Editorial

Neste novo número fazemos importante esclarecimento acerca da submissão: a Revista do NUFEN: Phenomenology and Interdisciplinarity, avaliação no Qualis B2 realiza submissão totalmente eletrônica. Convidamos aos interessados em publicar conosco, adicionar a sua barra de favoritos o link - http://submission-pepsic.scielo.br/index.php/nufen/index. Assim, a avaliação online será eficaz, bem como a proposição de integrar nos volumes do periódico suas contribuições à Psicologia Clínica e da Saúde de concepção fenomenológica e interdisciplinar.

Na montagem destacamos a apresentação da seção II que corresponde a relatos de experiência de profissionais liberais e de professores. Com estilo mais livre, embora com em linguagem científica. Aqueles que desejam adentrar no universo complexo da produção de conhecimento em Psicologia são instados a apresentarem seus modos de delineamento de estudos realizados, que contribuirão para troca de saberes no domínio da profissão.

Anna Karynne da Silva Melo, Rayanne Pinheiro Lima, Virginia Moreira apresentam a noção de experiência, ao longo das obras de Carl Rogers e de comentadores. Examinam como essa se constrói, através de uma pesquisa bibliográfica. Uma conclusão destacada no texto é que na fase coletiva ou inter-humana a experiência, para Rogers está associada à ideia de um ser integrado e global, em que os sujeitos alcançam essa condição se estiverem apropriados de suas experiências.

Lorena Fabeni, Luanna Tomaz de Souza, Lívia Bezerra Lemos e Maria Cristina Lima Rocha Oliveira, analisam o discurso sobre a dependência afetiva para analisar em que medida ele interfere na composição das políticas de enfrentamento à violência cometida contra a mulher. Realizam pesquisa bibliográfica e concluem que muitas das políticas públicas focam-se somente na solução de conflito individual em detrimento de uma mudança social, ou seja, sem atuar sobre a dimensão de gênero presentes nas relações existentes na sociedade, que ainda perpetuam violências e desigualdades.

Fabiana De Zorzi, Lucas Bloc, Georges Daniel Janja Bloc Boris, centralizam a discussão da disfunção erétil (DE) através das contribuições da fenomenologia do corpo de Maurice Merleau-Ponty e da psicopatologia fenomenológica de Arthur Tatossian. Compreendem a DE como expressividade, com sua própria tonicidade, intensidade e intencionalidade. Estas contribuições nos permitem romper com o movimento dicotômico da compreensão do corpo.

Luciane Patrícia Yano apresenta uma análise conceitual e descritiva de um plano de atendimento clínico a pessoas com queixas depressivas, em uma perspectiva existencial-fenomenológica em Gestalt-terapia. Utiliza como fundamentação teórica os autores Joyce & Sills (2014) e Roubal (2007), bem como sua experiência clínica. A principal conclusão de Yano é a composição de um caminho integrativo entre os conceitos da Gestalt-terapia e a sintomatologia da Depressão segundo os critérios biomédicos.

Wladirson Cardoso discute os limites e as marcas diacríticas e transversais existentes na comparação entre a questão do envelhecimento e a problemática da homossexualidade masculina, em vista do ethos sócio-antropológico de homens maduros em processo de envelhecimento que fazem ou praticam sexo com outros homens no contexto das relações homoafetivas e sexuais da Cidade de Soure (Marajó/Pará). O entrecruzamento de temas levou em consideração tanto a paisagem homoerótica, quanto os espaços de sociabilidade gay em um âmbito social-cultural não metropolitano.

Maria Vilma de Sousa Araújo descreve a implantação do programa de atenção aos homens em situação de violência conjugal. A Defensoria Pública do Estado do Pará, através do Núcleo Especializado de Atendimento ao Homem – NEAH é o local em que as intervenções na interface entre Psicologia Clínica e Direito se realizam. A autora apresenta o projeto “Reincidência Zero” que busca promover o desenvolvimento de ações de educação e responsabilização aos autores de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, fomentar a ressocialização do Cumpridor de Penas e Medidas Alternativas, igualdade de gênero, a Justiça e a Paz Familiar.

Adelma Pimentel e Lucivaldo Araújo

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