raiva que sentia para as pessoas que causaram o problema. 0 1 2 3
18. Aceitei a simpatia e a compreensão das pessoas. 0 1 2 3
19. Disse coisas a mim mesmo (a) que me ajudassem a me sentir bem 0 1 2 3
20. Me inspirou a fazer algo criativo. 0 1 2 3
21. Procurei esquecer a situação desagradável. 0 1 2 3
22. Procurei ajuda profissional. 0 1 2 3
23. Mudei ou cresci como pessoa de uma maneira positiva. 0 1 2 3
24. Esperei para ver o que acontecia antes de fazer alguma coisa. 0 1 2 3
25. Desculpei ou fiz alguma coisa para repor os danos. 0 1 2 3
26. Fiz um plano de ação e o segui. 0 1 2 3
27. Tirei o melhor que poderia da situação, que não era o esperado. 0 1 2 3
28. De alguma forma extravasei meus sentimentos. 0 1 2 3
29. Compreendi que o problema foi provocado por mim. 0 1 2 3
30. Saí da experiência melhor do que eu esperava. 0 1 2 3
31. Falei com alguém que poderia fazer alguma coisa concreta sobre o problema. 0 1 2 3
32. Tentei descansar, tirar férias a fim de esquecer o problema. 0 1 2 3
33. Procurei me sentir melhor, comendo, fumando, utilizando drogas ou medicação. 0 1 2 3
34. Enfrentei como um grande desafio, fiz algo muito arriscado. 0 1 2 3
35. Procurei não fazer nada apressadamente ou seguir o meu primeiro impulso. 0 1 2 3
36. Encontrei novas crenças. 0 1 2 3
37. Mantive meu orgulho não demonstrando os meus sentimentos. 0 1 2 3
38. Redescobri o que é importante na vida. 0 1 2 3
39. Modifiquei aspectos da situação para que tudo desse certo no final. 0 1 2 3
40. Procurei fugir das pessoas em geral. 0 1 2 3
41. Não deixei me impressionar, me recusava a pensar muito sobre esta situação. 0 1 2 3
42. Procurei um amigo ou um parente para pedir conselhos. 0 1 2 3
43. Não deixei que os outros soubessem da verdadeira situação. 0 1 2 3
44. Minimizei a situação me recusando a preocupar-me seriamente com ela. 0 1 2 3
45. Falei com alguém sobre como estava me sentindo. 0 1 2 3
46. Recusei recuar e batalhei pelo que eu queria. 0 1 2 3
47. Descontei minha raiva em outra(s) pessoa(s). 0 1 2 3
48. Busquei nas experiências passadas uma situação similar. 0 1 2 3
49. Eu sabia o que deveria ser feito, portanto dobrei meus esforços para fazer o que fosse necessário. 0 1 2 3
50. Recusei acreditar que aquilo estava acontecendo. 0 1 2 3
51. Prometi a mim mesmo(a) que as coisas serão diferentes na próxima vez. 0 1 2 3
52. Encontrei algumas soluções diferentes para o problema. 0 1 2 3
53. Aceitei, nada poderia ser feito. 0 1 2 3
54. Procurei não deixar que meus sentimentos interferissem muito nas outras coisas que eu estava fazendo. 0 1 2 3
55. Gostaria de poder mudar o que tinha acontecido ou como eu senti. 0 1 2 3
56. Mudei alguma coisa em mim, me modifiquei de alguma forma. 0 1 2 3
57. Sonhava acordado(a) ou imaginava um lugar ou tempo melhores do que aqueles em que eu estava. 0 1 2 3
58. Desejei que a situação acabasse ou que de alguma forma desaparecesse. 0 1 2 3
59. Tinha fantasias de como as coisas iriam acontecer, como se encaminhariam. 0 1 2 3
60. Rezei. 0 1 2 3
61. Me preparei para o pior. 0 1 2 3
62. Analisei mentalmente o que fazer e o que dizer. 0 1 2 3
63. Pensei em uma pessoa que admiro e em como ela resolveria a situação e a tomei como modelo. 0 1 2 3
64. Procurei ver as coisas sob o ponto de vista da outra pessoa. 0 1 2 3
65. Eu disse a mim mesmo(a) "que as coisas poderiam ter sido piores". 0 1 2 3
66. Corri ou fiz exercícios. 0 1 2 3