SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.69 issue1Cybernetic love exposure: should love be public or intimate?Motivation to read and demographic variables of students from São Paulo author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Services on Demand

article

Indicators

Share


Arquivos Brasileiros de Psicologia

On-line version ISSN 1809-5267

Arq. bras. psicol. vol.69 no.1 Rio de Janeiro  2017

 

ARTIGOS

 

Adaptação e estrutura interna do Inventário de Ansiedade-Estado Competitiva (CSAI-2) para bailarinos

 

Adaptation and internal structure of the Competitive State Anxiety Inventory (CSAI-2) for dancers

 

Adaptación y marco interno del Inventario de Ansiedad-Estado Competitiva (CSAI-2) para bailarines

 

 

Andressa Melina Becker da SilvaI; Sônia Regina Fiorim EnumoII; Isabella Goulart BittencourtIII; Lucas de Francisco CarvalhoIV; Murilo Fernandes de AraújoV; Renan de Morais AfonsoVI; Tatiane Stephan Rocchetti LuzVII

IDocente. Universidade de Sorocaba (UNISO). Sorocaba. Estado de São Paulo. Brasil
IIDocente. Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP). Campinas. Estado de São Paulo. Brasil
IIIPsicóloga. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Florianópolis. Estado de Santa Catarina. Brasil
IVDocente. Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Universidade São Francisco (USF). São Paulo. Estado de São Paulo. Brasil
VMestrando. Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP). Campinas. Estado de São Paulo. Brasil
VIPsicólogo. Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP). Campinas. Estado de São Paulo. Brasil
VIIMestranda. Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP). Campinas. Estado de São Paulo. Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

A ansiedade é um estado de alerta caracterizado por sintomas corporais e insegurança. No contexto esportivo, é avaliada pelo Competitive State Anxiety Inventory (CSAI-2), não validado para a dança. Este estudo adaptou e validou a versão brasileira do CSAI-2 para bailarinos e verificou as evidências de validade de conteúdo e a estrutura interna do instrumento. O CAIS-2 foi respondido por 261 bailarinos adolescentes brasileiros, com idade média de 14,73 anos (± 1,82), individualmente ou em grupo, em festivais de dança nacionais e internacionais. Após análise fatorial, a versão para bailarinos (CSAI-2-Dance; α = 0,84) ficou com 26 itens, organizados em dois fatores: Ansiedade e Autoconfiança. O CSAI-2-Dance mostrou propriedades psicométricas semelhantes à versão para atletas, porém, com fatores componentes distintos do modelo original devido às especificidades da dança.

Palavras-chave: Ansiedade; Dança; Adolescentes.


ABSTRACT

Anxiety is a state of alert characterized by physical symptoms and insecurity. In the sporting context, it is evaluated by the Competitive State Anxiety Inventory (CSAI-2), not validated for dancing. This study adapted and validated the Brazilian version of the CSAI-2 for dancers and verified evidences of content validity and the internal structure of the instrument. The CSAI-2 was answered by 261 Brazilian adolescent dancers with a mean age of 14.73 years (± 1.82), individually or in groups, in national and international dance festivals. After factor analysis, the version for dancers (CSAI-2-Dance; α = 0.84) had 26 items, organized into two factors: Anxiety and Self-confidence. The CSAI-2-Dance showed psychometric properties similar to the version for athletes, but with different component factors of the original model due to the specificities of the dance.

Keywords: Anxiety; Dance; Adolescents.


RESUMEN

La ansiedad es un estado de alerta que se caracteriza por síntomas físicos e inseguridad. En el contexto deportivo es examinada por el Competitive State Anxiety Inventory (CSAI-2), no validado para la danza. Este estudio adaptó y validó la versión brasileña del CSAI-2 para los bailarines y encontró evidencias de la validez de contenido y la estructura interna del instrumento. El CSAI-2 fue respondido por 261 adolescentes bailarines brasileños, con una edad media de 14,73 años (± 1,82), individualmente o en grupos, en festivales nacionales e internacionales de danza. Después del análisis factorial, la versión para bailarines (CSAI-2-Dance; α = 0,84) quedó con 26 ítems, organizados en dos factores: Ansiedad y Autoconfianza. El CSAI-2-Dance mostró propiedades psicométricas similares a la versión para los atletas, pero con diferentes componentes del modelo original, debido a factores específicos de la danza.

Palavras claves: Ansiedad; Danza; Adolescentes.


 

 

Introdução

A ansiedade consiste em uma condição de alerta caracterizada por sintomas corporais de tensão física e motora, apreensão em relação ao futuro, incerteza e insegurança (Barbanti, 2011; Weinberg, & Gould, 2014). Segundo o DSM-5 (American Psychiatric Association, 2014), a ansiedade é uma condição psicológica do organismo, caracterizada por ser uma antecipação de ameaça futura, que se distingue de outros estados como o estresse, a ameaça e o medo, embora estejam relacionados. Pode-se classificar a ansiedade como um "traço" relativo à personalidade ou como um "estado" associado a situações temporárias. A ansiedade-traço corresponde às diferenças individuais relativamente estáveis que tendem à ansiedade (Gonçalves, & Belo, 2007). A ansiedade-estado é indicada por meio de uma condição transitória, emocional ou do organismo: tensão, apreensão e aumento da atividade do Sistema Nervoso Autônomo, propiciando reações psicofisiológicas, como taquicardia, sudorese e dilatação da pupila (Gonçalves, & Belo, 2007; Spielberger, 1972). Há uma relação direta entre ansiedade-traço e ansiedade-estado e, em geral, encontra-se uma predisposição à ansiedade-estado em indivíduos com altos níveis de ansiedade-traço, dependendo do quanto se sentirem ameaçados pela situação e pelo contexto (Gonçalves, & Belo, 2007; Weinberg, & Gould, 2014).

A ansiedade é uma condição emocional comum na adolescência. Este período de desenvolvimento que sucede a infância é caracterizado por mudanças físicas, cognitivas, emocionais e sociais. A ansiedade pode ocorrer frente à adaptação a situações novas, inesperadas ou perigosas (Brito, 2011; Schoen-Ferreira, Aznar-Farias, & Silvares, 2010). Siess, Blechert e Schmitz (2014) encontraram como sintomas físicos e emocionais mais comuns em adolescentes: dor no corpo, agitação, nervosismo, irritabilidade, taquicardia, medo, impaciência, indecisão, tensão, sentir muito sono, falta de ar, garganta seca, cansaço, tontura, preocupação e sensação de incapacidade, entre outros.

Esses sintomas também ocorrem no contexto esportivo, tanto que na Psicologia do Esporte a ansiedade competitiva consiste em um dos principais construtos investigados, por influenciar significativamente o desempenho esportivo (Constantino, Prado, Lofrano-Prado, 2010; Silva, Tkac, & Enumo, 2013). Nesse sentido, diversos estudos contribuíram para a construção de teorias sobre a ansiedade em atletas (Martens, Vealey, & Burton, 1990; Rose Júnior, & Vasconcellos, 1997; Sonoo, Gomes, Damasceno, Silva, & Limana, 2010; Weinberg, & Gould, 2014). No presente estudo, adota-se a Teoria Multidimensional da Ansiedade Competitiva, que apresenta a ansiedade como composta por um componente cognitivo (expectativas sobre o desempenho e julgamento de si) e um componente somático (aspectos fisiológicos e afetivos) (Martens et al., 1990). Esta teoria considera que os níveis de controle e confiança influenciam no modo como as respostas da ansiedade ocorrem. Desse modo, é possível que atletas com melhores habilidades de enfrentamento lidem de maneira adequada com os sintomas de ansiedade e atinjam um melhor desempenho (Lundqvist, Kentta, & Raglin, 2011).

Baseados nessa teoria, Martens et al. (1990) desenvolveram o Competitive State Anxiety Inventory (CSAI-2), composto por 27 itens. A análise exploratória encontrou três dimensões para a ansiedade, com seus respectivos alfa de Cronbach: ansiedade somática (α = 0,809), ansiedade cognitiva (α = 0,872) e autoconfiança (α = 0,851). Nos últimos anos, alguns estudos foram realizados a fim de testar a consistência interna desse inventário, sendo que os valores de alfa de Cronbach variaram entre 0,74 e 0,91 (Coelho, Vasconcelos-Raposo, & Fernandes, 2007; Iosifidou, & Doganis, 2001; Lane, Sewell, Terry, Bartram, & Nesti, 1999; Tsorbatzoudis, Barkoukis, Kaissidis-Rodafinos, & Grouios, 1998).

É importante mencionar um estudo realizado por Fernandes (2012), que testou quatro modelos do CSAI-2 designados para atletas e propostos na literatura, com variações no número de fatores: a) o modelo original de Martens et al. (1990) com três fatores; b) o modelo de Lane et al. (1999), que encontraram dois - ansiedade e autoconfiança; c) o de Tsorbatzoudis et al. (1998), também com dois - ansiedade cognitiva e ansiedade somática; e d) o modelo de Coelho et al. (2007), com dois fatores - ansiedade cognitiva e autoconfiança. Fernandes (2012) analisou também uma versão reduzida do CSAI-2, o CSAI-2R, proposto por Cox, Martens e Russell (2003), com 17 itens e três fatores, cuja consistência interna foi: ansiedade somática (α = 0,783), ansiedade cognitiva (α = 0,840) e autoconfiança (α = 0,807).

Embora tenham poucos estudos no Brasil sobre o CSAI-2 (Bartholomeu, Montiel, & Machado, 2013), considera-se que este é um importante instrumento na avaliação da ansiedade-estado no âmbito esportivo exterior e nacional, pois foi aplicado a diversas modalidades esportivas, como atletismo, natação, ginástica, judô, luta livre, badminton (Coelho et al., 2007), futebol, voleibol, handebol, basquetebol, tênis de mesa, jiu-jítsu, karatê, corrida, surfe e natação (Fernandes, Vasconcelos-Raposo, & Fernandes, 2012). Notando também a falta de instrumento específico para as modalidades de dança, o presente estudo teve como objetivo adaptar esse este inventário para bailarinos adolescentes brasileiros e verificar as evidências de validade desta adaptação.

 

Método

Participantes

Participaram voluntariamente deste estudo 264 bailarinos brasileiros, cujos pais ou responsáveis foram informados sobre os objetivos da pesquisa, metodologia, riscos e benefícios e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os participantes eram de ambos os sexos (243 mulheres), com idade de 14,73 anos (± 1,82), e dançavam há nove anos. O nível socioeconômico foi classificado, em média, como classe B1, equivalente a R$ 5.241,00 por mês. Esta é uma amostra de conveniência, com os bailarinos selecionados em festivais de dança de caráter nacional e internacional, conforme sua disponibilidade para participar do estudo. Foram excluídos 63 sujeitos após a análise estatística, considerando somente aqueles que responderam a todos os itens do instrumento e não classificados como outliers. A amostra final ficou, portanto, com 201 participantes.

Aspectos éticos

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco sob o Parecer no 770.131, seguindo as normas da Resolução do CNS no 466/12. Os pais ou responsáveis e os participantes foram informados sobre os objetivos da pesquisa, metodologia, riscos e benefícios, participando voluntariamente após o preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Instrumentos

Na presente pesquisa, utilizou-se como base o Inventário de Ansiedade-Estado Competitiva (CSAI-2) (Martens et al., 1990), em sua versão brasileira, validada por Coelho, Vasconcelos-Raposo e Mahl (2010). Os autores aplicaram este teste em 266 jogadores de futebol de nível regional (idade média = 22,87; ± 4,08) e 263 de nível nacional (idade média = 23,16; ± 4,37). O instrumento é multidimensional e engloba, distintamente, três dimensões de avaliação (ansiedade cognitiva, ansiedade somática e autoconfiança), com nove questões cada, totalizando 27 itens. Os itens 2, 5, 8, 11, 14 (item invertido), 17, 20, 23 e 26 correspondem à ansiedade somática; os itens 1, 4, 7, 10, 13, 16, 19, 22 e 25, à ansiedade cognitiva; e os itens 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24 e 27, à autoconfiança. O escore de cada subescala varia de 9 a 36 pontos, sendo calculado pela soma das respostas aos itens. Em relação à homogeneidade dos itens, o estudo demonstrou uma forte consistência interna das três subescalas, com coeficientes alfa de Cronbach que variaram entre 0,79 e 0,90 (Martens et al., 1990).

Para a validação do instrumento, optou-se por utilizar a definição de validade por evidências (Primi, Muniz, & Nunes, 2009), considerando-se duas das evidências: as baseadas no conteúdo (análise dos juízes e coeficiente de validade de conteúdo) e as baseadas na estrutura interna (consistência interna, calculada pelo alfa de Cronbach, análise fatorial paralela, análise fatorial exploratória e análise fatorial confirmatória).

Para avaliação do nível socioeconômico dos participantes, foi aplicado o Critério de Classificação Econômica Brasil (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, 2013), que considera a quantidade de bens materiais e ambientes da residência. A classificação é dada pela soma de pontos dos itens e sua categorização com base numa linha de corte, podendo os resultados ser classificados nas classes: A, B1, B2, C1, C2, D, E. A classe A corresponde à classe econômica com maior poder aquisitivo (R$ 9.263,00 por mês) e a E, à de menor poder econômico (R$ 776,00 por mês).

Procedimento e análise de dados

Inicialmente, foi realizada uma revisão da literatura das áreas (Psicologia, Educação Física e Dança), sendo pesquisados livros e artigos sobre a temática, além da participação de um dos autores, com experiência prática e em docência de dança, para que os principais comportamentos relacionados à ansiedade e à movimentação física dos bailarinos pudessem ser identificados. Para a adaptação do Inventário de Ansiedade-Estado Competitiva para Bailarinos, ora denominado CSAI-2-Dance, foram relacionados os possíveis sentimentos dos bailarinos durante o período pré-competitivo.

Após a etapa de adaptação do instrumento ao contexto da dança, foram adotados alguns procedimentos empíricos, como a análise de juízes. Para isso, foi utilizado um protocolo adaptado de Balbinotti, Benetti e Terra (2007), que considera a clareza de linguagem, pertinências prática e teórica dos itens do instrumento. Para verificação da clareza de linguagem, foi perguntado aos juízes: "Você acha que estes itens são claros o suficiente e, portanto, serão entendidos pelos bailarinos? Em que extensão?". Já para a pertinência prática: "Você acha que estes itens são pertinentes para os bailarinos? Em que extensão?". No campo das observações, os juízes puderam apontar algumas falhas, sugerir correções ou mesmo exclusão de determinados itens. Para responder a estas questões, os juízes utilizaram uma escala de cinco pontos, enviada juntamente com a folha de avaliação. Tanto para apreensão da clareza, como das pertinências, optou-se por adotar a seguinte pontuação para cada uma das questões: 1 - Pouquíssima; 2 - Pouca; 3 - Média; 4 - Muita; 5 - Muitíssima (Balbinotti et al., 2007).

Ao receber as folhas com as respostas dos juízes, realizou-se o cálculo do Coeficiente de Validade do Conteúdo (CVC) para a clareza da linguagem e para a pertinência prática, conforme proposto por Hernández-Nieto (2002):

1) Com base nas notas dos juízes, calcula-se a média das notas de cada item (Mx):

Mx = soma das notas dos juízes/ número de juízes que avaliaram o item

2) Com base na média, calcula-se o CVC para cada item (CVCi):

CVCi= média das notas de cada item/ valor máximo que o item poderia receber

3) Foi realizado o cálculo do erro (Pei), para descontar possíveis vieses dos juízes avaliadores, para cada item:

Pei = (1/ número de juízes que avaliaram o item) número de juízes que avaliaram o item

4) Com isso, o CVC final de cada item (CVCc) foi assim calculado:

CVCc = CVCi - Pei

5) Para o cálculo do CVC total do questionário (CVCt), para cada uma das características (clareza de linguagem e pertinência prática), foi usada a fórmula:

CVCt = Mcvci - Mpei

Onde: Mcvci representa a média dos coeficientes de validade de conteúdo dos itens do questionário e Mpei, a média dos erros dos itens do questionário.

Para avaliação da dimensão teórica do instrumento, calculou-se o índice de concordância intra-avaliadores, índice Kappa, e foram realizadas as correções necessárias.

Considerando a necessidade de adequar a linguagem dos itens ao entendimento do público-alvo (adolescentes), foi realizado um estudo piloto, no qual 30 sujeitos dessa faixa etária responderam o instrumento. Após o preenchimento das questões, solicitou-se aos participantes que explicitassem aos pesquisadores possíveis dúvidas em relação à clareza de cada item. Notou-se, a partir disso, que os adolescentes não tiveram dificuldades em compreender as questões. Considerou-se, portanto, o instrumento apto à aplicação.

A aplicação dos instrumentos ocorreu antes dos ensaios de passagem de palco, no dia da competição. Foi utilizada uma escala de quatro pontos, na qual o participante respondeu como se sentia no momento em que estava preenchendo o questionário, isto é, momentos antes de se apresentar no festival. Sua resposta podia variar de 1 (absolutamente não) a 4 (muitíssimo).

Após a aplicação dos instrumentos, para verificação da estrutura e consistência interna, os dados foram inseridos em uma planilha eletrônica e procedeu-se às análises estatísticas. Inicialmente o número de fatores a serem mantidos na análise fatorial exploratória foi verificado por meio da análise paralela para variáveis policóricas (Hayton, Allen, & Scarpello, 2004; Watkins, 2006). Para veiculação da análise, foi utilizado o software R, versão 2.15.3, que possibilita o uso da análise paralela para variáveis policóricas, caso do presente estudo. Esse procedimento indicou a possibilidade de retenção de até cinco fatores (Figura).

 

 

Em seguida, utilizando o software MPlus, versão 6.12, foi realizada a análise fatorial exploratória com índices de ajuste (E-SEM), forçando-se soluções de dois a cinco fatores, utilizando a rotação oblíqua geomin e método de extração Maximum Likelihood Robust (MLR), sendo este apropriado para variáveis policóricas. Ressalta-se, ainda, que o ajustamento desses índices também indicou uma adequação da amostra para a realização da análise. Os fatores encontrados foram calculados e os níveis de fidedignidade por consistência interna (alfa de Cronbach) foram verificados. Além disso, também os fatores encontrados e mantidos foram correlacionados e um modelo teórico prévio (Martens et al., 1990) foi testado via análise fatorial confirmatória, utilizando o mesmo software.

 

Resultados

Evidências baseadas no conteúdo

Para obter as evidências baseadas no conteúdo, foi feita: a) análise dos juízes, cuja concordância foi avaliada pelo índice Kappa, foi de 0,67 para a pertinência teórica e a prática, e 0,65 para a linguagem, valores considerados substanciais (Landis, & Koch, 1977); b) o cálculo do coeficiente de validade de conteúdo, obtendo-se os seguintes resultados: para a linguagem = 0,95, para a pertinência prática = 0,91, e para a pertinência teórica = 0,90. Segundo Pasquali (2010), é possível considerar a concordância de, no mínimo, 80% entre os juízes como critério de decisão acerca da pertinência do item ao que teoricamente refere-se. A partir dos levantamentos feitos pelos juízes, foi necessária a exclusão do item 4 ("Eu tenho dúvidas sobre mim mesmo[a]") do instrumento proposto por Coelho et al. (2010) devido ao baixo coeficiente de validade (< 0,80). Portanto, o instrumento para bailarinos, após esta primeira análise, ficou com 26 itens.

Evidências baseadas na estrutura interna

Os índices de ajuste fornecidos por essa análise (X2/df, RMSEA, CFI e SMR) indicaram melhor adequação do modelo à medida que um fator foi acrescido. Assim, a solução mais adequada por esses índices foi a de cinco fatores, ainda que, minimamente, todos os modelos testados tenham apresentado índices de ajuste minimamente satisfatórios, de forma geral (Hooper, Coughlan & Muller, 2008). A partir disso, verificou-se a "interpretabilidade" dos fatores para todas as soluções fatoriais. Assim, observou-se que a única solução com agrupamento de itens interpretável foi a de dois fatores - Ansiedade e Autoconfiança -, sendo, então, escolhida. Os índices de ajuste para essa solução foram X2/DF = 1,73; RMSEA = 0,059; CFI = 0,848; e, SMR = 0,058. Considerando os pontos de corte propostos por Hooper et al. (2008), os índices de ajuste foram "bons" (X2/df e SMR), "aceitáveis" (RMSEA), e "marginalmente insatisfatórios" (CFI). São apresentadas, na Tabela, as cargas fatoriais encontradas, o número de itens mantidos por fator e os índices de consistência interna (coeficiente alfa).

No Fator 1 - Ansiedade, ficaram itens como: 2- "Eu me sinto nervoso(a)"; 24- "Eu estou preocupado(a) em não poder me concentrar". Já o Fator 2- Autoconfiança inclui itens como: 3 - "Eu me sinto à vontade"; 26- "Eu estou confiante em atuar sob pressão". A escala ficou com 26 itens, isto é, apenas um item foi excluído nesta versão para bailarinos.

Alguns critérios foram utilizados para a manutenção dos itens, na composição de cada fator. Consideraram-se apenas os itens com carga fatorial acima de 0,30, que não prejudicassem ou não favorecessem a consistência interna do fator e também o conteúdo interpretativo do item. Portanto, a partir desses critérios, a versão brasileira do instrumento foi concluída, sendo que esta apresentou consistência interna de α = 0,84, e seus fatores apresentaram α = 0,88 (Fator 1 - Ansiedade) e α = 0,85 (Fator 2 - Autoconfiança). Assim, pode-se afirmar que os resultados apontam para uma boa fidedignidade da versão final do instrumento para bailarinos, com valores de alfa próximos dos considerados altos (Pasquali, 1999). Houve, também, uma mudança na disposição de um item nos fatores. Na versão para bailarinos, a questão 13 (equivalente à 14 do inventário original) obteve carga fatorial satisfatória para o fator autoconfiança, enquanto na proposta de Martens et al. (1990) este item pertence ao fator ansiedade somática.

Além disso, foi verificada a relação entre os fatores, e encontrou-se praticamente a ausência de correlação (r = -0,01; p = 0,95). Ressalta-se que havia o objetivo inicial de comparar o modelo empiricamente estabelecido (vide Tabela) com o modelo teórico proposto por Martens et al. (1990), composto por três fatores. Esse modelo foi rodado no software MPlus, utilizando a análise fatorial confirmatória. Contudo, o modelo não convergiu, mesmo utilizando o recurso para aumentar o número de iterações padrão (isto é, para até 10.000). Por isso, o modelo não foi apresentado.

 

Discussão

Em relação ao instrumento original destinado a atletas (Martens et al., 1990), nesta versão para bailarinos, houve mudança em relação ao número de fatores - de três para dois (Ansiedade e Autoconfiança) - e uma alteração na disposição de um dos itens. Além disso, excluiu-se o item 4 ("Eu tenho dúvidas sobre mim mesmo[a]"), pois, segundo Coelho et al. (2010), itens com coeficiente de validade baixo (< 0,80) devem ser excluídos. Entretanto, apontamos essa como uma limitação do estudo, considerando que, segundo Reichenheim e Moraes (2007), a adaptação de instrumentos não deve se basear apenas em um critério e sim, em uma combinação de critérios. Portanto, consideramos que para futuras pesquisas com o mesmo instrumento, o item 4 deve ser mantido, e que o mesmo seja excluído apenas após a análise fatorial se assim se fizer necessário.

Os resultados obtidos na presente pesquisa demonstram a necessidade de se avaliar as características próprias de cada modalidade esportiva ou exercício físico, como os movimentos desempenhados, o número de sujeitos envolvidos na elaboração do instrumento e o contexto em que estão inseridos. A dança, em comparação com as demais artes, dispensa materiais e ferramentas para a sua execução, dependendo somente do corpo (Leite, De Mello, Dátillo, & Antunes, 2011; Portinari, 1989). Além de ser uma atividade lúdica, consiste em um universo que possui tensões, constantes necessidades de aperfeiçoamento técnico e treinamento (Constantino et al., 2010).

Analisando a especificidade da dança em um contexto pré-competitivo, estão presentes exigências física e mental, bem como níveis de ansiedade (Constantino et al., 2010; Silva et al., 2013). Esses níveis, por sua vez, podem orientar e ampliar, em proporções moderadas, os desempenhos físico e intelectual. Ademais, é possível referir-se à ansiedade de um modo adaptativo, como um indicador de um perigo potencial, consistindo em uma resposta a um estressor. Entretanto, em quantidade excessiva, a ansiedade pode gerar fraqueza, falta de equilíbrio nas pernas, aumento da frequência cardíaca, provocando fadiga - sintomas estes prejudiciais à execução do movimento pelo bailarino e à sua qualidade de vida (Constantino et al., 2010; Silva et al., 2013).

A proposta de agrupar os itens da ansiedade "cognitiva" e "somática" do instrumento de Martens et al. (1990) em apenas um fator, denominado "ansiedade", corrobora com a proposta de Lane et al. (1999), feita após realizarem um estudo realizado com atletas britânicos. Há uma diferença conceitual entre ansiedade cognitiva e ansiedade somática (Martens et al., 1990), sendo a primeira considerada como o componente psicológico da ansiedade, enquanto a segunda refere-se a estados fisiológicos. Pode-se discutir, assim, segundo uma perspectiva psicofisiológica, as dificuldades dessa separação mente-corpo, dada a inter-relação entre o evento mental e o somático. Por exemplo, uma autoavaliação negativa do desempenho do bailarino gera, concomitantemente, respostas fisiológicas, as quais, por sua vez, afetam o sistema nervoso autônomo (Fernandes, 2012). Este último é responsável por coordenar o funcionamento dos órgãos internos e é regulado pelo sistema límbico, o qual se afeta por experiências afetivas e emocionais do sujeito (Cruz, & Pereira Júnior, 2011). Portanto, é possível sugerir que a noção dualista e cartesiana, que separa as operações da mente do funcionamento biológico, descarta a ideia de que acontecimentos humanos são "estados complexos e únicos de um organismo" (Damásio, 1998, p. 282).

Além disso, de acordo com o modelo teórico (Martens et al., 1990), existem correlações entre os fatores, de forma que a "ansiedade cognitiva" tem correlação positiva com a "ansiedade somática" e ambas se correlacionam de modo negativo com a "autoconfiança". Desse modo, com aumento da autoconfiança, tem-se uma diminuição dos estados ansiosos e, da mesma forma, os sintomas de ansiedade manifestam-se na ausência da autoconfiança. Considerando os resultados obtidos na presente pesquisa, em que foram identificados dois fatores e não três, demonstra-se a necessidade de compreender o modelo teórico e aplicação para o estudo com adolescentes bailarinos no contexto brasileiro.

Outro aspecto relevante a ser mencionado diz respeito ao período do desenvolvimento em que se encontram os participantes do estudo, não somente a fim de adaptar o instrumento a uma linguagem acessível, como também de compreender as especificidades da faixa etária, entendo-a como um fator que influencia o quadro de ansiedade. Desse modo, é preciso considerar as peculiaridades da adolescência, etapa do desenvolvimento que, segundo Siess et al. (2014), propiciam um estado ansioso. Nesse sentido, durante a adolescência, a ansiedade surge como uma característica esperada, dada as necessidades de adaptação a condições novas, inesperadas ou perigosas decorrentes das mudanças de papéis psicossociais (Rosen, & Schulkin, 1998). Para Woodman e Hardy (2001), os sentimentos de tensão e apreensão normalmente são transitórios e pontuais a um determinado evento. Assim, a ansiedade é uma resposta individual a uma situação específica: a competição, no caso do presente estudo.

No âmbito esportivo, a ansiedade pré-competitiva pode influenciar no comportamento e no desempenho de atletas, modificando-os. Portanto, é importante investigar a manifestação da ansiedade de modo contextualizado, durante situações concretas de competição (Pereira et al., 2014). Além disso, o contexto competitivo é propício para elevados índices de ansiedade em adolescentes por motivos como baixa autoestima, medo da avaliação, de críticas, dos adversários e de fracassar (Rose Junior, & Vasconcellos, 1997). Nesse sentido, embora os adolescentes dessa faixa etária tenham características físicas e motores adequadas, nem sempre apresentam competência emocional para enfrentar competições, bem como ensaios e treinos intensos (Bertuol, & Valentini, 2006).

 

Considerações finais

A partir das buscas bibliográficas com ênfase no construto e no instrumento aqui adaptado, notou-se que, desde sua criação, o CSAI-2, bem como sua versão reduzida (CSAI-2R), foi dirigido a atletas praticantes de diversas modalidades esportivas. Dessa forma, o propósito deste trabalho foi adaptar e validar esta escala de ansiedade-estado competitiva para bailarinos adolescentes, considerando a peculiaridade da dança, a inexistência de outros estudos e a escassez de instrumentos psicológicos destinados a essa população. Com a exclusão de um item por meio da análise de juízes, a mudança na disposição de um item e a quantidade de fatores no CSAI-2-Dance, percebeu-se que o contexto da dança possui especificidades, para as quais é preciso atentar, bem como a faixa etária à qual o instrumento foi destinado.

Considerando o CSAI-2 como um inventário de referência no estudo da ansiedade no contexto esportivo para modalidades distintas, a carência de instrumentos psicológicos designados à área da dança e a alta fidedignidade do CSAI-2-Dance, novas pesquisas de caráter confirmatório e exploratório são necessárias a fim de obter as demais evidências de validade para o Inventário de Ansiedade-Estado Competitiva destinado a bailarinos adolescentes (CSAI-2-Dance). Este processo de validação é cumulativo, compondo um conjunto de evidências científicas que possibilitem assegurar as interpretações dos escores do teste.

 

Referências

Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa - ABEP. (2013). Critério de classificação econômica Brasil. Recuperado de http://www.abep.org/criterioBrasil.aspx. Acesso em 1 de abril de 2015.         [ Links ]

American Psychiatric Association - APA (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. (5a ed., M. I. C. Nascimento, trad.). Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

Balbinotti, M. A., Benetti, C., & Terra, P. R. S. (2007). Translation and validation of the Graham-Harvey survey for the Brazilian context. International Journal of Managerial Finance, 3(1), 26-48. https://doi.org/10.1108/17439130710721644        [ Links ]

Barbanti, E. J. (2011). Considerações sobre a ansiedade nos exercícios físicos e esporte. Educação Física em Revista, 5(2), 1-10. Recuperado de http://portalrevistas.ucb.br/index.php/efr/article/viewArticle/2255. Acesso em 1 de abril de 2015.         [ Links ]

Bartholomeu, D., Montiel, J. M., & Machado, A. A. (2013). Avaliação da escala likert dos itens do CSAI-2 em atletas. Interação Psicologia,17(1), 79-89. https://doi.org/10.5380/psi.v17i1.26775        [ Links ]

Bertuol, L., & Valentini, N. C. (2006). Ansiedade competitiva de adolescentes: Gênero, maturação, nível de experiência e modalidades esportivas. Revista da Educação Física/UEM, 17(1), 65-74. https://doi.org/10.4025/reveducfisv17n1p65-74        [ Links ]

Brito, I. (2011). Ansiedade e depressão na adolescência. Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, 27(2), 208-14. Recuperado de http://rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/view/10842/10578. Acesso em 1 de abril de 2015.         [ Links ]

Coelho, E. M., Vasconcelos-Raposo, J., & Fernandes, H. (2007). Análise factorial confirmatória da versão portuguesa do CSAI-2. Motricidade, 3(3), 73-82. https://doi.org/10.6063/motricidade.3.(3).664.         [ Links ]

Coelho, E. M., Vasconcelos-Raposo, J., & Mahl, A. C. (2010). Confirmatory factorial analysis of the Brazilian version of the Competitive State Anxiety Inventory - 2 (CSAI-2). The Spanish Journal of Psychology, 13(1), 453-460. https://doi.org/10.1017/S1138741600004005        [ Links ]

Constantino, A. C. S., Prado, W. L., & Lofrano-Prado, M. C. (2010). Ansiedade em bailarinos profissionais nas apresentações de dança. Conexões: Revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, 8(3), 146-155. https://doi.org/10.20396/conex.v8i3.8637732.         [ Links ]

Cruz, M. Z., & Pereira Júnior, A. (2011). Corpo, mente e emoções: Referenciais teóricos da psicossomática. Revista Simbio-Logias, 4(6), 46-66. Recuperado de http://www.ibb.unesp.br/Home/Departamentos/Educacao/Simbio-Logias/CorpoMenteeEmocoes.pdf. Acesso em 1 de abril de 2015.         [ Links ]

Cox, R. H., Martens, M., & Russell, W. D. (2003). Measuring anxiety in athletics: The revised Competitive State Anxiety Inventory-2. Journal of Sport and Exercise Psychology, 25(4), 519-533. https://doi.org/10.1123/jsep.25.4.519        [ Links ]

Damásio, A. R. (1998). O erro de Descartes (D. Vicente, & G. Segurado, Trads.). São Paulo: Companhia das Letras.         [ Links ]

Fernandes, M. G. (2012). Validação de instrumentos de avaliação psicológica no contexto desportivo: Um olhar às versões brasileiras do Competitive State Anxiety Inventory-2 (CSAI-2) e do Test of Performance Strategies (TOPS) (Tese de Doutorado não publicada). Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, Portugal.         [ Links ]

Fernandes, M. G., Vasconcelos-Raposo, J., & Fernandes, H. M. (2012). Propriedades psicométricas do CSAI-2 em atletas brasileiros. Psicologia: Reflexão e Crítica, 25(4), 679-687. https://doi.org/10.1590/S0102-79722012000400007        [ Links ]

Gonçalves, M. P., & Belo, R. P. (2007). Ansiedade-traço competitiva: diferenças quanto ao gênero, faixa etária, experiência em competições e modalidade esportiva em jovens atletas. Psico-USF, 12(2), 301-307. https://doi.org/10.1590/S1413-82712007000200018        [ Links ]

Hayton, J. C., Allen, D. G., & Scarpello, V. (2004). Factor retention decisions in exploratory factor analysis: a tutorial on parallel analysis. Organizational Research Methods, 7(2), 191-205. https://doi.org/10.1177/1094428104263675        [ Links ]

Hernandéz-Nieto, R. A. (2002). Contributions to statistical analysis. Mérida: Universidad de Los Andes.         [ Links ]

Hooper, D., Coughlam, J., & Muller, M. (2008). Structural equation modeling: Guidelines for determining model fit. Business Research Methods, 16(1), 53-60. Recuperado de http://arrow.dit.ie/cgi/viewcontent.cgi?article=1001&context=buschmanart. Acesso em 1 de abril de 2015.         [ Links ]

Iosifidou, P., & Doganis, G. (2001). Confirmatory factor analysis of the Greek version of the Competitive State Anxiety Inventory-2. International Journal of Sport Psychology, 32(4), 400-405. Recuperado de http://www.cabdirect.org/abstracts/20023156470.html;jsessionid=A523A7B053E34BEA9CD4A85094BD088F?freeview=true. Acesso em 1 de abril de 2015.         [ Links ]

Landis, J. R., & Koch, G. G. (1977). The measurement of observer agreement for categorical data. Biometrics, 33(1), 159-174. https://doi.org/10.2307/2529310        [ Links ]

Lane, A., Sewell, D., Terry, P, Bartram, D., & Nesti, M. (1999). Confirmatory factor analysis of the Competitive State Anxiety Inventory-2. Journal of Sports Sciences, 17(6), 505-512. https://doi.org/10.1080/026404199365812        [ Links ]

Leite, G. S. F., De Mello, M. T., Dátillo, M., & Antunes, H. K. M. (2011). Influência do estresse em eventos competitivos relacionados à dança. EFDeportes.com, 15(153). Recuperado de http://www.efdeportes.com/efd153/estresse-em-eventos-competitivos-a-danca.htm. Acesso em 1 de abril de 2015.         [ Links ]

Lundqvist, C., Kentta, G., & Raglin, J. S. (2011). Directional anxiety responses in elite and sub-elite young athletes: Intensity of anxiety symptoms matters. Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, 21(6), 853-862. https://doi.org/10.1111/j.1600-0838.2010.01102.x        [ Links ]

Martens, R., Vealey, R. S., & Burton, D. (1990). Competitive anxiety in sport. Champaign: Human Kinetics.         [ Links ]

Pasquali, L. (1999). Instrumentos psicológicos: manual prático de elaboração. Brasília: LabPAM.         [ Links ]

Pasquali, L. (Ed.). (2010). Instrumentação psicológica: fundamentos e práticas. Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

Pereira, C. S. R. F., Simas, J. P. N., Boing, L., Machado, Z., Matias, T. S., & Guimarães, A. C. A. (2014). Nível de ansiedade em bailarinos pré e pós-competição. Revista Brasileira de Ciência & Movimento, 22(4), 116-125. https://doi.org/10.18511/0103-1716/rbcm.v22n4p116-125        [ Links ]

Portinari, M. (1989). História da dança (2a ed.). Rio de Janeiro: Nova Fronteira.         [ Links ]

Primi, R., Muniz, M., & Nunes, C. H. S. S. (2009). Definições contemporâneas de validade de testes psicológicos. In C. S. Hutz (Ed.), Avanços e polêmicas em avaliação psicológica (pp. 243-263). São Paulo: Casa do Psicólogo.         [ Links ]

Reichenheim, M. E., & Moraes, C. L. (2007). Operacionalização de adaptação transcultural de instrumentos de aferição usados em epidemiologia. Revista de Saúde Pública, 41(4), 665-673. https://doi.org/10.1590/S0034-89102006005000035        [ Links ]

Rose Júnior, D., & Vasconcellos, E. G. (1997). Ansiedade-traço competitiva e atletismo: Um estudo com atletas infanto-juvenis. Revista Paulista de Educação Física, 11(2), 148-154. Recuperado de http://citrus.uspnet.usp.br/eef/uploads/arquivo/v11%20n2%20artigo6.pdf. Acesso em 27 de setembro de 2016.         [ Links ]

Rosen, J. B., & Schulkin, J. (1998). From normal fear to pathological anxiety. Psychological Review, 105(2), 325-350. https://doi.org/10.1037/0033-295X.105.2.325        [ Links ]

Schoen-Ferreira, T. H., Aznar-Farias, M., & Silvares, E. F. M. (2010). Adolescência através dos séculos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 26(2), 227-234. https://doi.org/10.1590/S0102-37722010000200004        [ Links ]

Siess, J., Blechert, J., & Schmitz, J. (2014). Psychophysiological arousal and biased perception of bodily anxiety symptoms in socially anxious children and adolescents: a systematic review. European Child & Adolescent Psychiatric, 23(3), 127-142. https://doi.org/10.1007/s00787-013-0443-5        [ Links ]

Silva, A. M. B., Tkac, C. M., & Enumo, S. R. F. (2013). Ansiedade pré-competição e concentração em bailarinos de jazz. EFDesportes.com, 18(183). Recuperado de http://www.efdeportes.com/efd183/ansiedade-e-concentracao-em-bailarinos-de-jazz.htm. Acesso em 1 de abril de 2015.         [ Links ]

Sonoo, C. N., Gomes, A. L., Damasceno, M. L., Silva, S. R., & Limana, M. D. (2010). Ansiedade e desempenho: Um estudo com uma equipe infantil de voleibol feminino. Motriz, 16(3), 629-637. https://doi.org/10.5016/1980-6574.2010v16n3p629        [ Links ]

Spielberger, C. D. (1972). Current trends in theory and research on anxiety. In C. D. Spielberger (Ed.), Anxiety: current trends in theory and research (pp. 3-19). New York: Academic Press.         [ Links ]

Tsorbatzoudis, H., Barkoukis, V., Kaissidis-Rodafinos, A., & Grouios, G. (1998). A test of the reliability and factorial validity of the Greek version of the CSAI-2. Research Quarterly for Exercise and Sport, 69(4), 416-419. https://doi.org/10.1080/02701367.1998.10607717        [ Links ]

Watkins, M. W. (2006). Determining parallel analysis criteria. Journal of Modern Applied Statistical Methods, 5(2), 344-346. https://doi.org/10.22237/jmasm/1162354020        [ Links ]

Weinberg, R. S., & Gould, D. (2014). Foundations of sport and exercise psychology (6a ed.). Champaign: Human Kinetics.         [ Links ]

Woodman, T., & Hardy, L. (2001). Stress and anxiety. In R. Singer, H. A. Hausenblas, & C. M. Janelle (Eds.), Handbook of research on sport psychology (pp. 290-318). New York: Wiley.         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência:
Andressa Melina Becker da Silva
andressa_becker@hotmail.com

Sônia Regina Fiorim Enumo
sonia.enumo@gmail.com

Isabella Goulart Bittencourt
isabellagoulartb@gmail.com

Lucas de Francisco Carvalho
lucas@labape.com.br

Murilo Fernandes de Araújo
mfaraujo94@gmail.com

Renan de Morais Afonso
renan_afonso18@hotmail.com

Tatiane Stephan Rocchetti Luz
tatty_luz@hotmail.com

Submetido em: 01/04/2015
Revisto em: 27/09/2016
Aceito em: 13/12/2016

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License