EDITORIAL

Carta dos Editores

Gláucia Buratto Rodrigues de Mello; Wanderley Magno de Carvalho

Prezado leitor,

Consideráveis são as dificuldades para gerar, gerir e manter uma revista acadêmico-científica com acesso aberto à comunicação criteriosa, crítica e responsável de aspectos, discussões e resultados de pesquisas, estudos, experiências e com acesso livre aos leitores. Apenas com apoio institucional e um trabalho coordenado em equipe o torna possível. Por tudo isso, temos enorme satisfação nesta retomada da periodicidade da nossa Revista Saúde Mental e Subjetividade, contando com uma nova Comissão Editorial e renovado Conselho Científico. Os nossos sinceros agradecimentos às equipes anteriores, aos parceiros editores, aos autores, aos nossos pareceristas, à nova equipe da Revista e ao UNIPAC por seus apoios fundamentais que tornam possível a realidade desta Revista.

Como importante vetor para a transmissão de comunicações resultantes de produção científica do UNIPAC e de outras Instituições afins, a nossa publicação é destinada à difusão de conhecimentos no campo da Saúde Mental e na investigação de processos de subjetivação com apoio teórico transdisciplinar da Psicologia, ressaltando, neste campo, a nossa concepção e linha de pensamento pluralistas, ampliados para as psicologias. Afinal, são muitos os campos de atuação dos psicólogos e diversas são as linhas de abordagem teórica da psiquê e do comportamento humanos. Neste viés, a Revista acolhe artigos das várias linhas teóricas e orientações dos profissionais e pesquisadores desta e de outras ciências afins, através de artigos, ensaios, debates, conferências, entrevistas, resenhas e traduções para o interesse dos estudiosos, pesquisadores, professores, alunos, profissionais e curiosos pelo conhecimento e pela interlocução com a Saúde Mental.

Para este número, selecionamos oito artigos agrupáveis em dois conjuntos. O primeiro consiste na aplicabilidade dos postulados lacanianos à política de redução de danos no tratamento de usuários de drogas e de investigações psicanalíticas teóricas (sobre o nome Deus e o feminino, sobre a linguagem na esquizofrenia e sobre o que há de criticável em uma classe diagnóstica do DSM-V). O segundo conjunto traz artigos relativos a experiências de práticas, de implantação e de percepção dos Centros de Atenção Psicossocial, dispositivos que fizeram avançar a Reforma Psiquiátrica brasileira, ameaçada, atualmente, pela não-atenção das políticas públicas e por proposições ultrapassadas que podem representar severo retrocesso a velhas práticas, mascaradas por novas roupagens. Por fim, temos um artigo tratando do delicado e polêmico problema de saúde coletiva que é o suicídio, desde sempre negligenciado, e para o qual as autoras procedem histórica investigação com base em projetos de Lei tramitados nacionalmente na Câmara dos Deputados, apontando para aquele que deveria ser um urgentíssimo estabelecimento de políticas públicas.

Desejamos aos leitores proveitosa reflexão!