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Psicologia em Revista
versión impresa ISSN 1677-1168
Psicol. rev. (Belo Horizonte) vol.26 no.3 Belo Horizonte sep./dic. 2020
EDITORIAL
Prezados leitores e leitoras,
O saber psicológico apresenta, como característica mais marcante, a dispersão do campo teórico e prático. Muitas são as psicologias tanto no que se refere aos olhares quanto aos fazeres. Essa pluralidade se constitui em uma riqueza para o psicólogo e para a comunidade humana, que se beneficia com esse saber. Psicologia em Revista entende que cada teoria, cada prática psicológica oferece um olhar e uma acolhida diferenciada para o sujeito humano.
Nesse sentido, o terceiro número de 2020 nos presenteia com reflexões, discussões e pesquisas que se fundamentam na Psicanálise, na Psicologia Social, na Psicologia Analítica, na Psicologia Cognitivo-Comportamental, na Psicologia do Trabalho, entre outros aportes teóricos.
E essas teorias operam como ferramentas que pretendem compreender temas e problemas atuais. O primeiro artigo trabalha o importante e difícil tema da morte, por meio da discussão sobre os cuidados paliativos como uma abordagem diferenciada e integradora. O artigo seguinte expõe uma cicatriz da história brasileira mediante uma das consequências do racismo, pois escancara a verdade da desigualdade educacional da população negra do Brasil.
As angústias da relação mãe-bebê são objeto de estudo de dois artigos. No primeiro, temos a discussão sobre o tema dos impactos psíquicos das técnicas de reprodução assistida na vivência da gestação, por meio de análise de narrativas de mulheres gestantes No segundo artigo, encontramos reflexões sobre a estrutura das representações sociais (RS) de mães de recém-nascidos pré-termo sobre "bebê" e "objetos de bebê" durante internação em unidade de terapia intensiva neonatal.
A teoria de Winnicott se apresenta como fundamentação teórica de dois artigos, com base em problemáticas diferentes. Temos o tema do estatuto psicopatológico das adicções, pensando o conceito de objeto transicional, e o conceito de educador suficientemente bom para compreender de que maneiras os educadores dos berçários e maternais auxiliam a dar andamento aos processos do amadurecimento dos bebês dos quais cuidam
Seguindo o modelo de pesquisa teórica, encontramos um artigo que discute a visão de mundo da Psicologia junguiana. Com base no conceito de unus mundus, é organizada pelas seguintes categorias de análise: "o plano invisível subjacente ao nível empírico da realidade como totalidade e unidade", "o plano invisível como fonte de criação e de movimento", "o plano invisível como marcado pela não localidade" e "a psique e o plano invisível". E fundamentados na teoria lacaniana, temos considerações sobre os efeitos no laço social das práticas avaliativas e de vigilância que incidem nos diversos domínios da vida contemporânea. E, ainda, uma revisão integrativa de literatura sobre a compreensão das práticas grupais com jovens e sua finalidade na Psicologia.
A metodologia de discussão de caso clínico se apresenta como modalidade reflexiva do artigo que visa a compreender as relações entre hipnose e dores crônicas e do texto que, baseado em uma intervenção cognitivo-comportamental, trabalha os sintomas produzidos em um jovem, devido a problemas de violência doméstica.
As intervenções no campo da Psicologia Social são destacadas na discussão sobre as contribuições da prática do teatro do oprimido para a supressão das desigualdades sociais e na pesquisa acerca das tensões e paradoxos que caracterizam a luta do Movimento Nacional de População de Rua (MNPR), que revela a importância do MNPR na luta por direitos sociais, políticos e humanos à população em situação de rua.
Por fim, temos dois artigos que trabalham o contexto da pandemia de covid-19. O primeiro texto reflete sobre o uso da metáfora da guerra, e o segundo discute a relação entre o trabalho de psicólogos e psicólogas e a tecnologia, no contexto marcado pela pandemia de covid-19.
Boa leitura!
A Comissão Editorial.