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Revista do NUFEN
versão On-line ISSN 2175-2591
Rev. NUFEN vol.9 no.3 Belém 2017
https://doi.org/10.26823/RevistadoNUFEN.vol09.n03revir25
Estudos de revisão
DOI: 10.26823/RevistadoNUFEN.vol09.n03revir25
A morte sob o olhar fenomenológico: uma revisão integrativa
Death Under The Phenomenological Look: An Integrating Review
La Muerte Desde La Perspectiva Fenomenológica: Una Revisión Integradora
Daniele Moreira Gomes; Airle Miranda Sousa
Universidade Federal do Pará - UFPA
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi compreender como o tema da morte tem sido abordado em estudos sob a perspectiva fenomenológica. Para tanto realizou-se uma revisão integrativa na literatura nacional a partir de critérios de localização e seleção, onde foram recuperados 15 artigos veiculados nas bases de dados BVS e SCIELO. A maioria dos estudos foi de natureza empírica/qualitativa e envolveram temas como vivência de familiares com câncer e atitude de profissionais de saúde frente à morte. A entrevista foi a técnica de pesquisa mais utilizada, assim como o referencial teórico mais adotado foi a fenomenologia existencial de Heidegger. Sugere-se o desenvolvimento de novos estudos que abordem a presente temática, mas sob novos critérios de seleção de estudos como forma de contribuir para a construção do conhecimento.
Palavras-chave: Fenomenologia; Morte; Método fenomenológico.
ABSTRACT
This research aimed to comprehend how the death theme has been approached in studies from a phenomenological perspective. Thus, an integrative review was carried out in the national literature based on location and selection criteria, where 15 articles were retrieved in the BVS and SCIELO databases. Most of the studies were of an empirical/qualitative matters and involved themes such as the experience of relatives with cancer and the attitude of health professionals towards death. The most used research technique was interview, just as Heidegger's existential phenomenology was the most widely adopted theoretical framework. It is suggested the development of new researches that discuss the current theme, however under new criteria of studies selection as a way to contribute to the construction of knowledge.
Keywords: Phenomenology; Death; Phenomenological method.
RESUMEN
El objetivo de este estudio era entender cómo el tema de la muerte se ha abordado en estudios bajo la perspectiva fenomenológica. Por lo tanto, llevamos a cabo una revisión integradora de la literatura nacional de localización y criterios de selección, que se recuperaron 15 artículos publicados en las bases de datos de la BVS y SciELO. La mayoría de los estudios fueron naturaleza empírica / cualitativa y temas involucrados tales como la experiencia familiar con cáncer y actitud de los profesionales de la salud frente a la muerte. La entrevista fue la técnica de investigación más utilizado, así como más de referencia teórico fue la fenomenología existencial de Heidegger. Se sugiere el desarrollo de nuevos estudios que abordan este tema, pero en los nuevos estudios de los criterios de selección con el fin de contribuir a la construcción del conocimiento.
Palabras-clave: fenomenología; la muerte; método fenomenológico.
INTRODUÇÃO
Sabe-se que a morte faz parte do desenvolvimento humano desde a sua mais tenra idade e prolonga-se por todo o ciclo vital. Apesar de fazer parte de um processo natural, falar sobre a finitude humana nunca foi fácil. A atitude do homem contemporâneo diante da morte e do morrer pode ser considerada o resultado de um longo processo de mudanças que atravessaram o tempo (Azevedo & Pereira, 2013).
Para Neto (2012), a estranheza e o mal estar provocado pela morte no ser humano vieram se acentuando ao longo da formação cultural e social da civilização ocidental, nesse processo, ela veio sendo gradativamente encarada com angústia, medo e rejeição. Entretanto, antigamente as pessoas encaravam a morte de outra forma. Na idade Média a finitude era percebida como um evento muito comum e a sua proximidade era encarada com serenidade. Esse tipo de morte foi denominada por Ariés (1977) de "morte domada", onde a mesma era vivenciada de forma coletiva e o moribundo participava da elaboração dos rituais.
No século XIX a morte vai tomando um sentido mais comovente e se torna um evento que rouba o homem do seu cotidiano. Ela começa a ser encarada sobre um prisma romântico onde é ressaltada a ideia de uma ruptura insuportável na relação entre os seres amados. Já no século XX, concretiza-se a interdição do vivenciar a morte. O doente que antes morria em casa agora morre no hospital, longe de seus entes queridos. Nessa "Morte Interdita", as demonstrações de dor, principalmente as expressões emocionais mais fortes são consideradas inadequadas, incômodas (Aries, 1977).
Questões existenciais como a transitoriedade da vida, a efemeridade e a angústia, são aspectos inerentes ao processo da morte e do morrer, e por isso são temas explicitamente evitados na nossa sociedade. Pensar sobre a morte e enunciá-la fora das esferas do tabu ou da perversão coletiva dos jornais sensacionalista poderá ajudar as pessoas a perceber a verdade e a presença marcante da finitude em nossas vidas. (Freitas, 2013).
De acordo com Barbosa, Neme et al. (2011), o tema da morte vem sendo foco de diversas pesquisas em diferentes áreas do conhecimento, o que demonstra a complexidade do tema e a sua natureza interdisciplinar. Ainda de acordo com os referidos autores, entre essas pesquisas, os estudos qualitativos têm se mostrado uma excelente fonte acerca da experiência humana, pois revelam-se como possibilidade mais ampla de compreensão dos significados e sentidos que o homem produz em sua consciência com o mundo e com as pessoas que o rodeiam.
Entre os modelos de pesquisa qualitativa, a fenomenologia destaca-se como um método que pode ajudar na compreensão dos significados que o ser humano atribui às suas experiências, proporcionando um aprofundamento nas vivências dos colaboradores, principalmente quando o foco do estudo está relacionado às questões da existência. Em pesquisas que se encarregam de investigar a relação do homem com a morte, esse modelo de pesquisa ajuda a ir além de discussões superficiais que geralmente estão presentes quando se trata desse tema (Barbosa; Melchiori et al., 2011).
O ACESSO AO VIVIDO: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O MÉTODO FENOMENOLÓGICO
A fenomenologia como método investigativo da experiência humana foi proposta inicialmente por Edmund Husserl. No intuito de encontrar o fundamento do próprio conhecimento e de todo saber, Husserl se apropriou do mundo vivido como ponto de partida para realizar o seu ideal, o que definitivamente aproximou a fenomenologia da psicologia. (Fujisaka, 2014).
O termo fenomenologia tem origem em duas palavras de raiz grega: phainomenon e logos, que juntas significam "aquilo que se mostra a partir de si mesmo". Fenomenologia, então, é o estudo do fenômeno, sendo que por fenômeno compreende-se o que se manifesta ou se revela por si mesmo. (Fujisaka, 2014).
De acordo com Petrelli (2004) a fenomenologia é a ciência que se aplica ao estudo dos fenômenos: dos objetos, dos eventos e fatos da realidade. Seria um rigoroso olhar metodológico a respeito do real, é uma opção radical de percepção a fim de desvelar significados, criar valores e assumir responsabilidades. Tudo o que é oferecido ao conhecimento do ser humano pode ser denominado de realidade fenomênica. (Cappi, 2004).
Para Husserl (1992), a relação entre consciência e mundo é sempre intencional, havendo entre ambos uma correlação. A consciência intencional possibilita que o mundo surja como fenômeno, como significado, evidenciando que a saída de si para o mundo tem um significado para ele.
Enquanto um método qualitativo de pesquisa, a fenomenologia busca uma compreensão particular daquilo que se estuda, já que o foco de sua atenção é dirigido para o específico, o individual, aspirando à compreensão dos fenômenos. (Martins & Bicudo, 2005).
Para Silva (2014), uma das características da pesquisa qualitativa com referencial fenomenológico é o seu caráter descritivo. Segundo essa autora, deve haver uma descrição minuciosa dos fenômenos e das falas dos sujeitos pesquisados. Isso se justifica pelo fato de que os depoimentos dos sujeitos estão impregnados de significados a respeito dos fenômenos e por essa razão, precisam ser analisados.
Para Creswell (1998), o método fenomenológico é a descrição das experiências vividas pelos sujeitos sobre um determinado fenômeno com o objetivo de buscar sua estrutura essencial. Nesse sentido, Amatuzzi (1996) afirma que a pesquisa fenomenológica designa o estudo do vivido, ou da experiência imediata, visando esclarecer seu significado e seria, portanto, a pesquisa que lida com o significado da vivência.
Dessa forma, o método fenomenológico apresenta-se à psicologia, então, como um recurso apropriado para pesquisar o mundo vivido do sujeito com a finalidade de investigar o sentido ou o significado da vivência para a pessoa em determinada situação, com o intuito de buscar a estrutura essencial ou invariante do fenômeno. (Andrade & Holanda, 2010).
Além de Husserl que é conhecido como o grande precursor da fenomenologia, destaca-se também Heidegger que apresenta a fenomenologia existencial, que tem o objetivo de investigar a experiência do ser-no-mundo. Para esse autor o ser humano está sempre fazendo sua história acontecer. Ele criou o conceito de Dasein, que significa ser-aí, ou seja, em sua condição ontológica, o homem manifesta-se a cada instante no existir temporal. Para Heidegger, o Dasein é sempre um ser-para-a-morte por estar marcado por uma temporalidade onde sempre entra em foco a finitude do ser humano. (Azevedo & Pereira, 2013).
Dentro da fenomenologia podemos também encontrar as concepções de Merleau-Ponty. Para ele a fenomenologia é o estudo das essências e acrescenta que ela é uma filosofia que recoloca as essências na existência, reconstituindo a relação entre homem e mundo. Esse autor destaca a intersubjetividade (relação eu-tu) como estrutura da vida intencional que me revela em situação. Seria na presença do outro que nos tornamos visíveis a nós mesmos, onde a intercorporeidade é a troca primeira. (Freitas, 2013)
Martins e Bicudo (2005) ressaltam que nos estudos fenomenológicos o pesquisador deve iniciar seu estudo interrogando sobre o fenômeno, sendo que a situação da pesquisa deve ser definida pelos colaboradores investigados, nesse sentido, o pesquisador busca o sentido da experiência e os dados são concebidos como resultados das significações resultantes da tematização do sujeito acerca da vivência.
Segundo Caldas e Macedo (2011) uma das técnicas mais utilizadas em pesquisa fenomenológica é a entrevista aberta com pergunta disparadora. Segundo esses autores a entrevista aberta permite que o pesquisador caminhe pelo discurso do sujeito, apreendendo junto com ele, os significados que vão se desvelando e através de uma intervenção interrogativa o colaborador pode se dar conta de significados de suas vivências dos quais ainda não tinha se familiarizado.
Para as pesquisas fenomenológicas de tendências mais empíricas, a entrevista se mostra uma técnica bastante viável e se o pesquisador for fazer a análise dos dados sozinho, Caldas e Macedo (2011) destacam os passos de análise propostos por Amedeo Giorgi (1994) que são: leitura integral do depoimento, encontro das unidades de significado, transcrição destas unidades em linguagem psicológica e encontro dos sentidos em comum compartilhados pelos sujeitos da pesquisa.
Após as considerações feitas sobre o método fenomenológico, pode-se considerar a relevância do referido método no estudo da essência das vivências. Destaca-se também a importância de estudos que abordem o tema da morte, visto que, segundo Kubler-Ross (1991), somente a partir do momento em que as pessoas tiverem espaço para refletir sobre a própria morte, é que os seres humanos poderão encará-la de maneira mais saudável. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi compreender, a partir de uma revisão integrativa, como o tema da morte tem sido abordado em estudos sob a perspectiva da fenomenologia.
MÉTODO
Neste estudo foi realizada uma revisão integrativa da literatura, que segundo Souza et. al. (2010) "é a mais ampla abordagem metodológica referente às revisões, permitindo a inclusão de estudos experimentais e não-experimentais para compreensão completa de um fenômeno analisado" (p. 103). Nesse tipo de pesquisa há a combinação de dados teóricos e empíricos, além de incluir um amplo leque de objetivos, como por exemplo: definição de conceitos, revisão de teorias e evidências, e análise de problemas metodológicos de um tópico particular.
Com o intuito de alcançar o objetivo do presente estudo realizou-se uma busca de publicações na literatura nacional indexadas em base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde Brasil (Disponível em: http://brasil.bvs.br/) e Scielo (Disponível em: http://www.scielo.org/php/index.php). Para tanto foi utilizado os descritores "Fenomenologia e Morte".
A pesquisa foi realizada no período de junho a julho de 2016. Os critérios de inclusão dos estudos foram: a) Tipo de publicação: artigos; b) Método científico adotado: estudos empíricos, teóricos ou de revisão bibliográfica de abordagem qualitativa fenomenológica; c) Critério de tempo: estudos realizados nos últimos cinco anos; d) Idioma: língua portuguesa. Os critérios de exclusão foram: estudos que não estavam na íntegra, os que estavam fora do tempo pré-determinado, artigos científicos que se repetiram nos bancos de dados e estudos que não tinham o objetivo de refletir sobre aspectos envolvidos no processo de morte e morrer.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram encontrados ao todo 110 registros para as buscas realizadas com as palavras-chave "fenomenologia e morte". Ao fazer o refinamento das buscas, foi encontrado nas bases de dados nacionais 39 estudos, sendo que desses, somente 21 haviam sido publicados nos últimos cinco anos. Dentro dos referidos estudos, observou-se que apenas 18 tratavam-se de artigos científicos com texto completo, sendo que destes três trabalhos eram repetidos, o que levou ao total de 15 artigos encontrados.
A Tabela 1 apresenta a categorização dos artigos encontrados quanto ao título, ano de publicação, periódico onde foi publicado e Instituição ao qual está vinculado. Para melhor organização e visualização, cada um dos estudos identificado com um número. Na Tabela 2 e na Tabela 3 se encontram, respectivamente, a categorização dos artigos recuperados quanto aos seus objetivos e metodologia fenomenológica empregada.
A partir dos dados da Tabela 1 observa-se que o maior número de produções científicas que abordam o tema da morte sob o prisma da fenomenologia foi realizado no ano de 2011 (artigos 8, 9, 10, 11, 15), sendo que no ano de 2014 houve o menor número de produção (artigo 13). O periódico que mais se destacou em número de publicações foi a Revista de Abordagem Gestáltica com quatro publicações (artigos 2, 3, 4, 9). Pode-se observar também que as Instituições ligadas às publicações recuperadas concentram-se na região Sudeste com um total de sete artigos (artigos 7, 1, 8, 9, 10, 11, 12) e na Região Sul com seis artigos (artigos 2, 4, 13, 14, 15, 5). A região Nordeste aparece com duas A Tabela 2 revela os principais temas abordados nos estudos. Os artigos 1, 3, 6, 10, 13 e 15 tratam da morte na vivência de pessoas com câncer e de seus familiares, isso demonstra ênfase na produção de artigos nessa área. Outra temática abordada foi a relação da família com a morte (artigos 7, 8, 10, 11). Podem-se destacar também os estudos que se dedicaram a refletir sobre a atitude de profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) frente à morte, sejam eles graduados ou em formação (artigos 4, 12, 14). Outros temas que apareceram em menor quantidade foram vivências do processo de luto e suicídio (artigos 2, 15, 9).
Com base na Tabela 3, observa-se que os artigos encontrados na presente pesquisa são na sua maioria, empíricos, qualitativos, exploratórios e descritivos. Aparecem apenas dois artigos teóricos (artigos 2, 5) e um artigo de revisão bibliográfica (artigo 8). A maioria dos estudos utilizou amostras grandes com mais de 10 colaboradores (artigos 1, 4, 13, 26, 13, 14). Entre as pessoas pesquisadas encontram-se pacientes em tratamento oncológico, familiares que estavam vivenciando o processo de luto e profissionais de saúde que precisavam lidar diariamente com a morte. A principal técnica de pesquisa adotada nos artigos foi a entrevista, o que confirma a relevância desse método para o acesso à essência das experiências, objetivo principal da metodologia fenomenológica.
Sobre o referencial teórico, a Tabela 3 revela que a maioria dos estudos embasou sua análise a partir dos pressupostos da Fenomenologia Existencial de Heidegger (artigos 3, 4, 5, 9, 13, 14, 15). Apenas dois artigos utilizaram a visão fenomenológica de Merleau-Ponty (artigos 1, 2). Outros dois artigos fizeram referência à Psicologia Fenomenológica e Fenomenologia Social. Em alguns estudos não foi possível identificar com clareza o referencial teórico adotado, o que na Tabela 3 estão discriminados como " sem dados".
Nos artigos 4, 13, 14 e 15 foi utilizada a Hermenêutica de Heidegger como análise de dados. A diretriz de Martin e Bicudo foi utilizada em dois artigos (1, 11). Outros autores utilizados como diretrizes para análise de dados foram Moreira, Amatuzzi, Giorgi, Boemer, Forghieri e Valle (3, 6, 10). Um dos estudos fez referência à fenomenologia semiótica (7). Apenas um dos estudos fez uma análise qualitativa e quantitativa simultaneamente (8). Em alguns estudos não foi possível identificar com clareza a forma como os dados foram analisados, os mesmos foram identificados como "sem dados".
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estudar sobre a morte não é uma tarefa fácil e a fenomenologia se apresentou nesta pesquisa como um método eficiente e consistente para se abordar temas relativos à morte e ao morrer, visto que proporcionou o aprofundamento nas experiências dos colaboradores pesquisados, ou seja, foi possível o acesso ao vivido, à essência das vivências em cada estudo recuperado. A síntese do conhecimento que resultou desta pesquisa destaca a presença de uma maioria de estudos empíricos e poucos estudos teóricos e de revisão bibliográfica que procuraram refletir sobre a finitude humana sob a perspectiva fenomenológica.
Temas importantes foram abordados como, por exemplo, as vivências de pacientes e familiares frente às limitações do câncer e a atitude de profissionais de saúde que precisam lidar diariamente com a morte no exercício de sua atividade laboral. O sofrimento vivenciado por essas pessoas é muito grande e pesquisas nessas áreas são extremamente relevantes, assim como em qualquer outra área que procure refletir sobre os paradoxos presentes na vida e na morte.
A literatura sobre metodologia fenomenológica aponta a entrevista como uma técnica de pesquisa importante e, de um modo geral, as pesquisas recuperadas neste estudo a utilizaram para ter acesso ao vivido dos colaboradores. Em relação ao referencial teórico, a fenomenologia existencial de Heidegger se destacou entre os outros pressupostos teóricos utilizados, assim como a hermenêutica heideggeriana na análise dos dados.
Destaca-se como limite do presente estudo a escassez de pesquisas que abordem a temática da morte sob um enfoque fenomenológico nos últimos cinco anos, entretanto ressalta-se o fato da pesquisa ter contemplado somente a literatura nacional. Ampliar o tempo e contemplar estudos internacionais poderia ter resultado no desvelamento de outros resultados, mas os mesmos fugiriam dos objetivos estabelecidos na presente revisão, que teve como propósito, em sua singularidade, trazer um novo olhar sobre a temática abordada e dessa forma contribuir para a construção do conhecimento.
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Notas sobre as autoras
Daniele Moreira Gomes: Psicóloga. Mestranda pelo PPGP/UFPA. Pesquisadora do Laboratório de Estudos do Luto e Saúde – LAELS (UFPA). E-mail: daniele.bm@hotmail.com
Airle Miranda Sousa. Psicóloga. Doutora em Ciências Médicas/Saúde Mental pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Professora Associada da Faculdade de Psicologia da Universidade Federal do Pará – UFPa. Docente do PPGP-UFPa, na Linha Fenomenologia, Teoria e Clínica. Coordenadora do Laboratório de Estudos do Luto e Saúde- LAELS. E-mail: airlemiranda@gmail.com
Recebido em: 05/04/2017
Aprovado em: 03/08/2017