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Revista Psicologia e Saúde

On-line version ISSN 2177-093X

Rev. Psicol. Saúde vol.6 no.2 Campo Grande Dec. 2014

 

ARTIGOS

 

Juventude e movimentos na/da cidade: experienciando a promoção de saúde

 

Youth and movemets in/of the city: experiencing the health promotion

 

Juventud y movimientos en la/da la ciudad: experimentando la promoción de salud

 

 

Beatriz Zocal da Silva; Larice Santos Silva; Aline Amaral Sicari; Eliane Regina Pereira

Universidade Federal de Uberlândia

Endereço 1

Endereço 2

 

 


RESUMO

Neste artigo nos propomos a compartilhar as inquietações provocadas e os saberes construídos de uma experiência de pesquisa-intervenção em Psicologia, em um grupo de discussão com jovens em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na periferia de uma cidade no Estado de Minas Gerais. Tendo como base teórica a Psicologia Histórico-Cultural, o intuito foi a promoção de saúde através da construção e produção coletiva de sentidos e do olhar atento ao movimento de ocupação do território por jovens residentes da área de abrangência da UBS. O grupo teve como disparador principal o recurso estético da fotografia e consolidou-se em um espaço horizontal em que foi possível propiciar o diálogo e a reflexão. Assim foi possível pensar o processo de inclusão-exclusão vivenciado por essa juventude no âmbito da situação econômica, das suas possibilidades e impossibilidades, das situações de segurança e perigo, dos sentimentos, das vivências e das amizades que permeiam seu cotidiano bem como problematizar as políticas públicas voltadas para esse público.

Palavras-chave: Promoção da saúde; Pesquisa-intervenção; Juventude.


ABSTRACT

In this article we propose to share the concerns and knowledge generated from a research experience and intervention in psychology on a group of discussions with teenagers in a Basic Health Unit (UBS) located on the outskirts of a city in Minas Gerais, Brazil. Starting with our base as Historical-Cultural Psychology, our purpose was to provide health promotion by building and producing a collective meaning and bring collective attention to the movement of territory occupation by young residents of the UBS scope area. The group, that had as its main trigger the aesthetic appeal of photography, have consolidated itself in an horizontal space which provided the dialog and the reflection, therefore, there were a reflection about inclusion-exclusion process experienced by this youth in the context of the economic situation, its possibilities and impossibilities, the situation of safety and danger, of feelings, experiences and friendships that permeate their daily lives and the public policies focused on this population.

Key-words: Health promotion; Research and intervention; Youth.


RESUMEN

En este artículo nos proponemos compartir las inquietudes provocadas y los saberes construidos por una experiencia de investigación-intervención en Psicología en un grupo de discusión con jóvenes en una Unidad Básica de Salud (UBS) ubicada en la periferia de la ciudad, en el Estado de Minas Gerais. Según el enfoque de la Psicología Histórico-Cultural, el objetivo de la investigación fue la promoción de la salud a través de la construcción y producción colectiva de sentidos y de la mirada atenta hacia el movimiento de ocupación del territorio por los jóvenes que residen en el área de influencia de la UBS. El grupo, que tuvo como disparador de discusión principal el recurso estético de la fotografía, se conformó en un espacio de relación horizontal en el que fue posible propiciar el diálogo y la reflexión y, por lo tanto, pensar el proceso de inclusión-exclusión vivido por esa juventud en el contexto de la situación económica, sus posibilidades e imposibilidades, la situación de seguridad y el peligro, de sentimientos, experiencias y amistades que permean la vida cotidiana como también problematizar las políticas públicas orientadas a ese público.

Palabras-claves: Promoción de la salud; Investigación-intervención; Juventud.


 

 

Neste artigo nos propomos a compartilhar algumas inquietações e saberes provocados a partir de uma experiência de pesquisa-intervenção em saúde, em um grupo de discussão com jovens que aconteceu numa Unidade Básica de Saúde (UBS), que é gerida em parceria entre a prefeitura do município e uma Universidade federal, estando localizada na zona oeste de uma cidade mineira.

Pensamos saúde não apenas como ausência de doença, mas como possibilidade de bem-estar físico, mental e social. Segundo Brasil (2002) a promoção da saúde se dá através da construção de práticas que se pautem pela humanização e pelo cuidado integral, cultivando a melhoria da qualidade de vida e o aumento da "autonomia". A tentativa de compreensão de uma realidade social também faz parte de práticas de promoção da saúde e dessa forma, a construção de momentos de troca e de comunicação na produção em grupo, considerando também a diferenciação das singularidades, constitui-se em um legítimo espaço para a escuta, o diálogo e a reflexão de promoção de saúde.

Assim, ao formarmos um grupo de discussão com os jovens na UBS passamos a vivenciar e questionar as estratégias e as concepções de saúde compreendidas pelo próprio serviço de saúde, o que nos levou a problematizar e discutir as políticas públicas pensadas e instituídas para a juventude.

Sustentadas na perspectiva histórico-cultural e, portanto, entendendo que o sujeito é um ser social, pois se constitui nas relações que estabelece com os outros, buscamos compreender a complexidade do contexto histórico em que estamos inseridos e assim promover reflexões na tentativa construir novas concepções sobre a relação dos jovens com a cidade/bairro. Primeiramente, para entender e falar sobre juventude é preciso ultrapassar os estereótipos e padrões estabelecidos por uma faixa etária e configurá-la como um processo inacabado, como uma abertura que nos exige contextualizar a complexidade da constituição desses sujeitos.

Sabendo que "a configuração das cidades modernas não possibilita aos seus habitantes, de certo modo, práticas de encontros sensíveis e de manifestações criativas" (Zanella & Brito, 2012, p. 45) enxergamos a necessidade de se discutir com esses jovens a relação existente entre cidade-bairro e buscar alternativas para o enfrentamento dos processos de inclusão e exclusão, na tentativa de possibilitar um reconhecimento e apropriação do território onde estão e são inseridos.

Essa pesquisa se deu em um contexto de intervenção e para dar conta das reflexões produzidas redigíamos, após cada encontro em grupo, o diário de campo. A escrita, segundo Diehl, Marashin e Tittoni (2006) possibilita uma forma de constituição e apresenta-se como um importante processo de formação. O diário de campo, dessa forma é uma ferramenta de registro e análise, e como recurso metodológico é "revelador de nossa condição de pesquisador que traduz o universo intenso e denso dos vários caminhos percorridos na pesquisa" (Costa & Coimbra, 2008, p. 128).

Segundo Paulon (2005, in Lourau, 1993) o diário nos permite o conhecimento da vivência cotidiana de campo, destacando a prática, o 'como foi feito' e, não definindo o 'como fazer' das normas. O diário se tornou um dos nossos principais instrumentos da pesquisa, pois era através dele que conseguíamos repensar o movimento ocorrido no dia do encontro, no intuito de pensar os próximos com elementos novos, mas que ao mesmo tempo estivesse interligado com as discussões anteriores produzidas em grupo. Assim, apresentaremos nesse artigo recortes das falas do diário de campo e, a partir das análises, vamos compondo a pluralidade de sentidos (re)construídos na intervenção com esse grupo de discussão.

A imagem/fotografia foi um dos principais recursos disparadores para as discussões no grupo que se apresenta enquanto um potencial artístico, enquanto conquista do ser humano no sentido de possibilitar um novo olhar sobre o mundo físico e social ao qual formamos uma consciência subjetiva e cultural. Segundo Lopes e Souza (2002) o lugar ao qual se dirige o olhar e as narrativas dos sentidos atribuídos a experiência de estar no mundo é o principal ao se pensar como revelamos os espaços únicos em que nos constituímos. As imagens, dessa forma, ao produzirem sensações, ganham interpretações subjetivas que podem ser "lidas" nas narrativas e no contato experiencial.

Através de recursos estéticos há possibilidade de infinitos olhares e significados, e tal postura estética sem dúvida é constitutiva dos sujeitos (Camargo e Bulgacov, 2008). A atitude estética se refere à negação da premeditação, a negação da antecipação racional do que está por vir. Ao contrário, ela é a disposição contingente, a abertura circunstancial para o mundo, o libertar dos olhos e das concepções da ordem prática, utilitária e funcional da vida cotidiana (Pereira, 2012).

Como explica Vázquez (1999, p.121) "o objeto estético é físico-perceptual, e nele o sensível se acha organizado em uma forma que o torna significativo". As imagens utilizadas como disparadoras de discussão compunham um registro do bairro e da cidade em que vivem, com o intuito de oferecer um olhar estético, ético e político, para as relações que eles estabelecem consigo mesmo e com o mundo, na tentativa de produzir (novos) sentidos e (re)criar possibilidades. As discussões produzidas a partir das imagens nos permitiram conhecer esses jovens pelo ritmo, quase sempre permeado pelo funk, pelos amores e desamores vivenciados, pela ocupação e desocupação das ruas, pelo estranhamento com a cidade e, sobretudo pelas relações que estabeleciam entre si, no grupo. Buscamos construir uma compreensão dialética da relação conhecimento/desconhecimento dos lugares que esses jovens vivem e que os constitui como sujeitos problematizando os lugares identitários, bem como, o processo inclusão-exclusão vivenciado por eles. Destacamos, dessa forma, o processo exclusão-inclusão vividos por esses jovens no âmbito da situação econômica, das suas possibilidades e impossibilidades, das situações de segurança e perigo, dos sentimentos, das vivências e das amizades que permeiam seu universo.

 

Lugares, Encontros e Desencontros

De acordo com Castro (2008), há especificidades do lugar da juventude na sociedade e cultura. Esse aspecto é de suma importância para compreendermos os sentidos atribuídos na vivência do grupo de promoção da saúde. Parte-se então de um pressuposto de que não é possível atribuirmos uma única definição para esses sujeitos já que devemos situar o/a jovem no contexto das condições históricas, sociais, econômicas, de gênero, enfim, a todo um pluralismo cultural (Traverso-Yépez & Pinheiro, 2002).

Procuramos fazer um movimento de ruptura com o pré-estabelecido, nosso e dos jovens, que nos permitiu conhecer os sujeitos do grupo a partir de suas concepções e experiências vivenciadas com a saúde, o bairro e a cidade. Aos poucos os jovens iam assumindo a condição de autores, demarcada pela possibilidade de atribuir novos e diversos sentidos ao que é socialmente estabelecido. Assim, esses jovens foram ressignificando seu espaço ao (re)olhar seu bairro e sua cidade, através da fotografia e das discussões decorrentes.

Ao introduzir a fotografia como dispositivo estético para discussão de diversos temas, concordamos que as imagens podem trazer a "possibilidade de outros olhares e de diferentes pontos de vista" (Tittoni, 2009, p.8). Nesse sentido, entendemos que as fotografias podem (re) criar realidade e, mais do que isso, expandir as possibilidades de pensar sobre si mesmo.

Assim, ao apresentarmos as imagens do bairro, esses jovens vão estranhando e ampliando os seus e os nossos olhares sobre o que é rotineiramente vivenciado. Esse movimento fica um pouco mais claro quando em uma das imagens apresentadas ao grupo, algumas jovens reconhecem uma pista de caminhada que fica localizada próximo de onde moram. Na discussão disparada a partir dessa fotografia, as jovens nos contam que fazem caminhadas no lugar e ressaltam o espaço como promotor de saúde, física principalmente. No entanto, também contam das experiências, por ora perigosas, vividas nesse espaço, pois trata-se de um lugar situado na proximidade de uma rodovia bastante movimentada localizada em perímetro urbano e, além disso comentam que recebem muitas cantadas de homens enquanto caminham.

Começam a falar, então, sobre os assédios vivenciados na rua. Janaína e Tatiane falam de um dia em que um homem velho [sic] colocou dinheiro pra fora do carro e as chamou. Mônica conta do dia em que estava com um short curto e um cara perguntou qual era o valor do programa (Diário de Campo, Abril, 2013).

A partir do recurso estético visual, as jovens acabam denunciando um cotidiano permeado de relações conflituosas que estão sujeitas às intercorrências do outro - lugar, pessoas, olhares - e precisam proteger-se. Titon e Zanella (2010) numa pesquisa com jovens ressaltam que essa juventude precisa adotar estratégias de sobrevivência na circulação pelo bairro. No nosso contexto de intervenção, isso é feito de diferentes formas desde a limitação de espaços de circulação em que os jovens evitam as ruas como também na não problematização desses perigos, encontrando assim, jeitos possíveis de enfrentá-los.

É possível perceber, na composição do retrato das vivências no bairro, as ambivalências de sentimentos vividos. Enquanto os diálogos apontam o perigo, também ressaltam a segurança desse modo de conviver que, de certa forma, evidencia os muitos sentidos atribuídos e necessários para viver e (re)viver o contexto.

Essas pessoas [os traficantes] não deixam nada de mal acontecer às pessoas da rua, por exemplo, as casas não são assaltadas .... Eles [os traficantes e usuários de drogas] não ficam oferecendo, mas não rola mexer com eles [sic] (Diário de Campo, Abril, 2013).

A partir dos relatos, temos a oportunidade de compreender o que é possível para essa juventude enquanto expressão de vontades, desejos, voz e espaço de constituição, levando em consideração as condições sociais, históricas e econômicas em que estão inseridas.

Pensando nisso, vários encontros foram permeados pelo funk , seja pela música no celular, seja pela coreografia que precisa de disposição e muita habilidade para um fazer um quadradinho de oito com o próprio corpo. Muitas vezes nos questionamos se o funk é o ritmo dessa juventude. É certo que não temos respostas para essa pergunta, mas isso nos faz pensar que esses jovens precisam estar na velocidade cinco para encontrar um jeito de se posicionar no mundo.

É na distância do olhar do adulto que compõem tanto a esfera familiar quanto escolar que esses jovens têm a possibilidade de assumir uma posição de protagonismo, "atuando de alguma forma sobre o seu meio, construindo um determinado olhar sobre si mesmo e sobre o mundo que os cerca" (Dayrell, 2002, p.119). É nesse sentido que a música, e em nosso contexto mais especificamente, o ritmo do funk, consegue fazer com que esses jovens ocupem um lugar de autonomia, podendo ser curiosos acerca de diversos assuntos, inclusive sexualidade.

Escutamos a música e Júlio conta que colocou funk no seu celular porque Mônica disse que se ele não colocasse, ela não ficaria com ele (Diário de campo, Fevereiro, 2013, p.23).

Percebemos, dessa forma, que o ritmo do funk perpassa, principalmente, a sexualidade, temática que muitas vezes é negligenciada por vários espaços que se propõem a conversar com esses jovens sobre o assunto, pois não é de hoje que "beijo na boca é coisa do passado, a moda agora é namorar pelado ". Nesse sentido, nos questionamos: como namorar pelado de uma maneira consciente consigo, com o outro e com o próprio corpo?

Perguntamos se o funk está mais relacionado à pegação e Júlio comenta que é isso mesmo, o funk é do esculacho [sic] (Diário de Campo, Fevereiro, 2013).

Dessa forma, caminhamos no sentido de compreender que para esses jovens escutar e dançar funk podem ser maneiras de colocar o próprio corpo no mundo, afetar o sujeito e produzir reflexões na tentativa de se afirmar e reafirmar.

Assim, entendemos que o funk como fio condutor de vários encontros possibilitou uma discussão mais ampliada e horizontalizada do que eles entendiam sobre sexualidade, sobre como a escola e os pais falam sobre esse assunto, além de como se sentiam ao dançar e ouvir funk na escola, nas ruas e nas festas.

Mônica nos conta que algumas músicas de funk ela só escuta quando o pai sai de casa. Ela disse que o pai não proíbe, mas que ela acha muito vulgar e prefere que ele não escute. Perguntamos se as jovens acham vulgar [escutar funk] e elas afirmam que algumas músicas são muito bobagentas e que falam só de sexo [sic] (Diário de Campo, Fevereiro, 2013).

As jovens relataram que as paqueras aconteciam também na porta de casa, onde elas colocavam música alta, na maioria das vezes funk, e podiam dançar sem o olhar julgador de seus pais, que muitas vezes estavam no horário de trabalho. Esse assunto acerca das paqueras, funk e namoro, fez parte de muitos encontros estabelecendo a relação entre dança, sedução e paquera. A exemplo disso, um dos jovens comenta que começou a namorar, no entanto, num encontro posterior, ele fala que a relação já tinha acabado e as reverberações desse assunto foram discutidas no grupo.

Pensando nas produções possíveis na constituição desse grupo, sempre buscamos trabalhar no sentido de evidenciar o que esses jovens traziam ao longo dos encontros, ampliando possibilidades na tentativa de promover saúde. Esse espaço potencialmente emancipador só faz sentido pelo que os participantes produzem a partir do que foi discutido e pensado. Assim, levando em consideração que esses jovens ocupam outros lugares, as temáticas desenvolvidas no grupo puderam permear outros espaços ocupados por eles, como a escola, a família e o bairro sendo possível pensar também nos enfrentamentos vivenciados na dialética inclusão-exclusão.

 

Território: espaço de constituição

Nos movimentos de ocupação de lugares na cidade, vão sendo produzidos diferentes significados e sentimentos mediados pelo processo de inclusão-exclusão. Uma nova configuração, marcada pelo distanciamento de sentidos e pela restrição nos espaços de circulação se materializa na constituição da juventude e no entendimento do ser jovem pobre, morador de bairro periférico, e nas estereotipias do ser adolescente em nossa sociedade.

Utilizamos como recurso facilitador neste encontro, postagens de um blog para jovens. Nossa ideia foi discutir com o grupo quais concepções tinham a respeito dos temas [namoro, primeira vez, consumo de bebidas] das postagens. Depois de mostrar o site perguntamos o que colocariam nesse blog, caso eles fossem os autores. Mônica responde que colocaria "a mesma coisa, porque a maioria dos adolescentes pensa igual"[sic] (Diário de Campo, Fevereiro, 2013).

Nesse sentido, os jovens da periferia, muitas vezes num desencaixe financeiro, assumem o lugar estereotipado de uma juventude de consumo, que é constantemente afirmada pela mídia , ao estabelecer padrões que também se referem ao lugar de encontro e identidade. Pensando igual, esses jovens ocupam o shopping que se configura enquanto regra de convivência, apesar da distância física e financeira. É na apropriação de imagens e rituais compartilhados, que segundo Castro, Mattos, Juncken, Monteiro e Villela (2006), são estabelecidas, pelos discursos nos sistema de representação em relação com a cultura e marcas simbólicas, que a constituição do sujeito é construída em um posicionamento do sujeito na apropriação de e para si.

Perguntamos quais lugares passeiam e eles citam os shoppings. Os meninos contradizem que apesar de irem, não gostam e quem gosta são as meninas .... Tatiane diz que sim, que fica feliz e que toda menina tem que gostar de shopping. Mônica diz que vai [ao shopping], mas não gosta muito porque não pode fazer compras, pois não tem dinheiro e que não gosta de ficar só olhando (Diário de Campo, Fevereiro, 2013).

As relações estabelecidas com a cidade, dessa forma, vão servindo como maneiras de subjetivação das diferenças já que a inserção nos padrões de consumo, como o shopping, não garante a identificação horizontal, mas, pelo contrário, "a aquisição da identidade é problematizada pelo forte sentido de discriminação vivido diariamente sob a forma da humilhação que situa seus integrantes, em relação ao poder, como cidadãos de segunda categoria" (Mello, 2004, pp. 133-4).

É no processo de constituição do eu nas relações com a realidade, mediadas pela cultura, que permite a compreensão dos valores sociais e históricos e que é possível, também, atribuir sentidos e nos constituir na condição de autores (Zanella, 2004). Tal condição só se torna possível por meio da criatividade na construção do movimento de ser e estar no bairro.

Num dos encontros Marcelo e Pedro chegam atrasados e eufóricos. Eles nos contam de uma aventura. Segundo eles, ao irem de bicicleta até a Unidade de Saúde, relatam que a bicicleta estava sem freios, Marcelo carregando Pedro na garupa em uma avenida movimentada descem em alta velocidade no contra-fluxo dos carros ao novo estilo radical chamado por eles de streetbike [sic]. Preocupadas perguntamos "e se tivesse acontecido alguma coisa?" [sic], Pedro responde muito risonho "se cair, do chão não passa!" [sic] (Diário de Campo, Fevereiro, 2013).

E é nesse contexto que a juventude vai se mostrando e se constituindo, na falta de espaço, escassez de recursos, limites financeiros, de segurança, de vontades, de distância que permeia a vivência na cidade. A figura dos malas , a procura do ritmo do funk, as festas proibidas, o consumo de álcool, os passeios radicais de bicicleta são elementos que permitem a esses jovens falar de seus sentimentos e que engendram seus processos experienciais.

O movimento que perpassa a construção de identidade dessa juventude se mostra, dessa forma, pelos espaços ocupados, que são incluídos na identidade do shopping e excluídos pela escassez de recursos financeiros; pela ocupação de espaços de saúde que não permitem a expressão de voz e de sentimentos; pela música proibida dependendo a ocasião; pelo direito de ir à escola, mas suscetíveis aos assédios do caminho; pelo tráfico que protege e que mata. Assim, é possível questionar nas impossibilidades de ocupação do bairro/cidade como e quais políticas tem sido pensadas para a juventude.

 

Juventude e as Políticas Públicas para a promoção da saúde

No Brasil, algumas políticas públicas foram desenvolvidas para delimitar e assegurar o atendimento integral à criança e ao adolescente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A partir da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens , criaram-se algumas Diretrizes Nacionais, a fim de disseminar uma compreensão mais humanizada e integral dos cuidados a serem ofertados aos jovens (Brasil, 2010).

O desenvolvimento específico de ações para o público jovem surge pela necessidade de alterar a concepção de que os jovens são saudáveis por natureza, não sendo necessário o desenvolvimento de atenções exclusivas a essa população (Brasil, 2010). Até então, os cuidados divulgados e oferecidos são direcionados a questões de saúde sexual das jovens, enfatizando os malefícios da gravidez e essas informações são repassadas por meio de materiais como cartazes e cartilhas, que nem sempre vão ao encontro das realidades vivenciadas pela maioria dessas jovens.

As políticas públicas, segundo Sposito, Silva e Souza (2006) tem implicações diretas com a sociedade, contribuindo para a estigmatização e padronização social dos jovens. Apontam que os projetos federais e municipais para a juventude se direcionam, quase que exclusivamente, à ações voltadas a questão social como a prevenção de violência aos jovens em grande vulnerabilidade social. Percebemos que tal postura evidencia uma concepção de juventude, bem como de saúde, limitada e reduzida, que não entende o sujeito na sua integralidade e singularidade. Como podemos pensar a promoção da saúde com a juventude, de maneira integral, que não ocupem um segmento de inclusão excludente?

A constituição do grupo com jovens na UBS foi processual, mas aos poucos tomou forma e conteúdo. Percebemos ao longo do percurso de construção dos encontros semanais, que os entendimentos do serviço de saúde e as concepções carregadas pelos profissionais de saúde a respeito dos jovens não estavam alinhadas às Políticas Públicas destinadas a esse público. Compreendemos a existência de um deslocamento entre uma Política e Diretriz Nacional com a atuação técnica e prática local. A própria dificuldade de construção de um grupo de jovens em um lugar de saúde contribuiu para essa compreensão, visto que esse espaço nunca tinha sido ocupado e destinado para práticas em saúde para com esses jovens do bairro.

Segundo Frezza, Maraschin e Santos (2009), as políticas públicas podem tanto possibilitar a criação de novos sentidos e práticas para a juventude, quanto apenas contribuir para reforçar as concepções e modos de vivências dominantes. Assim, buscamos através dos encontros com o grupo produzir novos sentidos e concepções de saúde e juventude, a fim de romper com pensamento categorizado do que é saúde e do que é ser jovem.

Buscamos ainda, refletir e problematizar a própria inserção dos jovens nos contextos sociais da cidade. Na dimensão capitalista, a cidade, configurando-se como um espaço urbano é revelador das contradições do jogo social, em que a dimensão subjetiva encontra-se conectada em uma relação dialética de representações, signos e história (Nogueira, 2009). Nesta relação, também se constrói, como já dito, os processos de inclusão e exclusão dos sujeitos, de forma que a ocupação e circulação de determinados espaços configuram a maneira como esses jovens se inserem e participam do mundo.

Considerando que a dimensão cultural constitui os sujeitos e refletindo sobre as possibilidades de ocupação da cidade por essa juventude, compreendemos que os espaços culturais ofertados por iniciativas públicas, não promovem um encontro entre os reais sentidos produzidos por uma juventude periférica da cidade. Em um dos encontros, apresentamos fotografias de eventos culturais promovidos gratuitamente na cidade, os jovens do grupo não os conheciam. Assim, compreendemos que há um distanciamento entre o que se é oferecido e o que de fato se relaciona e dialoga com a juventude em relação à eventos de lazer, e que poucas são as afetações provocadas nesses jovens, em relação às políticas culturais da cidade.

Os espaços oferecidos, além de ocupar as regiões centrais da cidade, não representam um lugar de identificação social, tornando aos olhos dos jovens do grupo, espaços pouco acessíveis, e de oferta de cultura, música e arte diferente das que os representam. As políticas culturais da cidade, dessa forma, se distanciam da realidade da juventude da periferia servindo enquanto um fator que ao mesmo tempo em que inclui com a gratuidade dos eventos, excluiu pela não representação identitária que se coloca, evidenciando uma política de inclusão excludente. De acordo com Sawaia (1995), inclusão e exclusão são "dois pólos do processo de inserção social injusta: o morador excluído do direito de usufruir os bens e serviços da cidade onde mora é incluído nela subjetiva e intersubjetivamente" (p. 22).

Partindo da concepção de que "qualquer estudo sobre a exclusão deve ser contextualizado no espaço e tempo ao qual o fenômeno se refere" (Wanderley, 2001, p.18), foi necessário compreender a exclusão para além do nível sócio-econômico, mas nas impossibilidades de acesso, na ocupação ou desocupação de espaços, pelas políticas públicas que participam da constituição de sujeito.

Além do processo de não identificação com as políticas de saúde e as culturais, os jovens também nos mostram que as políticas patrimoniais e de conservação ambiental também não os representam. Isto foi evidenciado pelas conversas e reflexões sobre o bairro, e assim mostraram pontos positivos e negativos em relação ao cuidado e ao descuido das praças, ruas, avenidas e outros cenários que compõe o bairro. As falas produzidas elucidavam as divergentes concepções a respeito das preocupações e responsabilidade sociais sobre o território que ocupam.

Os meninos relembraram de como o lago do parque era limpo. Contaram que foi poluído pelas pessoas que frequentam o lugar e, Marcelo acrescenta que se fosse ele o responsável por cuidar do parque, proibiria as pessoas de entrar no lago para não sujar (Diário de Campo, Março, 2013).

Janaina pontua que as gestões políticas se encerram, o tempo passa, e ninguém mais cuida do espaço que foi construído (Diário de Campo, Abril, 2013).

Compreendemos com essas falas, uma consciência política que embora se dê enquanto uma responsabilização superestrutural reconhece as possibilidades de ação no olhar para esse bairro. Tal possibilidade, no entanto, é com a restrição dos espaços públicos o que nos faz questionar se há um olhar de identificação com o bairro bem como da consciência de co-participação, no sentido de pensar a ocupação dos espaços.

Mayorga, Castro e Prado (2012) nos ajudam pensar no lugar e posicionamento dos jovens na política. Afirmam que a sociedade, a juventude e a política têm que ser compreendidos enquanto elementos indissociáveis "sendo os jovens então compreendidos como efeito de um tempo e também atores desse mesmo tempo" (p. 262). Ressaltando, dessa forma, a importância de compreender as contradições dos posicionamentos de modo que não caiamos na dicotomia do jovem como naturalmente ator social e nem no jovem desengajado e acomodado. Precisamos, assim, considerar as diversas possibilidades em relação ao posicionamento dos jovens diretamente relacionadas às suas vivências, no caso, com o bairro.

Os questionamentos sobre os lugares ocupados são acompanhados de poucas falas. Entendemos, assim, que pensar a ocupação do bairro bem como a saúde se dá num processo de (re)descoberta desses conceitos e dos espaços que essa juventude percorre.

Na caminhada pelo bairro, buscamos conhecer os espaços pelo olhar de Robson. Na tentativa de produzir novas concepções sobre aqueles lugares, nos deparamos com a certeza dita pelo jovem de que não há muitas coisas para se fazer no bairro. Estávamos em uma praça, com mato alto e com a quadra de futebol abandonada e bastante degradada (Diário de Campo, Abril, 2013).

Pensando nisso, é possível dizer que os bairros periféricos, configurados pela pobreza, são marcados pela falta de espaços públicos com opções de lazer e cultura, prejudicando o convívio comunitário. Tais questões espaciais e territoriais influenciam nas diferentes dimensões da constituição dos jovens, tanto em relação à saúde, quanto no aspecto do desenvolvimento cultural e social (Brasil, 2010).

Ao se propor estratégias de promoção da saúde assume-se um compromisso com a Atenção Básica. Os jovens do bairro, da área de abrangência da UBS em questão, estavam invisíveis aos olhos da equipe, que se encontrava paralisada diante da necessidade produzir ações frente as políticas públicas, destoando com os princípios do SUS. Assim, a promoção de saúde com esses jovens se configurou como um espaço em que repensamos juntos sobre a cidade, o bairro, a saúde, a juventude e o cotidiano.

Finalizando, por enquanto...

A proposta de entender os movimentos e compreensões sobre o bairro e a cidade sob o olhar da juventude, constitui-se como um importante espaço na tentativa em que a saúde pudesse ser olhada em seu processo amplo e integral. A juventude, dessa forma, no reconhecimento com o território abre possibilidade para falar e entender sobre si, ressignificar suas vivências e produzir força em sua voz que necessita, pede e cria outras formas de ver e estar no mundo.

O enfrentamento do processo inclusão-exclusão vai se delineando pelos novos caminhos potencializados no movimento da cidade e vão marcando para nós, pesquisadores, também um olhar para políticas, processos e desafios que envolvem a promoção da saúde. Nesse sentido, é importante ressaltar que além da concepção de juventude, principalmente marcada pela vulnerabilidade social, a concepção de saúde também ocupa um lugar hierarquizado e centralizado de maneira geral. Se a saúde ainda não é entendida na integralidade do sujeito, como pensar promoção da saúde com a juventude que também é olhada pelos estereótipos que a definem?

Assim, pensando a juventude, a exclusão se dá além do nível sócio-econômico, mas nas impossibilidades de acesso, de políticas públicas efetivas, da constituição de sujeito que ultrapasse normas sociais. E a inclusão se dá como maneira de manutenção de padrões, pois opera com o sentimento de não pertencimento tão caro ao sofrimento humano, mas que, no entanto, se mostra de outras maneiras. "A lógica dialética explicita a reversabilidade da relação entre subjetividade e legitimação social e revela as filigramas do processo que liga o excluído do resto da sociedade no processo de manutenção da ordem social" (Sawaia, 2004, p. 8).

Como são inúmeros os outros com os quais o sujeito estabelece relações, ele se torna síntese de outros sujeitos, síntese de seu contexto, síntese de uma época histórica. Síntese no sentido de apropriação do discurso do outro, daquilo que faz seu a partir do outro. Cada grupo do qual o sujeito faz parte, imprime sobre ele, um significado que ao se apropriar, torna-se seu, define seu ser. O modo como o sujeito se apropria da cidade e de seu tempo histórico também imprimem marcas no sujeito, também o constituem.

Na compreensão do processo inclusão-exclusão, da constituição dos sujeitos, do reconhecimento com o território, fomos na direção de pensar os enfrentamentos possíveis. Fomos atravessadas por essa experiência de modo que cada discussão no grupo foi delineando um novo olhar sobre juventude, território e promoção da saúde. Nos posicionamos de modo a criar espaços e construir outros entendimentos das possibilidades de produção de sentidos, vislumbrando, assim, perspectivas de ação, tanto nossas quanto dos jovens.

 

Referências

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Recebido: 31/03/2014
Última revisão: 10/08/2014
Aceite final: 27/08/2014

 

 

Sobre os autores:

Beatriz Zocal da Silva - Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia.

Larice Santos Silva - Psicóloga graduada pela Universidade Federal de Uberlândia e mestranda pelo Programa de Pós Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia.

Aline Amaral Sicari - Psicóloga graduada pela Universidade Federal de Uberlândia e pós-graduanda em Educação em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Uberlândia.

Eliane Regina Pereira - Doutora em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professora Adjunto II do curso de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia.