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Revista Mal Estar e Subjetividade
versión impresa ISSN 1518-6148versión On-line ISSN 2175-3644
Resumen
LIMA, Daniel Mattos de Araújo y GERMANO, Idilva. Nomadismo e solidão na cidade veloz: alegorias da compressão do tempo-espaço na ficção de Caio Fernando Abreu. Rev. Mal-Estar Subj. [online]. 2008, vol.8, n.2, pp.343-363. ISSN 1518-6148.
Este trabalho discute a figuração literária dos processos de subjetivação contemporâneos na ficção do escritor Caio Fernando Abreu (1948-1996), a partir de uma reflexão sobre os efeitos da "compressão do tempo-espaço" (Harvey, 1994) sobre as experiências psicossociais no mundo tardo-moderno. Em Caio Abreu, visualizamos as mais diversas cenas da vida urbana ancorada na cultura do consumo, bem como as diferentes situações que evocam a fragmentação do sujeito e as novas sensibilidades e formas de lidar com a efemeridade, a velocidade e a perda das utopias na cultura contemporânea. Seus contos, novelas e seu epistolário exploram o espectro de situações nefastas em que está mergulhado o indivíduo no final do século XX, especialmente mediante os temas do nomadismo, da errância, da solidão e do narcisismo que parecem caracterizar os tempos pós-utópicos. Ao delinear personagens, enredos e cenários figurativos da experiência urbana globalizada, o escritor lança um olhar particularmente revelador de tais condições no contexto do Brasil contemporâneo. Este trabalho examina alguns contos incluídos em Os dragões não conhecem o paraíso (1988), Morangos mofados (1995), Estranhos estrangeiros (1996) e o romance Onde andará Dulce Veiga (1990) à luz da crítica da modernidade empreendida por autores como David Harvey, Zygmunt Bauman, Fredric Jameson entre outros teóricos.
Palabras clave : compressão do tempo-espaço; experiência urbana na ficção; processos de subjetivação contemporâneos; literatura brasileira; Caio Abreu.